Não há nada a celebrar enquanto morrem trabalhadores

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) recebeu com surpresa e indignação o convite da gerência executiva da Petrobrás para a apresentação de resultados de SMS, a ser realizada no dia 10 de dezembro, às 08 horas.

O título “Celebrar com a energia de quem faz” é inadmissível em momentos em que os trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Petrobrás, com a representação das federações da categoria, estão denunciando a política de insegurança praticada pela gestão, após o acidente ocorrido na quarta-feira (27) no Terminal da Transpetro, em Angra dos Reis (RJ), onde dois petroleiros morreram e outro foi gravemente ferido. Nos últimos dias também faleceu Adriano de Azevedo Dantas, coordenador de operações da empresa Aliseo, que teve várias paradas cardíacas quando estava em serviço, no Complexo Portuário do Açu, no Norte Fluminense, e não resistiu.

Há pouco mais de um mês, uma sequência de óbitos causados por acidentes de trabalho e situações de insegurança na empresa já havia revoltado a categoria. No total, são seis mortes em menos de dois meses.

Para o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, “é inadmissível um convite desse tipo, parece um deboche, não temos como aceitar uma “celebração” de conquistas de SMS enquanto nossos companheiros estão morrendo ou sendo feridos por uma política que precisa ser revista. O momento exige da empresa muito respeito e um compromisso sério com a garantia da vida dos trabalhadores e trabalhadoras”.

A FUP reafirma seu compromisso de continuar lutando por mudanças significativas na política de saúde e segurança da Petrobrás, e espera que a gestão da empresa entenda que não há motivos para celebrar.