Com testemunhos fortes sobre uma dor de mais de duas décadas, familiares de petroleiros mortos no acidente da P-36, em 2001, participaram na noite de ontem do programa NF ao Vivo. A edição marcou a passagem dos 22 anos da tragédia que matou 11 trabalhadores da brigada de incêndio.
Familiares de Sérgio dos Santos Souza — Suzane Souza (sobrinha), Paulo José (irmão) e Sérgio Filho (filho) — e a viúva de Emanoel Portela Lima, Luzineide Maria, falaram sobre as ausências insubstituíveis, sobre os legados dos trabalhadores e sobre a união que todas as famílias formaram ao longo deste tempo de luto e de luta. A conversa foi moderada pelo jornalista Vitor Menezes e pelo diretor do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira.
As falas humanizam a tragédia — termo que, a propósito, Suzane recusa, por parecer não previsível —, mostrando que os trabalhadores são mais do que números de matrícula, e ajudam a conscientizar sobre a necessidade de manter a prioridade máxima na defesa pela segurança no trabalho.
Em um dos muitos depoimentos emocionantes, Sérgio Filho contou que uma vez, na escola, um professor que não sabia que ele é filho de uma das vítimas do acidente começou a passar um vídeo sobre o caso P-36 para a turma. Ele não suportou e teve que pedir para parar, revelando para a turma o seu vínculo com o que esta sendo exposto na tela. Só então seus colegas souberam que o acidente que havia levado o seu pai era o da famosa plataforma da Bacia de Campos.
Entre as observações feitas pelos familiares sobre estas mais de duas décadas de convívio com a categoria petroleira está a de que cresceu, segundo eles, a atenção dada pelos trabalhadores às suas falas. Ontem pela manhã, eles haviam participado do ato no Heliporto do Farol de São Thomé, falando aos trabalhadores no saguão. A avaliação é a de que a categoria está mais atenta à mensagem da prevenção aos acidentes por meio da união e da atuação junto ao sindicato.
Confira abaixo a íntegra do programa:
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