A Direção Estadual do MST no Rio de Janeiro divulgou, ontem, nota de pesar pela morte do padre Geraldo Lima, militante da reforma agrária e das demais lutas sociais na Baixada Fluminense. O Sindipetro-NF também lamenta a morte do companheiro e registra suas condolências aos amigos e familiares do religioso.
Confira a nota do MST:
Nota de Pesar
É com profundo pesar que nós, MST do estado do Rio de Janeiro, recebemos hoje a triste notícia do falecimento do Padre Geraldo Lima.
Padre Geraldo foi além de um companheiro da luta pela terra no estado, um aguerrido pastor da fé missionária em defesa dos direitos humanos. Sempre usou de seu papel na religião para estar ao lado dos pobres e excluídos desta sociedade.
Padre Geraldo foi um exemplo de ser humano, de trabalhador, de cristão comprometido com as lutas sociais, com a transformação desta sociedade capitalista. Sua partida não só nos fará falta, mais deixará um vazio na luta por uma fé articulada a política.
Padre Geraldo esteve conosco desde as primeiras ocupações de terra, atuando ativamente na baixada fluminense junto dos camponeses expropriados da terra.
Quem teve oportunidade de conviver com Padre Geraldo sabe do seu amor pela terra, sua dedicação àqueles que igual a ele, compreendem a riqueza da vida e da natureza, geradora do alimento.
Sua atuação na Comissão Pastoral da Terra sempre trouxe em evidência a questão agrária do estado e a visibilização das populações camponesas, indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.
Sentiremos sua falta Padre Geraldo. Sentiremos falta do amanhecer em nossas ocupações, quando você, querido companheiro, nos fortalecia com sua mística matinal. Orações realizadas em agradecimento à mãe terra, que sempre nos acolhe, todos em círculo e mãos dadas, como irmãs e irmãos na fé da conquista do pedaço de chão, na fé da justiça ainda que tardia, na fé de que só a luta muda nossas vidas.
Suas orações eram construídas com a linguagem do povo sem-terra, com a beleza da simplicidade dos que com sabedoria apreciam esse espetáculo que é a própria vida, desfolhando-se permanentemente em mais vida.
É uma grande perda diante de um mundo tão marcado de ódio e intolerância, vai-se um grande companheiro que tinha a mesma certeza, tal qual o poeta Carlos Drummond de Andrade, que o mundo é grande, mas o “coração também pode crescer. Entre o amor e o fogo, entre a vida e o fogo” e bradava: – Ó vida futura! Nós te criaremos!
Padre Geraldo, sabemos que seu legado permanecerá vivo em todos que acreditam no papel do ser humano na transformação da vida, na luta pela emancipação, na construção de um mundo justo e fraterno!
Padre Geraldo, Presente, Presente, Presente! Hoje e Sempre!
Direção Estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Rio de Janeiro.