Nascente 1176

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Editorial

Até quando você vai esperar?

É desolador o que a atual gestão bolsonarista da Petrobrás está fazendo com a Companhia. De 2019 para cá, masi de 50 ativos foram colocados à venda. Sem falar em outras unidades que foram simplesmente fechadas e hibernadas.
Esse ano, entraram para a lista a REFAP (Refinaria Alberto Pasqualine) no Rio Grande do Sul, a RLAM acaba de ser vendida por 50% do que valia e foi anunciada a terceirização das operações de duas plataformas na Bacia de Campos, a P-48 e a P-62. Daí para privatizar essas unidades é um pulo!
Na Bacia de Campos, até a P-50, plataforma que foi a responsável para o Brasil alcançar a autossuficiência foi colocada a venda.
Temos denunciado insistentemente para a categoria e para a sociedade a destruição que está acontecendo na empresa, mas ao que parece não estamos alcançando o pove e conseguindo dar uma resposta à altura que esse governo entreguista merece.
Nem a perda dos empregos está mobilizando com a força que deveria. Segundo o Dieese, entre dezembro de 2013 e dezembro de 2019 a Petrobrás reduziu seu número de trabalhadores próprios em 32,7%, o maior percentual de redução entre grandes petroleiras. Ao contrário da francesa Total, que aumentou em 9,1% seu número de trabalhadores no mesmo período. A situação foi ainda pior entre os terceirizados: foram menos 273.150 trabalhadores entre o fim de 2013 e o fim do primeiro semestre de 2020.
Está na hora de saírmos de nossa zona de conforto e ir à luta. Não adianta fazermos manifestos e petições públicas, não adianta atacar os companheiros que lutam diariamente em defesa da empresa e dos empregos. Estamos do mesmo lado e temos que nos unir imediatamente para atacar o real inimigo que é o governo Bolsonaro.

 

Espaço aberto

Perenco têm contratos até 2040

*Efraim Neto

A diretoria da ANP aprovou a extensão até 2040 dos contratos de concessão dos campos de Carapeba, Pargo e Vermelho, operados pela Perenco, em águas rasas da Bacia de Campos. O plano prevê investimentos firmes da ordem de US$ 192 milhões e mais US$ 170 milhões contingentes, que podem fazer os investimentos totais atingirem US$ 362 milhões.
Para 2021, estão previstas 58 ações de recuperação de poços nos campos, envolvendo também intervenções em oleodutos, a recompletação de poços, reparos e aumento de capacidade das bombas centrífugas submersas (BCS) em 2021.
Investimentos firmes e contingentes previstos por campo
Pargo | R$ 83,9 milhões – R$ 23,9 milhões firmes e R$ 60 milhões contingentes
Carapeba | R$ 159,9 milhões – R$ 87,9 milhões firmes e R$ 72 milhões contingentes
Vermelho | R$ 118.8 milhões – R$ 80,8 milhões firmes e R$ 38 milhões contingentes
Também estão previstos investimentos firmes em infraestrutura. A Perenco vai instalar um FSO (terminal offshore para arma-zenamento de petróleo) em Pargo até 2022. E simplificar as plataformas de Carapeba e Vermelho, reduzindo o tamanho e o número de equipamentos, até 2023, além de substituir e recuperar três oleodutos em Vermelho.
Royalties
A diretoria da ANP também aprovou a redução da alíquota dos royalties para os três campos. Estimativas da ANP indicam que os investimentos firmes que serão feitos na revitalização da produção vão gerar acréscimo de R$ 22,9 milhões em royalties no campo de Pargo, entre 2021 e 2027. Em Vermelho, a estimativa é de acréscimo de R$ 27,6 milhões entre 2023 e 2040.
Os cálculos indicam ainda que a retomada da produção no campo de Carapeba vai gerar mais R$ 113,4 milhões entre 2021 e 2040 em royalties para União, estados e municípios. A desativação dos campos está estimada em US$ 390 milhões.
**sócio/analista da Veredas Inteligência Estratégica

Capa

Estão vendendo tudo! O que você vai fazer?

