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CAPA 

NF perde Hélio Guerra, um lutador da paz

A categoria petroleira está em luto pela perda, no último domingo, 23, do ex-diretor do Sindipetro-NF, Hélio Marques Guerra, que atuou por cinco gestões na entidade (entre 1983 e 2014) e estruturou o Departamento dos Trabalhadores do Setor Privado. Aposentado da Petrobrás, Guerra estava internado desde o último dia 11, no Hospital Vitória, no Rio, em luta pela vida. A família pediu discrição em relação à causa da morte, aos 73 anos.

O Sindipetro-NF será eternamente grato à dedicação de Guerra às lutas petroleiras. Seu entusiasmo e bom humor eram marcas das suas batalhas nas difíceis negociações e mobilizações do Setor Privado.

Também em luto, o Sindipetro-NF registra as suas condolências aos familiares, amigos, colegas de trabalho e aliados de batalha no movimento sindical. Hélio Marques Guerra, presente!

 

A SEMANA

Editorial

Guerrinha para sempre presente!

Toda a luta dos trabalhadores é coletiva. Cada trabalhador, cada trabalhadora, importa. Nossa força se forma justamente quando, de braços dados, nos tornamos um só. Mas não há como negar que, nesta construção, algumas contribuições são destacadas e merecem reverência especial pelo tanto que inspiram e alimentam, com a sua liderança, a própria luta de todos.

É justamente este o caso do nosso Guerrinha, Hélio Marques Guerra, que partiu no último domingo, aos 73 anos, deixando um legado de construção sindical como poucos. Fez parte do movimento pela criação do Sindipetro-NF e foi um dos primeiros a perceber que, mesmo sendo funcionário da Petrobrás, era necessário que a entidade se voltasse com igual força à representação dos petroleiros e petroleiras das empresas privadas do Setor Petróleo.

Com sua combinação de firmeza e bom humor, conseguiu fechar dezenas de acordos coletivos e liderou, em nome da entidade, inúmeras assembleias, setoriais e mobilizações. Foi o responsável por insistir, tanto no NF quanto na FUP, na importância de um departamento próprio para o setor privado e ajudou a qualificar muito o conhecimento do movimento sindical petroleiro acerca das especificidades deste segmento.

A categoria, que é ator político coletivo, também sabe reconhecer seus guerreiros que se destacam no front. Nossa gratidão eterna, Guerrinha. Para sempre presente!

Propostas de ACT para Cetco e Franks

Trabalhadores e trabalhadoras das empresas Cecto e Franks possuem data base em setembro e terão as negociações do Acordo Coletivo 2023/24. O Sindipetro-NF convoca este segmento da categoria a enviarem suas propostas de cláusulas para a pauta de reivindicações para o e-mail [email protected] até o dia 31 de julho. O NF reconhece a importância da participação nesse processo, expressando suas demandas e contribuindo para a construção de um Acordo Coletivo que atenda às suas necessidades e reforce seus direitos.

Empréstimo

No último dia 20 houve a retomada da discussão em Grupo de Trabalho (GT) sobre os empréstimos da Petros. Um dos principais pontos de discussão foi a busca por uma solução para o saldo devedor. A FUP solicitou a possibilidade de anistia, o que tem sido descartado pela Petrobrás — que sinaliza com parcelamento.

Defesa da vida

Esta quinta, 27, é marcada pela passagem do Dia Nacional de Prevenção de Acidentes e Doenças do Trabalho. O Sindipetro-NF, que mantém durante todo o ano atividades e mobilizações que destacam a saúde e a segurança no trabalho, se orgulha de ser uma das entidades pioneiras na priorização do tema em suas ações.

Saúde mental

Em reunião no último dia 20, do Grupo de Trabalho Paritário que trata de SMS e de Saúde Mental no Sistema Petrobrás, os gestores da Transpetro, da TBG e da PBio apresentaram as principais ações desenvolvidas em relação à saúde ocupacional. Assim como a holding, as subsidiárias estão revisando diversos procedimentos, entre eles as grades de exames periódicos, que haviam sido bastante reduzidas sob Bolsonaro.

VIVA VITO! – O NF participou, na última segunda, 24, do 4º Festival da Comunicação Sindical e Popular, realizado pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), no Rio de Janeiro. A entidade expôs produtos da Imprensa do NF e foi representada por um dos diretores do Departamento de Comunicação, Marcelo Nunes. A Feira celebra o legado do jornalista Vito Giannotti, falecido há oito anos. A data foi fixada, no município do Rio, como Dia da Comunicação Popular. Participam sindicatos, movimentos sociais, coletivos de comunicação e fotografia e jornais alternativos que expõem, em praça pública, a sua produção de comunicação sindical e popular. Além da exposição, a programação contou com aulas públicas, debates e apresentações culturais.

