Hotelaria contraria NR-37 e categoria enfrenta precariedade na alimentação a bordo de plataformas

O Sindipetro-NF tem recebido denúncias da categoria petroleira de que a alimentação nas plataformas está ficando cada vez mais precária, com opções muito reduzidas de cardápio. Esta limitação contraria a NR-37, a norma regulamentadora do Ministério do Trabalho que define as condições necessárias para a manutenção da saúde e a segurança em plataformas de petróleo.

Trabalhadores relatam ao sindicato que em várias unidades estão há dias repetindo com muita frequencia a combinação entre carne de porco e repolho, para reduzir custos com outros alimentos.

Para o coordenador do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira, a alimentação correta, de qualidade e variada é uma exigência nutricional e um direito do trabalhador.

“O cara está lá embarcado, não pode sair para comprar uma bala, não consegue escolher o que comer, como se fosse um presidiário, alguém que estivesse contribuindo negativamente para a sociedade e devesse ser punido de alguma forma. Como se os petroleiros não fossem dignos de melhores condições de alimentação, de satisfação. Todo dia a mesma coisa, não adianta, todo mundo vai ficar enjoado, não aguentar mais olhar [para a comida]”, afirma Vieira.

O que prevê a norma

O ítem 37.13 da NR-37, sobre alimentação a bordo, prevê que “A operadora da instalação deve garantir que os trabalhadores a bordo tenham acesso gratuito à alimentação de boa qualidade, preparada ou finalizada a bordo, fornecida em condições de higiene e conservação, conforme prevê a legislação vigente”.

Sobre o cardápio, a norma afirma que deve ser “a) variado e balanceado; b) elaborado por profissional nutricionista legalmente habilitado; c) de conteúdo que atenda às exigências nutricionais necessárias às condições de saúde dos trabalhadores; e d) adequado ao tipo de atividade laboral e assegurar o bem-estar a bordo.”

Denuncie

O Sindipetro-NF está muito atento às condições de alimentação a bordo e solicita aos petroleiros e petroleiras que enviem mais relatos para [email protected]. Além de cobrar a Petrobrás a correção imediata do problema junto à empresa de hotelaria, a entidade poderá oferecer denúncias aos órgãos fiscalizadores.

O assunto também será pautado pelo sindicato na próxima reunião com gerências de SMS, prevista para acontecer na semana que vem.