A orla de Copacabana recebeu no último domingo, 28, a 10a. Edição da Marcha das Mulheres Negras que começou às 10h30 no Porto 3 e terminou às 15h no Leme. Segundo a diretora Jancileide Morgado que participou da atividade, ” a Marcha das Mulheres Negras, que ocorreu em Copacabana, teve uma importância significativa na luta por igualdade, representatividade e combate ao racismo e sexismo no Brasil. Este evento foi um marco para dar visibilidade às demandas, desafios e conquistas das mulheres negras no país”.
A marcha organizada pelo Fórum Estadual de Mulheres Negras reuniu milhares de pessoas e fechou a semana de mobilização pelo Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, além do Julho das Pretas, agenda coletiva de manifestações e celebrações ao longo do mês.
O Sindipetro-NF possibilitou a ida de 46 pessoas à Marcha que segundo as organizadores contou com a participação de 52 dos 92 municípios do Rio de Janeiro.
” A marcha serviu como um espaço de resistência e empoderamento, onde as mulheres negras puderam se unir, compartilhar suas experiências e reivindicar seus direitos. Além disso, foi uma forma de chamar a atenção da sociedade para as questões específicas que afetam as mulheres negras, como a violência, a discriminação racial e a exclusão social” – afirmou Jancileide.
Para a diretora sindical, “ao se reunirem em um evento tão significativo, essas mulheres conseguiram ampliar o debate sobre interseccionalidade, mostrando que as opressões de gênero e raça estão intrinsecamente ligadas. Isso contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todas as mulheres”.
Racismo Estrutural
Dados publicados em matéria da Agência Brasil mostram que na economia as mulheres negras são as principais vítimas do desemprego. Em 2023, as mulheres negras de 18 a 29 anos tiveram uma taxa de desemprego três vezes maior que a dos homens brancos no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) analisados pela organização Ação Educativa. Além disso, a juventude feminina negra tem uma renda 47% menor que a da média nacional.
No âmbito da segurança, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado no último dia 18, revela que 63,6% das vítimas de feminicídio foram mulheres negras em 2023. No ano anterior eram 61,1%.
Em relação à violência sexual, entre 2012 e 2023, também de acordo com o Anuário, a proporção de mulheres negras vítimas saltou de 56,4% para 63,2%.