Nascente 1206

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A SEMANA

Editorial

Trabalhadores celebram Paulo Freire

Desde o início de 2021, diversas iniciativas universitárias e dos movimentos sociais estão marcando este ano de centenário de Paulo Freire — que se completa neste 19 de setembro. Um dos pedagogos mais respeitados e lidos do mundo, patrono da educação brasileira, seu legado precisa ser conhecido pelos trabalhadores de todas as áreas, pois foi a eles que, especialmente, o pensador dedicou a sua obra e a sua vida.

Seu método de alfabetização, que teve origem em um esforço bem sucedido para alfabetizar 300 cortadores de cana em 45 dias, parte da realidade concreta das pessoas, utilizando as palavras do seu dia a dia e associações com os saberes preexistentes. Desconstruiu-se, portanto, a lógica de que a escola é um mundo impenetrável aos trabalhadores, ou que o saber escolar é superior ao saber do cotidiano.

Nestes tempos de obscurantismo, o legado de Paulo Freire torna-se ainda mais essencial, pois o seu conceito de alfabetização não se resumia a um letramento técnico, a uma mera decifração de palavras. Sua base é emancipadora, politizadora, crítica, humanista, formadora de pessoas instrumentalizadas para melhorar as suas vidas e as dos seus próximos. Um projeto que é a cara, portanto, da categoria petroleira, que sempre atuou conciliando dimensão técnica com a construção de um mundo melhor.
Saber mais sobre Paulo Freire, divulgar links sérios sobre a sua obra — como o paulofreire.org, do Instituto Paulo Freire —, tomando muito cuidado para fugir da enxurrada de bobagens bolsonaristas que há sobre o pedagogo nas redes, já é uma boa forma de celebrar seu centenário e honrar sua memória.

 

Espaço aberto

Carestia e fome: Está tudo caro!*

Carmen Foro**

Tudo caro: luz, gás, água, arroz, feijão, osso. Desemprego em massa. Um aumento de 13,9% para 16,8%, entre as mulheres, segundo o IBGE. São milhões que estão nessa mesma situação de insegurança alimentar no Brasil, com esse desgoverno de Bolsonaro.

Esse desgoverno federal genocida, que menospreza os quase 600 mil mortos pela doença da covid, que atrasa a compra de vacinas, com demonstrações claras de corrupção, expostas na CPI da pandemia, está preocupado com o agronegócio, que historicamente produz para a exportação de alimentos e venda em dólar.

Quem paga caro com isso é o trabalhador, aquele que tem um salário para viver e que está percebendo a cada dia quando vai à feira, que seus rendimentos estão sendo corroídos pela inflação galopante, com preços do arroz, do feijão, da carne, que estão pela hora da morte.

À nação brasileira, que voltou a conviver com um passado de miséria, em que muitos voltaram a cozinhar à lenha, pois se comprar o botijão de gás, não tem o que comer, ou estão passando fome ou em situação de insegurança alimentar, não tem outra alternativa: é a mobilização contra essa política econômica genocida e exigir a criação de postos de trabalho, uma cesta básica decente, que de acordo com o Dieese deve ser 5 vezes o valor do salário-mínimo atual. E exigir investimentos públicos para área da agricultura familiar para produzir alimentos para a população.

Vacina e comida para todos.

* trecho de artigo publicado originalmente em https://www.cut.org.br/artigos/carestia-e-fome-esta-tudo-caro-b262. ** Secretária Geral da CUT Brasil

 

2 de outubro

No próximo dia 2 de outubro o movimento sindical, capitaneado pela CUT-Rio estará novamente nas ruas para denunciar o (des)governo de Jair Bolsonaro, que mata a população e a democracia cada vez mais, a cada dia e que não faz nada para combater uma inflação de 10%. Com gasolina a R$7 o litro, botijão de gás a R$110 e carne a R$40 o quilo.
O movimento sindical petroleiros estará junto nas ruas fortalecendo os atos pelo Rio de Janeiro.

