Nascente 1267

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Editorial

O fascismo está matando

Na última sexta-feira, 25, assistimos estupefatos a notícia de que um adolescente de 16 anos entrou atirando em duas escolas na cidade de Aracruz, matou três pessoas – duas professoras e uma estudante de 12 anos – e feriu outras mais. Uma ação vista com frequência nos Estados Unidos e que agora passa a acontecer por aqui também. Ao aprofundar as investigações, ficamos sabendo que o jovem era filho de um policial militar e que era simpatizante do nazismo.
Se pararmos para analisar o que está acontecendo no Brasil, vemos que uma parte da nossa sociedade está contaminada pelo discurso de ódio, resultado do avanço do fascismo capitaneado pelo governo de Jair Bolsonaro. Um sistema onde as vidas humanas não importam! Associado à liberação para o uso de armas em nosso país. O que tem proporcionado o crescimento de grupos neonazistas.
Nos últimos três anos o Brasil registrou a aquisição de mais de 1 milhão de armas de fogo. Em setembro deste ano, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) publicou um estudo e emitiu um comunicado que diz que “quanto maior a difusão de armas, maior a taxa de homicídios.
Não adianta apenas a eleição de um novo governo de paz para mudar a violência que se instalou no Brasil. É preciso que a sociedade esteja unida com o propósito de mudar essa sensação de medo e ódio, que o discurso fascista fez se instalar no país.

 

A semana

FUP na OIT
A FUP, representada pelo diretor da secretaria de Relações Internacionais, Gerson Castellano, participa de encontro na Organização Internacional do Trabalho (OIT), que está acontecendo entre os dias 28 novembro a 2 dezembro de 2022 na sede da OIT em Genebra na Suíça. Será uma semana intensa de reuniões e oficinas que resultará a fim dela de resoluções e indicativos para o futuro da categoria.

Dieese
Durante a assembleia anual das entidades sócias do Dieese no estado do Rio, o diretor Marcelo Nunes assumiu o mandato no Estado e o diretor Benes Júnior ficará na direção nacional. Nessa assembleias, os representantes das entidades também apreciaram e aprovaram as propostas de planejamento e de previsão orçamentária para 2023.

CNQ CUT
Está disponível no site da Confederação Nacional do Ramo Químico uma publicação comemorativa dos 30 anos da entidade. É dedicada a todas as trabalhadoras e todos os trabalhadores do Ramo Químico do Brasile também à memória de dirigentes que deixaram legados de comprometimento nesses 30 anos de história.

Cursos gratuitos

A Fundacentro, Instituições Parceiras e a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) disponibilizam cursos on-line gratuitos através da Escola Virtual de Governo (EVG).
Entre os cursos disponíveis estão Avaliação qualitativa de risco: exposição a agentes químicos, Reconhecimento de Riscos Químicos nos Ambientes de Trabalho, Noções básicas de SST para Pequenos Negócios, Segurança em Máquinas e Equipamentos NR12 – Fundamentos Básicos e de Apreciação e Redução de Risco.
Para ter acesso aos cursos, basta se inscrever pelo site da Instituição em encurtador.com.br/iuC48.

Baker

A Federação Única dos Petroleiros e os sindicatos filiados, incluindo o NF, realizaram ontem, 29, uma assembleia com os trabalhadores e trabalhadoras da Baker para avaliar a ultima contraproposta do Acordo Coletivo de Trabalho 2022/2024, apresentada pela Baker no dia 17 de novembro, com avanços na tabela de reajuste de 12,13% retroativo a maio deste ano e no plano de saúde. No fechamento dessa edição a assembleia ainda não havia ocorrido, mas o resultado será divulgado no site do sindicato e da FUP.

Violência em casa
A violação contra as mulheres dentro de casa é percebida por mulheres, segundo a pesquisa Redes de apoio e saídas institucionais para mulheres em situação de violência doméstica no Brasil, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão, em parceria com Ipec e apoio do Instituto Beja, em novembro de 2022. Segundo o levantamento que contou 1.200 entrevistas, 36% das brasileiras já foram vítimas de violência doméstica. Os tipos de violência mais apontadas são a psicológica (ameaças, humilhações, xingamentos, insultos, chantagens…) 27% e física, 17%. Acesse ao levantamento completo em encurtador.com.br/fpKT6.

Você tem que saber

NF participa de mobilização nacional contra venda de bases da Petrobrás

A categoria petroleira realizou nesta terça, 29, uma série de atos pelo país contra a tentativa do governo Bolsonaro de vender bases da empresa, entregando parte do patrimônio nacional. No Norte Fluminense o ato denúncia aconteceu no heliporto do Farol se São Thomé e contou com a participação da direção do sindicato, trabalhadores e trabalhadoras. P-50 corre o risco de ser vendida.

