Greve a partir deste domingo

Do Boletim Nascente

Chegou a hora. Após reunião improdutiva com a Petrobrás, quando a empresa insistiu em ignorar a Pauta pelo Brasil, a FUP indicou ontem a realização de greve com controle da produção a partir das 15h deste domingo, 01 de novembro. A diretoria do Sindipetro-NF se reúne hoje, às 14h, em Campos, para definir os procedimentos da paralisação na região. O movimento é por tempo indeterminado, com avaliações diárias.

A greve, aprovada em assembleias pela categoria e que está sendo construída nas últimas semanas, exige uma mudança de rumo na Petrobrás, com a reversão do desmonte previsto pelo Plano de Negócios da companhia. A Pauta pelo Brasil, entregue pelos petroleiros em 7 de julho, foi negligenciada pela empresa por mais de cem dias.

Arrogância

A Petrobrás não enviou representante ontem à reunião marcada com as entidades da categoria no MPT (Ministério Público do Trabalho). De modo arrogante, a empresa apenas enviou um documento que afirma, entre outros pontos, ser desnecessário o regramento da greve pleiteado pela FUP, pois a companhia garantiria para si a responsabilidade de manter as necessidades da população – negando-se a respeitar a lei de greve. A FUP e os sindicatos petroleiros comunicaram então ao procurador do trabalho que a paralisação começará a partir de 72 horas. O mesmo aviso foi entregue na empresa.

O movimento sindical também entregou ao MPT um documento de autorregulamentação da greve, que estabelece a produção de 50% – que, em caso de ser insuficiente em alguma região, poderá ser negociada pelo movimento.

Desrespeito à categoria       

Desde julho, protesta a federação, “nenhuma resposta objetiva foi dada aos questionamentos da FUP sobre vendas de ativos, cortes de investimentos, insegurança, redução de efetivos, demissões em massa, interrupção de obras e cancelamento de projetos, que estão afetando a vida de milhares de trabalhadores pelo país afora. Além de ignorar a Pauta pelo Brasil, os representantes da Petrobrás ainda tentaram impor na mesa de negociação a discussão da proposta da empresa de rebaixamento do Acordo Coletivo”, buscando cortar direitos.

Além disso, a gestão da companhia tem efetuado uma série de desimplantes, especialmente na Bacia de Campos, como lembra o Sindipetro-NF.