Da Imprensa da CUT – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reafirmou seus compromissos de campanha eleitoral ao dizer que o país vai voltar a crescer e gerar empregos com investimentos em obras, saúde e educação, durante ato unificado da CUT e demais centrais sindicais em comemoração ao 1º de Maio, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, realizado no Vale do Anhangabaú, centro da capital de São Paulo.
Ao anunciar a volta da política de valorização do salário mínimo que nos governos do PT valorizou 74% acima da inflação, e o novo valor de R$ 1.320 a partir deste mês de maio, Lula reforçou o importante papel do piso nacional na retomada da economia.
“O trabalhador ganha, o cidadão do comércio que vende cachorro quente, pastel, que vende comida, ganha, por que o trabalhador tendo mais dinheiro ele compra mais, comprando mais o comércio vai gerar emprego e vai encomendar coisas da indústria, a indústria vai gerar emprego e vai começar a funcionar a roda gigante na economia. Todo mundo começa a ganhar até os ricos”, declarou.
Sobre o imposto de renda que a partir de agora será isento de desconto quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.640), Lula prometeu que até o final deste mandato a isenção chegará a R$ 5 mil.
“Ninguém vai pagar mais um centavo de imposto de renda até esse limite e você sabe que eu tenho compromisso com vocês de alternar meu mandato a gente teria isenção até 5.000”, afirmou.
IR sobre Participação de Lucros e Resultados (PLR)
O presidente disse que a área econômica do seu governo vai estudar um pedido da CUT e das demais centrais sindicais de isentar de cobrança o imposto de renda do valor que os trabalhadores recebem como Participação de Lucros e Resultados (PLR). Lula entendeu que se os empresários não pagam sobre lucros e dividendos, os trabalhadores também não devem pagar sobre o que recebem de lucro onde trabalham.
“Se o patrão não paga o imposto de renda sobre o lucro, sobre dividendos que ele recebe por quê que os trabalhadores têm que pagar imposto no PLR?” questionou.
Antes, porém, Lula iniciou seu discurso agradecendo o terceiro mandato presidencial dado a ele pela classe trabalhadora para consertar o país e para que os brasileiros e brasileiras voltem a sorrir e serem alegres. Segundo o presidente o nosso povo não vai permanecer vítima do ódio.
“A gente quer que as pessoas voltem a ser humanistas, que as pessoas se abracem e conversem; a gente não pode viver no mundo onde andar de vermelho é visto como inimigo do inimigo; a gente não pode mais aceitar a ideia de que você tá no restaurante e alguém lhe ofenda, a gente não pode aceitar a ideia de que é proibido dizer que é de esquerda nesse país”, disse o presidente.
Além da pauta de comportamento social, Lula criticou a falta de seriedade de que governantes tratam a questão do emprego e associou a falta de vagas aos juros altos. Para o presidente, empresários e economistas, os juros impedem investimentos e consequentemente, a geração de empregos.
Não podemos viver mais no país onde a taxa de juros não controla a inflação, ela controla na verdade o desemprego
– Lula
O presidente anunciou ainda investimentos de R$ 23 bilhões em obras neste ano contra os R$ 20 bilhões ao longo dos quatro anos do último governo. Lula disse que vai investir em saúde e educação. Prometeu a volta do programa Farmácia Popular, de melhorias no atendimento do SUS com a contratação de especialistas e a construção de uma universidade na zona leste da capital paulista, num terreno que foi doado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quando ele foi prefeito de São Paulo, mas que nenhum governante da cidade levou adiante.
Lula afirmou ainda que seu governo vai inaugurar a universidade federal do ABC em São Bernardo do Campo, recém concluída e vai inaugurar a universidade federal de Osasco, ambas na região metropolitana de São Paulo.
Confira outros pontos do discurso de Lula
Igualdade salarial entre homens e mulheres
“Pela primeira vez a gente vai garantir de verdade que a mulher tem que ganhar o mesmo salário do homem, se ela tiver o trabalho igual. Não é possível que depois de tantos anos de existência da humanidade a gente ainda trate a mulher como se ela fosse um ser inferior. Se ela estiver fazendo o mesmo serviço do homem ela tem o direito de receber o mesmo salário que o homem recebe”, disse.
O presidente da República também chamou a atenção contra o assédio feito às mulheres. Para Lula é uma vergonha a falta de respeito com as mulheres no local de trabalho, no transporte público e, inclusive, nas piadas.
