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A SEMANA

Editorial

Um bode na sala de mentiras de Bolsonaro

Quis o destino que um bode, o bicho mais querido do Nordeste e que provocou uma dor de cabeça de dimensões maçônicas a Bolsonaro há algumas semanas, fosse justamente o ser que antes mesmo das mentiras metralhadas pelo, por enquanto, presidente da República, já reunia todas as respostas para desmontá-las.
Está tudo lá, no site bodespiador.com.br, da campanha criada pelo Sindipetro-NF justamente para vacinar a sociedade contra a profusão de bobagens que são ditas sobre a Petrobrás e o setor petróleo no Brasil. Na campanha eleitoral era esperado que a indústria de fake news também se voltasse contra a empresa e a categoria petroleira.

No mais recente debate entre os candidatos à presidência da República não foi diferente. Bolsonaro falou em endividamento da Petrobrás, desconsiderando que ele se deu em patamares compatíveis com os lucros que viriam (e vieram) com os investimentos no pré-sal, orgulho brasileiro e o que está garantindo os resultados da companhia hoje — infelizmente mais servindo para encher o bolso do acionista do que para reverter-se em benefícios sociais para os brasileiros.

Bolsonaro falou na construção de refinarias, como se isso fosse um problema e não uma solução, entre outras sandices típicas de um boquirroto desqualificado. Mas nosso Bod, James Bod, está atento e não vai deixar a mentira vencer.

 

 

Coação eleitoral

Não para de crescer o número de denúncias contra patrões que estão coagindo seus trabalhadores a votarem no candidato que melhor atende aos interesses dos que vivem de lucrar em cima da exploração do trabalho dos outros. As denúncias podem ser feitas em uma página criada pela CUT especialmente para este fim, sendo garantido o anonimato aos que desejarem. A denúncia é checada e, quando confirmada a sua pertinência, encaminhada para o Ministério Público Eleitoral e para o TRE correspondente à região. Se você souber de alguma coação eleitoral, denuncie em www.cut.org.br.

Um dos casos

Nesta semana, o dono de duas lojas de calçados (Havaianas e Ana Capri) que funcionam no Manaíra Shopping, em João Pessoa (PB), Arthur Vilhena Ferro, foi proibido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PB) de praticar assédio eleitoral contra seus trabalhadores e trabalhadoras, sob multa de R$ 30 mil por trabalhador.

Pintou um clima

Em Campos dos Goytacazes, tem repercutido nas redes sociais o caso da padaria Fórum do Pão, na Praça do Liceu, que está decorada e uniformizou todos os funcionários com camisa verde-amarela, com o número 22 e com a frase “Todos juntos pelo Brasil”, sob o pretexto de estar no clima da Copa do Mundo.

Surto na P-67

Mesmo não sendo em sua base, o NF tem recebido relatos e acompanha o surto de Covid-19 na plataforma P-67, na Bacia de Santos. Passa de duas dezenas o número de petroleiros com testes positivos para a doença. Os trabalhadores da unidade são representados pelo Sindipetro Litoral Paulista, que também tem acompanhado a situação e registrou a denúncia em matéria no seu site no último dia 10.

La grève 01

A FUP e seus sindicatos manifestaram nesta semana a solidariedade integral aos petroleiros franceses que estão em greve nas principais refinarias do país. O movimento é puxado pelos trabalhadores da Exxon Mobil e se alastrou para as refinarias da TotalEnergies, paralisando as unidades petroquímicas da França. Pelo menos seis de oito unidades estão paradas.

La grève 02

O movimento petroleiro na França já provoca um racionamento de combustíveis, pois 30% dos postos do país estão sem gasolina e diesel. As empresas, apesar dos lucros extraordinários que tiveram, insistem em reajustes abaixo do que está sendo reivindicado. A Total, por exemplo, ofertou 5% e a Exxon, 6,5%. Também por lá, priorizam os acionistas.

