Marco na aliança entre os trabalhadores do campo e cidade, Plenafup volta à Escola Latino Americana de Agroecologia, no Paraná

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A 11ª Plenária Nacional da FUP será realizada entre os dias 27 e 30 de agosto no mesmo assentamento do MST que recebeu a categoria petroleira há 15 anos

[Da comunicação do Sindipetro PR/SC]

Após 15 anos, a Escola Latino Americana de Agroecologia, situada dentro do Assentamento Contestado, do MST, no município da Lapa-PR, volta a receber uma Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (Plenafup).

O evento, que em 2024 chega à sua 11ª edição, vai reunir petroleiros e petroleiras de todo o país, entre os dias 27 e 30 de agosto, para debater e deliberar sobre as estratégias da categoria para as campanhas reivindicatórias do setor de óleo e gás e também para fortalecer a luta pela reconstrução do Sistema Petrobrás.

Considerada um marco na aliança entre trabalhadores urbanos e rurais no Brasil, a 1ª Plenafup, realizada em 2009, pavimentou o caminho de lutas conjuntas de categorias tão distintas, mas alinhadas no propósito de construir uma nação soberana e com justiça social.

Significado Histórico

Paulo Neves, secretário de comunicação da FUP, participou da 1ª Plenafup. Ele lembra que o evento foi um divisor de águas no movimento sindical petroleiro. “Foi uma verdadeira quebra de paradigma. Até aquele momento, procurávamos grandes redes de hotel que tivessem estrutura suficiente para receber de forma confortável todas as delegações vindas dos sindicatos filiados à FUP. Naquele ano, tomamos a decisão de usar esse mesmo recurso para reformar e melhorar as instalações ligadas aos movimentos sociais para receber os participantes das nossas plenárias e congressos”, conta.

Roberto Baggio, da coordenação nacional do MST, também esteve na 1ª Plenária e reforça essa perspectiva. Para ele, realizar a Plenafup em um assentamento da reforma agrária foi uma atitude política audaciosa e de grande significado. “Foi um gesto concreto de cooperar e contribuir para melhorar as condições materiais da Escola Latino Americana de Agroecologia. Essa decisão política representou um selamento inicial da aliança entre os trabalhadores do campo e da cidade, em um momento histórico estratégico de reafirmação da soberania nacional”.

De volta ao Paraná

A decisão de realizar novamente a Plenária Nacional da FUP no Paraná, especificamente no Assentamento Contestado, também carrega um simbolismo profundo. Paulo Neves destaca que a reabertura da Fafen-PR e o acordo judicial que tornou essa conquista possível, com a contratação de mais de 200 trabalhadores e trabalhadoras, são motivos de celebração. “A luta sempre vale a pena e voltaremos ao Paraná para reafirmar isso”, comemora.

Roberto Baggio complementa que essa decisão é uma forma de projetar o futuro, alinhando as batalhas centrais do tempo presente. “A volta para a Lapa é um olhar histórico de reconhecimento das batalhas travadas nesse território paranaense de luta e rebeldia. É também uma denúncia aos golpistas que sucatearam a economia nacional e fecharam uma indústria de fertilizantes estratégica”, aponta.

Projeto Popular

A realização da Plenafup no Assentamento Contestado neste momento também simboliza a necessidade de ampliar a luta pela soberania nacional. “Retomar a soberania sobre nossas riquezas, seja em terra, mar, produção de comida, energia ou tecnologia, é fundamental”, afirma Baggio. Ele enfatiza a importância de reconstruir um projeto popular para o Brasil, focado na reindustrialização, geração de empregos, distribuição de riquezas e construção de uma sociedade mais justa e solidária.

Neste contexto, a Plenafup se torna um espaço de resistência, conquista e celebração, essencial para seguir construindo um Brasil melhor para todos. “Avante, camaradas!”, conclui Baggio, reiterando a importância da união entre trabalhadores do campo e da cidade na luta por um país mais justo e soberano.