Greve com início marcado para dia 5 está mantida

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A Bacia de Campos provou que não vai dobrar-se às incoerências e bravatas dos gerentes e seguirá firme para a greve pelo dia de desembarque. O recado da greve que fizemos, de 14 a 18 de julho, foi bastante enfático: Não toleramos enrolação! Queremos uma solução para o impasse!

As noventa e seis horas de mobilizações, que se completam nesta quinta, 31, atordoaram os gerentes que julgavam que com alguns documentos e com os desembarques para realizar “cursos”, iriam intimidar as pessoas e mudar o rumo do movimento. Aliás, a atuação dos gerentes nesse episódio é um capítulo à parte, que foi analisado pelo editorial (reproduzido abaixo) do Nascente desta semana com o título: Vale tudo!

Muito diferente disso e com bastante organização, a categoria provou que é coerente para manter firme o que foi decidido soberanamente nas assembléias. Os serviços necessários à segurança, habitabilidade e manutenção da produção foram realizados normalmente. Os demais serviços, não essenciais, foram rejeitados pelos trabalhadores em quase todas as plataformas.

O próximo passo, caso a Petrobrás não quebre seu silêncio em relação ao Dia de Desembarque, será seguir em frente até a greve com início marcado para o dia cinco de agosto. A saída conquistada pela FUP para PLR foi só o primeiro passo dessa luta e é também uma conquista construída pela Bacia de Campos. Porém, engana-se quem pensa que esse passo encerra ou reduz nossa disposição para lutar pela solução de nossa demanda específica.

A direção do NF sempre afirmou que unificou a luta do dia de desembarque com a PLR para não manter dois calendários que poderiam acabar inviabilizando e desgastando o movimento. O NF reafirma que o indicativo da FUP, de aceitação da PLR e suspensão da greve, só vale para as outras bases. Para a base do Norte Fluminense, que tem a demanda específica do dia de desembarque, uma pendência do ACT 2007, a orientação é de continuidade do calendário. Tanto é que no dia de hoje o sindicato protocolou um documento que avisa a Petrobrás que a partir do dia 05/08/2008 iniciará uma greve nas plataformas da Bacia de Campos pelo impasse nas negociações do dia de desembarque.

Sigamos em frente!

Saudações Sindicais

Macaé, 31 de julho de 2008

Diretoria Colegiada do Sindipetro-NF

Leia o editorial do Nascente desta semana

Vale tudo!

Todos lembram a conhecida musica do saudoso Tim Maia que dizia: Vale, vale tudo; Vale o que vier, vale o que quiser; Só não vale dançar homem com homem; Nem, mulher com mulher, o resto vale. Parece que a música esta inspirando os gestores do atual conflito na Bacia de Campos.
O vale tudo foi usado para rasgar as normas de segurança durante a greve de 14 a 18 de julho na Bacia de Campos. Nessa mobilização de 96 horas atentam contra a ética, a transparência e até mesmo contra o patrimônio público – valores que a Petrobrás sempre afirmou preservar. 
Passado o conflito, é difícil acreditar que as gerências poderão conviver com as incoerências praticadas pelo capricho de não respeitar o direito legítimo que os trabalhadores têm de manifestar-se coletivamente. Preferem desembarcar pessoas para um curso inventado de última hora e reduzir efetivo em várias plataformas sabendo que arriscariam a vida dos demais embarcados. Decidem embarcar pessoas despreparadas para liberar serviços sem segurança, expondo trabalhadores contratados, justamente os que mais se acidentam. Ameaçam com punição trabalhadores que estão exercendo o direito reconhecido legalmente de mobilizar-se pelo que consideram justo, praticando assédio e truculência. Como terão autoridade para exigir o cumprimento de um procedimento? Como vão aplicar qualquer item do código de ética?
É nesse ambiente cada vez mais explosivo, que os petroleiros embarcados na Bacia de Campos estão dando uma aula de unidade e luta e os gerentes uma outra aula de desrespeito às normas e a ética. Em todas as unidades os gerentes não tiveram dificuldades de programar serviços que efetivamente estavam relacionados com segurança e habitabilidade, tal o grau de coerência da mobilização. No entanto, entre os absurdos praticados, alguns trabalhadores informaram ao sindicato que o curso, para o qual desembarcaram, já fora realizado alguns dias antes. A entidade sindical questiona se não seria o caso de descontar do salário dos gerentes o valor pago pelos vôos programados indevidamente. 

Parafraseando o músico Tim Maia: liberou geral!