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A SEMANA
Editorial
Transição não é sinônimo de entreguismo
Não é novidade para quem debate a geopolítica do petróleo que novas formas de geração de energia, menos impactantes para o meio ambiente, devem ser estimuladas e ampliadas. A própria Petrobrás, nos bons tempos em que se configurava como uma empresa de energia voltada para seu compromisso social e ambiental, investia de forma consistente na diversificação das matrizes energéticas — o que há de ser retomado em 2023. No entanto, entre a urgência de um mundo limpo e a constatação do mundo que se tem, há uma distância marcada pela necessidade absoluta do uso do petróleo e do gás. E isso, na cabeça de quem pensa a Petrobrás como indutora do desenvolvimento nacional, nunca foi uma contradição.
Uma das inúmeras figuras públicas que vocalizaram essa harmonia viável entre produção de petróleo e um futuro de energias limpas é o ex-presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli. Veja o que ele disse, em março de 2007, quando ainda exercia o comando da empresa, em uma longa entrevista à Revista Pesquisa Fapesp (is.gd/rfapesp): “Temos que minimizar os impactos da produção de petróleo sobre o meio ambiente e viabilizar o uso mais eficiente desse petróleo com a ampliação da utilização de fontes mais limpas de geração de energia”.
Por isso, é preciso ouvir com muita desconfiança qualquer discurso que desconsidere o papel que o petróleo ainda tem no mundo. No caso brasileiro, contrariando a máxima popular, quem desdenha quer vender. São entreguistas que simulam preocupação ambiental e nem sequer se envergonham em falar bobagem, pois seus argumentos rasos não sobreviveriam em um debate sério.
Espaço aberto
Intelectuais negros foram embranquecidos
Rosana de Sousa Fernandes**
O objetivo do dia da Consciência Negra não é somente falar sobre o grande líder que foi Zumbi, mas também fazer uma reflexão sobre a cultura do povo africano e o impacto que tiveram na evolução da cultura não só no Brasil, mas no mundo. Sociologia, política, religião, artes, história e gastronomia entre várias outras áreas, foram profundamente influenciadas pelas culturas negra e africana e seus descendentes.
Aproveito essa data para apresentar alguns intelectuais negros que foram embranquecidos ou não reconhecidos na nossa história, não só no Brasil, mas em várias partes do mundo. O racismo é um processo que tenta ao longo de toda a história invisibilisar a importância das pessoas negras, por isso é tão importante recontar a história da maneira correta.
Maria Firmina dos Reis
Importante escritora maranhense. Era engajada no movimento pela abolição da escravatura, chegando a escrever um Hino à Abolição.
Chiquinha Gonzaga
Documentos mostram que sua mãe era filha nascida alforriada de uma mãe escravizada. Chiquinha participava ativamente na luta pela abolição, colando cartazes e arrecadando fundos para a causa.
Nilo Peçanha
Foi o primeiro presidente de descendência negra do Brasil. Alguns pesquisadores afirmam que suas fotografias presidenciais eram retocadas para branquear sua pele escura, exatamente para se encaixar no padrão de branqueamento.
>> continua na próxima edição
* Trecho de artigo publicado no Portal da CUT sob o título “20 de Novembro: Quem são os intelectuais negros que foram embranquecidos na nossa história”, disponível em is.gd/eanascente1214. ** Diretora adjunta da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT.
Tem solução
Proposta do senador Rogério Carvalho (PT-SE) para reduzir o preço dos derivados do petróleo deu um passo importante no Senado nesta terça, 9, com a designação do senador Jean Paulo Prates (PT-RN) como relator do Projeto de Lei 1.472/2021 na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A proposta foi construída a partir de debate levantado pela FUP e sindicatos petroleiros sobre os efeitos da política de Preço de Paridade de Importação (PPI) na Petrobrás, adotada desde 2016.
