Mulheres petroleiras manifestam solidariedade à Marina Silva e repudiam violência política de gênero

Da Imprensa da FUP – “Há uma naturalização da violência destinada às mulheres na nossa cultura. Episódios tristes como este com a ministra Marina nos mostram como estamos distantes da equidade que merecemos. Precisamos falar sobre violência política de gênero e combatê-la”, afirma Bárbara Bezerra, coordenadora do Coletivo de Mulheres da FUP.

Leia a nota do 2º Encontro Nacional e Unificado das Mulheres Petroleiras:

O Coletivo de Mulheres Petroleiras da FUP e as trabalhadoras que participam do 2º Encontro Nacional e Unificado das Mulheres Petroleiras, em Xerém, na Baixada Fluminense, repudiam veementemente a violência política de gênero contra a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que foi agredida pelos senadores Plínio Valério (PSDB/AM) e Marcos Rogério (PL/RO), durante audiência pública terça-feira (27) na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal.

Ela foi desrespeitada como mulher e como ministra de Estado, ao ser atacada verbalmente pelos senadores e ter a fala interrompida várias vezes. O senador Marcos Rogério, que preside a Comissão, tentou desqualificar Marina com falas misóginas, como “se ponha no seu lugar”, e ainda cortou o microfone dela em diversas ocasiões. Já Plínio Valério, líder do PSDB no Senado, chegou a afirmar que a ministra “não merece respeito”, levando-a a abandonar a sessão.

Os atos de violência política de gênero contra Marina Silva escancaram várias outras violências, como misoginia, racismo e preconceito de classe, que as mulheres cotidianamente sofrem no Brasil e no mundo. Os ataques contra a ministra não são individuais. São ataques explícitos contra todas as mulheres que se posicionam, que ocupam espaços de poder e enfrentam e denunciam cotidianamente o machismo estrutural.

Marina não é só uma ministra de Estado que merece respeito. É uma mulher negra, que foi professora e sindicalista, forjada nas lutas em defesa do meio ambiente e dos povos amazônicos. Como disse aos senadores que a agrediram, eles querem que sejamos mulheres submissas, mas não somos. Ela, assim como nós, jamais se calará diante de tentativas de silenciamento.

As mulheres petroleiras manifestam total apoio e solidariedade à Marina Silva e exigem que os senadores que praticaram a violência política de gênero contra a ministra sejam responsabilizados. O parlamento brasileiro não pode ser um espaço sexista, que permite assédios e violência de gênero contra quem quer que seja. O lugar de Marina e de todas as mulheres é onde elas quiserem. Por isso, ainda estamos aqui resistindo e na luta seguiremos defendendo a democracia, os direitos e as vidas das mulheres. Nunca jamais sem nós!

[Foto: Foto: Palácio do Planalto, no Flickr]

Veja mais matérias sobre o 2º Encontro Nacional das Mulheres Petroleiras

Transição energética justa tem que envolver as trabalhadoras petroleiras

Mulheres debatem desafios das lutas coletivas diante do avanço do fascismo

Começa em Xerém 2º Encontro Nacional e Unitário das Mulheres Petroleiras