Nascente 1001

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 Nascente 1001

 

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Editorial

Uma questão de sobrevivência

Ainda que esqueçamos a luta de classes. Ainda que esqueçamos as mais utópicas aspirações libertárias. Ainda que esqueçamos direitos que levaram décadas para se consolidarem. Ainda assim restaria uma conta muito concreta a cobrar de quem meteu o País no buraco em que se encontra. A conta da míséria do povo. Como puderam? Como foram capazes de nos deixar sob ameaça de voltar a figurar no Mapa da Fome? Como destruíram a indústria nacional? Como condenaram 14 milhões de pessoas ao desemprego? Como seguem com o desmonte da Petrobrás? De que matéria é feita essa gente?
Sabe o tipo de coisa que era notícia, por exemplo, em 2014? Algo assim: “O Brasil saiu do Mapa Mundial da Fome em 2014, segundo relatório global da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgado hoje (16) em Roma. A FAO considerou dois períodos distintos para analisar a subalimentação no mundo: de 2002 a 2013 e de 1990 a 2014. Segundo os dados analisados, entre 2002 e 2013, caiu em 82% a população de brasileiros em situação de subalimentação. A organização aponta também que, entre 1990 e 2014, o percentual de queda foi de 84,7%” (bit.ly/2uFziEQ).
Note que o percentual é elevadíssimo no período que abrange os governos Lula e Dilma, que puxa o índice geral de um período maior para cima, mas isso não impede de que se reconheça que até mesmo no governo FHC a estabilidade econômica contribuiu para a queda na fome.
Então, como foi possível que agora a irresponsabilidade política do próprio tucanato em geral, com a molecagem de um Aécio Neves em particular — ao não aceitar o resultado das eleições presidenciais de 2014 —, junto ao servilismo financeiro e da pusilanimidade da maioria do PMDB, permitisse chegar a esse ponto em que chegamos, com as 40 entidades que monitoram a situação da fome no Brasil tendo que incluir em relatório o registro cruel de que o País ultrapassa os 5% da população sem condições de se alimentar e que, portanto, deverá voltar a figurar no Mapa da Fome, que será divulgado em 2019, com resultados de 2017 e 2018 (glo.bo/2tvEitD).
A falta de compaixão, o desprezo pelo pobre, o descompromisso com qualquer sombra de projeto nacional, são características que norteiam a ação dessa gente que está destruindo o País. É preciso resistir e baní-los da política. Isso é uma questão de sobrevivência para milhões de pessoas.

 

Espaço aberto

Por que marchamos?

Conceição de Maria*

No dia 30 de julho será realizada, em Copacabana, a III Marcha das Mulheres Negras, a partir das 9h, que consolida o protagonismo nas ruas em que o povo brasileiro se faz presente para dizer não às injustiças e toda a forma de repressão e a negação aos direitos ora conquistados.
Por que marchamos? Essa indagação ou outras indagações se demandam porque há estereótipo de que a marcha das mulheres negras exclui outras mulheres; digo que não, por quê?
A marcha é para denunciar os retrocessos na política de igualdade racial, na política de direitos humanos e na política para as mulheres. Avançamos nas políticas públicas, a partir dos anos de 2003, com a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres e da Secretaria de Políticas de Igualdade Racial, que eram espaços que garantiam a chegada das vozes de mulheres, negros e negras do Brasil.
O Relatório Anual da Anistia Internacional – 2017 aponta a perda e o desmonte dos programas que garantem a proteção dos direitos aos indivíduos porque sem eles o debate se paralisa.
Essas mulheres que estão em todos os cantos do país lutam pela liberdade e pelo respeito às tradições das religiões de matrizes africanas, reconhecimento das comunidades quilombolas, defesa da cultura afro-brasileira e proteção da juventude negra contra todas as formas de violência que, em 2016, apresentam na estatística oitocentas e onze pessoas mortas pela violência urbana, na sua maioria negro(a)s, no Estado do Rio de Janeiro.
Vamos juntas mulheres negras e de todas etnias, homens, jovens e crianças unidos para a marcha da celebração da vida, para a marcha para concretização das lutas que nos indicam nenhum direito a menos e eleições urgentes, já.

*Diretora do Departamento de Formação do Sindipetro-NF.