Pibinho

A CUT divulgou nesta semana que, ao contrário do que disse o ministro Paulo Guedes, a economia brasileira não está bombando, está andando para trás. O Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central (BC), considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), tombou 1,13% em agosto, na comparação com julho. Foi a maior redução desde março de 2021.

 

VOCÊ TEM QUE SABER

Mentiras sobre Petrobrás na lupa do Bod

A categoria petroleira conhece bem a realidade da Petrobrás e o quanto foi histórica a descoberta do pré-sal, que demandou investimentos na empresa. Por isso, precisa estar preparada para rebater as mentiras que são ditas sobre a companhia, o que voltou a acontecer no debate presidencial no último domingo. O presidente Bolsonaro mentiu sobre endividamento, refinarias, entre outros pontos.

O NF mantém uma campanha de esclarecimento à sociedade que tem um simpático James Bod como personagem que mostra as verdades. Veja, abaixo, um exemplo sobre a Lava Jato. Todos os pontos estão em bodespiador.com.br.

Entrevista com o Bod

1) O que foi a Operação Lava Jato?

A Operação Lava foi deflagrada em março de 2014. A princípio, a operação surgiu para investigar sobrepreços em contratos firmados entre a Petrobrás e fornecedores de produtos e serviços. Mas, no fim, a operação se mostrou um movimento político de perseguição. Para isso, além de utilizar métodos juridicamente inexistentes ou errados, houve uma comprovada parceria, também ilegal, entre o Ministério Público, encarregado das acusações, e o juiz encarregado pelos julgamentos. Entre tantas medidas suspeitas, os procuradores da operação queriam usar R$ 2,5 bilhões pagos pela Petrobrás em multas para abrir uma fundação.

2) Se você critica a Lava Jato, então você defende a corrupção…

Não tem nada a ver uma coisa com outra. O grave problema da Lava Jato não foi de conteúdo – ou seja, investigar possíveis irregularidades em contratos da Petrobrás, isso era necessário –, mas de forma. Como já disse, a operação virou um espetáculo político-midiático, com ações estrondosas necessárias, procedimentos ilegais e até mesmo vazamento de gravações da Presidência da República. Fora a pressão por delações premiadas vazias, sem provas. Deu no que deu. As relações viciadas entre procuradores e o juiz encarregado pelo julgamento foram comprovadas por troca de mensagens e divulgadas publicamente como “Operação Vaza Jato”.

3) Na época da Lava-Jato, por que os petroleiros não fizeram nada?

Mentira. Petroleiras e petroleiros sempre defenderam as investigações. Como eu já disse, quem trabalha na Petrobrás de verdade tem orgulho da empresa e quer que ela seja gerida com seriedade, competência e transparência. Mas não concordaram, em nenhum momento, com a forma da Lava Jato, com a metodologia ilegal que estava sendo utilizada. E que não produziu provas. E mais: petroleiras e petroleiros entraram na Justiça contra diretores e gerentes da Petrobrás que, comprovadamente, ou seja, com provas, se envolveram em corrupção. Cobraram indenização não apenas pelos danos que causaram à empresa, mas também à imagem e à autoestima de quem trabalha na Petrobrás.

4) Se não fosse a Lava Jato, como a gente saberia que existia corrupção na Petrobrás?

“Lava Jato” foi um nome dado a uma operação de fiscalização e verificação de problemas. Portanto, qualquer mecanismo de fiscalização e verificação de contas do poder público pode fazer isso, na Petrobrás ou em qualquer outra empresa estatal ou estrutura pública. Na história da Petrobrás, já houve várias denúncias de sobrepreço, vantagens pessoais, etc.. O que a Lava Jato fez foi transformar suspeitas – algumas foram, sim, comprovadas – em acusações generalizadas, em tornar uma necessidade séria – investigar problemas e julgar e punir culpados, se as denúncias forem comprovadas – em espetáculo, e apenas com objetivos políticos. Nenhuma consideração pela Petrobrás ou por quem trabalha na empresa.

5) A Petrobrás quase quebrou por causa da corrupção?