Ação Pública

A procuradoria geral de 12 estados brasileiros e do Distrito Federal entrou com uma ação civil pública pedindo a retirada imediata da publicidade da estatal, que divulga a mensagem “Você sabia que hoje a Petrobras recebe em média R$ 2 a cada litro de gasolina que você utiliza?”. O vídeo não faz menção ao Preço de Paridade de Importação, que é, na verdade, o grande responsável pela alta dos preços dos combustíveis no Brasil.

Culpa da Gestão

O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, também criticou Silva e Luna por mentir sobre a composição de custos da equivocada política de preço de paridade de importação durante a sabatina, que aconteceu nesta terça-feira, 14, em uma audiência que durou quatro horas e meia no Plenário da Câmara dos Deputados “Ele preferiu culpar o ICMS e não falou da dolarização dos preços dos combustíveis”, afirmou.

Auxílio acidentário

O TST vai julgar ações de trabalhadores que reivindicam auxílio acidentário por terem contraído Covid-19. Tramitam 12,9 mil ações de trabalhadores que não conseguiram o benefício.
O auxílio acidentário garante 12 meses de estabilidade no emprego, após o retorno, e aos depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), durante o tempo de afastamento. No caso do benefício por incapacidade comum o trabalhador não tem esses direitos.

 

VOCÊ TEM QUE SABER

Petrobrás não dialoga com trabalhadores

Movimento sindical irá convocar uma setorial nacional no dia 30 de setembro para conversar com a categoria

O movimento sindical petroleiro mantém a orientação para a categoria que não assine o Termo de Teletrabalho Permanente. A decisão saiu após reunião do GT de Teletrabalho realizada na quarta-feira, 15. Segundo a diretora da FUP e membra do GT, Cibele Vieira, mais uma vez a empresa não aceita dialogar com os sindicatos e insiste em contrariar a vontade da maioria dos trabalhadores, conforme apontou pesquisa realizada pela FUP e apresentada em julho à Petrobrás.

Com participação de 1.242 petroleiros e petroleiras, a pesquisa identificou que 92% dos entrevistados querem que o regramento seja negociado com os sindicatos, 87% entendem que é preciso uma regra mais transparente sobre os critérios de quem pode ou não estar em teletrabalho e 81% querem previsibilidade sobre o tempo de permanência.

Além de não garantir o reembolso das despesas a quem assinar o Termo, a Petrobrás impõe critérios unilaterais para retorno às atividades presenciais e um modelo híbrido para os empregados que tiverem feito a adesão ao teletrabalho permanente, como a alternação com a atividade presencial e a limitação a três dias de trabalho remoto por semana.

Cibele Vieira lamenta o posicionamento da empresa e orienta os trabalhadores e trabalhadoras, através de um comunicado em vídeo divulgado após a reunião.

“Se a empresa realiza cinco reuniões e mantém as regras que foram estabelecidas antes da pandemia, isso mostra que a empresa não aprendeu nada durante a pandemia e também não aceita ouvir as demandas dos trabalhadores. Então, pedimos que os trabalhadores não aceitem assinar o termo do teletrabalho”, declarou a diretora.

Para o dia 30 de setembro, a FUP está convocando uma setorial nacional com todos os petroleiros e petroleiras da bases dos sindicatos filiados para tratar do assunto. A próxima reunião do GT de Teletrabalho está marcada para o dia 29/09

Norte Fluminense

A diretoria do Sindipetro-NF alerta que as bases da empresa na região não estão preparadas para o retorno dos trabalhadores e trabalhadoras em segurança ao trabalho. Os prédios da sede em Imbetiba ainda não foram alterados. O refeitório está apenas com demarcação nas cadeiras e mesas, sem nenhuma barreira física e os escritórios continuam com o mesmo layout de antes da pandemia.

 

Sindicato quer negociar mudanças no turno de 12h

O coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, fez uma vídeo para esclarecer a situação do turno de 12 horas. Segundo informações, algumas gerências alegam que a entidade não quer negociar sobre o assunto, o que não é verdade.

