Leia o Nascente 751

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CONTEÚDO NASC 751

EDITORIAL

A vitória do agendamento

Uma das teorias que explicam porque as notícias são como são é a chamada Agenda Setting, a “Teoria do Agendamento”. De acordo com ela, o jornalismo teria, em razão dos seus meios massivos de comunicação, condições de “agendar” temas na opinião pública, fazendo deles assuntos aparentemente mais relevantes do que outros não pautados pelas redações e demais programas da mídia. É em razão deste efeito que, numa segunda-feira, por exemplo, milhões de brasileiros comentam pela manhã, nas conversas informais com parentes e amigos, o que viram no “Fantástico”, da TV Globo, ou no “Domingo Espetacular”, da TV Record, as duas maiores audiências das noites de domingo.
Parte do que caracteriza as batalhas no campo da comunicação, portanto, passa por esta disputa pelo agendamento. E é dificílima e desigual esta disputa. No Brasil, poucos grupos empresariais e familiares dominam a grande maioria das redes de TV e emissoras de rádio, que são concessões públicas, e mantêm os maiores jornais e portais noticiosos. 
Quando um sindicato, uma ong, uma associação, tenta caminhar em sentido diferente dos temas hegemônicos da mídia, enfrenta esta muralha da agenda já consolidada pelos meios tradicionais. As tarefas destas entidades são gigantescas neste sentido. Buscar pautar um tema diferente daquele que está no dia-a-dia das pessoas, em razão da exposição midiática, tem exigido um comprometimento que pode durar toda uma vida, no caso dos militantes, e grandes esforços e tantos recursos quanto possíveis, no caso das organizações populares.
O Sindipetro-NF, apesar de ser uma entidade ainda relativamente jovem, tem consolidada esta consciência, a da importância do investimento em comunicação. O sindicato vem, ao longo dos últimos anos, se empenhando em dotar o seu departamento da área de cada vez mais condições de disputar esta agenda pública, fazendo antes o dever de casa de disputar a agenda do próprio petroleiro — também suscetível, como qualquer cidadão, ao massacre da grande mídia.
É por isso que a entidade tem um grande orgulho de ter conseguido agendar o tema da segurança do trabalho no setor petróleo na sociedade e na própria categoria, em conjunto com a FUP e demais sindicatos petroleiros. E um dos sinais da eficácia deste agendamento foi dado nesta semana, quando a presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, em entrevista a Paulo Henrique Amorim, na Record News, quando questionada se a presidente da República dava “pitacos” na companhia, revelou que Dilma Rousseff trata quase sempre de questões macro, como investimentos e preocupações com a oferta de energia, mas se interessa por um assunto específico: a segurança nas áreas operacionais.
“A presidenta é muito preocupada com a segurança operacional na Petrobrás”, disse Foster.
Por diversas vezes, logo ao amanhecer, a presidente da República determina que Foster dê algum esclarecimento sobre acidentes e vazamentos, contou Foster.
Isso significa necessariamente que a política da empresa mudará a curto prazo em relação ao tema da segurança? Isso ainda precisa ser melhor verificado. Mas o que é possível dizer é que isso significa que a segurança se tornou um tema inevitável, daqueles que os dirigentes, da companhia e do País, não podem mais fazer de conta que não existem.

