Aos Companheiros e Companheiras do Norte Fluminense
Motivos não faltam para estarmos mobilizados nesta sexta-feira
Nesta sexta-feira, 14 de junho, os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil vão estar unidos em mais um grande protesto contra a sucessão de ataques que temos sofrido ao logo dos últimos anos. De modo mais específico, destaca-se o ataque brutal à Previdência Social, materializado pela proposta de reforma enviada ao Congresso Nacional pelo atual governo. Mas todos sabemos que as ações nefastas de desmonte do Estado e de destruição de políticas públicas espraiam-se por várias áreas, como a do meio ambiente, da educação, do respeito às minorias, das relações externas, da soberania nacional.
Todo este cenário aterrador seria suficiente para estarmos nós, petroleiros e petroleiras, juntos com todas as demais categoria neste dia de luta. Mas ainda há mais. Há os ataques específicos que nós temos sofrido da gestão da Petrobrás sob o governo Bolsonaro, em retrocessos que superam até mesmo os períodos neoliberais de Collor e FHC.
A cúpula da Petrobrás partiu para um confronto direto com a categoria petroleira ao apresentar a mais rebaixada contraproposta de Acordo Coletivo de Trabalho em toda a nossa história, prevendo cortes abissais em várias cláusulas, como tem divulgado o sindicato. Uma das estratégias mais notórias é buscar minar a liberdade de organização sindical, retirando direitos consagrados como a liberação de dirigente sindical e o desconto das mensalidades em folha de pagamento. Tudo para desmobilizar a categoria, para enfraquecê-la em suas reivindicações.
Nos locais de trabalho, a ambiência e a segurança estão extremamente deterioradas. O clima é de terror e perseguição por meio da adoção do sistema de consequências e dos desvios nas Permissões de Trabalho dos trabalhadores a bordo. A incerteza é geral em relação ao futuro, com unidades sendo vendidas e seus trabalhadores sendo tratados como mercadorias também à venda — ou que pode ser descartada se não for mais útil no entendimento da gestão entreguista.
Tentam nos dividir a todo custo, utilizando ferramentas para estimular a competição de todos contra todos e eliminar o espírito de pertencimento à Classe Trabalhadora — como o PCR, o PRVE, o fim da PLR e a indução dos técnicos de segurança a um comportamento delator em relação aos colegas.
As áreas operacionais estão cada vez mais inseguras, com redução nos investimentos em SMS e com a precarização das relações de trabalho. E as áreas administrativas sofrem com a carta branca aos assédios e perseguições. Entre os terceirizados, aumenta o desemprego e diminuem-se salários e benefícios — como a recente retirada de plano de saúde. Na Petros, a gestão da empresa impõe um equacionamento injusto e anuncia um plano controverso sem nenhum diálogo com as entidades sindicais.
Temos sido desrespeitados, ameaçados, coagidos, e temos que dar respostas à altura do que merecem os nossos algozes. A Petrobrás tem sido desmontada rumo à privatização sem que a sociedade brasileira tenha sequer a exata noção do tamanho do crime que está sendo cometido. Nosso pré-sal tem sido entregue às petrolíferas estrangeiras e destroem-se as garantias de que os recursos advindos dessa riqueza mineral sejam destinados à educação, à saúde, ao desenvolvimento econômico e social do povo brasileiro.
Eles não podem seguir impunes nesta toada insana de destruição. Nós, petroleiros e petroleiras, não permitiremos. Honraremos as nossas melhores tradições de luta e estaremos juntos a todos e todas neste 14 de junho.
Que não ousem duvidar da capacidade de luta da Classe Trabalhadora.
Saudações sindicais,
Diretoria do Sindipetro-NF
Macaé, 13 de Junho de 2019