Morte em PCH-2: Empresa quer livrar gerentes da culpa

Do Nascente 942

O Sindipetro-NF não vai assinar o relatório da comissão que investiga o verdadeiro caso de assassinato ocorrido no último dia 22 na plataforma PCH-2, quando o petroleiro Victor Geraldo Brito, 29 anos, caiu de um piso, a uma altura de 12 metros, que não estava corretamente afixado e morreu em decorrência do impacto. De acordo com o representante do sindicato na comissão, Wilson Reis, o trabalho está sendo feito “a toque de caixa” para apresentar resultados à gestão da empresa, sem que os reais motivos do acidente sejam registrados no documento.

Está prevista para hoje a apresentação do relatório à gerência geral da Bacia de Campos. O sindicato não vai participar da apresentação justamente por considerar açodado o procedimento. A entidade também questiona o fato de o geplat de PCH-2 ter participado da comissão de investigação, o que inibe os trabalhadores durante os relatos sobre as condições inseguras na plataforma.

“Se este comportamento continuar, nós não vamos assinar, pois um documento feito às pressas para atender aos interesses da empresa não vai contemplar a visão dos trabalhadores e o modo sério como o assunto deve ser tratado”, afirma Wilson.

De acordo com o sindicalista, que embarcou na unidade logo após o acidente como integrante da comissão, o piso de grade estava solto, o que causou a morte do trabalhador. O problema havia sido registrado em ata da Cipa, e a gestão da empresa não tomou providências. Ele também destaca que pisos de diversas plataformas da UO-Rio e da UO-BC estão sendo afixados incorretamente com a utilização de braçadeiras Hellermann, quando deveriam ser presos com o uso de pistolas de fixação de piso.

O NF também critica o fato de a Petrobrás não contar com procedimento de segurança próprio para a fixação do piso grade e, além disso, desobedecer a recomendações do fabricante e a norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Denúncia

Nesta semana, o Departamento Jurídico do Sindipetro-NF trabalhou na preparação da denúncia sobre o caso no Ministério Público do Trabalho, na Agência Nacional do Petróleo e na polícia, com queixa crime contra a Petrobrás, por ter incorrido em negligência em relação à conservação dos pisos. O sindicato pedirá a interdição de todas as áreas com problemas no piso até a correção das instalações.