 

VOCÊ TEM QUE SABER

Confup da reconstrução do setor petróleo

Começa no próximo dia 3 o 19º Confup (Congresso Nacional da Federação Única dos Petroleiros), em Cajamar (SP). O evento é responsável por aprovar a pauta de reinvindicações da categoria petroleira, que será entregue à Petrobrás para início das negociações da Campanha Reivindicatória. Depois do período de obscurantismo bolsonarista no governo e na gestão da companhia, a expectativa é grande para que os petroleiros e petroleiras reconquistem direitos e avanços no Acordo Coletivo de Trabalho.

Neste primeiro semestre, fruto de um ambiente de diálogo mais respeitoso entre as representações dos trabalhadores e a gestão da empresa, muitos temas da categoria foram amadurecidos em grupos de trabalho, o que permitirá uma negociação em patamar mais avançado com a companhia.

Com o tema “Energia para renovar o Brasil”, o Confup tem previsão de participação de cerca de 300 trabalhadores, entre delegados eleitos, observadores, assessorias e convidados. Em formato híbrido, 60% do público participará do evento virtualmente. O Sindipetro-NF terá a maior delegação do congresso, com 44 delegados e delegados eleitos no Congrenf (18 presenciais e 26 remotos), outros quatro delegados natos, três observadores e quatro assessores ou funcionários, totalizando 55 sindicalistas e trabalhadores da entidade.

Neste ano, além de debater as pautas da categoria para a Petrobrás e para empresas do setor privado, além das lutas dos aposentados, aposentadas e pensionistas, as delegações vão eleger a diretoria da FUP, que conduzirá as lutas da categoria durante o mandato de três anos.

A imprensa sindical vai cobrir o Confup e seus conteúdos serão disponibilizados nos sites e redes sociais da FUP e dos Sindipetros, como o NF. A entidade recomenda o acompanhamento atento da categoria, para melhor se formar e se informar sobre os temas que estarão em jogo na Campanha Reivindicatória.

Evento do NF celebra Dia da Mulher Negra

O Sindipetro-NF realiza nesta quinta, 27, às 19h, na Lyra dos Conspiradores, em Macaé (Rua Sacramento, 63, Centro), evento para marcar a passagem do Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela (25 de julho). A atividade é pública, aberta a todos os interessados e interessadas, mas recomenda-se fazer inscrição por meio de formulário (is.gd/eventonf270723), para uma melhor previsão de público e facilitação do contato.

O objetivo é contribuir na promoção da cultura e da formação política em relação ao combate ao machismo e ao racismo, além de celebrar a memória de luta das mulheres negras. Haverá atividades culturais e barracas de expositores de alimentos, roupas e acessórios. Entre as atrações está apresentação do grupo Samba do Cabral.

Para a coordenadora do Departamento de Cultura, Esporte e Lazer do Sindipetro-NF, Bárbara Bezerra, “é muito importante celebrar este dia, pois a gente precisa celebrar a maior população nacional, 28% da população brasileira é de mulheres negras e elas não estão nos principais espaços de poder, não estão nas lideranças, não estão nos congressos, não são CEOs. Por que acontece essa inversão? A gente precisa dar muita visibilidade, celebrar sim a data, para tirar do invisível e do silêncio a ausência das mulheres negras nos espaços de poder”.

A diretora destaca que o evento procurou viabilizar a venda de produtos e de atrações culturais feitos por mulheres negras. “A gente vai fazer uma celebração, inclusive com uma feira de artesanato, e em todas as barraquinhas serão mulheres negras que estarão fazendo vendas, vai ter uma grande roda cultural também, com cantoras negras participando dessa roda, para a gente poder ajudar tanto na distribuição de renda como também celebrar, porque com cultura e arte a gente também faz diálogo com a comunidade”, afirma.

Petroleiros para Sempre traz agora histórias de Madureira

Disponibilizado no canal do Sindipetro-NF no Youtube o terceiro episódio da primeira temporada da série Petroleiros para Sempre. Dessa vez, quem conta a sua história é o aposentado Fidélis Mariano, mais conhecido como Madureira. Ele fala sobre a infância pobre, a responsabilidade precoce, o caminho até a Petrobrás e a vida profissional (e de samba) que se seguiu.

O projeto Petroleiros para Sempre é uma iniciativa do Departamento de Comunicação do NF para valorizar e reconhecer a história de petroleiros aposentados, petroleiras aposentadas e dos (as) pensionistas.

Além de Fidélis Mariano, de Jocimar Souza (primeiro episódio) e de Ilma de Souza (segundo episódio), a primeira temporada reúne ainda a pensionista Eliane Carvalho (que é a primeira a ocupar a diretoria do NF) e o aposentado Hamilton Cassiano.

