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Nem um direito a menos!

O dia 29 de maio foi marcado por novas mobilizações da CUT, CTB e movimentos sociais para barrar a agenda conservadora que ameaça os direitos e conquistas da classe trabalhadora. Petroleiros e diversas outras categorias deixaram claro que não admitem retrocessos e cobraram mudanças imediatas na política econômica do governo e uma ampla reforma do sistema político, com o fim do financiamento privado de campanhas.
Nas bases do Sistema Petrobrás, trabalhadores próprios e terceirizados atenderam à convocação da FUP e interromperam suas atividades, com cortes na rendição do turno, suspensão da emissão de PTs, trancaços e atrasos no expediente. Em vários estados, os petroleiros também participaram de atos públicos e passeatas. Na pauta, além da preservação dos direitos da classe trabalhadora, a defesa da Petrobrás e do pré-sal, a redução dos juros, a ampliação das conquistas sociais e outras medidas que vão na direção contrária do ajuste fiscal.
“A agenda econômica que está sendo adotada é aquela do candidato à direita, que nós derrotamos nas urnas”, declarou o presidente da CUT, Vagner Freitas, durante passeata no ABC paulista, onde 55 mil trabalhadores participaram das manifestações e paralisações. Vagner cobrou que a presidenta Dilma vete o projeto da terceirização e sancione a fórmula 85/95, que melhora a aposentadoria, acabando com o Fator Previdenciário.
Polícia para quem precisa
Apesar dos trabalhadores terem agido de forma pacífica, a Polícia Militar reprimiu com violência os atos e paralisações em algumas regiões do país. Se nas manifestações da turma que bate panela e prega a volta dos militares, o clima com os policiais é de paz e amor, com direito a selfies e elogios, nas mobilizações dos trabalhadores por direitos, as cenas são de cacetadas, agressões e prisões arbitrárias. Foi o que aconteceu na porta da Reduc, no Rio de Janeiro, onde um diretor da FUP foi agredido e arrastado por policiais armados, que tentaram impedir na marra o ato dos petroleiros. As cenas se repetiram em outras partes do país, como no Recife, em Pernambuco, onde 11 sindicalistas dos Metalúrgicos foram agredidos, entre eles um diretor da CUT estadual.

Trabalhador no CA da Petrobrás

Deyvid propõe mudanças na gestão do SMS

Em sua primeira reunião no Conselho de Administração da Petrobrás, o representante dos trabalhadores, Deyvid Bacelar, pautou questões que estão na ordem do dia da categoria, como um novo modelo de gestão para o SMS, manutenção dos investimentos no Brasil e maior envolvimento dos trabalhadores nas decisões da empresa. O conselheiro eleito pela categoria passou também a integrar o Comitê de SMS, que discutirá no âmbito do CA políticas de gestão para área de saúde e segurança.
Maior autonomia para o SMS – Uma das propostas já apresentada por ele e que foi acolhida posivitamente pelos conselheiros e pelo presidente da Petrobrás é a criação de uma diretoria de SMS, para que o setor possa ter autonomia em relação a outras áreas da empresa. Há anos, a FUP e seus sindicatos denunciam que a política de segurança só existe no papel, pois na prática as normas internas e a legislação são atropeladas pelas gerências operacionais, que visam tão somente a produção.
Acidente no ES – Deyvid também cobrou a correção do relatório da Comissão que investigou o acidente na FPSO Cidade de São Mateus, causando a morte de nove trabalhadores, em feveireiro. Além de isentar a BW de qualquer responsabilidade, o relatório da Petrobrás ainda culpou as vítimas pelo ocorrido, alegando que descumpriram os procedimentos de segurança. Vários depoimentos de trabalhadores comprovaram que o vazamento de gás que causou a explosão na plataforma era recorrente e que a BW sabia disso e mesmo assim não tomou as devidas providências. O CA ficou de analisar a cobrança de Deyvid na próxima reunião.
Participação dos trabalhadores – Outra proposta que foi bem recebida pelo CA foi a ampliação do mandato do representante dos trabalhadores para dois anos, com possibilidade de uma única reeleição. No próximo pleito, já serão eleitos um titular e um suplente. Além disso, o Conselho ratificou a proposta anteriormente feita pela FUP, de levar as reuniões do CA para diferentes unidades da Petrobrás, de forma a aproximar os trabalhadores dos debates estratégicos sobre os rumos da companhia.
Veja o relato do conselheiro eleito sobre a íntegra da reunião, acessando www.deyvidbacelar.com.br

A quem atendem os indicados pelo mercado?