ESPAÇO ABERTO

Relato de um drama cotidiano

Petroleiro de P-53*

Eu e meu grupo estávamos em prévia de embarque no Heliporto de São Tomé, no dia 06/06/2012, para o vôo das 09h20 com destino à P-53. Como de costume, fomos convocados para o briefing de embarque, e seguimos para a aeronave Super Puma da Aeróleo (Prefixo PR-VLL). Feito todo procedimento, o helicóptero entrou em funcionamento, sendo que após alguns minutos o motor fôra desligado, e em seguida fomos instruídos a descer da aeronave e seguir para uma sala de reunião, onde a explicação do ocorrido fôra dada pelo comandante, pessoal de manutenção da Aeróleo e segurança de voo da Petrobras. Nos informaram que o problema era de ordem mecânica e que havia sido indicado em uma luz no painel, e que para resolver esse problema, o fabricante orienta no manual que bastava apenas desligar, resetar e dar nova partida na máquina.
Decorrido alguns minutos, nos foi informado que o problema na aeronave havia sido solucionado, sendo então chamados a subir no mesmo helicóptero. A decolagem ocorrera normalmente. Após alguns minutos de voo, fomos surpreendidos por uma manobra com objetivo claro de retornar à costa, onde imediatamente foi ouvido um ruído característico de acionamento do trem de pouso. A partir daí percebemos que algo estava errado. A aeronave parecia estar com potência inferior ao normal, como se houvesse algum problema com as turbinas. Além disso, houve diminuição considerável na altitude de voo. Conseguimos pousar no heliporto de Farol, tendo contado com a perícia e habilidade dos pilotos.
Como acontecera na primeira abortagem do voo, fomos novamente reunidos para esclarecimentos com a mesma equipe da primeira reunião, onde nos explicaram que o problema ocorrido na “outra aeronave” fôra de ordem eletrônico. Imediatamente questionamos que a segunda tentativa de voo tinha ocorrido na mesma aeronave, pois o prefixo era exatamente o mesmo. Pedimos esclarecimentos se a aeronave havia sido testada após o primeiro problema e se não teria sido mais prudente um voo de teste com apenas os tripulantes a bordo. A explicação que nos foi dada é que o procedimento de retorno da aeronave foi executado por segurança, pois um alarme havia sido atuado no painel.
Um fato que nos intrigou, foi quando o comandante se apresentara na sala de reunião para a explicação do motivo do retorno do helicóptero. O seu semblante era carregado acentuadamente, demonstrando clara preocupação, onde tomara um comprimido que certamente não tomaria a bordo da aeronave, nos levando a crer que seria um calmante. Deixamos a sala de reunião com um clima bem desagradável. Após a reunião nos foi informado que o voo fora transferido para o dia seguinte (07/06/2012).
No dia seguinte embarcamos em outra aeronave, com um clima ainda tenso, pois além do ocorrido no dia anterior, o nosso voo para P-53 tem o agravante do heliponto da plataforma apresentar um problema de projeto, sendo que o pouso é restrito ao tipo e direção  de vento.
Estamos cansados de notícias de aeronaves apresentando panes, de ocorrência de incidente, e atrasos por falta de aeronave. Como o contingente de passageiros e o número de plataformas aumentam, e a quantidade de aeronaves não acompanha? Até quando vamos aturar isto?

* Texto apócrifo, de acordo com política editorial descrita abaixo.

COMO ESCREVER
Entre os petroleiros, somente sindicalizados podem escrever. Textos devem ser enviados por e-mail (
[email protected]), tendo, no máximo, 18 linhas de Word em corpo 12 na fonte Times New Roman (aproximadamente 1.600 caracteres com espaços). Contribuições não assinadas são aceitas desde que o autor se identifique para o Sindipetro-NF — que manterá sigilo sobre a autoria.

 

FIGURAÇA DA SEMANA

Globo multada pelo MP

A Procuradoria do Trabalho da 1ª Região firmou acordo com a Rede Globo, no Rio, para que a emissora pague multa de R$ 1 milhão e contrate 150 jornalistas e radialistas. O órgão encontrou na emissora casos de funcionários com expediente de mais de 19 horas e desrespeito ao intervalo mínimo entre expedientes (11 horas), além de não concessão do repouso semanal remunerado. O acordo estabelecido com o Ministério Público no fim de 2011 só foi divulgado nesta semana pelo Sindicato dos Jornalistas. “Profissionais, não apenas da Globo, sofrem com as longas jornadas de trabalho, a falta de respeito às folgas semanais e aos intervalos de 11 horas entre uma jornada e outra. Sofrem sem que a população tome conhecimento. Os trabalhadores que têm a missão de informar jamais são notícia quando o que está em pauta é o desrespeito às leis trabalhistas praticado pelas empresas de comunicação”, denunciou a entidade.