Lula no 1º turno
Pesquisa Genial/Quaest divulgada ontem mostra que o ex-presidente Lula venceria a eleição para a Presidência da República se o pleito fosse hoje, com 48% dos votos (56% dos votos válidos). Bolsonaro tem 21% das intenções de voto. O ex-ministro Sérgio Moro seria o terceiro colocado, com 8%, seguido de Ciro Gomes, com 6%. Veja demais candidaturas e cenários sondados pela pesquisa em is.gd/pesquisagenial.
Wellbore
Trabalhadores da Wellbore têm assembleia na próxima terça, 16, às 13h. A categoria vai avaliar proposta de Acordo Coletivo de Trabalho para o período 2020/2022. A assembleia será em ambiente online e, para participar, é necessário fazer inscrição em formulário disponível em is-gd/asswellbore. Após a inscrição, o trabalhador recebe e-mail com informações sobre como entrar na reunião.
Aposentados
Aposentados da base do NF participaram ontem do seminário da Anapar, a associação dos participantes de previdência complementar e usuários de planos de saúde de autogestão. Em razão da participação, não ocorreu a setorial das tardes das quartas-feiras, que retorna na próxima semana. Os encontros reúnem diretores do Departamento dos Aposentados, pensionistas, especialistas jurídicos e previdenciários, em discussões que tratam de temas de interesse da categoria.
VOCÊ TEM QUE SABER
Fora, Bolsonaro: Campos com povo nas ruas nesta sexta
Sindicatos, entidades dos movimentos sociais e partidos políticos voltam a mobilizar os moradores de Campos dos Goytacazes em um ato público contra o governo Bolsonaro. O protesto será realizado nesta sexta-feira (12), às 10h, no Pelourinho, no Calçadão do Centro.
Os organizadores do novo protesto “Fora, Bolsonaro” no município mudaram o formato da manifestação em relação às mais recentes, realizadas na Praça São Salvador. Desta vez, o objetivo é promover um diálogo por meio de um café da manhã servido à população.
“Nós decidimos que vamos ter uma concentração no Sindicato dos Bancários, às 8h, sairemos em torno de 9h em caminhada até o Pelourinho, onde já estará uma equipe fazendo uma ouvidoria com a população em um café da manhã para marcar a questão da fome, da miséria. A expectativa é a de que a gente tenha bastante gente”, explica a diretora do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe), Odisseia Carvalho.
Na última sexta-feira, em reunião dos organizadores, na sede do Sindicato dos Bancários, ficou definido que a realidade de fome e miséria também será marcada de forma solidária no final da tarde do dia anterior ao protesto, com a distribuição de quentinhas para a população em situação de rua, na Praça São Salvador.
Os organizadores têm destacado a grande adesão de entidades ao protesto. Estão envolvidos sindicatos e associações que representam categorias como a dos bancários, metalúrgicos, profissionais da educação, petroleiros, químicos, docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense, técnicos, trabalhadores da Justiça, saneamento, servidores públicos, entre outras.
A vice-presidente da Aduenf (Associação dos Docentes da Uenf), Luciane Soares da Silva, é uma das lideranças que ressaltam o crescimento da adesão: “A reunião foi muito exitosa porque reuniu um número muito grande de sindicatos. Temos conseguido fortalecer esse trabalho de reunião. Isso se torna cada vez mais importante porque a ideia é que a gente consiga fortalecer a luta contra esse governo”, afirma.
Macaé tem ato dia 19
O ato público desta sexta-feira, em Campos dos Goytacazes, antecipa o clima de mobilizações para os protestos nacionais do próximo dia 20, Dia da Consciência Negra, que também será marcado por manifestações contra o governo Bolsonaro. Em Macaé, haverá protesto no dia 19.
Brigadas petroleiras vão voltar contra privatização
Da Imprensa da FUP
Diretores da Federação Única dos Petroleiros (FUP) tiveram um longo dia de agendas na última quinta, 04, na capital federal. Pela manhã, se reuniram com deputados da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara. A reunião, que foi presencial e contou com a participação virtual de alguns parlamentares, teve como objetivo dialogar sobre as estratégias de luta para combater a privatização da Petrobrás e a Política de Preços dos Combustíveis no Congresso Nacional.