Apesar da União ser a controladora da Petrobrás, o governo preferiu entregar para o mercado o órgão máximo da empresa, no momento em que mais está fragilizada. O Conselho de Administração é comandado por um dos principais expoentes do setor privado, o empresário Murilo Ferreira, presidente da Vale do Rio Doce. Ao seu lado, está um outro conselheiro totalmente afinado com o mercado, Roberto Catello Branco, que também já dirigiu a Vale, o Banco Central e a FGV – berço do neoliberalismo no país. Soma-se a eles o advogado Luiz Navarro, cosultor da área de governança.
O mercado, portanto, não poderia ter melhores aliados na batalha que trava para que a Petrobrás deixe de ser a operadora única do pré-sal e para que seus valiosos ativos sejam entregues ao setor privado. Os demais conselheiros indicados pelo governo são técnicos – o atuário Luiz Nelson de Carvalho (da USP) e o engenheiro Segen Estefen (da UFRJ) – e apenas dois respondem ao Executivo: Aldemir Bendine e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Cabe aos trabalhadores, portanto, ampliar a luta em defesa da Petrobrás e aumentar a vigilância sobre o CA para que os interesses públicos e os projetos estratégicos da estatal sejam preservados.

 

Quem sabe faz a hora!

Acordo da FUP garante pagamento da PR

No próximo dia 10, os petroleiros, cujas bases sindicais já assinaram o acordo, receberão a sua parte nos resultados operacionais que geraram para o Sistema Petrobrás em 2014. Mesmo sem registrar lucro contábil e sem pagar dividendos aos acionistas, a empresa distribuirá R$ 1,04 bilhão aos trabalhadores. Uma conquista que só foi possível, em função da nova metodologia para pagamento da PLR, garantida pela FUP no ano passado, após dez anos de luta por regras claras e democráticas.
Pela primeira vez na história, a categoria petroleira se apropriará dos resultados de seu trabalho, mesmo sem ter gerado lucro contábil para a empresa. Os sindicatos dissidentes, no entanto, continuam tentando desqualificar o acordo garantido pela FUP, da mesma forma como fizeram no ano passado, quando indicaram a rejeição do regramento da PLR e foram atropelados pela base. Sem propostas e sem luta, ficam no mesmo blá-blá-blá de sempre, negando tudo que é conquistado pela Federação.
Discursos vazios não levam a nada. Sindicalismo se faz com luta de classe, protagonismo e responsabilidade. Se os petroleiros tivessem caído na canto das sereias destes dirigentes aventureiros, não teríamos hoje um acordo histórico. Enquanto isso, alguns sindicatos seguem batendo bumbo, como fazem há nove anos, desde que saíram da FUP, e até hoje nada construíram para avançar nas conquistas da categoria.
Valorização do trabalhador
Na Assembleia Geral Extraordinária que aprovou as demonstrações contábeis da Petrobrás, os acionistas criticaram a empresa por pagar a PR dos trabalhadores e não distribuir dividendos. A mídia, como sempre, se aproveitou do fato para emplacar manchetes tendenciosas, atacando novamente a Petrobrás e a categoria. A FUP explica o que eles não admitem: os resultados positivos registrados pela empresa em 2014, assim como os lucros fabulosos que marcam sua história, foram construídos pelos petroleiros. O regramento da PLR é mais um passo importante na valorização do trabalhador e de toda a riqueza que ele produz para o país.

Sindicatos elegem delegados para 5ª Plenafup

Os sindicatos concluem nesta semana seus congressos regionais para eleição dos petroleiros que participarão da 5ª Plenária Nacional da FUP, que será realizada entre os dias 01 e 05 de julho, em Guararema, interior de São Paulo. Com o tema “Defender a Petrobrás é defender o Brasil”, a quinta edição da Plenafup terá como palco a Escola Nacional Florestan Fernandes, centro de formação de lideranças do MST, que completa dez anos de existência. Cerca de 150 delegados deverão participar da plenária.