Outra mentira que foi repetida tantas vezes que até hoje tem gente que vê a empresa lucrando mais de R$ 100 bilhões só este ano e acha que ela pode quebrar. Sim, houve perdas financeiras. Mas nem de perto a sustentabilidade e a continuidade da Petrobrás foram ameaçadas. Que fique claro que não estou dizendo que a corrupção “não foi tão grande assim”. Qualquer corrupção, seja de um alfinete desviado, seja de grandes valores, é desprezível, é crime, tem de ser investigada e ter seus responsáveis julgados e punidos. Mas o espetáculo promovido pela Lava Jato exagerou – e muito – os prejuízos da Petrobrás com os desvios.

6) O que a Lava Jato causou na Petrobrás? Não foi bom para a empresa, afinal, tirou de lá um monte de corruptos?

Se, por um lado, a Lava Jato mostrou que havia problemas na Petrobrás, por outro prejudicou bastante a empresa, suas trabalhadoras e seus trabalhadores e todo o setor brasileiro de petróleo e gás natural. Pelas razões que eu já disse antes: denúncias vazias e sem provas, métodos juridicamente ilegais. Em vez de identificar os verdadeiros responsáveis pelos desvios na Petrobrás, a Lava Jato decidiu praticamente paralisar toda a cadeia produtiva de óleo e gás do país. Com isso, afetou não apenas quem trabalha na Petrobrás, mas também quem trabalhava, na época, em empresas fornecedoras.

 

P-31: Gestão diz que está tudo bem na plataforma

No dia 20 de setembro, a diretoria do Sindipetro-NF enviou ofício à gerência de Relações Sindicais da Petrobrás para cobrar a atuação da gestão da empresa em relação ao desrespeito da escala dos trabalhadores e do pagamento de horas extras na plataforma P-31, na Bacia de Campos. Passado quase um mês do questionamento do sindicato, a empresa encaminhou um ofício dizendo que a gestão da escala de P-31 “visa garantir a segurança das pessoas, da instalação e do meio ambiente, sempre observando a legislação e o acordo coletivo de trabalho vigentes”. E que quando identificarem que um posto de trabalho operacional e essencial ficará vago, seja por afastamentos médicos e legais, ausências não justificadas, bloqueio sanitário, dentre outros motivos de absenteísmo, a Companhia substituirá esse posto de trabalho, cumprindo obrigatoriamente a legislação e o acordo coletivo de trabalho vigentes.

Sobre os os apontamentos das horas excepcionais relativas o pré-embarque, como no caso de confinamento em hotel, e realização de cursos na folga a empresa disse que pratica a legislação e o que está no ACT.

Para a empresa parece que está tudo bem, apesar das denúncias da categoria ao contrário de que as escalas programadas não estão sendo cumpridas. No ofício encaminhado pelo sindicato explicávamos que na área de manutenção, não estava sendo respeitada a “escala programada dos trabalhadores e alterações da mesma”, o que trazia “impactos a vida social e convívio familiar dos trabalhadores”. Assim como não estão sendo feitos os pagamentos de horas extras referentes a “período de confinamento em hotéis ou da realização de cursos na folga”.

O NF avalia como absurda essa resposta da empresa que diz que está tudo normal. Diante desse documento da Companhia, o sindicato solicita aos petroleiros e petroleiras mantenham a entidade informada sobre as questões que envolvem direitos, ambiência, saúde e segurança no trabalho pelo e-mail [email protected]. A entidade garante o sigilo acerca da identidade do denunciante.

 

SAIDEIRA

NF chama petroleiros da Falcão a enviarem sugestões para ACT

Petroleiros e petroleiras da Falcão Bauer, na base do Sindipetro-NF, estão sendo chamados pela entidade a enviarem, até o próximo dia 30, sugestões de reivindicações para o Acordo Coletivo de Trabalho. A data-base da categoria é em novembro e o sindicato avalia como sendo essencial a participação dos trabalhadores.

“É muito importante a participação de todos e todas na construção do Acordo Coletivo. A cada ano temos uma conquista, assim como conseguimos assegurar os direitos já previstos no ACT. A luta por direitos e diária”, conclama a diretora do Departamento do Setor Privado, Jancileide Morgado.