A Petrobrás anunciou nos últimos dias a terceirização da operação das plataformas P-48 e P-62, ao mesmo tempo que comunicou que irá vender a Refinaria Landulpho Alves na Bahia.
Chegou a hora da categoria petroleira se unir e sair em defesa da empresa e dos seus empregos

Os petroleiros das plataformas de P-48 e P-62 andam inseguros com a informação de que a Petrobrás solicitou um estudo prévio sobre a terceirização das operações das unidades. Em nenhum momento o Sindipetro-NF foi consultado pela empresa, mas diante da informação absurda e o contato que tem mantido com os trabalhadores, procurou o RH da empresa para mais informações.
A gerência por sua vez usou um discurso superficial e disse que a terceirização está em fase de projeto piloto e que o intuito não é de economizar. Na visão do sindicato, o intuito dessa gestão bolsonarista é como eles próprios dizem: “passar a boiada” e colocar a empresa em situação de terra arrasada.
“Ja visitei empresas de petróleo como a Modec, SBM e BW e todas elas mantem sua área operacional com 100% de pessoal próprio. É um absurdo o que esses entreguistas estão fazendo com a Petrobrás. Não se terceiriza a operação de uma unidade ou embarcação!” – afirma o Coordenador do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra.
O Sindipetro-NF irá solicitar uma reunião emergencial e oficial com a gestão da Petrobrás para esclarecer os fatos e já se reuniu com a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Companhia, Rosângela Buzanelli, para que isso também seja colocado em reunião do Conselho. Também pretende realizar reuniões setoriais com os trabalhadores dessas unidades para definir estratégias de atuação, já que a empresa deu seis meses para que sejam transferidos.
A direção do Sindipetro-NF convoca a categoria petroleira a entrar nessa luta em defesa da empresa e dos seus empregos. Não adianta num momento como esse apenas os diretores do sindicato fazerem algo. É importante que todos percebam que sindicato e categoria estão do mesmo lado e que o maior inimigo é o governo que quer acabar com tudo.
Na Bacia de Campos, já foram vendidas diversas unidades. “Estamos em choque com a capacidade de essa gestão fascista tem de querer destruir tudo que a Petrobrás e os governos anteriores construíram. Só reafirmo que a categoria petroleira não aceitará esse ataque de braços cruzados. Vamos reagir!” – afirma Tezeu Bezerra.

 

Reação

Petroleiros fazem ATO contra a venda da RLAM

A Petrobrás informou a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) ao fundo Mubadala Capital por 50% a menos do valor calculado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). De acordo com os parâmetros utilizados, a refinaria localizada na Bahia está avaliada, ao câmbio atual, entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões e foi negociada por US$ 1,65 bilhão.
Em resposta à venda da refinaria, os petroleiros da Bahia realizaram onte, 10, um ato de preparação para a greve no Trevo da Resistência, na BA 523, via de acesso à RLAM. A paralisação durou quatro horas e reuniu 1500 trabalhadores.
A RLAM tem hoje cerca de 900 trabalhadores próprios e aproximadamente 1700 terceirizados, que se dizem revoltados com a venda da refinaria, além de estarem apreensivos em relação ao que os aguarda em um futuro próximo, ou seja, “o desemprego e a retirada de direitos”.
Um Conseho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros foi convocado em caráter de urgência para debater a organização de uma greve contra a venda da refinaria. O CD aconteceu na tarde de ontem, 10, e reuniu representantes de diversos sindicatos. Até o fechamento desta edição não havia resultado da reunião.

 