A FUP anunciou também que retomará a “Brigada Petroleira” nos gabinetes dos Deputados e Senadores em Brasília e nos Estados. A brigada apresentará as propostas da Federação e seus sindicatos alternativas ao PPI – Preço de Paridade de Importação, bem como discutir formas de barrar a privatização total da Petrobrás.
Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP, que participou da reunião, afirmou: “É de enorme importância articular esforços para barrar as propostas e ações de desmonte do governo Bolsonaro e por isso estamos aqui. Em breve retomaremos com força a Brigada Petroleira que articulará institucionalmente em Brasília enquanto nos diferentes Estados discutimos a possibilidade da greve nacional contra as tentativas de privatização total da maior empresa do Brasil”.
Bacelar participou também da gravação do documentário “Mentiras como Combustível – A verdade sobre a política de preços da Petrobrás”.
Pela tarde, os representantes do movimento sindical se reuniram com o Embaixador de Cuba no Brasil, Rolando Antonio Gómez Gonzáles, e o Conselheiro/Vice-Chefe da Missão, Ing. Menezes Martínez Hernández, tratando de temas da Conjuntura Internacional e Nacional e ajustando os termos para um convênio da Federação com o Governo Cubano, através dos Ministérios das Relações Exteriores, Turismo e Saúde.
Covid-19: Petrobrás não considera terceirizados
Durante a reunião de EOR e SMS, na última semana, o Sindipetro-NF teve mais uma vez a confirmação de que a empresa continua omitindo informações importantes sobre a contaminação dos trabalhadores por Covid-19. A empresa informa apenas que nas bases do Sindipetro-NF foram 1777 casos confirmados e 10 óbitos. Não são contabilizados os casos de mortes de trabalhadores terceirizados, reduzindo drasticamente, de forma artificial, os números reais.
Outra redução artificial descoberta na reunião foi no total de contaminados e de óbitos. Nesta reunião foi identificado que um total de 1380 casos confirmados e 16 óbitos de trabalhadores, que não estavam sendo informados ao Ministério de Minas e Energia, ou seja, a empresa vem ocultando pelo menos 14% dos casos.
Na avaliação do Sindipetro-NF, um dos motivos dessa omissão de informação é que a empresa prioriza a produção ao invés da vida do trabalhador. Há diversas denúncias de trabalhadores, que embarcaram em plataformas com surto de Covid-19.
“Esse posicionamento da Petrobrás impede que os trabalhadores e o sindicato possam ter noção de onde estão ocorrendo os surtos. Além disso, os trabalhadores embarcam e muitas vezes são surpreendidos com um surto já em curso na unidade que chegam. A empresa não informa, porque sabe que se os trabalhadores e sindicatos forem informados não aceitarão embarcar com alto risco de se contaminarem. Devemos priorizar sempre a vida do trabalhador”, declarou o diretor Alexandre Vieira.
SAIDEIRA
Jurídico alerta para golpe da antecipação de valor trabalhista
O departamento jurídico do Sindipetro-NF e sua assessoria jurídica , representada pelo escritório Normando Rodrigues e Advogados, alertam aos filiados para que tenham atenção a mensagens com uma suposta promessa de “antecipar o valor de processos trabalhistas”.
A entidade ressalta que não fez qualquer contato e não forneceu dados pessoais e de processos a empresas que oferecem estes serviços.
“Alertamos veementemente para que não entrem em contato e nem assumam compromissos desta natureza, não há qualquer estudo sobre a confiabilidade destas empresas e segurança de suas propostas”, ressalta o jurídico.
Denuncie
O NF solicita que os filiados que estão sendo assediados por estas empresas encaminhem o relato para o e-mail [email protected], para as devidas providências.
