Editorial
Por uma representante nossa no CA
Em 28 de dezembro de 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promulgou a Lei 12.353, que dispõe sobre a participação de empregados nos conselhos de administração das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas e demais empresas da União. Um direito que nos cabe e que não podemos abrir mão.
Por conta dessa lei, o ano começa movimentado com o período de eleições do representante dos trabalhadores para o Conselho de Administração da Petrobrás. Esse é um dos momentos, que o trabalhador pode fazer valer o direito do seu voto para a estrutura de empresa, principalmente diante da atual conjuntura de ataques aos direitos da classe trabalhadora, dos petroleiros e a Petrobrás.
Eleger uma representante, que entenda as necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras é de extrema importância para fazer o contraponto dentro do Conselho de Administração. Além disso, é a possibilidade da categoria petroleira fazer questionamentos sobre as propostas apresentadas pela gestão da Companhia, que atinjam a classe trabalhadora.
Com uma representante nossa no CA, também é possível acompanhar e fiscalizar de perto a gestão dos diretores da Petrobras.
O momento agora é de unidade em torno de um nome representativo como o de Rosangela Buzanelli para o CA. É preciso se posicionar, escolher um lado e fortalecer a luta pra que consigamos eleger uma representante que já se mostrou preparada para enfrentar todas as tentativas da atual gestão e da presidência de irem em desencontro aos anseios da classe trabalhadora.
Espaço aberto
Direito de Resposta ao Quaquá
Bárbara Bezerra*
Sabe porque as mulheres não precisam estar nas favelas? Porque nós JÁ ESTAMOS LÁ. Seja sofrendo os percalços reflexos da cultura misógina , seja auxiliando e tentando como um colibri apagar esse incêndio.
A fome hoje no Brasil tem cor e gênero. Ela é preta e feminina. Basta uma ida breve a comunidade para constatar. A grande questão aqui é desconhecer “Porquê”? Eu lhe respondo: devido a cultura machista. O machismo serve ao patriarcado como ferramenta indispensável para manutenção do capitalismo. Sim, Quaquá, as mulheres são maioria nas favelas, porque nossos acessos não são iguais. Não acessamos a educação, emprego formal, capacitação profissional, saúde de forma igualitária. Por isso o feminismo luta por equidade de direitos. Sabe como podemos pensar em modificar essa cultura? Com políticas públicas inclusivas, levando em consideração o gênero.
Nós somos minoria na política. Por isso lhe digo, é impossível modificar um sistema, uma cultura, sem alterar as suas raízes e leis. Fazer a assistência nesse momento é importante, trabalhamos com o Petroleiro Solidário e 90% das pessoas assistidas são mulheres. Mas, modificar, transformar, desenvolver uma nova cultura igualitária só se faz por novas leis ou revolução.
Uma crítica machista não desmerece sua carreira política. Por que você para reconhecer o erro e dar mais um upgrade na sua carreira política? Sim. Será digno!
*Trecho do texto da diretora Bárbara Bezerra em resposta a fala do Quaquá sobre as mulheres na política (texto completo no site do sindipetro-nf)
A Semana
Expro
Os trabalhadores da Expro aprovaram, com 87% dos votos, a nova proposta de acordo coletivo de trabalho 2020/2022. Com as novas mudanças o auxílio creche passa de R$625,00 para R$700,00; O alimentação de R$460,00 para R$500,00; O ticket refeição de R$ 43,00 para R$46,00. O tempo licença maternidade e paternidade também aumentaram. Já com relação ao salário, a empresa concedeu 6,75%, o que está acima do índice do IPCA acumulado para o período.
Aposentados
Por conta do período de férias e da funcionária responsável, Ivana, ter sofrido um acidente e estar afastada, as reuniões setoriais dos aposentados, que aconteciam todas às quartas-feiras estão suspensas em janeiro.
As reuniões voltarão a normalidade no mês de fevereiro , na plataforma digital Zoom, sempre às 15h. Aguardem novas informações!