Petros e AMS

FUP discute ações para minimizar o impacto dos descontos da AMS

Imprensa da FUP

Na terça-feira, 09, a FUP participou de reunião com o presidente da Petros, Bruno Dias, articulada pelos conselheiros eleitos, Norton Almeida e André Araújo, para discutir ações que possam minimizar o impacto dos descontos da AMS nos benefícios dos aposentados e pensionistas. Os representantes da Federação cobraram um posicionamento da direção da Petros sobre a solicitação da Petrobrás para que os descontos da AMS tenham prioridade em relação aos descontos dos empréstimos pessoais da Fundação.
Bruno Dias informou que encaminhou documento à Petrobras onde afirma categoricamente que os empréstimos da Petros têm prioridade em relação aos descontos da AMS. A FUP questionou se esse posicionamento é para todos os participante e assistidos (aposentados e pensionistas), o que foi confirmado por ele.
Outra cobrança feita pela Federação foi relativa à regularização dos descontos feitos nos contracheques dos assistidos, que, muitas vezes acumulam também cobranças por boletos bancários, o que dificulta ainda mais a situação financeira destas pessoas. As direções sindicais reforçaram que todos os descontos da Petros, inclusive os via boletos, não podem ultrapassar 40% da renda líquida dos aposentados e pensionistas, ou seja, a renda total Petros/INSS.
O presidente da entidade ressaltou que a gestão desse problema é de fato complexa e concordou que sejam feitas reuniões pontuais e periódicas entre os conselheiros eleitos e representantes da FUP com os setores de pagamento e jurídico da Petros. “O objetivo é discutir as prioridades de descontos e também uma nova metodologia para os empréstimos, com redução e alongamento da dívida, para que haja um alívio financeiro para os assistidos e ativos”, explica o diretor da FUP, Paulo César Martin.
Além destas questões, as representações sindicais também pautaram na reunião com o Bruno Dias a retomada do convênio Petros/INSS. “Esse convênio é fundamental para realização dos descontos da AMS e outros na folha de pagamento do INSS, como está, inclusive, assegurado no Acordo Coletivo. Ocorre que há muito tempo, a Petros vem informando que o convênio com o INSS está fechado. Com isso, os petroleiros que se aposentaram mas continuam trabalhando não conseguem ingressar no convênio. O mesmo acontece com aposentados que saíram do convênio e querem retornar”, informa Paulo César.
Segundo a Petros, o impedimento para reabrir o convênio não é da Fundação e sim do INSS. “Os convênios com as fundações são garantidos por lei, portanto, vamos analisar a situação e decidir as medidas necessárias para que o Instituto assegure esse direito”, explica o diretor da FUP.

Próximos passos

Após as informações prestadas pelo presidente da Petros, a FUP terá uma nova reunião com a Petrobrás para dar continuidade à discussão dos descontos abusivos da AMS e avançar na negociação das reivindicações apresentadas à empresa, como o parcelamento e o valor máximo dos descontos.
“Como a Petros foi categórica em afirmar que priorizará os descontos dos empréstimos e não da AMS, a gestão da Petrobrás não pode descontar mais do que 13% da margem consignável. E isso está assegurado no Acordo Coletivo”, afirma Paulo César.
“A Petrobras só pode aplicar a margem de 30%, para os descontos da AMS, se a direção da Petros concordasse que esse desconto fosse prioritário ao desconto do empréstimo pessoal, o que não ocorreu. Portanto, a margem de desconto da AMS continua sendo 13%“, reitera o diretor da FUP

Saúde

Levantou poeira nos camarotes

Nesta semana, a diretoria do Sindipetro-NF recebeu denúncias de trabalhadores com relação a limpeza dos camarotes das plataformas. Trabalhadores e trabalhadoras embarcados enviaram fotos, que comprovam o acumulo de poeira nos dormitórios.
O caso é considerado grave, tendo em vista que dormir em um ambiente limpo é o mínimo que pode ser oferecido aos trabalhadores, que estão embarcados, mas em meio a pandemia, isso se torna ainda mais necessário.
Além disso, essa falta de limpeza e poeira no ambiente, pode trazer mais problemas a saúde dos trabalhadores, podendo desencadear processos alérgicos, que afetam o sistema respiratório. O que é muito grave em uma situação de pandemia, onde o vírus ataca exatamente o sistema respiratório.
Essa realidade mostra mais uma vez a falta de atenção da Petrobrás com os trabalhadores. A empresa alega aos órgãos fiscalizadores que reforçou a limpeza das plataformas como medida de prevenção ao coronavírus, mas a realidade é totalmente diferente.
O Departamento de Saúde do Sindipetro-NF está acompanhando essa situação e irá cobrar da Petrobrás uma solução imediada para o problema.

 

Normando

Vacinação

Entenda o vírus do fascismo, para que o corpo da sociedade ganhe alguma imunidade. Só existe fascismo quando o grande capital literalmente banca a infecção.
É o capital que garante ao fascismo comprar magistrados, mídia e militares. Em troca, o fascismo entrega tudo o que o capital queira: Amazônia, Banco Central, Casa da Moeda, etc.

