Grito dos excluídos mobiliza o país na semana da Pátria

Imprensa da FUP – Mais uma vez, os movimentos sociais estarão nas ruas na sexta-feira, 07 de setembro, para o Grito dos Excluídos, manifestação popular que ocorre desde 1995. Essa será a 24ª edição, que tem como tema “Vida em primeiro lugar”, com o lema “Desigualdade gera violência: BASTA DE PRIVILÉGIOS”.

O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular que nasceu a partir dos movimentos de base da Igreja Católica, com o objetivo de mobilizar a sociedade para temas relacionados ao combate às injustiças e às desigualdades sociais.

“Uma grande camada da sociedade vive à margem dessa mesma sociedade, sem direito à moradia, sem direito à alimentação adequada, sem direito à saúde, ao trabalho, e todos esses aspectos fazem parte da vida e da dignidade humana. Enquanto tivermos uma parcela, que seja um da sociedade que passe por essa situação, há sim sentido no Grito dos Excluídos, ainda que esse excluído não seja o que grite, mas os seus irmãos devem gritar por ele”, explicou dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo da Região Episcopal Sé da Arquidiocese de São Paulo e representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na entrevista coletiva de lançamento das atividades do Grito.

Em todo o país, já estão ocorrendo mobilizações relacionadas ao Grito dos Excluídos, nesta Semana da Pátria. Mas a concentração principal das manifestações será no feriado de 7 de Setembro. As principais capitais e cidades terão atos, atividades culturais e protestos contra a violência e a exclusão social. Uma grande romaria reunirá milhares de trabalhadores que se deslocarão até a cidade de Aparecida, no estado de São Paulo.

Para a socióloga Rosilene Wansetto, uma das coordenadoras do Grito, os questionamentos propostos pela mobilização têm relação com o tipo de sociedade que se deseja construir. “A gente está discutindo um modelo de Estado. Hoje, ele privilegia o mercado e lucro e, ao povo, resta o Estado mínimo, como o corte de políticas públicas e sociais. É um momento importante para a gente discutir um projeto para a nação”, afirmou, destacando que enquanto a PEC dos gastos não for revogada nada de diferente poderá ser feito no país. “É preciso que as pessoas questionem quais são as prioridades da população brasileira? Por que congelar investimentos na Saúde e Educação por 20 anos? Para que o Estado brasileiro está servindo”, questionou a socióloga.

Cartaz traz a mulher no centro das lutas

O cartaz do 24º Grito dos Excluídos é de autoria de Nivalmir Santana, artista plástico formado pela Belas Artes de São Paulo e Unesp. Ele  trabalha há mais de 28 anos com arte sacra em igrejas espalhadas por todo o Brasil. “O cartaz retrata a união dos marginalizados e do povo sofrido que luta por vida mais digna”, explicou.

O cartaz destaca a força da mulher como figura principal, “geradora da vida, que une as forças e luta com o povo sofrido, especialmente na atual conjuntura que vive o povo brasileiro”, como ressalta o artista plástico.

“A arte pretende trazer esperança, não se prende nas mazelas sociais e injustiças, mas olha para o bem comum,  amplia o olhar para ver de outra forma e anima os caminhantes nessa árdua e gratificante tarefa de construir o reino de Deus, começando aqui e agora”, revelou.

 [FUP, com informações do Grito dos Excluídos]