O MST divulgou na noite de ontem nota que informa que o Assentamento PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) Osvaldo de Oliveira, na região serrana de Macaé, foi atingido por incêndio natural provocado pelas altas temperaturas e a seca. O Sindipetro-NF e diversos outros movimentos sociais iniciaram imediatamente a articulação da solidariedade para prestar os primeiros apoios aos assentados e reunir doações para reconstruir moradias e instalações agrícolas.
Nesta manhã, os diretores sindicais Marcelo Nunes e Silvando Bispo estão no assentamento para verificar as demandas e contribuir nas ações de solidariedade. De acordo com o MST, em razão dos fortes ventos o fogo se alastrou rápido durante a tarde de ontem e, mesmo com a ação dos Bombeiros, não foi contido. Não houve feridos.
“O incêndio provocou a perda total de várias unidades de produção e moradias dos assentados, perda total de produção, sistemas de irrigação e criação animal, como também atingiu o sistema de rede elétrica, deixando as famílias sem energia e sem água (já que as mangueiras que distribuem desde a nascente, também foram atingidas pelo fogo)”, informou o movimento.
Registro em vídeo feito nesta manhã mostra o campo devastado pelas chamas. No final da página, galeria de fotos também mostra a extensão dos danos.
Em outro vídeo, a assentada Maria Vânia da Silva conta que o assentamento já havia sido atingido por outro incêndio, mas desta vez os prejuízos foram muito maiores. Ela se emociona ao relatar a luta dos trabalhadores para tentar salvar as suas casas e descreve a destruição de uma grande área de plantações. Confira:
Faltou estrada para acesso dos bombeiros
Além de relatar a destruição provocada pelas chamas, o movimento dos sem terra chamou a atenção para as consequências da falta de atenção do poder público em relação ao assentamento.
“É necessário mais uma vez denunciar o descaso público. A falta de estradas gera maior desafio para a entrada dos bombeiros. Há mais de 10 anos as famílias de assentados do PDS Osvaldo de Oliveira lutam para viver e preservar o território, que é o 1º pds do Estado do Rio de Janeiro. O descompromisso do atual governo federal com a reforma agrária se evidencia com a ausência de políticas públicas tão necessárias para se garantir esse direito constitucional que é a reforma agrária”, denunciou o MST.
Desde ontem, sindicatos, movimentos sociais e instituições se articulam na solidariedade aos assentados, que precisam emergencialmente de água para beber, alimentos, agasalhos, cobertores, barracas, lonas, ferramentas e doações em dinheiro para reerguer os barracos. As doações podem ser feitas em qualquer um dos pontos abaixo.
Pontos de arrecadação
Armazém do Campo (Av Mem de Sá 135, Centro, Rio de Janeiro)
Sindipetro-NF – Sede Macaé (Rua Tenente Rui Lopes Ribeiro, 257 Centro)
UFF-Rio das Ostras (Portaria de entrada do Instituto de Humanidades e Saúde (IHS), Campus Universitário de Rio das Ostras)
UFF-Macaé (Hall de entrada, Campus Universitário de Macaé)
Acampamento Edson Nogueira (KM 18 RJ 162)
Veja fotos da destruição provocada pelo fogo:
[Fotos: Marcelo Nunes e Silvando Bispo / Sindipetro-NF]