 

Em reunião com Bendine, FUP critica desinvestimentos

A hora é de fortalecer a Petrobrás!

Na última quinta-feira (28), a direção da FUP realizou a primeira reunião com o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine. Os petroleiros criticaram a atual política de desinvestimentos da empresa, ressaltando que agora, mais do que nunca, é o momento de fortalecer a companhia para enfrentar os desafios da atual conjuntura política e econômica.
O coordenador da FUP, José Maria Rangel, frisou que a preocupação com o futuro da Petrobrás não é somente dos petroleiros, mas de todos os brasileiros. Ele pontuou a história de resistência da categoria contra a privatização da estatal e a luta atual para que continue sendo a indutora do desenvolvimento econômico e social do país.
Aldemir Bendine falou sobre a situação financeira da Petrobrás e disse que a queda do valor do barril de petróleo tem afetado a capacidade de alavancar os lucros. Ele destacou que o fluxo de caixa da empresa poderá ficar negativo, caso não haja a valorização do ativos, com a abertura da participação de outros investidores no pré-sal. “A empresa acumula uma dívida de cerca de 400 bilhões de reais, muito próximo do limite de alavancagem e qualquer sugestão de desinvestimentos será benvinda”, afirmou o executivo, aumentando ainda mais a preocupação dos petroleiros com a volta da política de privatização da Petrobrás.
Bendine anunciou ainda que a empresa terá um foco expressivo na área de E&P, mas que vai explorar o seu “valor oculto”, como denomina as áreas de negócios não ligadas diretamente à produção. Segundo matéria publicada no jornal Valor Econômico, uma das propostas do presidente da Petrobrás seria transformar a BR Distribuidora numa holding de empresas privadas.
A diretoria da FUP se posicionou categoricamente contra a venda de ativos no Brasil e solicitou que o Plano de Negócios da empresa, que está sendo formulado neste momento, seja debatido com os representantes dos trabalhadores, antes de qualquer implementação. “É necessário adotar uma política de maior transparência e participação daqueles que podem tornar realidade as expectativas planejadas”, reiterou o coordenador da FUP.

Direito à vida e repúdio à terceirização da AMS

Na reunião com o presidente da Petrobrás, a FUP cobrou mudanças na gestão do SMS e a correção imediata do relatório da Comissão que culpou os trabalhadores pelos erros da BW no acidente com a FPSO Cidade de São Mateus (ES). Os dirigentes sindicais cobraram uma reunião específica para que a FUP e seus sindicatos apresentem à nova diretoria da Petrobrás as propostas dos trabalhadores para a construção de uma nova política de SMS que de fato avance nas questões de segurança.
A FUP também criticou o contrato que terceiriza a gestão da AMS e coloca em risco a assistência médica dos petroleiros. As representações sindicais exigiram a suspensão imediata deste processo e cobraram que Bendine indique um representante para acompanhar de perto o que está acontecendo na AMS, bem como no Benefício Farmácia.
Outros pontos cobrados pela FUP foram a reposição imediata dos postos de trabalho afetados pelo PIDV e abertura do Programa Petrobrás de Combate a Corrupção para sugestão dos trabalhadores.

Petroleiros da Transpetro unificam lutas

O I Seminário Nacional dos Trabalhadores da Transpetro, realizado nos dias 23 e 24 de maio, em Macaé, reuniu cerca de 40 petroleiros de unidades da subsidiária de várias partes do país. Estiveram presentes trabalhadores do Rio Grande do Sul, Amazonas, Paraná/Santa Catarina, Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco, São Paulo, Ceará, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Norte Fluminense, Caxias e Oposição RJ). Entre as lutas prioritárias destacadas no seminário, estão a primeirização das atividades de operação, manutenção, inspeção, gestão de SMS e áreas remotas; o fim do Adicional de Sobreaviso Parcial e regularização dos regimes de trabalho; a reincorporação da Transpetro à Petrobrás; e o fim das diferenciações de direitos ainda presentes no ACT. As resoluções do Seminário serão levadas à 5ª Plenafup, que acontece no início de julho, em Guararema.