As instituições de ensino da região do Norte Fluminense sentem na pele a redução dos investimentos da Petrobras na Bacia de Campos. Nos últimos quatro anos, o Instituto Federal Fluminense (IFF), por exemplo, registrou uma queda de 90% no volume de processos seletivos para estágios realizados por empresas ligadas ao setor de petróleo e gás, fornecedoras da Petrobrás.
“O IFF sempre foi muito procurado pelas empresas de petróleo e gás, com o objetivo de ‘arrematar’ os recém-formados para estágios. Hoje, os jovens saem com o diploma debaixo do braço e seguem para suas casas, sem perspectiva,” disse Jefferson Manhães, na live realizada pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (SindipetroNF), na última sexta-feira (23). Os cursos mais procurados pela Petrobras, historicamente, são mecânica, eletrotécnica e engenharia de controle e automação.
Dados da Agência de Oportunidade do IFF apontam que o volume de processos seletivos vem diminuindo ano a ano, gradativamente. Em 2014, eram feitos em média 20 processos seletivos por ano, o que refletia na contratação de aproximadamente 200 estudantes. Já em 2015 foram seis. Em 2019, apenas dois, que resultaram na contratação de 20 estudantes. Essa situação vem se agravando, desde que se iniciou a política de desinvestimento da estatal na Bacia de Campos. “Se a Petrobras sair da nossa região, vai zerar o campo de trabalho. Eu não vejo a nossa região sem a Petrobras”, diz Manhães.
De acordo com o reitor do IFF, uma vez que o estágio é obrigatório em muitos dos cursos oferecidos pelo instituto e devido à queda na oferta desses estágios, a instituição precisou baixar uma portaria para que trabalhos orientados fossem contados como pontuação para o término de curso. (Com informações do NF Notícias e da Assessoria de Comunicação. Foto: Divulgação / IFF)