Os trabalhadores da empresa vivem em uma situação preocupante. Recentemente houve perda de contrato com a Petrobrás e a dispensa de mais de 200 empregados. Além disso, o histórico de negociações é difícil, o que reforça a necessidade de participação intensa da categoria.

As sugestões podem ser enviadas para o e-mail do departamento: [email protected].

 

MAR VERMELHO – Uma das mais lindas imagens recentes da campanha eleitoral foi produzida em Recife, durante passagem do ex-presidente Lula pela capital pernambucana. Um mar vermelho sustentou uma bandeira do Brasil gigante em uma das pontes históricas da cidade. A categoria petroleira tem participado de todos estes atos, com grande presença de dirigentes sindicais e militantes de base, levando o apoio dos trabalhadores do setor petróleo à volta dos investimentos na Petrobrás e nas políticas públicas.

 

NORMANDO

Bolsonaro é pedófilo, e mais!

Normando Rodrigues*

A pedofilia de Bolsonaro tem a mesma raiz de seu canibalismo, racismo, misoginia, homofobia e crueldade: a falta de empatia com a espécie humana. E a partir dessa característica podem-se esperar as piores tragédias.

Das muitas tragédias do século XX, a Segunda Guerra Mundial apresenta lições úteis na decifração de nosso presente, com destaque para o genocídio que nos acostumamos a chamar de “Holocausto”.

Desumanidade

O extermínio sistemático e em escala industrial, dos inimigos “construídos” por conveniência política, é o mais duradouro fruto do fascismo. E é necessária uma boa dose de obtusidade, ou de desumanidade, para conhecer essa passagem histórica e ainda assim votar no homem que representa para o Brasil de hoje exatamente o mesmo que Hitler representava para a Alemanha de há 90 anos.

O holocausto somente foi possível em razão da ausência de empatia com as vítimas, por parte dos exterminadores e da parte da população que permaneceu e permanece indiferente a Hitler e a Bolsonaro. Desumanizado pela ideologia fascista e pela indiferença, o outro não é só “vítima”, mas um recurso, insumo, matéria-prima.

Outro como diversão

O “outro” fornecia e fornece mão de obra escrava e diversão sexual a custo irrisório, tanto na Alemanha de Hitler quanto no Brasil de Bolsonaro, onde pobres, mulheres, negros, homossexuais e esquerdistas são coisas, objetos, recursos. Não causa surpresa alguma que, ao ver refugiadas venezuelanas “arrumadinhas” e adolescentes, o Lobisomem conclua que são putas à disposição de seu “clima”.

Bolsonaro é o Hitler revivido de nossos tempos. No entanto, pela mesma conveniência política que colocou nos judeus o alvo prioritário contra o qual o fascismo alemão formou a homogeneidade de seu rebanho, muitos preferem negar. Trágica e ironicamente, a Federação Israelita do Rio de Janeiro apoiou e se manteve fiel ao monstro, a ponto de atacar visceralmente quem denuncia a identidade Hitler-Bolsonaro.

Javalis, por enquanto

Dada a cegueira, vejamos mais um exemplo, o da sempre trágica cidade de Sarajevo, quando sob cerco de 1992 a 1996. Lá, então, milionários cristãos ocidentais pagavam às forças que mantinham o sítio, a fim de matar seres humanos por esporte. Como o miliciano fascista alemão comandante do campo de Cracóvia que matava os internos judeus aleatoriamente, mirando o fuzil da varanda de sua casa. Morte por entretenimento, por diversão. Algo tipo Eduardo Bolsonaro caçando javalis (por ora), também com fuzil.

A reeleição de Bolsonaro – que já tem emendas constitucionais prontinhas com o fim de sequestrar o STF e de permitir reeleição sem limites – significaria a substituição dos javalis por seres humanos, o que aproximaria mais ainda o Brasil da Alemanha de Hitler.

* Assessor jurídico do Sindipetro-NF e da FUP. [email protected]

 

1261merge