MST e entidades dos movimentos sociais fazem protesto em Campos

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Militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), da CPT (Comissão Pastoral da Terra), de várias outras entidades dos movimentos populares e partidos políticos realizaram na tarde de hoje, na Praça São Salvador, no Centro de Campos dos Goytacazes (RJ), ato público para exigir a responsabilização dos proprietários da Usina Cambayba, à época da Ditadura Militar brasileira, pelo denunciado desaparecimento de cadáveres de presos políticos durante o regime, por meio da cremação em seus fornos. Os manifestantes defenderam a desapropriação das terras da usina para fins de Reforma Agrária.

Antes mesmo das denúncias sobre possíveis crimes cometidos durante a Ditadura Militar, feitas pelo ex-delegado do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), Cláudio Guerra, publicadas pelo livro “Memórias de uma Guerra Suja”, o MST reivindicava a desapropriação das terras, em razão de uma dívida dos usineiros com a União, que de acordo com os manifestantes ultrapassa R$ 100 milhões.

Além de lideranças locais do MST, o ato contou com representantes da direção nacional do Movimento, entre eles Marcelo Durão, que em entrevista à Rádio NF explicou as razões da mobilização.

“Em conjunto com outras organizações, estamos trazendo a questão do período de chumbo, em que companheiros foram assassinados e torturados no Brasil. Em Campos, nós estamos há 11 anos em luta pela desapropriação das terras da Usina Cambayba, que teve seus fornos utilizados para cremar corpos de militantes neste período”, disse Durão.

Os militantes levaram para a Praça São Salvador banners com reproduções de fotos dos militantes que, segundo Cláudio Guerra, foram cremados na usina.

O Sindipetro-NF foi representado na manifestação pelo diretor Luiz Carlos Mendonça, o Meio Quilo, que reforçou a solidariedade histórica dos petroleiros para com as lutas do MST, lembrando que, em Campos, desde a primeira ocupação de terras, no atual assentamento Zumbi dos Palmares (antiga Usina São João), o sindicato esteve junto com o movimento.

“Nós petroleiros, sempre estamos juntos com os sem terra. Mexeu com meu companheiro, mexeu comigo. Em nome dos petroleiros da Bacia de Campos, manifestamos o nosso apoio. Não adianta produzirmos royalties e, para termos saúde, para termos educação, termos que trocar. E não é assim, tem que ter cidadania”, disse Mendonça durante a manifestação.