Marítimos
Bolsonaro vetou o inciso do artigo 9º da Lei 14.301/2021 (antigo PL 4.199/2020) que assegurava o emprego de 2/3 de trabalhadores brasileiros nos navios estrangeiros inscritos no programa de estímulo à cabotagem nacional BR do Mar. Segundo Zé Maria Rangel, o trecho era a garantia emprego para os marítimos brasileiros em lei. O veto é mais um passo para o fim de uma marinha mercante que se possa identificar como brasileira.
Passivo ambiental
Em decorrência das inúmeras irregularidades que envolveram a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), com destaque para o profundo passivo ambiental omitido pela Petrobrás, o Sindipetro Bahia e a FUP ingressaram com uma ação civil pública perante à Justiça Federal – Seção Judiciária da Bahia, órgão vinculado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), para anular a venda da refinaria baiana, localizada no município de São Francisco do Conde.
Capa
Casos de Covid-19 explodem e NF cobra providências para evitar tragédia
Nas últimas duas semanas a diretoria do Sindipetro-NF recebeu denúncias de casos de COVID-19 em cinco plataformas e três navios que estão operando na região. Flexibilização das medidas de prevenção e não cumprimento de recomendações do Ministério Público podem ser os motivos do aumento dos casos a bordo
Imprensa do NF e da FUP
Na próxima quinta-feira, 13, pela manhã, a FUP terá uma reunião com o grupo de Estrutura Organizacional de Resposta da Petrobras (EOR) para cobrar explicações da empresa e discutir a atual situação dos trabalhadores frente ao novo panorama que se desenha para a pandemia no Brasil.
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre 27 de dezembro e 5 de janeiro, as notificações de contaminação pelo coronavírus nas plataforma dobraram, saltando de sete para 15 nesse período. A média móvel nos últimos 15 dias indicou alta de 3,14 para 6,75 trabalhadores contaminados.
Bacia de Campos
O Sindipetro-NF denunciou em seu site a ocorrência de surtos de Covid em quatro plataformas da Bacia de Campos: P-43, P-31, P-32 e P-56. Na sexta, 7 de janeiro, o Sindipetro-NF denunciou a possibilidade de um surto de Covid na plataforma de P-43 na Bacia de Campos. Segundo informações recebidas dos trabalhadores, a empresa fez testagem a bordo e detectou 5 pessoas contaminadas e desembarcou os contaminados, mas pelo menos 15 contactantes foram mantidos a bordo.
Em P-43, apesar da empresa ter atuado de forma correta realizando a testagem a bordo, demorou muito para começar a desembarcar os contaminados e contactantes, o que pode ter ajudado a contaminação de outras pessoas que apresentam sintomas.
Em P-31, quatro camarotes foram isolados, com quatro trabalhadores com sintomas e cerca de 15 pessoas contactantes. Os quatro sintomáticos foram desembarcados pelo aeroporto de Vitória. Os trabalhadores a bordo denunciam que a gerência orienta o uso de álcool nas mãos, sendo que não há álcool na plataforma.
A categoria tem percebido e denunciado a flexibilização de várias regras de saúde o que fez com que a situação a bordo das unidades se agravasse.
O Sindipetro-NF também recebeu denúncia de que em P-32 e P-56 foram confirmados sete casos de Covid-19, não sendo identificados quantos em cada unidade separadamente. Temos a informação que foi realizado na quinta-feira, 6, uma testagem em massa a bordo na P-56 que detectou dois trabalhadores positivados. Nessa unidade a empresa estava com problemas para disponibilizar camarotes exclusivos para pessoas positivadas e contactantes conforme exige as normas técnicas.
Sobre os desembarques em aeroportos diferentes das escalas dos trabalhadores, a diretoria do Sindipetro-NF sabe que alguns trabalhadores estão encontrando dificuldade para chegar em suas casas e lembra à Petrobras que ela é responsável em dar toda a infraestrutura ao trabalhador, desde o momento do seu desembarque até a chegada em sua casa sem contaminação de outras pessoas durante esse trajeto.