Na terça, 29 de novembro, a categoria petroleira de todo país teve que voltar a realizar atos e mobilizações em todas as bases para mais uma vez denunciar a tentativa do governo Bolsonaro de entrega do patrimônio nacional no apagar das luzes. Em nossa região, o coordenador do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra e o diretor Alexandre Vieras estiveram na manhã de ontem no heliporto de Farol denunciando a tentativa de entrega da P-50 e contra a venda da Reman.

“Temos que denunciar o roubo que está acontecendo na Petrobrás. Querem vender a P-50 na Bacia, a SIX no Paraná faltandoum mês para o governo acabar. O caso da Reman em Manaus é vergonhoso, vão vender por menos da metade do que vale o seguro. Não podemos aceitar!” – manifestou Tezeu no Farol.

Deyvid Bacelar em reunião sobre o caso da Reman, refinaria Isaac Sabbá, no Amazonas afirmou que “É fundamental que seja suspenso todo o atual processo de privatização de unidades da Petrobrás e que seja impedida a xepa de fim de governo. Estão correndo para fechar operações de conclusão de venda, o denominado “closing”, até 31 de dezembro”.

Até o dia 7 de dezembro vários atos e reuniões setoriais em todo o Brasil vão debater e denunciar a situação de outras bases da Petrobrás que também estão em risco, prestes a ter sua venda concluída, como a Lubnor, Lubrificantes e Derivados do Nordeste no Ceará, o TNC, Terminal Norte Capixaba e o ativo Albacora Leste (P50) no Norte Fluminense.

O processo de venda da PBIO deu uma pausa graças às denúncias e ações requeridas na justiça pelo Sindipetro MG. Na Six, Unidade de Industrialização do Xisto no Paraná a luta ainda não acabou, pois assim como para a Fafen PR e a Rlan na Bahia existe esperança na retomada e recuperação desses ativos entregues à privatização pela gestão bolsonarista.

 

Gênero

10º Encontro Nacional de Mulheres Petroleiras acontece em Porto Alegre

O fim de semana foi marcado por emoções, memórias, debate político e troca de experiências, no 10º Encontro Nacional de Mulheres Petroleiras da FUP, que aconteceu no fim de semana em Porto Alegre. Representando o NF, o evento contou com a participação da Jancileide Morgado (diretora do Setor privado); , Bárbara Bezerra (diretora da cultura); Vanilda Maria Riberio da S. Queiroz e Eliane Carvalho (pensionistas), Márcia Valéria B. Silva e Gerlane Machado (funcionária).


Após dois anos sem ter um encontro presencial devido à pandemia, as mulheres do setor petróleo tiveram a oportunidade de trocar abraços, confraternizar e homenagear aquelas que as antecederam na luta, já que entendem que o caminho para chegar à igualdade de direitos é uma construção de longo prazo.
“Foi realmente um momento de romper barreiras. Saímos fortalecidas das experiências que foram trocas neste Encontro. Um marco deste 10° Encontro das Mulheres Petroleir@s e reafirmamos e pautamos direitos para as mulheres onshore e offshore”, declarou a diretora Jancileide Morgado.


Para a diretora Bárbara Bezerra, encontros assim são fundamentais para nutrir os direitos das mulheres. “O encontro foi muito rico, conseguimos fazer várias trocas. Acompanhar as experiências das mulheres aposentadas, das primeiras mulheres petroleiras na área industrial, foi incrível. Esse encontro é um verdadeiro projeto de organização política para que as mulheres petroleiras possam avançar nos espaços e alcançar mais equidades de direitos”, frisou Bárbara.

 

Gênero

CUT promove campanha 21 dias de ativismo

O Brasil registrou 1.319 casos de feminicídio e 56.098 estupros contra vítimas do gênero feminino, incluindo vulneráveis. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com informações de 2021.
Esses e outros temas são abordados na Campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher, impulsionada pela Organização das Nações Unidas (ONU). A CUT integra essa campanha no país. Internacionalmente, ela ocorre em um período de 16 dias de ativismo, que iniciou em 25 de novembro (Dia do Combate à Violência contra a Mulher) e termina no dia 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos).
No Brasil, a campanha que começou no dia 20, alerta sobre a garantia de direitos, a discriminação racial e alternativas contra a violência que atinge meninas e mulheres.

