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A SEMANA
Editorial
Orgulho do Brasil, CUT completa 40 anos de lutas
A tal abertura lenta e gradual da Ditadura Militar do pós-64, que era mais resultado da pressão popular do que benesse dos então detentores do poder, ainda estava de fato muito lenta e muito gradual quando, em 1983, os trabalhadores organizados fundaram a CUT, que viria a ser a maior central sindical da América Latina, que completou 40 anos nesta segunda, 28.
O primeiro presidente civil após a longa noite da ditadura, José Sarney, só tomaria posse em 1985 — ainda assim como resultado de uma eleição indireta. E o primeiro civil eleito, Fernando Collor, de triste memória, tomaria posse em 1990, após o pleito histórico de 1989.
Neste, um certo torneiro mecânico que vinha sacudindo o ABC paulista desde a década de 70 fora candidato pela primeira vez à Presidência da República, chegando ao segundo turno. Consolidava-se, ali, como presidenciável viável e maior liderança trabalhadora brasileira de todos os tempos, Luiz Inácio Lula da Silva.
O que a CUT fez e tem feito nestes 40 anos, no entanto, vai muito além de Lula — o que já não seria pouco. Milhões de trabalhadores e trabalhadoras são impactados todos os anos pelos acordos firmados pelos seus sindicatos filiados, entre eles o Sindipetro-NF. Não há um só tema que envolva direito do trabalhador que não tenha a atuação da CUT. Seu exemplo de luta é referência para o movimento sindical em todo o mundo e é orgulho para o Brasil.
Fiocruz lança dia 12 pesquisa da Covid
A categoria petroleira está convidada a participar no próximo dia 12, às 9h, no auditório do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Nupem/UFRJ), em Macaé, do lançamento do projeto da Fiocruz, junto com o Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ), para a identificar, estimar e descrever a extensão e gravidade da condição de saúde Pós-Covid nos trabalhadores Offshore. O projeto tem apoio do Sindipetro-NF e em breve chamará petroleiros ao voluntariado.
Aposentados
O Sindipetro-NF convida todos os seus aposentados e pensionistas a participarem de uma reunião nesta quarta-feira, dia 30, às 10h, na sede de Campos. O encontro vai avaliar ato da Petros, realizado na semana passada, além de tratar de assuntos gerais. Para os associados que residem em Macaé, haverá ônibus com saída às 8h.
Planejamento
A nova diretoria do Sindipetro-NF, que tomou posse no início de julho, se reúne nesta quinta e sexta, no Sesc-Rio em Grussaí, em São João da Barra, para realizar o seu Seminário de Planejamento, que debate as prioridades e formas de ação da entidade para o próximo período.
Psicossocial
Prevista para esta terça, 29, às 16h30, após o fechamento desta edição do Nascente, uma live no YouTube da Rede Margarida, com o tema “Avaliação psicossocial no trabalho: O que temos de novo na psicologia?”, interessa à categoria petroleira. A avaliação é requerida para acesso a várias atividades como a de membro de Brigada de Emergência (NR 20), atuação em Espaço Confinado (NR 33) e Trabalho em Altura (NR 35). Ficará disponível em is.gd/livemargarida.
GT Química
O Departamento do Setor Privado do Sindipetro-NF está recebendo sugestões dos trabalhadores da G.T Química, como parte do processo de negociação do ACT 2023/2024. As sugestões devem ser encaminhadas para [email protected], de 4 a 20 de setembro. Essas sugestões são essenciais para moldar um acordo que reflita os interesses dos trabalhadores.
Baker
Os sindicatos da FUP, entre eles o Sindipetro-NF, convocam os trabalhadores da Baker Hughes, lotados em suas bases, para Assembleia Geral Nacional Extraordinária, nesta quarta, 30, às 10 horas, de forma virtual, com um processo de votação continuada que se estenderá por 48 horas, através do Confluir. O objetivo é discutir e deliberar sobre a proposta Termo Aditivo ao ACT 2022/2024.
NF ao vivo
O programa NF ao vivo desta semana, nesta quarta, 19h30, no YouTube e no Face do NF debate o tema “Agosto Lilás: o papel dos sindicatos no combate à violência contra as mulheres”. Acesse e participe, enviando perguntas às convidadas, pelo qr code acima ou por is.gd/nfaovivo300823.