O sindicato segue cobrando da empresa a divulgação dos dados (veja abaixo o levantamento feito pelo NF) e o cumprimento das recomendações do MPT e lembra que os trabalhadores não podem ser mantidos em isolamento a bordo, novos embarques devem ser suspensos até o desembarque de todos os casos e aaté que haja completa desinfecção da unidade.
Unidades com surto
P-31: 4 positivos / 15 contactantes.
P-25: 1 positivo
P-32 e P-56: 7 positivos
P-43: 5 positivos / 15 contactantes
P-47: 1 com sintomas que não consegue desembarcar.
3 navios sonda com surto
*Informações atualizadas com base nas denúncias dos trabalhadores e referentes às ultimas duas semana
CA da Petrobras
Rosângela não se curva ao mercado e defende a Petrobrás
Começa no próximo dia 22 e vai até o dia 30 de janeiro, a votação para o Conselho de Administração da Petrobrás. Este ano, o Sindipetro-NF e a FUP estão indicando novamente o voto na candidata a reeleição Rosângela Buzanelli, número 1000.
Para o Sindipetro-NF, é uma grande responsabilidade da categoria petroleira eleger uma representante que participe ativamente e lute pela empresa, principalmente, neste momento em que a categoria enfrenta o maior desmonte da história da Petrobrás. E Rosangela, ao longo do seu primeiro mandato já demonstrou que não se curva aos “encantos” do mercado, nem às pressões e questionamentos.
Durante seu mandato, Rosangela atuou em defesa dos anseios da categoria e da empresa. Mesmo sendo minoria votou a favor de várias pautas que visavam garantir a defesa de uma Petrobrás forte e integrada, a serviço da nação e do povo brasileiro. Além da experiência dentro do Conselho, Rosângela também vasta experiência tanto na área operacional quanto na administrativa.
“Sempre me posicionei – e assim continuarei até o final do mandato – contrária à destruição da verticalização e integração da Petrobrás, pois são elas que garantem à empresa a estatura e resiliência nos cenários geopolíticos tão instáveis do setor petróleo”, afirmou Rosangela.
Entidades sindicais e AEPET também apoiam a candidatura de Rosângela.
Schlumberger
Trabalhadores aprovam reajuste de 6%
Os trabalhadores da Schlumberger aprovaram, com 55% dos 238 votos, a nova proposta do termo aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2022. A votação aconteceu em assembleia virtual, realizada na última segunda-feira, 10.
Com a nova proposta, ficou acordado que o reajuste salarial será de 6% para os trabalhadores com salário até R$ 7.999,99. Para os que recebem um valor acima de R$8000,00 o reajuste será no valor fixo de R$400,00.
O piso salarial passa a ser R$ 1.363,00.
Haverá reajuste no ticket-alimentação, para R$ 437,00, o ticket-refeição para R$ 43,00; auxílio creche para R$460,00 e o auxílio academia vai para R$ 156,00.
Com relação a PRL ficou definido o valor fixo de R$ 1.387,00 para empregados que recebam até R$ 7.999,99.
Todas as condições serão retroativas e aplicáveis a partir de 1º maio de 2021.
Saideira
Dieese
Cesta básica aumenta em todas as capitais em 2021
Em 2021, o valor da cesta básica aumentou nas 17 capitais onde o DIEESE realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As altas mais expressivas, quando se compara dezembro de 2020 com o mesmo mês de 2021, foram registradas em Curitiba (16,30%), Natal (15,42%), Recife (13,42%), Florianópolis (12,02%) e Campo Grande (11,26%). As menores taxas acumuladas foram as de Brasília (5,03%), Aracaju (5,49%) e Goiânia (5,93%).
Dezembro de 2021
Entre novembro e dezembro de 2021, o valor da cesta subiu em oito cidades.
Cestas mais caras:
R$ 690,51, em São Paulo
R$ 689,56, em Florianópolis
R$ 682,90, em Porto Alegre
Cestas mais baratas:
R$ 478,05, em Aracaju
R$ 510,82, em João Pessoa
R$ 518,21, em Salvador
Os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos mostraram que, entre dezembro de 2020 e de 2021, nove produtos tiveram alta acumulada de preços em quase todas as capitais pesquisadas. Foram eles: carne bovina de primeira, açúcar, óleo de soja, café em pó, tomate, pão francês, manteiga, leite integral longa vida e farinha de trigo, no Centro-Sul, e de mandioca, no Norte e Nordeste. Por outro lado, batata, arroz
agulhinha e feijão registraram taxas negativas na maior parte das capitais.