 

Capa

AÇÃO DO SINDICATO AJUDA A RECOMPOR EFETIVO DA EMPRESA

Em vitória do Jurídico do NF, Justiça determina que a Petrobrás convoque os aprovados do concurso público de 2014, o que já começou a ser feito por meio de telegrama. Sindicato destaca importância da decisão na luta pela recomposição do efetivo

A Petrobrás foi condenada pela Vara de Trabalho de Macaé a convocar os concursados de 2014, em uma ação impetrada pelo Sindipetro-NF. Por enquanto, a decisão vale apenas para algumas funções. Alguns candidatos aprovados estão sendo convocados, por telegrama, para se apresentarem para admissão. Caso não cumpra a decisão, a empresa pagará multa diária de R$100 mil, até um limite de R$ 5 milhões.
“É uma vitória para a categoria e para o sindicato, que vem lutando há anos pelo reconhecimento do direito dos aprovados e pela recomposição do efetivo”, explica o diretor do Sindipetro-NF, Rafael Crespo.
A empresa também foi condenada a pagar uma multa de R$ 2 milhões, a título de indenização por danos morais coletivos, que serão destinados a ONGs da Macaé — Pestalozzi e o Centro de Recuperação da Vida (Cervi).
A Justiça do Trabalho de Macaé também decidiu pela suspensão de realização de novos concursos, para os cargos relacionados ao concurso de 2014, até a efetiva contratação de todos os aprovados.

 

Ameaça de contaminação

MPT investiga radiação no PT

O Ministério Público do Trabalho (MPT) realizou na terça, 18, auditoria no Parque de Tubos, em Macaé, para averiguar denuncia protocolada em fevereiro deste ano de ameaça grave e iminente de contaminação por radiação dos trabalhadores daquela base. Além de uma procuradora, participaram da investigação uma médica do trabalho, uma engenheira de segurança e o diretor do Sindipetro-NF, Rafael Crespo.
“O MPT analisou a denúncia e encontrou irregularidades. Agora precisamos esperar para a análise final do Ministério e definição de próximas ações”, explicou Crespo.
A denúncia foi protocolada tanto no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) quanto na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e Ministério Público do Trabalho (MPT). Como denunciado no Nascente 975, a Petrobrás estava utilizando cinco tendas de lona para armazenamento de resíduos radioativos, já que os dois galpões de alvenaria certificados pela CNEN encontravam-se sem espaço.
A Auditoria do MPT sobre a Radioatividade do Marimbondo no Parque de Tubos foi um dos temas da reunião da Cipa de Imboassica, que aconteceu ontem. Participaram os diretores Rafael Crespo e Benes Junior (atual vice-presidente da Cipa) e o coordenador Geral do NF, Tezeu Bezerra.

 

Setor privado

Abaixo assinado na Perbras

Petroleiros e petroleiras da Perbrás estão assinando, nas bases, documento [disponível em bit.ly/2vCpOq3] onde reafirmam a intenção de manterem a sua representação sindical feita pelo Sindipetro-NF. O movimento acontece em razão de ter sido publicado recentemente, por outro sindicato, um edital que convoca a categoria para uma assembleia, em manobra simultânea a uma retirada da empresa da mesa de negociações com o NF. Os trabalhadores da Perbrás atuam em diversas plataformas da região e em áreas operacionais do Parque de Tubos, em Macaé.
“Nós empregados da Perbrás – Empresa Brasileira de Perfurações – rechaçamos a tentativa da empresa de abandonar a mesa de negociação com o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense – Sindipetro-NF -, legítimo representante dos trabalhadores e empregados da Perbrás que exercem as atividades relacionadas com o artigo 1º da Lei nº 5811/72, integrando a categoria dos petroleiros do Norte Fluminense”, afirmam.
A declaração coletiva destaca ainda que “o Sindipetro-NF firmou todos os acordos coletivos com a empresa nos últimos anos, defendendo os interesses da categoria. Desta maneira entendemos nula e sem efeito qualquer tratativa ou assembleia realizada com entidade de classe diversa do Sindipetro-NF que não representa os trabalhadores e empregados da Perbrás”.