“Primeiro eu queria desmentir alguns gestores, que estão dizendo que o sindicato não quer negociar sobre esse assunto. Isso é uma mentira. O NF enviou um ofício para a empresa solicitando uma reunião, que está agendada para acontecer na próxima sexta-feira, às 9h30”, explicou o coordenador geral do NF, Tezeu Bezerra.

Além da reunião com o RH, o sindicato realizará setoriais com os trabalhadores para em seguida convocar assembleias.

“O sindicato tem uma preocupação com o trabalhador. A empresa impôs o turno de 12 horas, durante a pandemia, sem nenhum diálogo com o trabalhador. Mas, passado esse período, nós, como sindicato, precisamos entender quais são as gerencias”, frisou Tezeu, lembrando ainda que os acordos serão por gerência e por isso, é necessário um pouco mais de paciência.

Para finalizar, o coordenador geral do NF informou que o sindicato não foi informado oficialmente sobre a mudança para o turno de 8 horas a partir do dia 30 de setembro e solicitou que se essa informação for verdade, o RH prorrogue essa decisão por mais um mês para que seja possível uma analise da forma correta.

 

Embarques seguem pelo Heliporto do Farol

A incerteza que rondava a categoria petroleira sobre a manutenção dos embarques pelo Heliporto do Farol de São Thomé chegou ao fim. na tarde desta segunda-feira, 13, após a Petrobras assinarum contrato que garante a permanência da empresa pelos próximos dois anos.

Havia um risco iminente de Campos perder boa parte de sua operação caso a Petrobrás migrasse os embarques para o Açú. Segundo matéria veiculada na imprensa local, com a permanência das operações da Petrobras, ficam garantidos cerca de 600 empregos diretos na região do Farol e a sobrevivência de toda uma cadeia de hotéis e restaurantes.

A nova operadora a concessionária Infra Operações Aeroportuárias Farol de São Tomé S/A garantiu que a Petrobrás poderá manter sua estrutura de combate ao Covid-19 nos embarques do seu pessoal. A Petrobras quem administrava, desde 1994, o Heliporto do Farol instalado numa área de 180 mil metros quadrados.

 

SAIDEIRA

NF convocará setoriais com os trabalhadores da Transpetro

Os diretores Alexandre Vieira, Matheus Nogueira e Dhebora Simões representaram o Sindipetro-NF na reunião, que aconteceu nesta terça-feira, 14, com a gestão da Transpetro, a Federação Única dos Petroleiros e os sindicatos filiados.

Durante a reunião, duas coisas ficaram claras: a primeira, a absoluta disposição de diálogo do movimento sindical e a segunda, a nula disposição da empresa. Marcada após insistência da FUP, a reunião não resultou em nenhum avanço.

A Federação apresentou uma proposta, como insumo para o debate, elaborada pelo Sindipetro Caxias, que busca garantir o adicional para trabalhadores e trabalhadores técnicos que atuam nas áreas de manutenção, inspeção, faixa de duto e SMS nas malhas de dutos de hidrocarbonetos líquidos ou gasosos. A resposta da gestão da empresa foi negativa, e a disposição ao diálogo, por enquanto nula.

A posição da empresa era esperada pelos trabalhadores. Eles querem que acreditem que a empresa está numa má fase, porém os balanços da própria empresa desmentem essa ameaça velada e reforçam os argumentos da FUP e seus sindicatos. A Transpetro tem apresentado bons resultados financeiros nos últimos anos. Em 2019 a empresa teve R$610 milhões de lucro líquido e em 2020 fechou em R$1,3 bilhões, o maior lucro da empresa em toda a sua história. Nos primeiros seis meses de 2021, os resultados continuam bem positivos, com lucro líquido de R$801 milhões.

Diante do impasse, o Sindipetro-NF organiza setoriais, que acontecerão nos próximos dias para avaliar o cenário junto a categoria os próximos passos.