Programa debate Covid longa

O NF ao vivo desta semana, na quarta, 26, às 19h30, contará com as participações das pesquisadoras Liliane Teixeira e Rita Mattos, da Fiocruz, para apresentar pesquisa sobre os efeitos da Covid Longa entre petroleiros. Participam ainda a chefe da divisão da reabilitação da Prefeitura de Macaé, Janiane Nunes, e os sindicalistas Raimundo Teles e Benes Júnior. Acesso pelo qr code acima ou pelo link is.gd/nfaovivo45.

 

 

SAIDEIRA

Olá, companheiros!

Para quem não me conhece, sou o Natércio, e estou voltando para apresentar as ações da Rede Trabalhadores & Covid-19. Para os amigos que não sabem, na pandemia, o projeto colaborou ativamente das redes on-line com trabalhadores como nós e dirigentes sindicais do ramo petroquímico, desenvolvendo orientações para diversas ações, esclarecendo dúvidas sobre condutas sanitárias e responsabilidades das empresas, criação de planos, protocolos, notas técnicas e pareceres, bem como na divulgação de estudos e informes da rede e demais instituições de pesquisa direcionados a categoria.

A Covid-19 afetou desigualmente subgrupos populacionais e os empregos classificados como essenciais, como óleo e gás, associados a maior mortalidade. E a nossa categoria Offshore foi a mais afetada. O Brasil contabiliza atualmente milhares de trabalhadores lutando contra sequelas da doença, com a chamada Síndrome Pós-Covid ou Covid Longa.

Então, a Rede juntamente com o Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) está desenvolvendo um projeto para a identificar, estimar e descrever a extensão e gravidade da condição de saúde Pós-Covid em nós, trabalhadores Offshore. Por isso, convido vocês a participar desse projeto buscando melhorias nas condições de saúde e segurança no trabalho.

Mesmo sabendo que alguns de vocês possuem alguma resistência para pesquisas, afirmo que esses estudos são necessários para novas ações de saúde e segurança e melhorias no nosso ramo de trabalho!

 

NORMANDO

Marielle vive!

Normando Rodrigues*

Até as manifestações de 2013 e o golpe de estado de 2016, a ameaça do bolsofascismo era risível.

Graças a irracionalidades como a da guerra híbrida movida por abestados generais contra o povo e a nação que juraram proteger, e às incapacidades do usurpador Temer e de outros representantes dos ricos, Bolsonaro ganhou competitividade.

Marielle e seu motorista foram executados nesse cenário de crescimento da barbárie e ocaso do debate. E vinte e quatro dias após a execução, Lula, líder nas pesquisas presidenciais, foi preso e afastado do cenário eleitoral.

A um mês do crime, Braga Neto havia sido nomeado interventor na segurança do RJ. O sujeito foi ministro do governo fascista, vice de Bolsonaro na chapa derrotada nas urnas e, nos preparativos para a grande Revolução dos Cocôs de 8 de janeiro, foi filmado a estimular os golpistas acampados em Brasília a aguardarem o malsucedido golpe.

Foi sob a responsabilidade de Braga Neto que Marielle e Anderson foram eliminados. E sob a responsabilidade de Braga Neto estava o secretário de segurança pública do RJ durante a intervenção, o general Richard Nunes.

Comandante Militar do Nordeste, Nunes foi dos muitos chefes que disse “não” (suspeita-se que apenas em razão da posição do governo Biden) quando o derrotado Bolsonaro chamou um golpe, mas é aqui lembrado porque ainda em 2018 declarou que a investigação estava praticamente resolvida e que mandados e mandantes seriam identificados antes do fim daquele ano. Depois, calou.

Só “depois” de Nunes se soube que o executor era vizinho de Bolsonaro e que da casa de Bolsonaro partiriam as autorizações para que outro cúmplice entrasse no condomínio. Sobre este episódio um ex-governador do RJ disse que a testemunha foi coagida pelo ex-juiz e sempre suspeito Sérgio Moro, de modo a mudar o depoimento e assim afastar o clã Bolsonaro do homicídio.

A propósito, o ex-governador, destinado ao esquecimento em vida, foi aquele que junto com o cassado e preso Daniel Silveira e com o por enquanto solto Rodrigo Amorim, risonhamente quebrou a placa “Marielle Franco”, todos surfistas da mesma onda que a desembargadora Marília Neves, a qual “justificou” o assassinato político de Marielle e foi protegida nessa vilania pelo STJ.

Todos esses fascistas, covardes porque fascistas e fascistas porque covardes, agora fazem a egípcia ante as novas revelações sobre a morte de Marielle.
Estão, porém, ligados por ação, por omissão e por coerência, posto que apoiadores alucinados daquele genocida que em 21 de outubro de 2018, a uma semana do 2° turno presidencial, prometeu matar, deportar ou prender todas as “Marielles”.

E a fala foi transmitida da casa vizinha à do assassino mandado.

* Assessor jurídico do Sindipetro-NF e da FUP. [email protected]

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