Os trabalhadores do Sistema Petrobrás retomaram nesta segunda-feira, 02, as mobilizações em defesa dos direitos da categoria, deixando claro para a direção da empresa que a categoria não admite arcar com qualquer ônus da crise do capital. Além de aumentar ainda mais a pressão para que a Petrobrás inicie imediatamente as negociações da PLR e cumpra os acordos pactuados com os trabalhadores, as mobilizações desta segunda estão sendo enfáticas: os petroleiros não pagarão a conta de uma crise que não é da classe trabalhadora.
Prova disso é a greve na Replan, em Paulínia, onde os trabalhadores do turno e do administrativo aderiram integralmente ao movimento, exigindo que a Petrobrás recue em sua decisão arbitrária de cortar o pagamento do extraturno para os petroleiros admitidos após 1999. Na Recap, em Mauá, os trabalhadores também estão aprovando em assembléias somarem-se à greve, em apoio aos companheiros da Replan. Nas mobilizações desta segunda-feira, outros sindicatos também começaram a discutir com os petroleiros a construção de um movimento unificado de solidariedade, pois, além da dobradinha ser um direito de todos os trabalhadores de turno, o ataque que a Petrobrás está fazendo contra os companheiros da Replan sinaliza que a empresa não exitará em mexer com outros direitos da categoria. Por isso, a FUP pautará esta questão na reunião de seu Conselho Deliberativo, na quarta-feira, 04, quando serão discutidos encaminhamentos em relação à PLR e outras lutas que estão impulsionando as mobilizações da categoria.
Justiça nega interdito proibitório ingressado pela Petrobrás
A Justiça do Trabalho de Paulínia negou a ação de interdito proibitório ingressada pela Petrobrás no domingo (01) para tentar esvaziar a greve dos trabalhadores da Replan. O juiz que analisou a ação se posicionou contra a manobra autoritária da empresa e reconheceu o direito legítimo de greve dos trabalhadores, que têm buscado todas as possibilidades de negociação com a Petrobrás, chegando, inclusive, a fazerem uma greve de advertência de 24 horas, no último dia 18, na tentativa de pressionar a companhia a acatar a decisão judicial que garante o pagamento do extraturno aos petroleiros da Replan.
O Sindipetro Unificado de São Paulo e a FUP estão desde a madrugada tentando negociar com a gerência da Replan a liberação dos trabalhadores do turno das 16 horas de domingo (01), que estão há mais de 24 horas sendo mantidos na refinaria. A adesão à greve é total, com participação de todos os grupos de turno e do administrativo, causando, também reflexo entre os terceirizados, que estão sendo liberados pelas gerências. A greve deverá prosseguir por cinco dias, conforme aprovado em assembléias.
Entenda a luta dos petroleiros da Replan
Em 1999, os trabalhadores da Replan, através de ação judicial ganha pelo sindicato, mantiveram o pagamento do extraturno, que foi usurpado da categoria através de proposta de indenização imposta pela Petrobrás durante o governo neoliberal do tucanato. De lá para cá, a dobradinha continuou sendo paga a todos os petroleiros de turno da refinaria, inclusive os que foram admitidos posteriormente. A Petrobrás agora quer cortar este direito dos trabalhadores pós 1999, mantendo o extraturno somente para quem foi contemplado na época pela ação do sindicato.
Acompanhe o quadro nacional das mobilizações
Minas Gerais – os petroleiros da Regap estão realizando atrasos de duas horas em todos os turnos. Pela manhã, houve participação dos trabalhadores do administrativo.
Espírito Santo – os trabalhadores da P-34 – plataforma responsável por 80% da produção de petróleo no estado, em unidades próprias da Petrobrás – suspenderam por 24 horas a emissão de PTs. A mobilização teve início à zero hora e seguirá até a meia noite. Em São Mateus, foram feitos atrasos de duas horas nas unidades FAL e SM-8, além da Petrobrás Transporte, em Vitória.
Paraná e Santa Catarina – os trabalhadores estão realizando operações padrões, com controle nas emissões de PTs.
Duque de Caxias – os trabalhadores da Reduc e do Terminal de Campos Elíseos participaram do trancaço realizado pelo sindicato, hoje pela manhã, atrasando em duas horas o expediente.
Pernambuco e Paraíba – houve atraso de um hora na entrada do expediente no Terminal de Suape e nas unidades administrativas de Recife (Center II e Center III). No Terminal de Cabedelo (PB) e no gasoduto de Paratibe (PE), houve concentrações com atrasos de meia hora.
Bahia – os petroleiros da Bahia atrasaram por até quatro horas o início do expediente na Rlam, no Ediba, na Petrobrás Transporte e nas bases do Ativo Sul e Taquipe.
Amazonas – houve atrasos de 1h30 no turno da Reman e na Petrobrás Transporte. No Terminal Aquaviário de Solimões, os trabalhadores suspenderam a emissão de PTs.
Rio Grande do Norte – os trabalhadores realizaram concentrações com atrasos em todas as unidades operacionais do estado. Nas unidades administrativas, o sindicato realizou setoriais.