 

Normando

Fãs de Hitler

No domingo, 12 de setembro, a Casa Grande resolveu protestar contra o monstro que ela mesma criou.
Significativamente, as exatas mesmas vozes que insistem em “autocrítica” do PT e de Lula, foram incapazes de notar a ausência absoluta deste ingrediente na salada servida em plena avenida Paulista, e em outros logradouros.

Só se cobra coerência dos representantes da senzala. Quanto aos ciros, dorias, mandettas, moros e amoedos, ficam à vontade para lucrar com os fornos de Auschwitz pela manhã, e à tarde se vestir de “democratas”.

Movimento Bolsonaro Light

O MBL, particularmente, agora age como se não tivesse inflado a aberração fascista, e faz “a egípcia” ante os 600 mil mortos de Bolsonaro.

Foi o MBL que inventou a estupidez de que o “Foro de São Paulo” é de extrema-esquerda e relacionado ao narcotráfico; e que criou a calúnia do “BNDES financiador de ditadores”, sob Lula.

Do mesmo extrato limpo saíram as falácias do “kit gay” e da “ideologia de gênero”.

Eram do MBL dois empresários presos pela Polícia Civil de SP, ligados ao financiamento de notícias falsas via lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.

E é do MBL Renan dos Santos, que passeia capital por vinte CNPJs diferentes na tentativa de sonegar impostos e encobrir o custeio de fake news. O mesmo Renan que diz em lives que “vai estuprar a Bárbara” se for barrado em boates.

Toda a estrutura de publicações inverídicas tinha um único objetivo: eleger um candidato fascista em 2018.

Aproveitar-se de uma mitologia construída por outras forças políticas é uma de várias características partilhadas entre Mussolini, Hitler e Bolsonaro.

A Itália do fim da 1° Guerra foi descrita pelo poeta Gabriele d’Annunzio na síntese farsesca “vitória mutilada”. Na Alemanha, um ano depois, o marechal Hindenburg livrou-se da responsabilidade pela derrota com a balela da “punhalada nas costas”.

Mussolini e Hitler exploraram essas ficções, do mesmo modo como Bolsonaro o fez com as do MBL. E este, junto a vários “terceira-via”, deram musculatura ao “Mito”, assim como d’Annunzio e Hindenburg fizeram com as bestas-feras precedentes.

Fascista

Alguns intelectuais de laboratório ainda negam a brutalidade de Bolsonaro. Diferente deles, a massa brasileira, faminta e desempregada, descobre na carne o que é um fascista clássico.

Bolsonaro é um fascista clássico porque reacionário, ditatorial, vulgar, anti-intelectual, irracional, e com um programa político baseado na “ação”, na corrupção, e no culto à violência e à morte.

É clássico, ainda, por só conseguir homogeneizar seu gado a partir do ódio, da misoginia, da combinação entre modernidade tecnológica e pretensão de restauração de um “passado grandioso”, e de seu desejo de se perpetuar.

Bolsonaro queria uma foto panorâmica e ampliada de sua massa homogeneizada, no 7 de setembro. Só obteve uma foto de passaporte. Por isso as parteiras da “terceira via”, cúmplices, se animaram para o dia 12.

Já a Casa Grande queria um quadro a óleo de seu “poder de mobilização”. Prometeu até uma festa antipetista. Mas, como só encheu algumas kombis, afirmou em editorial do “Estadão” (14/09) que a “democracia não é uma foto”.

Outras mentiras, limpas e cheirosinhas, virão.

PRÊMIO PARA O MST – No último sábado (11), o MST recebeu na província de Corunha, noroeste da Espanha, o prêmio “Acampa – Pola Paz e Direito a Refuxio”. O movimento foi reconhecido pelo júri popular em categoria internacional do prêmio por sua atuação na defesa dos direitos humanos e pelo trabalho em defesa da classe trabalhadora do campo e cidade. Representando o MST na categoria internacional, Marina dos Santos, da direção nacional do Movimento, falou sobre as reflexões que o Movimento traz ao se colocar como alternativa e esperança, combatendo o modelo de desenvolvimento adotado pelo sistema capitalista.

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