GERAL

Sinal amarelo no caso FPSO Marlim Sul

Acidente no início de junho pode ter sido mais grave do que o noticiado. NF pede relatos da categoria petroleira

 O Sindipetro-NF tem recebido informações da categoria petroleira de que pode ter sido mais grave do que o inicialmente divulgado o acidente entre o navio-tanque Cartola e o FPSO Marlim Sul, ocorrido no dia 1º de junho, na Bacia de Campos. As embarcações se chocaram e houve danos nas estruturas. O heliponto da plataforma Marlim Sul foi danificado, o que provocou a realização dos transbordos primeiro pela plataforma P-40, e nos últimos dias, segundo a Petrobrás,  por meio de um navio posicionado ao lado da plataforma para o embarque por cesta. Há informações, de trabalhadores, de que os embarques voltaram a ocorrer por P-40.
 De acordo com a empresa, hove uma avaliação de que uma avaria no casco, 11 metros acima da linha da água — podendo chegar a sete metros em condições mais severas —, não comprometeu e estrutura e a estabilidade do navio, segundo laudo da certificadora ABS. O trabalho de fechamento, com chapas, será realizado. Um novo heliponto será feito com obras na mesma locação.
 Petroleiros informam ao NF que  o bote de resgate está inoperante. Nos comentários do “Blog Mercante”, muitos trabalhadores deixaram depoimentos sobre o acidente. “Foi um grande susto para todos aqui abordo do Marlim Sul, por sorte esse incidente não teve graves consequências para todos, se o Cartola estivesse mais cheio teria acertado com o seu bumbo o casco do Marlim Sul na altura da sala de máquina, inundando a sala de máquinas, assim poderíamos ter até abandono da unidade”, descreveu um petroleiro.
 O Sindipetro-NF orienta os petroleiros a enviarem informações para o sindicato, para que a categoria possa conhecer as extensões dos danos e os riscos envolvidos sob a ótica dos trabalhadores. 
Relatos de Pendências
 O sindicato mantém o indicativo para que os petroleiros das áreas operacionais se organizem para enviar relatos sobre as condições de segurança, ambiência e pessoal em suas áreas de trabalho, confrontando com as normas regulamentadoras, especialmente o Anexo II da NR 30. O mutirão, que faz parte da campanha “Tire a Mordaça”, vai continuar até o 27 de julho, Dia Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho.

Saguões lotados e até falta d`água em aeroporto

 A semana petroleira começou com mais transtornos nos aeroportos. Cerca de 300 voos foram transferidos desde o último sábado. Trabalhadores permaneceram por horas aguardando em saguões lotados, muitas vezes sentados nas calçadas. No aeroporto de Macaé chegou a faltar água nos banheiros na última segunda-feira.
 O Sindipetro-NF tem manifestado concordância com as necessárias providências de segurança, que impedem voos em condições meteorológicas adversas e em situações em que soam alarmes nas aeronaves. O sindicato tem questionado, no entanto, a falta de planejamento e de infraestrutura para atender à crescente demanda por voos na região.
 Depois de muitas reivindicações da entidade, a Petrobrás, começou nesta semana a tomar, ao menos, a providência de avisar com dois dias de antecedência o cancelamento do voo, buscando evitar que o petroleiro vá até o aeroporto para esperar em vão pelo embarque. A empresa também busca, com isso, enfrentar o problema da falta de vagas em hotéis na região. 
Apreensão
 Espaço aberto desta edição do Nascente traz o relato de um petroleiro da P-53, que passou por momentos de apreensão durante um voo para a plataforma. Questionado pelo NF sobre o caso, a empresa afirmou que “a atividade aérea é reconhecidamente temerosa, mesmo para aqueles que atestam não terem medo de voar, e esse é um dos fatores que mais contribuem para tamanha evolução na Segurança de Voo a nível mundial, ou seja, o mundo voa cada vez mais com segurança, num expressivo processo evolutivo”, citando dados que atestariam a segurança de voo na região e as providências tomadas pela empresa.
 O sindicato tem acompanhado todos os dias, com presença dos diretores no heliporto do Farol de São Thomé, em Campos, e nos aerportos de Macaé e Cabo Frio, a situação dos trabalhadores. Em relação ao excesso de casos de alarmes falsos nas aeronaves, por exemplo, a entidade tem recebido relatos de que o problema seria mais frequente nas aeronaves que operam na região.

