Irresponsabilidade criminosa

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Marcos Breda*

A Petrobrás não fez um acordo de greve. Não cumpriu a lei que determina o estabelecimento de uma produção mínima pelos trabalhadores para suprir as necessidades essenciais da população. Arrogantemente, desdenhou o Ministério Público do Trabalho, bateu no peito e disse: deixa comigo.

Desse modo, assumiu diversas plataformas que deveriam ser operadas pelos petroleiros em greve de ocupação. Preferiu manter suas instalações e a produção sob os cuidados duvidosos de pelegos despreparados para a operação e em número reduzido. Há casos de fura-greve sem treinamento obrigatório, de pessoal de manutenção atuando em operação, de gerente tentando fazer o trabalho de técnico, entre outros absurdos temerários que estão sendo, todos, denunciados à ANP e ao MPT.

O resultado disso é previsível e já começa a aparecer: vazamentos (como o que ocorreu em P-37) e plataformas inseguras, que levam os grevistas a bordo a pedirem o desembarque — até mesmo para não serem co-responsáveis por uma série de desmandos da equipe de pelegos.

Não é por falta de aviso: o sindicato já anunciou que cobrará judicialmente, sob aspecto criminal inclusive, a responsabilidade por qualquer acidente nas áreas operacionais que tenham sido causados por esta irresponsabilidade da empresa. Estamos diante de uma tragédia anunciada. Chega de impunidade para gestores e para pelegos. Todos têm culpa, seja por ordenar que uma planta seja operada por gente despreparada, seja por aceitar operar sem o devido preparo.

Enquanto isso, sigamos firmes e na luta. Os verdadeiros petroleiros, que lutam em greve por uma Petrobrás e um Brasil melhores, serão os vitoriosos neste movimento histórico. E o tempo se incumbirá de atirar ao lixo da vergonha todos aqueles que não honram o legado nacionalista de tantas gerações que criaram e defenderam a Petrobrás.

* Coordenador geral do Sindipetro-NF.