Movimentos convocam ato no dia 23 em defesa da democracia

A CUT e demais movimentos sociais que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo preparam uma agenda nacional de luta no próximo sábado, dia 23 de março. Com o mote “ditadura nunca mais!”, a manifestação terá a defesa da democracia como bandeira central, além de ser um momento para relembrar os 60 anos do golpe militar, pedir pela punição aos golpistas do 8 de janeiro de 2023 e o fim do genocídio na Palestina.

Em São Paulo, o ato terá início às 15h, no Largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP, no centro – o local carrega um simbolismo por conta da resistência ao golpe de 64 e o ato de 11 de agosto de 2022, quando a sociedade se uniu para rechaçar os ataques feitos pelo ex-presidente à democracia.

“Novamente iremos ocupar as ruas, num processo gradual de mobilização e organização da classe trabalhadora, para defender as nossas pautas e o Estado Democrático de Direito. Não aceitaremos nenhum pedido de anistia, como querem os golpistas invasores de Brasília”, afirma Osvaldo Bezerra, o Pipoka, secretário de Mobilização da CUT-SP.

Até o momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou mais de 80 pessoas que participaram da invasão e destruição das sedes dos três poderes em Brasília (DF), no início do ano passado. À época, os criminosos protestavam contra os resultados das urnas, quando a maioria dos brasileiros e brasileiras elegeu, pela terceira vez, Lula presidente.

Já outra investigação em curso busca encontrar os responsáveis pelo plano de golpe de Estado – também fracassado – em que membros do então governo do ex-presidente tentaram impor um regime autoritário ao país. Diante dos avanços das investigações, a bancada da extrema direita no Congresso Nacional chegou a sinalizar um projeto de lei para anistiar (espécie de perdão) os envolvidos.

“Infelizmente, por conta dos episódios do 8 de janeiro de 2023, vimos que é importante sempre relembrar o quanto o golpe fez mal ao país, atrasando o desenvolvimento, aprofundando as desigualdades e, principalmente, restringindo as liberdades e atacando quem se opunha ao regime. Muitos sindicatos, inclusive, sofreram intervenção em suas direções. Lembrar para que não se esqueça e nunca mais aconteça”, continua Pipoka, ao destacar que o ato de sábado coincide com a proximidade dos 60 anos do golpe militar, que aconteceu em 1º de abril de 1964.

Outra bandeira que estará presente será o pedido de cessar-fogo do genocídio em curso na Faixa de Gaza. Desde o início do conflito na região, as forças de Israel já mataram mais de 30 mil civis, sendo a maioria de mulheres e crianças, além de cometerem diversas violações de direitos.

[CUT Brasil]