Brasileira denuncia holandês

 A Polícia Civil de Macaé investiga denúncia de uma petroleira, funcionária da empresa Odebrecht, de que teria sido agredida por um capitão da marinha mercante holandês, a bordo de uma plataforma operada pela empresa, no dia 8 de abril deste ano, na plataforma SS-81 Norbe VI. A trabalhadora teria sido insultada e empurrada. O Sindipetro-NF acompanha a apuração do caso, mas preserva os nomes dos envolvidos.
 De acordo com a denúncia, um chefe de máquinas, igualmente holandês, também teria agredido a trabalhadora com vários insultos. A petroleira registrou ainda que não foi o primeiro caso, e que a Petrobrás já foi notificada pelos trabalhadores sobre os problemas causados pelos oficiais estrangeiros. 
 O sindicato não quer incorrer em pré-julgamento, mas os relatos e os testemunhos são muito contundentes. Com o crescimento da presença de mão de obra estrangeira no Brasil, a tensão entre trabalhadores de nacionalidades diferentes pode ser crescente, especialmente quando envolve a relação de chefia. Para a entidade, ataques desta natureza são inaceitáveis e devem ser firmemente repreendidos pelas autoridades brasileiras e pelas empresas.

Pautas da categoria em negociação

Enquanto eleições do CA estão suspensas, outros temas continuam em discussão

 Além da luta por eleições limpas para o CA da Transpetro , o sindicato mantém uma agenda de negociações com a empresa em relação a outros pontos de interesse da categoria. Em reunião na terça, 12, com as gerências de RH e SMS, o NF discutiu temas como hora extra de troca de turno,  direitos dos trabalhadores da Sprink, brigada de incêndio, Aso, transporte, participação das Cipas nas paradas e liberação de PT para serviço com caminhão vácuo. Mais informações sobre cada um destes pontos estão disponíveis em notícia sobre a reunião no site do Sindipetro-NF (www.sindipetronf.org.br).
Eleições do CA
 Sobre as eleições, os efeitos da liminar que suspende o pleito continuam. Nesta semana, um dos representantes da empresa na comissão eleitora, Cláudio Negrão, apresentou renúncia. Para NF, no entanto, isso não basta, pois ações da comissão continuariam válidas de acordo com a Transpetro (mais sobre o tema na coluna do Normando nesta edição).

PLR 2011: Conselho Deliberativo se reúne hoje

 O Conselho Deliberativo da FUP se reúne nesta quinta, 14, para traçar os próximos passos para a negociação da PLR 2011. Proposta apresentada pela Petrobrás no último dia 6 está sendo, enquanto isso, avaliada pelo Dieese e pelos sindicatos filiados à Federação.
 A empresa apresentou uma proposta de PLR no valor de 16.500,00. O montante representa uma redução de 15,73% em relação à PLR 2010.
 A reunião com a Petrobrás foi realizada após várias cobranças da Federação pelo início das negociações. Além de negociar a PLR 2011, FUP e seus sindicatos querem estabelecer regras para as PLRs futuras.

Imbetiba: Inspeção da Cipa encontra irregularidades na base

 Inspeção na estação de fluidos realizada pela Cipa de Imbetiba, ontem, na base da Petrobrás em Macaé, identificou pendências como a existência de extintores de incêndio vencidos, alguns havia mais de seis meses.
 Também chamou atenção a realização de uma obra que prevê reparos nos 14 tanques de armazenagem e que está com três deles em trabalho em espaço confinado, com apenas uma equipe de resgate. 
 Para o Sindipetro-NF, sindicato o trabalho deveria estar limitado a somente um local, ou mais equipes de resgate deveriam ser providenciadas, evitando que na eventualidade de um acionamento as outras frentes não ficassem desguarnecidas do resgate. 
 A inspeção foi acompanhada pelos diretores do NF Marcelo Abraão e Ilma de Souza — esta, também vice-presidente da Cipa.