VOCÊ TEM QUE SABER
FUP e NF na luta contra os afretamentos
Das Imprensas da FUP e do NF
Em paralelo à Campanha Reivindicatória, a maior luta petroleira dos próximos meses será pela reversão da política de afretamentos da Petrobrás, que contraria o projeto de reconstrução da Petrobrás eleito pelas urnas em 2022. A FUP e o NF anunciaram que querem que a Petrobrás cancele o edital de licitação para o afretamento de plataforma FPSO para o programa de revitalização dos campos de Barracuda e Caratinga, na Bacia de Campos (RJ). O edital foi lançado no início deste mês, estabelecendo conteúdo local de 10%. A luta toma frentes jurídicas e de mobilização da categoria.
“Conteúdo local tão baixo e isenção de multa em caso de não cumprimento do índice significa, na prática, aplicação voluntária de conteúdo zero, dependendo da vontade do fornecedor, deixando de fora a indústria nacional e o trabalhador brasileiro. É inaceitável”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Defesa do país
O diretor do Sindipetro-NF, Jonny Silva de Souza, que é um dos sindicalistas da entidade que tem acompanhado de perto o tema das transferências, afirma que este é um dos impactos nocivos do afretamento. “O primeiro impacto é a diminuição de vagas a bordo para o petroleiro concursado e a necessidade de realocação do pessoal que está sendo desmobilizado das plataformas que estão sendo desmontadas. Mas em uma esfera mais além, gera o impacto da destruição de um projeto nacional desenvolvimentista. Todo brasileiro, antes de ser concursado da Petrobrás, tem o orgulho de ter uma empresa nacional que pense no Brasil e pense no desenvolvimento local”, aponta.
O edital para afretamento da nova plataforma prevê prazo de contratação de 24 anos, que poderá ser estendido em caso de paralisação da unidade, por conta da falta de equipamentos essenciais e de manutenções programadas. O FPSO terá capacidade de extrair até 100 mil bpd e processar até 6 milhões de m³/dia de gás.
Categoria avança com fim de avaliação discricionária
Da Imprensa da FUP
Algumas das principais reivindicações que a FUP apresentou no GT de PLR/PPP e PCAC/PCR tiveram devolutivas da Petrobrás na segunda, 28. A empresa anunciou o fim da avaliação discricionária, acabando com a subjetividade do processo, a chamada curva forçada da política de remuneração variável, que foi implementada em 2019, junto com o PPP, beneficiando os amigos do rei, em detrimento dos demais trabalhadores.
Os representantes da Petrobrás também informaram que a Diretoria Executiva da empresa deliberará nas próximas semanas sobre a volta do aumento por mérito ainda este ano para os trabalhadores que permaneceram no PCAC, com pagamento retroativo a julho de 2023.
Em relação à promoção automática por antiguidade, também prevista no PCAC, mas que deixou de ser aplicada pela Petrobrás entre 2019 e 2022, o RH informou que está finalizando uma proposta de compensação para os empregados prejudicados, que também será submetida à Diretoria Executiva e apresentada à FUP durante a negociação do ACT.
PLR 2023
No que diz respeito ao regramento da PLR, foi explicado que algumas das propostas apresentadas pela FUP no GT já passaram pelas instâncias decisórias da Petrobrás e que agora se encontram em negociação com a SEST e o Ministério de Minas e Energia.
Entre os pontos que a Petrobrás está discutindo com os órgãos do governo federal estão: percentual maior do lucro líquido; programa extensivo a todos os trabalhadores, com função e sem função gratificada; garantia de um piso; acordo por mais de um ano; PLR para todo o Sistema Petrobrás e, em caso de uma empresa não apresentar lucro, ter uma alternativa que recompense os trabalhadores.
Petros: Acompanhe a campanha aos conselhos
Da Imprensa da FUP
Os candidatos da chapa Unidade para o Futuro da Petros, que disputam as eleições para os Conselhos Deliberativo e Fiscal da Fundação, estão em plena campanha, participando de diversas atividades com a categoria, como os recentes atos em defesa dos participantes e assistidos, que ocorreram no último dia 23, em Salvador e no Rio de Janeiro.
Os candidatos que estavam no Rio participaram também do Programa Faixa Livre, onde falaram sobre propostas para o futuro da Petros, o fim dos equacionamentos dos déficits atuais dos planos PPSPs, melhoria do atendimento da Petros, democratização da gestão da Fundação, entre outras questões.
