Grito da Terra entrega pauta a Lula: ‘O governo precisa investir mais no campo’

 

Da Rede Brasil Atual – Trabalhadores da agricultura familiar entregaram nesta quarta-feira (3) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva as reivindicações do 24º Grito da Terra Brasil. A pauta é elaborada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) e representantes das federações (27) e sindicatos filiados (aproximadamente 4 mil). O documento reúne propostas que visam a elaboração de políticas públicas, além de pedir solução para questões emergenciais “que contribuam para a melhoria da qualidade de vida, trabalho e no fortalecimento da agricultura familiar”.

Marcado para 20 e 21 de maio, em Brasília, o Grito da Terra deverá reunir aproximadamente 10 mil pessoas. O presidente da Contag, Aristides Santos, ressalta a importância da entrega da pauta. “Simboliza a retomada de um processo histórico, de diálogo direto com a Presidência da República. Elencamos os principais desafios que os povos do campo, da floresta e das águas enfrentam atualmente. Uma das grandes questões que tentaremos negociar, entre várias, é a recomposição orçamentária para a agricultura familiar e da reforma agrária. O governo federal precisa investir mais no campo brasileiro”, afirma.

Movimento rendeu conquistas

A primeira edição do evento ocorreu em 1994. A Contag destaca algumas conquistas obtidas desde então: Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Além de políticas relacionadas a habitação, educação e crédito.

Assim, para a confederação, as ações representam “mais um passo na trajetória da implementação do desenvolvimento rural sustentável e solidário, levando à inclusão social, geração de renda, aumento da produção de alimento saudável, contribuindo para a soberania e segurança alimentar e nutricional da população e respondendo aos desafios de adaptação e enfrentamento da crise climática”.

Acesso à terra e à água

No documento, de 27 páginas, os trabalhadores ressaltam a importância do setor para a economia. E muitos problemas.

“Mesmo diante da relevância social, econômica e ambiental dos 3,9 milhões de estabelecimentos da agricultura familiar, existem ainda 1,7 milhão de famílias que produzem basicamente para o autoconsumo. São essas famílias que vivem as piores condições de acesso à terra, à água, à renda, à infraestrutura, esporte, cultura e lazer, à previdência social, à moradia digna, ao saneamento básico, à educação, aos equipamentos e serviços de saúde pública, tecnologias de informação e comunicação. Tais condições são ainda mais agravantes para as mulheres e jovens, o que gera saída do campo”, afirmam os trabalhadores.

 

[Foto: Contag]