Luta agora é por ganho real e regras justas para a PLR

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De norte a sul do país, as bases da FUP têm se mobilizado por um acordo salarial com ganhos reais e regras claras e democráticas para o pagamento e distribuição das PLRs futuras. Os petroleiros participaram massivamente da Semana Nacional de Mobilizações que teve início na terça-feira, 11, e se estendeu até sexta (14), com atrasos, panfletagens, operações padrão e outras manifestações nas bases administrativas e operacionais.  A categoria deu o recado e reafirmou para a Petrobrás a disposição de luta para conquistar um acordo vitorioso. 
As negociações com a empresa começaram no dia 10 e prosseguem na terça-feira, 18. Os petroleiros já conquistaram a antecipação da inflação (5,24%), que será paga na folha de setembro para a ativa, aposentados e pensionistas. Os petroleiros querem mais e seguem na luta por ganho real e uma proposta justa para regramento das PLRs futuras.
 Na terça-feira, 18, o Conselho Deliberativo da FUP volta a se reunir para discutir um calendário de lutas mais contundente.  Na quarta-feira, 19, os petroleiros participam do Dia Nacional de Mobilização dos Trabalhadores do Setor Privado e no dia 22 a categoria debaterá a condição feminina no setor petróleo, durante o III Encontro de Mulheres Petroleiras do Rio Grande do Norte, no dia 22, em Natal.

Antecipação da inflação fortalece demais reivindicações

Pela segunda vez, a FUP conquistou para os trabalhadores a antecipação da inflação, fortalecendo as demais reivindicações da pauta e dando fôlego à categoria para lutar pelo ganho real e demais eixos da campanha salarial.  Além disso, a antecipação atende à reivindicação histórica da categoria de correção dos salários sempre que houver perda inflacionária.

Na campanha passada, essa conquista foi fundamental para garantir avanços nas questões de SMS e nas cláusulas econômicas, como o resgate da progressão salarial a cada 12, 18 e 24 meses e o pagamento da dobradinha (extra-turno) do feriado de sete de setembro. A correção automática dos salários quando a inflação atingir 2% é um dos itens da pauta de reivindicações que foi aprovada pelos petroleiros. Vencida essa etapa, a categoria agora deve intensificar a luta pelas demais reivindicações.

Agenda comum com outras categorias

Na sexta-feira, 14, o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, e José Divanilton Pereira, diretor da Federação e da CTB, participaram de reunião na sede da CUT nacional com as categorias que estão em campanha para construção de uma agenda comum de ações. Petroleiros, químicos, bancários, metalúrgicos e trabalhadores dos Correios estarão juntos em mobilizações unificadas que serão realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.  Já na quinta-feira, 20, uma grande manifestação dessas categorias promete parar a Avenida Paulista, onde estão as sedes dos principais bancos, da Petrobrás e da Fiesp.

Semana de Mobilizações agitou bases da FUP

Terça-feira (11) – Reman (AM), Regap (MG), Transpetro (BA), Petrobrás Biocombustível (BA), UO Candeias (BA).
Quarta-feira (12) – Santiago (BA), Miranga (BA), Termelétrica Aureliano Chaves (MG), Alto do Rodrigues (RN), Estreito (RN); UTG-Sul (ES), Terminal Aquaviário de Vitória (ES).
Quinta-feira (13) – Aeroporto Bartolomeu Lisandro(NF), Refap (RS), Recap (SP), Terminal de  Guarulhos (SP), UTGC (ES), Fazenda São Rafael (ES), Usina de Biodiesel de Montes Claros (MG), Araçás (BA), Bálsamo (BA), Buracica (BA).
Sexta-feira (14) – Replan (SP), Terminal São Caetano do Sul (SP), Fafen (BA), Universidade Petrobrás (BA), Terminal de Suape (PE), Repar (PR),  Terminal de Itajaí (SC), Terminal de São Francisco do Sul (SC), Terminal de Paranaguá (PR), Usina do Xisto (PR),Terminal de São Mateus (ES), Terminal de Cabiúnas (NF).

Quarta-feira (19) é Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores do Setor Privado

Os petroleiros do setor privado realizam no próximo dia 19 uma grande mobilização nacional para denunciar o aprofundamento da precarização gerada pela terceirização e cobrar  responsabilidade da Petrobrás para frear esse processo. O Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores do Setor Privado integra o calendário das campanhas salariais da FUP e de seus sindicatos. Em várias bases do país, a mobilização será feita em conjunto com os trabalhadores próprios. Na Bahia, por exemplo, os petroleiros aprovaram paralisação nas principais unidades do Sistema Petrobrás no estado.
A FUP convoca, portanto, todos os trabalhadores a participarem ativamente das mobilizações do dia 19. A Petrobrás terceiriza riscos, transferindo para as empresas contratadas atividades operacionais e de manutenção, que requerem alto nível de especialização e experiência, devido a complexidade  da indústria de petróleo. Não é à toa, que mais de 80% das vidas perdidas em acidentes de trabalho na empresa são de prestadores de serviço. Só esse ano, dos cinco acidentes fatais ocorridos na Petrobrás, todos foram com trabalhadores terceirizados. Além disso, esses trabalhadores atuam em condições totalmente diferenciadas dos trabalhadores próprios. Sofrem com a precarização cada vez maior das condições de trabalho e segurança, além de calotes e desrespeito a direitos básicos.

Bancários vão parar a partir do dia 18

Os bancários entram em  greve por tempo indeterminado a partir de terça-feira, 18. A categoria rejeitou a proposta da Fenaban de 6% de reajuste, que representa apenas 0,58% de aumento real. “Os seis maiores bancos, que empregam mais de 90% da categoria, lucraram R$ 25,2 bilhões no primeiro semestre deste ano, mas fizeram uma proposta que não valoriza os salários dos trabalhadores, enquanto pagam milhões de reais por ano para os altos executivos”, critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. Os bancários reivindicam reajuste de 10,25%, sendo que 5% de ganho real.

Nos Correios, impasse pode levar trabalhadores à greve nacional

A exemplo do que aconteceu no ano passado, a campanha salarial dos trabalhadores nos Correios foi parar na Justiça do Trabalho. A direção da ECT aposta no dissídio coletivo para tentar desmobilizar a categoria, em vez de buscar uma saída negociada para o impasse que pode  levar mais de 120 mil trabalhadores à greve. Em Minas Gerais e no Pará, a categoria já está em greve desde o dia 10. Nos demais estados, haverá  assembleias nos dias 18 e 25 para avaliar o indicativo de greve nacional. Os trabalhadores rejeitaram a proposta da ECT de 5,2% e reivindicam 43,7% de reajuste.