Com isso, o salário mínimo necessário: R$ 5.800,98 (5,27 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100).
Foto Legenda
ARQUIVO NACIONAL – Nesta terça-feira (11), sociedade civil e diversas entidades se organizaram em um ato em defesa do Arquivo Nacional e pela preservação da história e da memória brasileiras, na Praça da República, no Rio de Janeiro. O Arquivo Nacional não escapou da fúria de desmonte promovida pelo atual desgoverno.
Normando
Guerra Civil 2
Matar pobres se tornou a principal competição da pseudo-elite brasileira, em diversas modalidades além da favorita, o “combate às drogas” (extermínio da juventude negra).
Dois outros modos são tão eficazes quanto: o neoliberalismo (privatizações, desindustrialização e desemprego) e a destruição do meio ambiente, esta combinada com o holocausto indígena, os desastres “naturais” e o assassinato de militantes ecológicos.
Estadão
Márcia não lia o “Estado de São Paulo”. Mas ficaria intrigada se alguém lhe falasse do editorial de 30 de dezembro, no qual o jornal confessou finalmente ter descoberto sermos um país conivente com a pobreza.
Márcia logo perguntaria quem é o conivente, já que sem o nome do cúmplice a acusação do diário paulistano se iguala às frases indicativas de que o povo assiste “bestializado” aos fatos históricos, como narrou o abolicionista Aristides Lobo.
“Eles resolveram…”, “eles fizeram…”, “eles são coniventes…”, todas expressões comuns dessa bestialidade inerte, que não era a de Zé do Lago, o marido de Márcia. Este sabia a identidade “deles” com clareza: os que mandam.
“Pibreza”
Acontece de os que mandam serem também os que uivam pela boca do Estadão, razão que o leva a não nominar os “coniventes” e nem definir o que seja “pobreza”.
Assim limitada por seus donos, a grande mídia só consegue pensar pobreza via crescimento (Pib). As medidas do desenvolvimento humano (IDH) ou da desigualdade social (Gini), não interessam, porque incomodam aos ricos.
Zé do Lago diria ainda que Pib não põe mesa, verdade aprendida empiricamente pelos pobres, que nunca viram sua fatia no bolo do crescimento médio do Brasil, de 6% ao ano durante meio século, entre 1930 e 1980, o maior do mundo.
Desemprego
Comprometido com a guerra aos pobres, o Estadão mente às claras ao afirmar que o desemprego, no anos 90, se manteve em 5% e foi “melhor do que sob o PT”.
Os que estavam no mercado de trabalho naquela época sentiram na pele a real “década perdida” para os pobres. O desemprego de 1998 superou os 8% e perto do fim do reinado de FHC bateu em 12,1% em 2001.
Desemprego de 12,1% sob o “Príncipe da Sociologia” chega muito próximo dos atuais 12,6%sob o fascismo. Proximidade que bem poderia ser resumida pela sabedoria de Márcia: “são farinha do mesmo saco”.
Cidadania
Delirante em seu ódio aos pobres, o Estadão teve um faniquito com o ataque à oitocentista reforma trabalhista do Golpe, e decretou que o PT “não sabe o q é cidadania”.
Cidadania é algo que Márcia e Zé do Lago praticavam há 20 anos, nos quais se dedicaram à recuperação de tracajás e de tartarugas-da-amazônia, em São Félix do Xingu (PA). Isso até por volta de 6 de janeiro.
Márcia, Zé do Lago, e a filha Joane de 19, foram mortos na própria residência, por pistoleiros a mando de quem defende a pauta econômica do neoliberalismo e do Estadão.
Mortes de pobres, na guerra movida pelos ricos. Não haverá editorial do Estadão a respeito.