Seminário discute  manutenção

 Começa nesta sexta, 15, em Campinas, o Seminário Nacional da Manutenção, que será realizado até o domingo, 17. O evento terá ainda a representação do NF, com o diretor Gedson Almeida e os petroleiros da manutenção do Tecab Márcio Alves e Carlos Augusto. O pessoal do TBM também terá um representante. O evento vai debater as formas dos trabalhadores intensificarem o combate à terceirização e ao desmonte das manutenções próprias do Sistema Petrobrás.

Servidor federal realiza Marcha em Campos

 Servidores públicos federais realizaram na tarde de ontem, em Campos, marcha para denunciar a precarização das condições de trabalho de professores e técnicos administrativos nas instituições de ensino superior. A categoria, em greve, também reivindica melhorias no plano de cargos e carreiras.
 “Nessa expansão universitária empurrada garganta abaixo só não faltam vagas, mas faltam professores e faltam salas de aula”, denunciam os organizadores.
 O Sindipetro-NF é solidário aos servidores nesta luta.

CURTAS

Reunião TBM

O Sindipetro-NF reúne no próximo dia 18, às 19h, na sede do sindicato em Macaé, os técnicos de manutenção da gerência de turbomáquinas. A categoria vai discutir com a direção da entidade o encaminhamento das suas reivindicações.

Luto

O Sindipetro-NF registra com pesar a morte, na terça, 12, do petroleiro Luiz Carlos Thomaz, 55 anos, técnico de segurança que atuava na região. Ele estava internado no Hospital da Unimed, em Macaé, após ter sofrido um infarto no último sábado. Luiz deixa viúva e quatro filhos. O sindicato manifesta as suas condolências aos familiares e amigos do companheiro.

CURTINHAS

** Lá, como cá: o Sindipetro-PR/SC denunciou nesta semana a ausência de comunicação dos acidentes por parte da Petrobrás. Na Unidade Operacional de Exploração e Produção Sul (UO-SUL) a Petrobrás deixou de comunicar acidentes ocorridos na plataforma SS-11.
** Diretores do NF se preparam para um novo embarque em reuniões de Cipas nas plataformas, no início de julho. É importante que categoria mantenha a entidade informada sobre todas as pendências de segurança.
** Será o quarto embarque de diretores sindicais nas Cipas, abrangendo quase a totalidade das UOs BC e Rio.

NORMANDO

Transpetro tenta enganar a Justiça

Normando Rodrigues*

Processo eleitoral para representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Transpetro: eleição viciada, na qual houve desde a demissão de candidata até a quebra da paridade na composição da comissão eleitoral, passando pela nomeação de integrantes não eleitores.
Eleição foi suspensa por liminar da 74ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, mediante ação do Sindipetro-NF.
A Transpetro, então, pediu à juíza do caso a reconsideração da decisão alegando que:  (a) o presidente da comissão eleitoral – Cláudio Negrão, que não é empregado da Transpetro e, portanto, nem eleitor – não é membro da Comissão (!!!);  (b) essa forma esdrúxula de composição não paritária teria a concordância dos sindicatos, e; (c) a paridade não está quebrada  com a composição de sete representantes da empresa e seis indicados pelos trabalhadores.
Os argumentos foram rechaçados pelo Judiciário. Mas o que devemos indagar é: por que a Transpetro não age de modo leal, admite seus erros, e se dispõe a reiniciar o processo eleitoral da forma correta?
Talvez encontremos a resposta no apego de certas pessoas aos cargos que ocupam, numa lógica que inverte valores, e coloca a gestão da Empresa a reboque de interesses pessoais.  Nesse raciocínio tacanho não há espaço  para um gesto de grandeza, onde um gerente executivo admita que errou. Os gerentes do sistema Petrobrás não erram.
Não erram, até o dia em que perdem o cargo. Aí, então, também não “caem”, não importa o prejuízo que tenham dado às empresas. “Caem” para cima, ou para lado, no máximo.
Decididamente a física newtoniana não funciona nesse universo.

* Assessor Jurídico do Sindipetro-NF e da FUP.
[email protected]