Greve é considerada a mais importante e emblemática dos últimos 20 anos

Imprensa da FUP – A greve nacional dos petroleiros, que chega neste domingo ao oitavo dia, já é considerada a mais importante e emblemática dos últimos 20 anos. Para a FUP e  seus sindicatos, esta greve é um divisor de águas na história da categoria e deve ser ampliada e fortalecida em todas as bases.

A greve é contra a privatização da Petrobrás, pela manutenção dos empregos e dos investimentos, por condições seguras de trabalho, pela recomposição dos efetivos e pela preservação dos direitos já conquistados pela categoria. Nossa pauta não é por salários e sim para que a Petrobrás volte a ocupar o papel de principal indutora do desenvolvimento nacional. Não reconhecemos, portanto, o índice de reajuste salarial de 18% atribuído pela imprensa como sendo reivindicado pela FUP.

Nossas reivindicações estão expostas no documento Pauta pelo Brasil, que foi apresentado à Petrobrás no dia 07 de julho. É por essa pauta que os trabalhadores das bases da FUP estão em greve e permanecerão mobilizados, pressionando os gestores da empresa.

 

QUADRO NACIONAL NAS BASES DA FUP

A greve tem adesão massiva dos petroleiros nas bases dos 13 sindicatos filiados à FUP, com impactos consideráveis na produção da empresa. O movimento vem se ampliando em várias bases, arrastando trabalhadores do administrativo e terceirizados.

Na área de Exploração e Produção de petróleo, a greve já atinge 49 unidades marítimas da Bacia de Campos, 06 plataformas no Ceará, 03 plataformas no Espírito Santo, além dos campos de produção terrestre na Bahia, no Rio Grande do Norte e no Espírito Santo.

Nas bases da FUP, 11 refinarias estão sem troca de turno: Reman (AM), Clara Camarão (RN), Lubnor (CE), Abreu e Lima (PE), Rlam (BA), Reduc (Duque de Caxias), Regap (MG), Replan (SP), Recap (SP), Repar (PR) e Refap (RS).

Também estão parados os trabalhadores da SIX, Superintendência de Industrialização de Xisto (PR), e das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) do Paraná e da Bahia.

Na Transpetro, a greve se estende por todos os terminais do Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, da Bahia, do Espírito Santo,  do Amazonas, do Ceará, de Pernambuco, de Campos Elíseos e de Cabiúnas (no estado do Rio de Janeiro), além de Guararema, Barueri, Guarulhos e São Caetano do Sul (estes no estado de São Paulo).

Também estão na greve os trabalhadores das unidades de tratamento e processamento de gás natural (UPGNs e UTGCs) do Espírito Santo, do Rio Grande do Norte e do Ceará.

Nas termelétricas, a greve atinge as unidades de Duque de Caxias, do Ceará, de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul, do Rio Grande do Sul, da Bahia e do Rio Grande do Norte. 

Nas usinas de biodíesel, os trabalhadores também aderiram à greve em Minas Gerais, na Bahia e no Ceará.

 

Impactos na produção

 

Na Bacia de Campos, a redução da produção de petróleo chegou a 400 mil barris por dia. Na Bahia, o sindicato estima que metade da produção do estado está paralisada. Nos campos de produção terrestre, cerca de 2 mil metros cúbicos de gás diários deixaram de ser produzidos e na região de Candeias, a produção diária caiu de 4.500 para 2.100 barris de óleo. A greve também impactou na geração de energia em Camaçari, que sofreu uma redução de 64%, caindo de 326  para 118 megawatts. A paralisação da usina de Biodiesel de Candeias interrompeu a produção de bioediesel, ácido graxo e de glicerina.

No Rio Grande do Norte, as 13 plataforma que aderiram à greve chegaram a reduzir em 50% a produção de óleo. No Ceará, a greve afetou em 87% a produção de óleo e em 94% a de gás, segundo levantamento do sindicato. Na Reduc, houve uma queda de 30 mil barris de petróleo refinado por dia e a produção de coque sofreu uma redução de 80%, o que gera um prejuízo de mais de  R$ 1 milhão por dia à Petrobrás. 

No Espírito Santo, a produção das plataformas P-58 e P-57 caiu pela metade, nos dois primeiros dias da greve. Na Recap, o sindicato estima que metade da produção foi afetada. Na Fafen-PR, deixaram de ser produzidos diariamente 2 mil toneladas de uréia, 1.350 toneladas de amônia e 1.680 toneladas de ARLA32 (catalisador para caminhões a diesel), desde a parada da unidade, ao meio dia de segunda-feira (02). Segundo o sindicato, o impacto é de R$ 2 milhões por dia.