BIRMÂNIA

A British Petroleum bancou a ditadura sangrenta na Birmânia, de 1962 a 2011. No fim, foi substituída pela CNPC chinesa, que arrancou do país o gasoduto Birmânia-China, da Baía de Bengala a Kunming, em Yunnan, rota da famosa “Estrada da Birmânia”, na 2ª Guerra Mundial.
Os birmaneses nunca viram o dinheiro do gás, assim como os brasileiros nunca mais verão o dinheiro do petróleo que antes do Golpe de 2016 ia para saúde e educação. Muito menos agora, que Bolsonaro vende as refinarias da Petrobrás.

ELEIÇÕES

A Birmânia saiu da ditadura em 2011, e o parlamento começou a questionar o gasoduto quanto aos impactos ambientais, à baixa segurança, e às escassas indenizações aos agricultores.“ “Daí o Golpe em 1° de fevereiro de 21, com os militares bancados pela CNPC. Alegação? Suposta fraude nas eleições de novembro de 20, nas quais a Liga da Democracia obteve 258 cadeiras no parlamento, e o partido dos militares conseguiu só 26 assentos.
É o mesmo questionamento de Trump, e não por acaso também o mesmo que o fascista Bolsonaro já anunciou que fará, quanto às eleições do ano que vem.

REDEMOCRATIZAÇÃO

O Brasil e o mundo precisam de redemocratização, de igualdade material básica, e de iguais oportunidades para todos.
No entanto, a democracia deixou de ser interessante para a dúzia de famílias que vive escondida sob o nome de “livre mercado”. Elon Musk assume que deu o golpe na Bolívia, derrubando Evo Morales, e fica por isso mesmo. Normal.“ “”Normal” porque apenas 8,4% da humanidade viveu sob democracias em 2020, segundo análise de “The Economist”.

FOME, ESCRAVIDÃO, FASCISMO

“Normal” porque o número de humanos em situação de fome extrema duplicará de 135 milhões em 2019, para 270 milhões até o fim de 21, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.“ “”Normal” porque nunca tantos seres humanos foram escravizados como em 2020, segundo a Organização Internacional do Trabalho.
Quando você vê o Ibovespa e os economistas da Globo celebrando o domínio de Bolsonaro sobre o Congresso, entende que é tudo “normal”. Inclusive o próximo Auschwitz, agora brasileiro

 

Curtas

DOAÇÃO

O Sindipetro-NF doou na semana passada oito camas box para a Casa da Passagem, em Campos. O material foi desmobilizado dos apartamentos, que abrigavam os diretores que moravam fora da cidade. O diretor do Sindipetro-NF, Guilherme Cordeiro participou da ação e lembrou que com a pandemia a situação dos menos favorecidos ficou mais difícil e que o NF se solidariza com essas pessoas e se dispõe a ajudar sempre que possível.

Setoriais
O Sindipetro-NF realiza de domingo a quinta, setoriais com os petroleiros que trabalham embarcados. As reuniões acontecem sempre às 10 horas. O objetivo é aproximar o sindicato da categoria, principalmente daqueles trabalhadores que estão de quarentena nos hotéis. Por conta da pandemia, o sindicato não pode estar tão próximo dos trabalhadores e é uma forma de conhecer ainda mais as necessidades da categoria nesses novos tempos, acolher suas propostas e denúncias.

Privatização
Por maioria, com seis votos favoráveis, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou no dia 5 de fevereiro a liberação da privatização de sete estatais do governo federal. Poderão ser privatizadas a Casa da Moeda; Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro); Dataprev; Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF); Empresa Gestora de Ativos (Emgea) e o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S/A (Ceitec).

Audiência Pública
Na próxima sexta, 12, acontece uma audiência pública virtual da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras. Vão debater a política de preços dos combustíveis no Brasil. A política de preço é dolarizada, baseada em preço de importação de combustíveis, praticada desde o governo de Michel Temer. Essa ação afeta duramente os consumidores, que já estão lutando pela sua sobrevivência com essa pandemia. Participe da audiência pelo link: https://bit.ly/3aM7DVf

Petros
Vem aí nova eleição para representante dos trabalhadores no Conselho Deliberativo da Petros. O Sindipetro-NF vai indicar um representante para a Comissão Eleitoral que vai definir todo o processo eleitoral. Lembramos que é de extrema importância termos representantes da categoria no Conselho, para defender os interesses dos participantes.

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