 

Fora Temer

Protestos voltam a tomar ruas

Das Imprensas do NF e da CUT

Com as bandeiras da defesa da democracia e de Lula, por Fora Temer e Diretas Já e contra a implementação da Reforma Trabalhista, organizações dos movimentos sindical, sociais e partidos vão hoje às ruas de todo o país. Em Campos dos Goytacazes, o ato acontece às 11h, na Rodoviária Roberto Silveira.
Em São Paulo, o ato contará com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e aconcerá na Avenida Paulista, a partir das 17 horas.
De acordo com o presidente da CUT, Vagner Freitas, não se trata de defender apenas a figura ou o legado do ex-presidente mas também o funcionamento democrático e igualitário da justiça brasileira e os direitos sociais, previdenciários e trabalhistas.

 

Transpetro

CA tem votação aberta hoje

Conheça a chapa apoiada pela FUP e sindicatos para o Conselho de Administração

Entre os dias 20 e 30 de julho, os petroleiros da Transpetro terão novamente a chance de elegerem um conselheiro que de fato represente os interesses dos trabalhadores no Conselho de Administração da empresa. O processo eleitoral foi originalmente iniciado em março, mas acabou sendo interrompido pela subsidiária no dia 04 de abril, quando teve início o segundo turno, após uma série de denúncias dos trabalhadores comprovando a vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação.
O Conselho Deliberativo da FUP aprovou por unanimidade o apoio à candidatura do petroleiro Felipe Homero Pontes, 35 anos, Técnico de Operação da Transpetro no Espírito Santo e diretor do Sindipetro-ES. Defensor aguerrido da subsidiária, ele exerceu papel de destaque durante a greve de 2015, quando ocupava a função de supervisor no Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR) e entregou o cargo para se juntar à luta dos trabalhadores contra a privatização e desmonte do Sistema Petrobrás.
A FUP e seus sindicatos conclamam os companheiros da Transpetro a votarem na chapa 3031. Acompanhe a campanha de Homero pelo facebook: https://www.facebook.com/Homero3031/#.

Mulher Negra em Marcha

No dia 30 de julho acontecerá a III Marcha das Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro, a partir das 9h, no Posto 4, em Copacabana – Rio de Janeiro. O evento celebra o Dia Internacional da Mulher Negra, Latina-americana e Caribenha, além da conquista deste dia como data oficial no Estado do Rio de Janeiro.
Como participar
O Sindipetro-NF organizará a participação das mulheres da região na Marcha. Interessadas e interessados devem entrar contato pelo telefone (22) 2765-9550 ou por [email protected]. Acesse bit.ly/2tGVSHV para ler o documento oficial de convocação da Marcha.

 

PLENÁRIA EM CAMPOS

Mesa na Plenária Regional da CUT, realizada na sede de Campos do Sindipetro-NF, preparatória para os congressos extraordinários da Central, com Sérgio Borges (NF) Mateus Maçulo (JPT), Rafael Crespo (NF), Marcelo Rodrigues (CUT-RJ), Duda Quiroga (CUT-RJ) e Antônio Barsotine (MST). Saiba mais sobre os debates em entrevista com o presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues, disponível em bit.ly/2tD1Wl0.

 

