O Sindipetro-NF apresenta à categoria o manifesto que deve ser apreciado nas assembleias que acontecem de 27 de outubro a 5 de novembro, em todas as bases do Norte Fluminense. O texto convoca os trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás e da Transpetro a se prepararem para a greve e reforça as pautas que a gestão da empresa insiste em ignorar nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho — entre elas, a resolução dos PEDs, o teletrabalho para administrativos, a incorporação dos trabalhadores de Cabiúnas, o fim dos desimplantes arbitrários, uma política efetiva de SMS e a implantação da escala 14×21 para o setor privado.
Veja abaixo a íntegra do manifesto:
Aos petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense,
O momento é de atenção e mobilização. A Petrobrás apresentou uma contraproposta que não responde aos anseios da categoria e ignora pontos fundamentais da pauta construída coletivamente pelos trabalhadores e trabalhadoras. A empresa, que segue registrando lucros bilionários e distribuindo dividendos recordes aos acionistas, continua virando as costas para quem gera essa riqueza todos os dias, em terra e no mar.
Não é possível avançar em um Acordo Coletivo de Trabalho digno enquanto persistirem problemas estruturais que a gestão não se propõe resolver e que afetam diretamente a vida da categoria e ameaçam a segurança, a saúde e a estabilidade de milhares de petroleiros e petroleiras.
Entre esses problemas estão os equacionamentos dos PEDs, que seguem penalizando aposentados e pensionistas que dedicaram décadas à construção da Petrobrás. É urgente que a empresa apresente uma solução concreta e definitiva para essa questão, que se arrasta há anos, corroendo a renda e o respeito de quem ajudou a erguer a companhia.
Outro ponto de descaso é o teletrabalho para os administrativos, pauta que reflete não apenas uma demanda de conforto ou conveniência, mas uma necessidade de modernização e qualidade de vida. Enquanto outras empresas avançam em políticas de trabalho remoto, a Petrobrás insiste em permanecer ancorada em práticas ultrapassadas e centralizadoras.
Também é inaceitável a demora na incorporação dos trabalhadores de Cabiúnas, que continuam sendo tratados de forma desigual, como se existissem categorias de petroleiros com direitos diferentes. A luta pela incorporação é uma luta por isonomia, reconhecimento e justiça.
Além disso, o sindicato acaba de receber inúmeros relatos de desimplantes de trabalhadores sem explicação, um processo arbitrário e desumano que agrava o clima de insegurança e ameaça. Nenhum trabalhador pode ser removido de sua base ou função sem diálogo, transparência e respeito.
A situação se agrava ainda mais com a ausência de uma política de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) eficaz e abrangente. O histórico de acidentes, como o de PCH-1 esse ano, os relatos de condições precárias e a falta de fiscalização adequada mostram que a Petrobrás e as empresas contratadas precisam tratar o tema com a seriedade que ele exige. Segurança não é discurso — é prática cotidiana, e precisa ser prioridade.
Para o setor privado, é fundamental destacar a luta pela implantação da escala 14×21 para todos, agora transformada em projeto de lei. Esse projeto precisa ser acompanhado de perto pela categoria.
Diante de tantos impasses e retrocessos, a única resposta possível é a mobilização. A categoria precisa se preparar para a greve. O Sindipetro-NF convoca todos e todas a fortalecerem o movimento e mostrarem que os petroleiros do Norte Fluminense seguem firmes na defesa de seus direitos, de suas vidas e da Petrobrás pública e soberana.
Nossa força está na união. Nenhum direito será preservado sem luta. Nenhuma conquista virá sem resistência. É hora de mostrar, mais uma vez, que somos uma categoria combativa, consciente e pronta para enfrentar os desafios que se impõem.
Ajude o sindicato a fortalecer a pauta de segurança!
Levante e informe as pendências de SMS da sua unidade — essa mobilização é essencial para que possamos exigir melhorias concretas em cada base de trabalho.
Sindipetro-NF – Na defesa dos direitos, da vida e da soberania nacional.
