Liminar suspende venda de área do pré-sal da Petrobras para estatal da Noruega

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

Na decisão, juiz afirmou não parecer ser “minimamente eficiente” vender área de exploração por menos de 10% de seu valor estimado

RBA – Liminar concedida pelo juiz Marco Antonio Garapa de Carvalho, da 2ª Vara Federal de Sergipe suspendeu a venda da área de Carcará, no pré-sal, em transação da Petrobras para a petrolífera estatal norueguesa Statoil

A negociação no valor de US$ 2,5 bilhões foi acertada em julho do ano passado, e a decisão judicial atendeu a ação popular movida por Vando Santana Gomes, que também é autor de outras ações contra a venda de ativos da Petrobras. 

O magistrado colocou uma multa de R$ 4 bilhões caso a Statoil comece a explorar a área. Ele também questionou o valor da venda e afirma que não houve publicidade no processo. 

A área de Carcará foi a primeira área do pré-sal a ser vendida dentro do plano de desinvestimentos da estatal, que transferiu para a empresa da Noruega sua fatia de 66% de projeto.  

Para o juiz, não parece “minimamente eficiente” vender uma concessão estatal com a justificativa de “não se ter condições de explorar, quer sejam condições financeiras quer sejam técnicas, por um preço que não chega a 10% do volume total de óleo esperado do reservatório”. 

Já a Petrobras disse que a operação foi fechada em novembro de 2016 depois de ser aprovado por órgãos reguladores e de defesa da concorrência. A empresa também diz que a primeira parcela recebida da Statoil, de US$ 1,25 bilhão, já foi destinada para quitar antecipadamente dívidas com o BNDES.  

A estatal também afirmou que tomará as “medidas judiciais cabíveis em prol de seus interesses”. A meta da Petrobras é arrecadar US$ 34,6 bilhões com a venda de ativos até 2019. Até o fim do ano passado, foram fechadas transações no valor de US$ 13,6 bilhões. 

Entretanto, diversas dessas negociações foram questionadas na Justiça. Em fevereiro, a estatal derrubou liminar que proibia a venda da Petroquímica Suape e Citepe, em Pernambuco, para a mexicana Alpek. 

Depois, a empresa também venceu disputa que suspendia a venda da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) para um da canadense Brookfield, no valor de US$ 5,2 bilhões, a maior operação fechada até o momento.  

Já outras três operações ainda estão suspensas por decisões judiciais, envolvendo a BR Distribuidora e campos de petróleo no Nordeste e no Rio de Janeiro. A empresa também terá de recomeçar as operações que ainda não foram concluídas por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).