Hibernação das plataformas: Orientação é para que trabalhadores não assinem documentos sem falar com o sindicato

A diretoria do Sindipetro-NF realizou na quinta, 24, às 19h uma reunião setorial com trabalhadores das plataformas que estão sendo hibernadas ou vendidas pela Petrobrás: Namorado, Garoupa, Cherne, P-07, P-08, P-12, P-15, P-26, P-33 e P-37.

Na reunião foi apresentado um panorama dos desinvestimentos na Bacia de Campos e as medidas jurídicas e administrativas que o Sindipetro-NF tem tomado para tentar barrar esse processo.

Os trabalhadores que participaram expuseram a situação que cada um tem vivido, os impactos em suas vidas e de suas famílias. Também denunciaram casos de transferências arbitrárias. O Sindipetro-NF orienta que a categoria não assine nenhum documento sem consultar o sindicato e a assessoria jurídica.

Na avaliação do diretor do NF, Johnny Souza, a setorial foi positiva. “A reunião foi muito boa, com ampla participação da força de trabalho que atua nas plataformas que estão em descomissionamento, sendo vendidas. É muito importante a participação de todos na reunião e setoriais do sindicato, porque é o momento que a gente tem para juntar nossas ideias e tocar a luta coletiva. Juntos somos mais fortes!” – comentou para o site do NF.

Os fatos

A empresa está hibernando diversas plataformas na Bacia de Campos e anunciou na última semana um cronograma de transferências estabelecido por ela. Inicialmente essas transferências serão para as refinarias, inclusive aquelas que estão à venda, para depois realocá-los onde a empresa decidir. Em paralelo foi aberto um Plano de Demissão Voluntária específico para quem está lotado nas plataformas de Namorado, Garoupa, Cherne, P-07, P-08, P-12, P-15, P-26, P-33 e P-37.

No início da pandemia a FUP e o Sindipetro-NF já haviam exigido a imediata suspensão das transferências de trabalhadores que estavam sendo realizadas em plena pandemia. A empresa descumpria a Cláusula 41 do Acordo Coletivo de Trabalho 2019, que tratava da transferência de petroleiros de unidades hibernadas, sem discussão prévia com os sindicatos, que sequer foram comunicados a respeito dessas medidas.

A empresa segue com as movimentações de trabalhadores durante a pandemia, sem cumprir protocolos de segurança da Organização Mundial de Saúde e na contramão das recomendações de órgãos fiscalizadores, que  orienta os empregadores a não realizar transferências de trabalhadores durante a pandemia, até que haja sinalização das autoridades sanitárias de redução de riscos e controle epidemiológico.