Pedido de ajuda dos Ex Funcionários da UTC ao povo Brasileiro

Carta aberta ao povo brasileiro e seus representantes

É com muita tristeza que hoje, 17 de julho de 2017, nós, os 4000 trabalhadores da UTC Engenharia de Macaé redigimos essa carta que serve de apelo à população brasileira e seus representantes, viemos desesperadamente, pedir por nossas famílias e por nossos direitos. Agora no mês de julho, cerca de 1800 funcionários da UTC engenharia, prestadores de serviço nas unidades marítimas da Petrobras, ficaram sem receber o seu pão de cada dia, completando hoje aproximadamente 45 dias sem os seus salários e benefícios trabalhistas e de maneira informal, como se fôssemos meros “peões” nesse jogo empresarial, de cima de um palanque em frente à sede da Petrobras em Macaé, fomos informados que todos, os 4000 pais e mães de famílias, estávamos sendo dispensados de nossas atividades, de forma descartável e sem previsão de pagamento das nossas verbas rescisórias e direitos trabalhistas.
Somos pais e mães de família, que durante anos nos dedicamos com afinco às atividades da parceria entre a UTC engenharia e a Petrobras, muitos se deslocando de outros estados, ficando dias longe de suas famílias, arriscando nossas vidas nos ambientes mais inóspitos do planeta, tudo isso para manter a integridade das nossas plataformas de exploração de petróleo e com isso garantir a soberania de uma economia refletida diretamente em nossa dedicação e capacitação.
Não estamos aqui hoje pedindo por privilégios, mas sim pelos nossos direitos e pela nossa dignidade que foi cerceada de maneira covarde, por duas empresas, que hoje negam o suor do rosto de cada trabalhador que deu uma parte preciosa de seu tempo por essas corporações, como explicar aos nossos filhos que a pouco se orgulhavam de terem pais “petroleiros”, que veem reportagens na teve afirmando que a Petrobras “teve lucro de 4,45 Bilhões”, que a UTC “se comprometeu em pagar uma leniência cujo montante deverá ultrapassar 3 Bilhões”, que essa noite dormiremos no escuro pois a nossa luz foi cortada, que devemos comer menos para que amanhã em nosso prato não falte, que a humilhação de ser chamado ofendido por nossos credores não é nossa culpa e sim dessas empresas que hoje dizem não ter dinheiro para realizar o pagamento do que nos é devido. Como explicar? Nem as crianças conseguiremos enganar.
Assim como começamos essa carta, vamos encerrá-la, com a mais profunda tristeza, de saber, que vivemos em um país onde a sua mais importante engrenagem, que somos nós, os trabalhadores, não tem valor, cada luz que se acende, cada pão que chega a nossa mesa, cada roupa que vestimos, cada remédio que tomamos, tudo é fruto do suor e do calo nas mãos de algum trabalhador, somos nós que movimentamos e fazemos essa nação crescer, deixo aqui a seguinte questão, de que adianta um legislação trabalhista, num país onde as maiores empresas escolhem de forma impune se devem ou não respeitá-la?
Hoje somos nós mas amanhã serão outros trabalhadores e por ai vai, esse ciclo precisa de um basta, mas só conseguiremos isso com o união e empatia de todos, muitas famílias dependem desse apoio, contamos com a comoção de toda a nossa população e representantes perante a nossa causa.
Nós somos a engrenagem que move o mundo, mas nenhuma engrenagem move nada sozinha!
Estamos sem nossos direitos serem observados, com salários atrasados e que a empresa, a Justiça do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho adotem providências para colocar em dia os salários atrasados e cumprir todos os demais direitos a que vocês fazem jus, assumindo também o compromisso público de não realizarem mais demissões causando mais calamidade ao trablador trazendo instabilidade ao nosso País.
Que o MPF nos ajude fazendo a Petrobrás pagar suas responsabilidades pois a falta da fiscalização pela Petrobrás fez chegar a esse ponto.
Pedimos que o poder público seja representante do Trabalhador e tomem devidas providências a favor do trabalhador.
Por favor nos ajudem. Repassem para todos. [Petição em bit.ly/2uDfa5h]

Ex-funcionários UTC, terceirizados da Petrobras

Curtas
Assédio na P-56
O NF está de olho e cobrou providências da Petrobrás em relação a um geplat da P-56, na Bacia de Campos. De acordo com denúncia recebida pela entidade, este gestor assediou trabalhadores com atos que não condizem com seu cargo. Segundo relatos, durante um almoço de domingo, o Geplat ficou em pé em frente aos empregados próprios e contratados, observando o tempo que cada um levava para almoçar.

Autoritário
Este mesmo gerente da P-56, em outro momento, mandou desembarcar sem explicação dois funcionários da empresa Actemium, que realiza trabalhos a quente na unidade. Utilizou como argumento o fato de ter ocorrido princípios de incêndio na plataforma, querendo culpabilizar os trabalhadores. Os casos poderão ser denunciados ao MPT, se a empresa não tomar providências.

Zumbi, 20 anos
Uma festa da cultura camponesa está sendo organizada para comemorar 20 anos do assentamento Zumbi dos Palmares, fundado em 1997 em Campos dos Goytacazes, e o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural. A programação envolve culto ecumênico, relatos de conquistas e desafios, danças e comidas típicas camponesas. O evento que acontece neste sábado, 22, com início às 18h, no Zumbi 4, em Campelo.

Presente!
O movimento sindical lamentou nesta semana o falecimento do companheiro Augusto Campos na terça, 18. Ele era bancário e foi um dos responsáveis pelo movimento conhecido como Novo Sindicalismo, no final dos anos 1970, quando os trabalhadores desafiaram a Ditadura Militar (1964-85) para romper com a submissão dos sindicatos ao governo. Presente!