Mulheres preparam mobilizações contra a reforma da previdência

Da Imprensa da FUP – Os coletivos de mulheres estão organizando as diversas mobilizações que agitarão o país, logo após o carnaval, no 08 de março, Dia Internacional da Mulher.

Mais uma vez, o combate à violência e a defesa de direitos estão entre os eixos principais das manifestações, que neste ano abrem o calendário de lutas contra a reforma da previdência. As mobilizações do Oito de Março também denunciarão os ataques do governo Bolsonaro contra a classe trabalhadora, cuja agenda de retrocessos atinge em cheio as mulheres.

Nas principais cidades e capitais do Brasil, haverá manifestações e protestos, logo após o carnaval. Nas semanas seguintes, a luta continua com atos unificados chamados pelas centrais sindicais contra a reforma da previdência.

As centrais sindicais já unificaram a luta contra a reforma da previdência, convocando mobilizações em todo o país para o dia 22 de março.

O Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras estará presente. Fiquem de olho nas agendas regionais.

Oito de março não é uma data comercial

Para muitos, o 8 de Março é apenas um dia para dar flores e homenagear as mulheres. Mas, diferentemente de outras datas comemorativas, esta não foi criada pelo comércio. Sua origem é operária e socialista. É uma data de luta, com diversas mobilizações ao redor do mundo, por igualdade de direitos.

Uma luta que remonta ao início do século 20, quando operárias dos Estados Unidos e da Europa realizaram inúmeras greves e mobilizações por condições dignas de trabalho e pelo direito ao voto. Os movimentos impulsionaram a 1ª Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada em 1907, com a presença de importantes intelectuais marxistas da época, como Alexandra Kollontai, Clara Zetkin e Rosa Luxemburgo, que defenderam a unidade internacional em torno da luta pelo voto feminino.

Um incêndio, em março de 1911, causado por condições desumanas de trabalho a que eram submetidas as mulheres de uma fábrica têxtil em Nova Iorque, matou 125 operárias, entre 13 e 23 anos, e 21 homens, a maioria judeus. Várias mobilizações de mulheres por condições dignas de trabalho e direito ao voto eclodiram ao redor do mundo.

Em 08 de março de 1917 (27 de fevereiro no calendário russo), uma greve das tecelãs de São Petersburgo tornou-se o estopim da Revolução Russa. As internacionais socialistas transformaram a data em símbolo das lutas feministas. A partir de 1922, o Dia Internacional das Mulheres passou a ser celebrado oficialmente neste dia. Em 1975, a ONU reconheceu 8 de março como Dia Internacional da Mulher.

[FUP | Edição Especial Dia Internacional das Mulheres]