Os candidatos Radiovaldo Costa e João Antônio de Moraes também participaram do programa NF ao Vivo, realizado semanalmente pelo Sindipetro NF, com a pauta é a eleição da Petros e o fim dos equacionamentos.
Cultura: Brasileiros presos pela miséria em obra de escritor petroleiro
Petroleiro escritor, ou escritor petroleiro, Carlos Eduardo Gonçalves Wekid, que atua na Bacia de Campos, está com duas datas programadas para o lançamento do seu romance “Preso pela Carne e pela alma” (Editorial da Casa), que tem como cenário a miséria durante a seca na Caatinga nordestina e a escravidão no Brasil. Os eventos serão neste sábado, 2, 16h, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, e no próximo dia 23, também às 16h, na Academia Campista de Letras, em Campos dos Goytacazes.
O livro apresenta a vida de João, “um homem caboclo, matuto, que sonha com o mister de vaqueiro e vive nas cercanias de Vila Teimosa, localidade onde ainda figura o coronelismo. A narrativa retrata, em momentos e cenários atuais, a vida e a cultura do sertão brasileiro e o sofrimento em meio à escravidão no campo”, como registra a editora.
A obra está disponível para pré-venda no site da editora, em is.gd/presocarnealma.
NORMANDO
No “ceio” da pátria
Normando Rodrigues*
Eram tumores malignos ocultos, ou nem tanto.
Sabíamos da tia viúva da ditadura que aplaudia enfiar ratos vivos nas vaginas das militantes de esquerda; do síndico saudoso de botar no pau de arara “tudo quanto é maconheiro”; do latifundiário para quem “justiça” é aquilo que sai do cano das armas de seus jagunços.
Convivemos com esses estrupícios por décadas, criticando aqui, reprimindo ali e quase sempre relegando-os ao ridículo. Rimos muito deles.
Miguel Falabella definiu seu Caco Antibes como não só um mero escroque, golpista e corrupto, mas também como um arraigado defensor do abismo social, com nojo de pobre, racista, misógino e homofóbico.
Foi com esse viés que projetaram para todo o país o orgulhoso genocida Bolsonaro, irresponsavelmente negligenciando a possibilidade de a massa deixar de rir “dele” e passar a rir “para ele”. E então a moral de um guarda de campo de extermínio da Alemanha fascista passou a ser a referência de “politicamente correto” para mais de 30% de nossa sociedade.
A 19 de agosto a deputada estadual Marina do MST foi expulsa aos empurrões da praça da antes alternativa Lumiar, Nova Friburgo, por uma horda açulada por vereador fascista.
Marina pretendia falar para os mesmos pequenos proprietários rurais que a expulsaram e que constituem mais de 90% dos agricultores da região. O gado, porém, comprou a mamadeira de piroca vendida pelo edil bolsonarista e atuou em defesa dos interesses daqueles que os exploram. Normal.
Normal porque o grande feito do fascismo é mobilizar pela violência o negro contra o antirracismo, a mulher contra o feminismo, o trabalhador contra os sindicatos e até o juiz contra o direito.
No dia 23 de agosto o MST convocou um ato público de desagravo para o mesmo local, a se realizar no dia 27. E com a celeridade que não se vê em nenhum processo em defesa de um pequeno lavrador, a associação chamada “Ação Rural da Paróquia de São Sebastião de Lumiar” no mesmo dia ajuizou e obteve liminar para proibir a manifestação do MST.
Em decisão eivada de preconceitos, o juiz Sérgio Louzada atribuiu caráter violento ao convocado desagravo, mas não à expulsão de local público de uma parlamentar no exercício de seu mandato.
Em seguida o exímio magistrado qualificou a “ação rural” como “entidade religiosa”, o que não é, e afirmou que a realização do ato do MST significaria “imposição de posicionamento político” e um “desrespeito à consciência moral da comunidade”.
Antes, ainda, o julgador explicitou o incômodo da presença de Marina “no ceio de famílias agricultoras”. Sim, “seio” com “C”.
Há lógica na grafia. O “ceio” do censor vem da “ceia” dos poucos que mandam, cujo cardápio é feito da fome de muitos.
* Assessor jurídico do NF e da FUP. [email protected]
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