Greve avança e impacta a produção da Petrobrás

Imprensa da FUP – Enquanto a Petrobrás recorre à Polícia e aos interditos proibitórios para tentar desmobilizar os trabalhadores, a greve avança, impactando cada vez mais a produção. Na Bacia de Campos, 30 plataformas estão paradas. Com isso, 25% da produção nacional de petróleo foi reduzida.

Na Bahia, o sindicato estima que metade da produção do estado foi paralisada pela greve. No Rio Grande do Norte, as 13 plataforma que estão paradas já reduziram em 50% a produção de óleo. No Ceará, a greve afetou em 87% a produção de óleo e em 94% a de gás, segundo levantamento do sindicato.

Na Reduc (Duque de Caxias) e na Replan (Campinas), duas das maiores refinarias do país, a produção de coque já começa a ser afetada. Segundo o Sindipetro Caxias, o carregamento de coque e a entrega de produtos químicos na Reduc estão parados, o que gera um prejuízo de mais de R$ 1 milhão por dia à Petrobrás.

Interditos e força policial

O despreparo dos gestores da empresa para lidar com a greve é mais do que evidente. Em vez de negociarem cotas e efetivos, como determina a Lei de Greve, colocam em risco os trabalhadores e as unidades, delegando a operação de plataformas, refinarias e terminais para equipes de contingência despreparadas e insuficientes.

Recorrem aos famigerados interditos proibitórios, instrumento jurídico que trata do direito da propriedade, para tentar coagir e chantagear o movimento sindical, impondo multas diárias absurdas. No Paraná e na Bacia de Campos, os sindicatos estão sendo multados em R$ 100 mil por dia!

E as arbitrariedades não param por aí. Além dos assédios e intimidações, a Petrobrás também recorre à força policial para tentar impedir os trabalhadores de exercerem o legítimo direito de greve. Após a gerência da Rlam mandar prender o conselheiro eleito, Deyvid Bacelar, outros episódios envolvendo as polícias Militar, Civil e até Rodoviária foram denunciados pelos trabalhadores.

Em São Paulo, dirigentes sindicais foram agredidos pela Polícia Militar no Terminal de Guararema. No Paraná, há relatos de que os policiais rodoviários circulam livremente pela Repar, sentando lado a lado dos petroleiros no refeitório.

São gestores desse tipo, que tratam trabalhadores como bandidos e greve como crime, que estão na linha de frente dos processos de negociação com a categoria. Respondem com truculência aos petroleiros que lutam para defender a Petrobrás e fazem vista grossa para os mal feitos dos gerentes. Foi essa inversão de valores que permitiu com que corruptos agissem impunemente na Petrobrás por pelo menos duas décadas.

Quarto dia de greve

Norte Fluminense – a greve já atinge 48 unidades marítimas, sendo que 30 estão com atividades completamente paralisadas, seis estão com produção restrita e outras 12 foram entregues às equipes de contingência. O Terminal de Cabiúnas está sob controle da equipe de contingência. Os trabalhadores ocuparam por mais de 24 horas o sistema de carregamento do terminal e suspenderam a distribuição de GLP até às 15h desta quarta-feira. Na sede administrativa de Imbetiba, o embarque e desembarque de cargas para as plataformas estão bloqueados.

Bahia – mais da metade da produção de petróleo do estado está parada e a adesão dos trabalhadores à greve já atinge mais de 80% da categoria, inclusive, o administrativo. Nos campos de produção terrestre, cerca de 2 mil metros cúbicos de gás diários deixaram de ser produzidos. O impacto na produção de óleo é de pelo menos 6 mil barris por dia. Rlam, terminais da Transpetro, termoelétrica e usina de biocombustível permanecem sem troca de turno. Fafen segue parada.

Duque de Caxias – os trabalhadores do Terminal de Campos Elíseos, da Termoelétrica e da Reduc seguem em greve e as unidades estão sendo operadas por equipes de contingência. Na refinaria, o carregamento de coque e a entrega de produtos químicos estão parados, o que, segundo o sindicato, gera um prejuízo de mais de R$ 1 milhão por dia à Petrobrás.

Rio Grande do Norte – no Pólo Industrial de Guamaré, a Refinaria Clara Camarão e a UPGN estão paralisadas, mantendo em atividade apenas as plantas de segurança. Nas plataformas marítimas, a produção foi interrompida em 13 unidades, impactando em 50% a produção de óleo. Nos campos terrestres, diversos poços e estações coletoras estão sendo fechados. A usina termoelétrica de Assu foi entregue para a equipe de contingência.

Ceará – segundo o sindicato, a greve nas plataformas reduziu em 87% a produção de óleo e em 94% a do gás. Na Lubnor, que está sob o controle de equipe de contingência, houve rompimento, nesta quarta-feira, da linha de hidrocarboneto da Unidade de Vácuo (UVAC). Na TermoCeará, os petroleiros também aderiram 100% à greve. No Terminal de Pecém, a operação foi entregue para a equipe de contingência. No Terminal de Maracanaú, a adesão é de 90%. Na Usina de Biodiesel, os trabalhadores continuam impedidos de deixar a unidade.

Espírito Santo – a UTGC e os terminais de Barra do Riacho, Norte Capixaba e de Vitória seguem na greve, com operações reduzidas. Nas plataformas, a greve tem 100% de adesão na P-58 e P-57, que foram entregues às equipes de contingência, com forte impacto na produção.

Unificado de São Paulo – os trabalhadores dos terminais de Barueri e Guararema somaram-se à greve nesta quarta-feira, com 100% de adesão no turno e no administrativo. A Recap e a Replan estão sob controle das equipes de contingência. Segundo o sindicato, houve uma redução na produção da Replan, ocasionada, principalmente, pela baixa no Coque. Na Usina Termelétrica Luis Carlos Prestes, em Três Lagoas (MS), os trabalhadores também seguem em greve.

Minas Gerais – os trabalhadores da Usina de Biodiesel de Montes Claros somaram-se à greve, que prossegue na Regap e na Termoelétrica Aureliano Chaves.

Pernambuco e Paraíba – greve prossegue no Terminal de Suape e na Refinaria Abreu e Lima, onde trabalhadores continuam sendo retidos pela gerência há mais de 72 horas, junto com a equipe de contingência.

Amazonas – Reman e Terminais de Coari e Solimões, continuam sem rendição nos turnos.

Rio Grande do Sul – os trabalhadores dos terminais da Transpetro (Tedut, Terig e Tenit), da Refap e da Termoelétrica Sepé Tiaraju, seguem sem trocas de turno, com adesão de 80% da operação e de 60% do administrativo.

Paraná e Santa Catarina – nesta quarta-feira, os trabalhadores de São Francisco do Sul aderiram à greve, que segue agora em todos os terminais da Transpetro: Tefran, Temirim/Guaramirim, Teguaçu/Biguaçu, Tejaí/Itajaí e Tepar/Paranaguá. Na Repar e na SIX, as unidades estão sendo mantidas por equipes de contingência. Na Fafen, a produção da unidade continua paralisada.

Fonte: FUP