Desde à zero hora desta segunda-feira, 14, os petroleiros de 33 plataformas e navios de perfuração da Bacia de Campos atenderam ao indicativo do Sindipetro-NF e aderiram à greve de cinco dias por uma proposta de Dia de Desembarque que contemple as reivindicações da categoria. A Petrobrás ingressou na justiça com interdito proibitório e obteve liminar autorizando o embarque de equipes de contingências, colocando em risco a segurança operacional das unidades e expondo os trabalhadores a acidentes. O Sindipetro orientou os petroleiros a entregarem a planta parada às gerências e solicitarem o desembarque imediato. A greve, que inicialmente foi convocada e planejada para seguir até sexta-feira, 18, com o controle da produção nas mãos dos trabalhadores, será mantida, mas com corte de rendição e desembarque dos petroleiros das plataformas que aderiram ao movimento.
Nesta segunda-feira, 14, não houve embarque dos trabalhadores que seguiriam para a P-19, P-26 e P-37. O Sindipetro-NF entrou com pedido de habeas corpus para os petroleiros que foram mantidos pela Petrobrás nas plataformas contra a sua vontade, o que configura cárcere privado. Os trabalhadores que desembarcaram participaram de assembléia na sede do sindicato, em Macaé, e rejeitaram a proposta apresentada pela Petrobrás no último dia 10, mantendo a greve até sexta-feira, 18, como já havia sido aprovado pela categoria.
O dia do desembarque é um pleito antigo dos trabalhadores da Bacia de Campos. A Petrobrás comprometeu-se a discutir a questão em 2005 no âmbito da Comissão de Regimes, mas não o fez. Em dezembro de 2007, durante o fechamento das negociações do ACT, a empresa assegurou que a solução seria encontrada em 60 dias e até agora não cumpriu seus compromissos. Os trabalhadores da Bacia de Campos realizam desde o dia 05 de maio mobilizações pela solução desta pendência, com paralisações de emissões de PTs e outras formas de luta. O Sindipetro-NF deu prazo até o dia 04 de julho para que a Petrobrás apresentasse nova proposta que atendesse as reivindicações da categoria. A empresa, no entanto, apresentou a proposta no dia 10, às vésperas da greve, e não contemplou os trabalhadores, retrocedendo em vários pontos que já haviam avançado na negociação.
Petrobrás faz de tudo para tentar intimidar os trabalhadores
Durante todo o domingo, 13, a Petrobrás tentou de tudo para tentar impedir a deflagração da greve na Bacia de Campos. Desde a intimidação, através de pedido de interdito proibitório junto ao Tribunal Regional do Trabalho, até mentiras deslavadas em uma videoconferência, onde a empresa chegou ao ponto de se dizer surpresa com o movimento. Ameaças e intimidações continuaram ao longo desta segunda-feira, 14, com os embarques das equipes de contingências, manutenção dos trabalhadores de algumas plataformas em cárcere privado e o corte do acesso dos petroleiros à internet, inviabilizando a comunicação com o sindicato, via e-mail, portal e webradio. Um total desrespeito à organização sindical e ao legítimo direito de greve.
Diga não ao trabalho inseguro. Exerça o Direito de Recusa
Desde 2001, os petroleiros conquistaram em acordo coletivo o Direito de Recusa. A cláusula 109 do acordo coletivo garante ao trabalhador suspender a realização de atividades que coloquem sua vida e a de seus companheiros em risco grave e iminente. Mais do que nunca, os petroleiros próprios e terceirizados das plataformas da Bacia de Campos devem exercer este direito, denunciando assédios, cooptações e intimidações das equipes de contingência que a Petrobrás embarcou para manter a qualquer custo a produção. Recuse-se a exercer qualquer tipo de trabalho inseguro.
Conselho Consultivo da FUP reúne-se nesta terça, 15, para discutir indicativos para a PLR
Nesta terça-feira, 15, a direção colegiada da FUP e seus sindicatos filiados reúnem-se no Rio de Janeiro para discutir encaminhamentos em relação à campanha da PLR. Os indicativos da Federação que serão avaliados pelo Conselho Consultivo são: rejeição da proposta apresentada pela Petrobrás no dia 09, aprovação de uma greve com parada de produção e construção de um movimento unificado com os trabalhadores da Bacia de Campos. A reunião do Conselho Consultivo da FUP está prevista para ter início às 10h.
Eleição no Unificado de São Paulo segue até sexta, 18. Vote Chapa 1 e fortaleça a Unidade Nacional da categoria
Começou nesta segunda-feira, 14, o processo eleitoral para escolher a nova diretoria do Sindipetro Unificado do Estado de São Paulo. A votação segue até sexta-feira, 18, e a FUP convoca todos os petroleiros e petroleiras sindicalizados a participarem desta importante eleição. A Federação, assim como a CUT, a CNQ e seus sindicatos filiados, orienta o voto na Chapa 1, cujos integrantes defendem a unidade nacional dos petroleiros em torno da FUP. Este é o caminho que a categoria apontou nas eleições sindicais recentemente realizadas no Norte Fluminense, Bahia, Minas Gerais, Paraná/Santa Catarina, Espírito Santo, Pernambuco, Ceará, Amazonas e Duque de Caxias. Portanto, conclamamos os trabalhadores petroleiros do estado de São Paulo a somarem-se nesta luta pela consolidação da unidade nacional, elegendo os companheiros da Chapa 1.
Direção Colegiada da FUP