“ Todos nós sabemos que a mulher não é fraca, que em muitas atividades econômicas a mulher é muito mais forte que o homem, muito mais corajosa que um homem”, afirmou.
Investimentos externos
O presidente disse que a volta da geração de empregos também será possível com investimentos externos e a volta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo ele, suas viagens aos Estados Unidos, China, Argentina, Uruguai e Espanha foram realizadas para convidar empresários estrangeiros a investirem no Brasil.
“Vou para Inglaterra agora para trazer investimentos para o Brasil. Estamos mostrando para eles os grandes projetos que nós vamos apresentar no terceiro PAC. São projetos de obras de infraestrutura que vão gerar emprego porque o que transforma o trabalhador numa pessoa mais do que honrada é o seu trabalho.
Vocês me deram uma nova chance eu quero provar para vocês que nesses próximos quatro anos nós vamos fazer muito mais do que eu fiz no primeiro mandato, por conta do meu compromisso com o povo trabalhador, com as pessoas que ralam o dia inteiro e, muitas vezes, não conseguem ganhar o suficiente para cesta básica. Nós vamos mudar esse país
– Lula
Trabalho por aplicativos
Lula lembrou que nos seus dois mandatos foram criados 22 milhões de empregos com carteira assinada e prometeu criar mais, e que mesmo os que trabalham por aplicativos não queiram ter vínculo empregatício, o presidente considerou importante que eles tenham seguridade social.
“Se ele [trabalhador por aplicativo] ficar doente, ele não terá cobertura para ser tratado e nós vamos investir para que ele tenha alguma seguridade”.
Fake News
Uma das preocupações de Lula é com as notícias falsas, as fake News, que segundo ele nunca levou ninguém a lugar nenhum.
“Foi a verdade que derrotou o ex-presidente da República. Vocês se lembram que eles tentaram dar um golpe dia 8 de janeiro, e vou terminar dizendo que todas as pessoas que tentaram dar o golpe serão presas, porque esse país quer democracia de verdade e quer respeito”, encerrou.
Presenças políticas
No ato estiverem presentes o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; das Mulheres, Cida Gonçalves; da Secom Paulo Pimenta; das Relações Institucionais Alexandre Padilha; do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira e a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, entre outras autoridades.
Sérgio Nobre anuncia campanha permanente contra os juros altos
O presidente da CUT Nacional Sérgio Nobre, durante seu discurso no ato desta segunda-feira, 1º de Maio, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, afirmou ao presidente Lula que o movimento sindical fará uma campanha permanente contra as altas taxas de juros no país que hoje está em 13,75%, por decisão do Banco Central (BC), que se tornou independente do governo federal no ano passado.
Para Nobre, o Brasil precisa voltar a crescer de forma vigorosa, gerar emprego que o povo precisa; acabar com a fome, que tinha acabado no governo Lula e, que para isso tem de cair a taxa de juros e Campos Neto deixar a presidência do Banco Central.
“Campos Neto está sabotando o crescimento do país com a taxa de juros de 13,75%. Por isso, presidente [Lula], a partir de amanhã , o movimento sindical está em campanha permanente contra os juros altos
Para Sérgio Nobre é preciso reconstruir o país, destruído por Jair Bolsonaro (PL).
“Vimos nesses últimos sete 7 anos trágicos, que a nossa unidade é fundamental para derrotar o fascismo no nosso país. Mas a nossa unidade vai ser mais importante ainda para reconstruir o que foi destruído por Bolsonaro”, declarou Nobre.
“O senhor em 100 dias de governo fez muito mais para a classe trabalhadora que Bolsonaro em quatro anos”, afirmou.
Antes do início do ato, Sérgio Nobre ressaltou que este 1º de Maio é histórico, por ocorrer poucos meses após a espetacular vitória nas eleições do presidente Lula, que tem uma força simbólica no planeta. O presidente da CUT destacou ainda a liderança de Lula no mundo em defesa da paz e da classe trabalhadora e seus direitos.
“ A classe trabalhadora no mundo inteiro acompanhou as eleições brasileiras porque a vitória de Lula mostrou uma voz em defesa da democracia, dos direitos humanos, e nós queremos mostrar ao Presidente Lula, ao lado do seu exército, do seu povo, dos movimentos social e populares que o Brasil voltou e reencontrou seu caminho no desenvolvimento da democracia”, declarou Nobre.