Saideira

Diretoria do NF participa de auditoria do Spie da UO-BC

Os diretores do Sindipetro-NF, Marcelo Nunes e Alexandre Vieira, perticiparam da primeira reunião de auditoria de Serviços Próprios de Inspeção de Equipamentos (SPIE) da UO-BC, que aconteceu nesta segunda-feira, 28, na Praia Campista.
A princípio, os diretores tiveram dificuldade de entrar na base, pois seus crachás estavam bloqueados, após solucionar a situação, os diretores conseguiram, que o sindicato fosse representado neste processo tão importante para a categoria.
“Mostramos que o sindicato tem o seu valor. Apesar do histórico da empresa de querer enganar de várias formas, o SPIE é tripartite e o papel do sindicato de ouvir os trabalhadores e dialogar com a empresa é fundamental”, frisou o diretor Marcelo Nunes.“Entre as questões verificadas pelos auditores, estarão as denúncias provenientes do sindicato, que foram coletadas na entrevista, logo depois da reunião de abertura.
Vamos continuar trabalhando para a melhoria da segurança e saúde de todos a bordo”, declarou o diretor Alexandre Vieira.
A diretoria do sindicato lembra que o SPIE não é da inspeção de equipamentos e sim da UO-BC, por isso, todas as áreas estão envolvidas nessa auditoria. Como por exemplo, a manutenção, quando do reparo de equipamentos ou da calibração de PSVs (válvulas), ou a operação, quando da mudança de algum parâmetro operacional de um equipamento controlado pelo SPIE.
Novas informações sobre o processo serão divulgadas através dos canais oficiais da entidade.

 

Foto: Rui Porto Filho
Foto: Rui Porto Filho

CONSCIÊNCIA NEGRA – Evento para marcar o data pelo Sindipetro-NF teve show com a cantora Kynnie Williams, falas dos diretores e diretoras, barracas com empreendedoras negras e muita animação na sede de Macaé. Mais de 200 pessoas compareceram e prestigiaram a atividade.

 

Coluna do Normando

Selena de Aracruz

Normando Rodrigues*

O massacre de Aracruz tem as digitais do fascismo e de Bolsonaro. Mas a culpa maior reside em nós, tolerantes do intolerável.
É certo que Bolsonaro é o mandante inspirador de mais esse crime, no qual contou com a cumplicidade militante do pai do homicida. Isso, porém, não é central aqui.
Tampouco é relevante lembrar que a desumanidade fascista se alimenta da miséria emocional e sexual em que vivem seus portadores, incapazes de compreender diferenças e complexidades de outros seres humanos e da sociedade. Impotentes, resta-lhes o discurso de ódio e a conduta exibicionista e violenta.
O que verdadeiramente importa na tragédia de Aracruz é a nossa autoria coletiva.
A menina Selena, de 12 anos, e as demais vítimas de Coqueiral, começaram a morrer no momento em que permitimos a apologia a matanças, golpes de estado, fuzilamentos e torturas, por uma besta-fera travestida de deputado federal, ao longo de três décadas.
A tortura merece destaque. No dia em que Bolsonaro teceu loas ao animalesco criminoso Brilhante Ustra – aquele que enfiava ratos vivos na vagina de prisioneiras, e que aprendeu a torturar crianças na frente dos pais com o carniceiro de Lyon, Klaus Barbie (miliciano fascista que torturou até a morte o herói de França Jean Moulin, sem obter uma única informação) – naquele dia, Selena e as outras já morriam.
E morriam e morrerão, após a morte, a cada dia em que ônibus escolares se tornarem alvo de tiros – sim, tiros em crianças, um padrão – nos bloqueios fascistas nas estradas; a cada vez que estudantes que se dirigirem às provas do Enem tiverem que caminhar quilômetros sob a zombaria de imbecis; a cada ataque fascista a escolas, tipo os verificados nos últimos meses no Ceará, RJ, Bahia, Goiás e no próprio Espírito Santo.
E continuam a morrer em cada bala “achada” em corpos tendencialmente pretos e pobres, como os 14 que a polícia do fascista Cláudio Castro eliminou em duas comunidades do Rio, no mesmo dia do desfecho em Aracruz.
São muitos os propagadores dessas mortes e boa parte deles se pretende “cidadão de bem”. São, no entanto, assassinos tão responsáveis por Aracruz quanto por uma nova Auschwitz, projeto inscrito no programa político que defendem.
Ainda há tempo de dar aos fascistas o tratamento que a Constituição e o Código Penal lhes reserva, restaurar a democracia e punir didaticamente os terroristas. Ainda há tempo.
Só então, finalmente punidos os fascistas, talvez tenhamos legitimidade para olhar nas fotos os olhos da menina Selena e, contemplando neles as luzes dos milhares de futuros interrompidos por Bolsonaro, pedir um contrito perdão por todas as nossas omissões.

* Assessor jurídico do Sindipetro-NF e da FUP.
[email protected]

 

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