A FUP e os sindicatos estão em processo de negociação com a Petrobrás desde terça-feira (24), buscando avanços em relação às reivindicações dos trabalhadores. Hoje (25), a reunião com a empresa foi retomada, por volta das 10 horas e ainda não há previsão de conclusão.
A greve nacional dos petroleiros segue com adesão total nas unidades operacionais. Seis refinarias estão totalmente sob responsabilidade das equipes de contingência da Petrobrás. Além de despreparadas para assumirem a operação no lugar dos trabalhadores, estas equipes operam com efetivos muito abaixo do que é considerado seguro. Formadas por gerentes, coordenadores e supervisores, as equipes de contingência não têm capacidade de operarem as unidades, colocando em risco a segurança operacional e, consequentemente, potencializando as chances de acidentes.
A Petrobrás continua mantendo em cárcere privado desde domingo (22) os trabalhadores do turno da Rlam (Bahia), Reduc (Duque de Caxias), Regap (Minas Gerais), RPBC (Santos), Refap (Rio Grande do Sul), Fafen (Bahia) e UTGC (ES). Os sindicatos denunciaram o fato ao Ministèrio Público do Trabalho e estão buscando a liberação dos trabalhadores também através de ações judiciais.
Há 100% de adesão à greve dos trabalhadores do turno da Reman (Amazonas), Lubnor (Ceará), Replan (Paulínia/SP), Recap (Mauá/SP), Repar (Paraná), Six (Paraná), plataformas e campos de produção do Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Bacia de Campos, unidades que estão sendo operadas pelas equipes de contingência da Petrobrás.
As equipes de contingência da empresa também assumiram terminais, gasodutos e oleodutos em Santa Catarina (terminais de Itajaí, Biguaçu e Guaramirim), no Paraná (terminal de Paranaguá), no Amazonas (terminal de Solimões), em São Paulo (terminais de Barueri, São Caetano e Guarulhos) e em Macaé (terminal de Cabiúnas). Em todas estas regiões, há 100% de adesão à greve dos trabalhadores do turno.
Sem rendição no turno – nos terminais de Pilões, Alemoa, Tebar e Guararema – todos no estado de São Paulo – os trabalhadores continuam sem rendição nas trocas de turno. O mesmo ocorre na usina de Biodiesel de Quixada, no Ceará.
Controle de produção
Desde o meio dia desta quarta-feira, 25, os trabalhadores do Terminal Almirante Barroso (TEBAR), em São Sebastião (SP), interromperam o bombeio de petróleo cru para as quatro refinarias do estado de São Paulo (Replan, Recap, RPBC e Revap). Os grevistas também não estão descarregando o petróleo dos navios que trazem o produto das plataformas da Bacia de Campos. O TEBAR é responsável pelo escoamento de 60% do petróleo refinado no país.
Os trabalhadores continuam controlando a produção também no Terminal de Manaus (AM), Terminal de Suape (PE), Gasoduto de Paratibe (PE), Terminal de São Francisco do Sul (Santa Catarina) e plataformas do Ceará.
No Terminal Madre de Deus, na Bahia, os trabalhadores do turno de domingo continuam sendo retidos pela Petrobras junto com a equipe de contingência. Devido à exaustão dos trabalhadores, o bombeio de gás e a transferência de nafta foram interrompidos na terça-feira (24). O Sindicato continua tentando negociar com a empresa o controle do efetivo e da produção para efetuar a substituição dos trabalhadores.
No Terminal de Cabiúnas, em Macaé (Norte Fluminense), a equipe de contingência também tenta retomar a produção integral da unidade, que chegou a ser reduzida à metade. Atualmente, o terminal opera com apenas três das seis unidades.
EIXOS DE LUTA DA GREVE DOS PETROLEIROS:
- GARANTIR OS POSTOS DE TRABALHO NAS EMPRESAS CONTRATADAS PELA PETROBRÁS;
ACABAR COM A PRECARIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E OS ACIDENTES QUE MATAM TODOS OS MESES OS PETROLEIROS;
GARANTIR O PAGAMENTO DAS HORAS EXTRAS DOS FERIADOS TRABALHADOS;
ESTABELECER O REGRAMENTO E DISTRIBUIÇÃO JUSTA DA PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS.