Nascente 1004

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 Nascente 1004

 

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Editorial

Debates que qualificam a luta

Durante o XVII Confup, muitos delegados, delegadas e dirigentes sindicais comentaram que esta edição do congresso foi uma das melhores. Claro que cada momento guarda as suas dificuldades e comparações são sempre imprecisas. Uma categoria como a petroleira já realizou tantos congressos históricos, em cenários cruciais da vida brasileira, que é difícil e até mesmo desnecessário estabelcer alguma medida de sucesso para um evento específico, quando o verdadeiro sucesso se dá é na luta constante.
No entanto, há um aspecto que merece ser registrado, e que certamente foi o que motivou as falas elogiosas de tantos participantes: o nível elevadíssimo dos expositores das mesas de debates. Ao mesmo tempo em que se posicionavam politicamente com clareza, os painelistas apresentavam dados que sustentam a luta e qualificam a intervenção.
Um dos destaques, entre tantos, foi a pesquisadora do Instituto de Economia da UFRJ, Denise Lobato Gentil, que demostrou com uma incrível solidez o erro trágico da política de ajuste fiscal do governo, provando que ela é que levará a Previdência a quebrar, e não o contrário. “O governo age como se o crescimento econômico fosse algo desnecessário. O importante é cortar gasto público [na visão do governo]”, argumentou.
A pesquisadora mostrou como o resultado da Previdência é determinado de fora para dentro, com a sua falência sendo consequência do corte radical nos investimentos sociais, da renúncia de receitas de contribuições sociais, dos juros elevados, do câmbio valorizado, da redução do crédito público, entre outros fatores que retraem a atividade econômica e, consequentemente, comprometem as contas previdenciárias.
A receita neoliberal do governo está condenando o País a uma realidade de queda no investimento agregado, redução da produção industrial, redução do consumo das famílias, aumento do endividamento e elevação do desemprego. O objetivo desse caminho intecionalmente adotado é o de reduzir salários e desmontar os movimentos sociais. Trata-se de uma encomenda do sistema financeiro.
De volta às suas bases após estes dias de debates, as lideranças estão mais energizadas e qualificadas para a luta. A categoria resistirá e vencerá esta sucessão de golpes contra os trabalhadores.

 

Espaço aberto

11 anos da Lei Maria da Penha

Sueli Silvia Adriano**

E no dia que celebramos 11 anos da Lei Maria da Penha uma matéria estampa os portais de notícia de Santa Catarina: mulher é assassinada pelo seu esposo há golpes de facadas na frente de suas filhas. O motivo? Ciúmes.
A Lei, elogiada no mundo todo, representa um grande avanço no combate à violência contra a mulher, mas casos como esse da mãe assassinada em frente as suas filhas, não são raros e nos mostram o quanto precisamos meter a colher e intervir na violência doméstica que maltrata, mutila e até mata milhares de mulheres no país.
A origem da violência contra a mulher tem raízes no modelo de sociedade machista com uma construção cultural patriarcal que objetifica o corpo da mulher. É no mínimo estranho ver as grandes redes de televisão vir nesse dia 07 de agosto, no aniversário da Lei Maria da Penha, falar sobre a violência contra a mulher, quando muitas de suas produções reforçam o estereótipo de mulher objeto que pertence ao homem.
A Lei foi um importante passo para essa luta contra esse crime cruel presente em nossa sociedade. A Lei Maria da Penha que leva o nome de uma mulher vítima de violência doméstica, tem as digitais de vários e vários movimentos que denunciam esse doloroso crime contra nós mulheres.
Por todas as mulheres que sofrem violência, por todas que sofrem caladas, pelas que não encontram suporte no estado para se livrar dessa condição de vida, por todas que foram mortas, violentadas, mutiladas, agredidas e assediadas por quem deveria ama-la. Nós continuaremos a resistir e lutar pela libertação de todas! Chega de mortes, chega de violência! Por nenhuma a menos, celebramos os 11 anos da Lei Maria da Penha!

*Editado em razão de espaço. Íntegra publicada originalmente no Portal da CUT em bit.ly/2umG1iU, sob o título “11 anos da Lei Maria da Penha ainda há muito que se fazer”. **Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SC.

Capa

DIAS DE BAIXO EFETIVO, INCÊNDIO E ROMPIMENTO DE CABO NA REGIÃO

Gestão Mishell/Parente segue desmontando a Petrobrás e aumentando a insegurança dos trabalhadores. Últimos dias foram marcados por denúncia de baixo efetivo em P-09 e em P-12, incêndio em P-32 e um rompimento de cabo em P-31. Casos gravíssimos foram denunciados aos órgãos fiscalizadores e comprovam estratégia de enfraquecimento da companhia

A realidade de constante insegurança da categoria petroleira na região foi marcada nos últimos dias por denúncia grave de baixo efetivo nas plataformas P-09 e P-12, por incêndio em P-32 e pelo rompimento de um cabo em P-31. O Sindipetro-NF atua em todos os casos e denuncia que o desmonte da Petrobrás está elevando o risco de acidentes e mortes no Setor Petróleo.
Sobre as plataformas P-09 e P-12, “a denúncia recebida pelo sindicato relata uma série de problemas como falta de operador de lastro, falta de geplat, operador trabalhando sozinho, falta de treinamentos para funções específicas e pessoal com pouca experiência assumindo a operação. Tudo isso em meio a possibilidade de perseguição, ameaças de desembarque e um clima de instabilidade política no qual a empresa está submetida”, relata o coordenador do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Sérgio Borges.
Segundo ele, a realidade denunciada sobre as duas unidades também é a de muitas outras plataformas e é uma política da atual gestão da companhia. “A direção do sindicato entende que as condições de baixo efetivo das plataformas fazem parte de um planejamento estratégico para fragilizar a Petrobrás por dentro”, afirma.
P-32 e P-31
No último dia 4, em P-32, um incêndio nos cabeamentos elétricos dos exaustores de um tanque de carga produziu chamas de dois metros. Houve parada de produção. A Brigada foi acionada, mas segundo a empresa os próprios operadores apagaram o incêndio. Não houve vítimas. No site da entidade, o coordenador geral do NF, Tezeu Bezerra, reagiu com indignação diante de um novo acidente na Bacia de Campos: “Não compactuaremos com esses crimes e solicitamos que os cipistas façam uma reunião extraordinária, além de que acompanharemos de perto esses desdobramentos”.
Na P-31, também no último dia 4, próximo ao horário de almoço, a corrente de um rebocador que puxava a plataforma chegou a um alto nível de tensionamento e acabou rompendo a estrutura que a sustentava. A corrente atingiu uma força tão grande que rasgou duas vigas da estrutura do heliponto e quase dividiu ao meio a cabine telefônica. Parte dessa cabine foi parar em outro local do helideck, danificando tubulações e destruindo o guarda corpo da área. Não houve trabalhadores atingidos.
Denuncie
Todos os casos foram denunciados pelo sindicato às autoridades fiscalizadoras. A entidade solicita aos trabalhadores que enviem mais informações para [email protected].

XVII Confup

Prioridade é luta contra privatização

Categoria elege nova direção da FUP, aprova pauta com nenhum direito a menos e reafirma que combater privatização da Petrobrás é prioritário

O XVII Congresso Nacional da FUP foi concluído neste domingo, 06, com a aprovação de um vasto plano de lutas para barrar a privatização do Sistema Petrobrás e a retirada de direitos. Os delegados elegeram a nova diretoria da FUP para o triênio 2017/2020, mantendo na coordenação José Maria Rangel.
A chapa eleita foi construída unitariamente pelas forças politicas que integram a Federação, com representações de todas as bases e renovação de 47% da Executiva e 53% da Suplência. Essa é também a diretoria com maior representação feminina da história da organização sindical petroleira. Oito mulheres estão na direção da FUP: três na executiva, três na suplência e duas no Conselho Fiscal.
Quatro diretores do Sindipetro-NF ocupam a diretoria da FUP — além de Rangel, Tadeu Porto, Sérgio Borges e Rafael Crespo. O sindicalista Vitor Carvalho, que integra o Conselho Fiscal do NF, também passa a integrar o Conselho Fiscal da FUP. A relação completa da nova diretoria da Federação está disponível em bit.ly/2vfVl3M.
Unidade
Com o tema “Privatizar faz Mal ao BRasil”, o XVII CONFUP reuniu em Salvador cerca de 400 petroleiros e petroleiras de vários estados do país, entre delegados, convidados e assessores, e debateu profundamente o desmonte do Estado, dos direitos e das conquistas sociais. As lideranças políticas e dos movimentos sociais que participaram do Congresso, assim como especialistas e acadêmicos que discutiram os impactos das reformas trabalhista e previdenciária, bem como a desregulamentação do setor de óleo e gás, apontaram que só com unidade a classe trabalhadora conseguirá enfrentar e reverter os retrocessos impostos pelo golpe.
Nenhum direito a menos
O XVII Confup aprovou que a principal luta dos petroleiros continua sendo barrar a privatização do Sistema Petrobrás para que a empresa volte a cumprir o seu papel de indutora do desenvolvimento nacional. Essa luta está diretamente associada à preservação dos postos de trabalho e do Atual Acordo Coletivo.
A pauta de reivindicações que os trabalhadores aprovaram no Confup é a manutenção do atual Acordo Coletivo de Trabalho e reajuste salarial com reposição integral da inflação do período pelo ICV/Dieese e ganho real.
Seminários
Entre muitos outros pontos, o plano de lutas aprovado no Confup inclui a realização de seminários sobre Petros, qualificação de greve, efetivos e jurídico.

Jurídico

Acompanhe processo dos punidos

O Departamento Jurídico do Sindipetro-NF informou nesta semana que aguarda despacho do juízo para se manifestar sobre o processo dos punidos da Bacia de Campos. Os advogados da entidade fazem diligências diárias para acelerar o processo, mas não há prazo para que o juízo determine a manifestação do sindicato nos autos.
“Estamos preparando um material para ser enviado a todos os beneficiários com as últimas informações, e assim faremos quando tivermos acesso aos autos”, disse o Jurídico do NF.
Em 29 de maio, a Petrobrás foi intimada a depositar em um prazo de 15 dias o valor total da condenação em juízo. A empresa teria até o dia 12 de junho para fazer o depósito, mas entrou com petição nos autos.
O sindicato não teve acesso ainda ao conteúdo da petição da companhia. O NF solicitou à categoria que permaneça atenta e acompanhe os informes sobre o processo (número 0005100-28.2002.5.01.0481) pelo site da entidade e pelo Nascente.

 

Setor Privado

Envie suas sugestões para o ACT

O Sindipetro-NF vai começar a elaborar a pauta de reivindicações dos trabalhadores das empresas com data base em setembro (Halliburton, Franks, Cetco e Superior). É a partir desse documento que o sindicato negocia com as empresas e fecha os Acordos Coletivos.
Para que essa pauta represente as necessidades da categoria é importante a participação de todos, através do envio de propostas e sugestões de cláusulas a serem incluídas na pauta.
O envio de sugestões deve ser feito o mais rápido possível para [email protected].

 

Começa torneio de Futsal do NF

Competição tradicional chega à 13ª edição e reúne 16 equipes de trabalhadores do setor petróleo na região

Aberto ontem, na sede do Juquinha em Macaé, o 13º Torneio de Futsal do Sindipetro-NF. A programação prevista para primeira noite do evento, após o fechamento desta edição do Nascente, era de realização de dois jogos: um amistoso feminino entre o News Macaé e o time de Quissamã, e outro entre CABP e Primos, valendo pelo torneio.
Os jogos acontecerão sempre nos horários de 19h30 e 20h30. Participam as equipes Barsemlona, Pré-Sal, Passa Drible, Fúria Normatel, Cata Cata F.C., Albacora, CABP, Submarino (Atual Campeão), Comau do Brasil, Quem nunca? F.C., Baker Drilling, Estrela F. C, Bola Cheia, Independente, Primos F. C. e Família F.C.
De acordo com o diretor do Sindipetro-NF, Wilson Reis, o torneio é um momento de integração, que aproxima a categoria do sindicato e contribui na formação política, como demonstra o próprio slogan da edição desse ano: “Gols de luta e resistência”. As partidas serão realizadas até o dia 1º de setembro, na quadra do Tênis Clube de Macaé.
Acompanhe
A tabela completa para acompanhar os jogos está disponível em bit.ly/2vO9DcG.

 

Normando

Soberania? Fora de moda…

Um dos rasteiros mantras da Direita apregoa que “soberania” e “imperialismo” são palavras de ordem inúteis à interpretação das relações entre estados no século XXI. O pressuposto seria vivermos uma era de intensa integração econômica, a ponto de a exploração da periferia pelo centro do capitalismo não mais ser determinante, apesar da assimetria entre, por exemplo, EUA e Guatemala, ou entre China e Sudão.
Como tudo o mais na política, também esta ladainha se presta a uma finalidade subjacente, qual seja a naturalização dessa exata exploração da periferia pelo centro, desse mesmo velho imperialismo, de modo a se tornar tão banal que não se note sua existência.
Nesse recorte, o conceito de soberania, enquanto expressão do direito à autodeterminação dos povos, é um obstáculo que precisa ser esvaziado de significados. Mas essa tarefa da agenda neoliberal se depara com algumas dificuldades impostas pela boa e velha realidade.
Regulação do trabalho e do comércio, desigualdades sociais entre fronteiras, dumping comercial ou social, migração, guerras cambiais, e até a agenda de mudanças climáticas, são temas que ressuscitam imperialismo e soberania nacional. Não nos termos do Estado-Nação definido em Westfália, 1648, ou na Viena de 1815, mas no complexo cenário formado por múltiplos exploradores, por segmentos e relações econômicas diversas, e por uma plêiade de países explorados.
No capitalismo central, soberania e imperalismo nunca deixaram de ser ferramentas de análise, e um bom exemplo é a questão da soberania energética, entendida como a capacidade de uma nação tomar decisões quanto a seus recursos e demandas, no presente e para o futuro.
Nos EUA considera-se a soberania energética como aspecto central de sua hegemonia global desde o Yom Kipur de 1973. Nunca esse debate foi negligenciado, desde então, nem mesmo após a produção global de petróleo ter superado a demanda, em meados de 2014.
Por que aqui se pensa de modo diferente, com FHC a declarar que o petróleo não é mais estratégico em 1997, e Temer a liquidar a soberania energética 20 anos depois? Existe incoerência em o centro sustentar determinada visão de mundo e a periferia outra? Não.
Desde sempre o imperialismo depende da aliança entre a burguesia dos países exploradores e as elites dos países periféricos. Nada de novo nessa prática lesa-pátria. Não fossem os inúmeros “Parentes” locais, da Jamaica a Hong Kong, e da África do Sul ao Egito, jamais teria existido o Império Britânico.

 

Curtas

CA DA TRANSPETRO

Começa hoje o período de votação em segundo turno das eleições para a vaga de representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Transpetro. A FUP e seus sindicatos, entre eles o Sindipetro-NF, apoia a candidatura da técnica de operação do Terminal Aquaviário de Madre de Deus (BA), Fabiana dos Anjos (foto), da chapa 3233. A votação segue somente até o próximo dia 20.

Garra
O ciclista Nilson Souza Rocha, 64 anos, aposentado da Petrobrás, emocionou o público durante a 73ª Prova Ciclística de São Salvador, em Campos dos Goytacazes, no último domingo. Depois de liderar a competição de veteranos por algumas voltas, ele concluiu a prova mesmo com o pneu traseiro vazio, o que o fez merecer uma bandeirada simbólica. O atleta participou da competição com uniforme patrocinado pelo Sindipetro-NF.

Compromisso
A candidata apoiada pela FUP e NF trabalha há 14 anos na Transpetro. Ela se compromete a lutar em defesa dos direitos e empregos dos trabalhadores e contra um possível processo de privatização da subsidiária. “A Transpetro é essencial na manutenção da Petrobrás como empresa integrada do setor de petróleo, do poço ao posto”, afirma Fabiana dos Anjos.

Schlumberger
A diretoria do NF participou ontem da segunda mesa de negociação com representantes da Schlumberger. Estiveram em pauta as cláusulas econômicas da Proposta do termo aditivo do acordo coletivo 2016-2018 do grupo econômico que envolve também a Mi Swaco, Geoservices e Smith. Os trabalhadores do grupo têm data base em maio. As informações sobre as negociações podem ser acompanhadas em www.sindipetronf.org.br.

Setoriais
As bases de terra da Petrobrás em Macaé terão reuniões setoriais com a diretoria do sindicato nesta sexta, 11 (Praia Campista, às 13h), na segunda, 14 (Parque de Tubos, às 13h), na terça, 15 (Edinc, às 13h) e na quarta (ADM de Cabiúnas, às 7h). As datas e horários das setoriais dos turnos de Cabiúnas serão divulgados em breve. Nos aeroportos, as setoriais acontecem diariamente.