AUDIÊNCIA NA ALERJ – Na segunda, 08, aconteceu na Alerj audiência pública convocada pela comissão de combate a miséria e a fome para discutir a regularização fundiária dos assentamentos como forma de enfrentar a miséria e a escassez de alimentos no estado do Rio. O Acampamento Cícero Guedes, de Campos dos Goytacazes, e o PDS Osvaldo de Oliveira, de Macaé, tiveram espaço de fala durante o debate, que tinha como objetivo dialogar com o Incra sobre a reforma agrária no Estado. Infelizmente, no entanto, o superintendente regional do órgão não compareceu ao encontro, demonstrando desinteresse em construir um diálogo. A audiência foi presidida pela deputada estadual Renata Souza (PSOL) e pela deputada federal Taliria Petrone (PSOL-RJ) e contou com a participação Procurador da República no estado e coordenador do grupo de trabalho do MPF sobre reforma agrária, Julio José Araújo Junio e de Luana Carvalho, que faz parte da direção nacional do MST.
NORMANDO
Delta de Deltan
Normando Rodrigues*
Dallagnol não tem nada de republicano, é um agente a serviço dos EUA, amealhou fortuna de forma suspeita, e falsificou provas.
Alfa de apaniguado
Há uma lei complementar a reger o ministério público federal. Trata-se da 75/93, e seu artigo 187 estabelece o prazo de dois anos, após o bacharelado, para que se possa prestar o concurso de ingresso.
No entanto, os bem nascidos têm imunidade a leis. Deltan é filho de Agenor, que na mitologia grega tinha por pai Poseidon, o Deus do mar e criador de terremotos.
O Agenor, pai de Deltan, aposentou pelo ministério público do Paraná e como semideus conseguiu que o filho prestasse o concurso para o MPF no ano em que se formou na faculdade. Foi o começo do naMORO do mancebo com a ilegalidade.
Beta de búnquer
À frente da Lava Jato, Deltan quis transformar seu gabinete num búnquer cibernético, como os próprios procuradores definiam, com a compra do já famoso programa espião israelense Pegasus.
O dispositivo de espionagem – aquele que os Bolsonaros teriam adquirido – é capaz de invadir qualquer celular e rastrear sua localização, em tempo real.
A tentativa de aquisição e a perspectiva de uso são completamente ilegais.
Gama de grana
Deltan julga a todos por sua própria régua moral. Ávido por rendas, comprou dois apartamentos de 55m² em Ponta Grossa, PR, para parasitar inquilinos.
A construção foi financiada pela Caixa Econômica Federal, com verbas do programa Minha Casa Minha Vida. Pode não ser ilegal, mas é absolutamente imoral.
Deltan, também é dono de dois apartamentos em Curitiba, avaliados em mais de R$ 4 milhões. Patrimônio compatível com sua renda, ou com os dólares escondidos sob a banheira, dos quais a mãe o teria lembrado?
Épsilon de entreguista
Deltan disse a seus coleguinhas que a prisão eleitoral de Lula era “um presente da CIA”.
No mesmo ano Deltan constrangeu a Petrobrás a fechar com o governo dos EUA o estranhíssimo acordo de R$ 3,5 bilhões, por meio do qual a vítima da corrupção pagou a um governo estrangeiro, supostamente para não ser processada.
Do total, Deltan e seus amiguinhos do MPF administrariam R$ 2,5 bilhões, por meio de uma fundação de explícita finalidade político-partidária, segundo um outro acordo, entre Petrobrás e Ministério Público.
Este novo pacto de 2,5 bi foi fechado sem processo cabível, homologado pela juíza Gabriela Hardt (“Ctrl+C, Crtl+V” de Moro), e felizmente impedido pela ministra Carmen Lúcia, do STF.
Iota de inelegível
Deltan saiu do MPF para evitar exoneração, que viria da reclamação disciplinar apresentada junto ao Conselho Nacional do Ministério Público pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, no último dia 18 de outubro.
Além de literalmente dezenas de outros processos administrativos disciplinares, neste Deltan enfrentaria a comprovada falsificação que fez na delação de Pedro Barusco, ex-executivo da Petrobrás, com o objetivo político de incriminar Lula.
Ômega de obviedades
A fuga de Deltan o torna inelegível por oito anos, nos termos de outra lei complementar, a 64/90, em seu art. 1°, inciso I, alínea “q”.
Qualquer coisa diferente disto será ato de bandidagem. Ainda que venha de um semideus.
* Assessor jurídico do Sindipetro-NF e da FUP.
[email protected]
1214merge