Em greve desde o dia 20 de maio, os trabalhadores da Petrobras Biocombustível (PBio) realizam nesta quarta-feira, 02, atos nas usinas de Candeias (Bahia) e de Montes Claros (Minas Gerais), além da sede da empresa, no Rio de Janeiro. A mobilização chamará atenção para a legitimidade da luta dos trabalhadores em defesa dos empregos e dos investimentos da Petrobrás em biocombustíveis. Os atos ocorrem no mesmo dia em que os sindicatos e representantes da subsidiária participam de uma audiência de conciliação com a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Delaíde Alves Miranda Arantes, relatora do pedido de dissídio coletivo ingressado pela PBio, na tentativa de criminalizar a greve da categoria.
Os trabalhadores estão organizando também um tuitaço a partir das 14h para pressionar os representantes da subsidiária a abrir um canal de negociação com as representações sindicais. A mobilização nas redes massificará ao longo da tarde as tags #EuApoioGrevePBio #PetrobrasParaOsBrasileiros #SustentabilidadeNãoSeVende
A audiência de conciliação, prevista para ter início às 16h, foi proposta pela própria ministra e visa buscar um acordo entre as partes. Na pauta de reivindicação dos empregados está a incorporação dos cerca de 150 concursados da PBio por outras unidades da Petrobrás, caso a venda da usina de biocombustível seja concretizada. A direção da empresa se mostra irredutível e vem se recusando a abrir canal de negociação.
“Será uma mediação no âmbito do dissídio coletivo de greve, ajuizado pela PBio contra os três sindicatos de trabalhadores, o da Bahia, Minas e Rio de Janeiro. Como a greve acontece em três estados, fica no âmbito no TST para decisão única”, explica o advogado Clériston Bulhões, que representa o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro/BA), ligado à Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Enquanto o acordo não vem, a greve continua, entrando nesta quarta no seu 12º dia, e respeitando a liminar determinada pelo TST de manter 70% do efetivo nas unidades de Candeias e de Montes Claros para a garantia da segurança.
“A greve continua até que a solução seja dada, que é a garantia de realocação dos empregados concursados da PBio. A esperança é que isso aconteça nesta quarta”, afirma o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.
“A greve é um direito do trabalhador. O sindicato continuará nessa mediação tentando uma solução negociada para que a pauta seja aceita”, acrescenta o advogado Bulhões, lembrando que a PBio não desenvolve atividade essencial ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, como prevê a lei de greve.
Apesar disso, a direção da PBio dá demonstrações de intransigência. Em decisão antidemocrática e perseguidora, tomada na semana passada, a empresa dispensou das funções gratificadas 12 supervisores que aderiram à greve dos trabalhadores.
[Da comunicação da FUP]