Nascente 1318

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[VERSÃO EM PDF NA ÍNTEGRA NO FINAL DA PÁGINA]

 

A SEMANA

Categoria de parabéns rumo a novas batalhas

O resultado expressivo de aprovação dos indicativos do Sindipetro-NF nas assembleias que finalizaram a Campanha Reivindicatória de 2023, ultrapassando os 70% no Norte Fluminense mesmo em meio a pontuais incompreensões amplamente debatidas, mostra a força da organização petroleira.

Esta categoria tem uma maturidade política, gestada em décadas de embates e negociações, que serve de exemplo para muitos movimentos sociais organizados, e não apenas os sindicais — assim como também se orgulha de ser aprendiz da história e do presente de tantos outros, dentro e fora do meio sindical, como os Metalúrgicos do ABC e o MST, apenas para citar dois grandes exemplares da grande luta dos trabalhadores brasileiros da cidade e do campo.

Este espaço editorial, assim como os muitos contatos da direção do Sindipetro-NF com a categoria nos ambientes físicos e nos ambientes virtuais, já deram conta de fazer um robusto diálogo sobre as circunstâncias desta Campanha Reivindicatória, seus muitos avanços e seus pontos que permanecem em luta.

Mas não seria honesto que justo neste momento de encerramento de Campanha, com iminente assinatura de ACT, este Nascente não voltasse ao tema para encerrar um ciclo. E o registro que aqui se faz é de orgulho e de sentimento de vitória, que alimenta as energias para as próximas batalhas.
E não são poucas. Agora mesmo iniciam-se as negociações em busca de um acordo de PLR, além de seguirem as grandes batalhas pela resolução do problema do equacionamento na Petros, insjustiça que tem pacificado o entendimento de que precisa ser solucionada com urgência, e a da revogação da CGPAR 42, que deu passo vasto após a recente manifestação em Brasília.

A categoria petroleira está de parabéns por toda a sua obra. A de ontem, a de hoje e a que virá. Sigamos juntos e fortes.

Evento histórico pelo Memorial Cambahyba

Diversas entidades dos movimentos social e sindical, lideradas pelo MST, participam na tarde desta quarta, 06, de um evento histórico: o Memorial Cambahyba. A atividade vai marcar o lançamento da campanha pela transformação dos fornos da antiga usina, em Campos dos Goytacazes, em um memorial contra os crimes da Ditadura Militar brasileira. No local, de acordo com confissão de um ex-delegado do Dops e investigações do Ministério Público, foram incinerados pelo menos 12 corpos de militantes políticos pela democracia. O Sindipetro-NF participa da atividade.

KN Açu

Os trabalhadores e as trabalhadoras da KN Açu Serviços de Terminal de GNL Ltda têm assembleia geral convocada pelo Sindipetro-NF, para empregados lotados em sua base (Bacia de Campos, Macaé, Campos, Rio das Ostras e região), nesta quarta, 06, às 15h, sobre ACT. O link está disponível em matéria no site do NF.

Halliburton

Na Halliburton, a agenda, durante o fechamento desta edição do Nascente, era de assembleia na terça, 05, às 19h, com indicativo de Estado de Greve para as bases da Bahia, do Rio Grande do Norte e do Norte Fluminense. A categoria quer a retomada das negociações do Acordo Coletivo.

Covid longa

O Sindipetro-NF participa nesta sexta, 8, às 12h, no Auditório do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade, na UFRJ, em Macaé, da cerimônia de inauguração do Laboratório Integrado de Doenças Emergentes e Negligenciadas (Liden). O laboratório, construído através de parcerias público privadas, é uma continuidade dos estudos da Covid Longa, com projeto apoiado pelo sindicato.

Formação

Lançado nesta semana livro com testemunhos de 30 lideranças sindicais que, nas décadas de 1970 e 1980, protagonizaram a criação da CUT. A obra, que tem como título “A geração que criou a CUT – a história contada por quem a faz” (Annablume), foi organizada, entre outros, pelo professor Iram Jacome Rodrigues.

Luto

O Sindipetro-NF recebeu com grande pesar a informação da morte, na última sexta, 01, do petroleiro aposentado Eronildo Mota Guindani, aos 66 anos, que atuou no Terminal de Cabiúnas, em Macaé, sendo muito querido e admirado na base. O sepultamento ocorreu também na sexta-feira. A entidade não foi informada sobre a causa do falecimento. O Sindipetro-NF manifesta as suas condolências aos familiares, amigos e colegas de trabalho do companheiro.

 

VOCÊ TEM QUE SABER

Assinatura é base sólida para novas lutas

O Sindipetro-NF assinou na tarde da terça, 05, com a Petrobrás, o Acordo Coletivo de Trabalho da categoria petroleira. A assinatura aconteceu após a realização da última assembleia do Norte Fluminense, na manhã do mesmo dia, na sede da entidade em Campos dos Goytacazes, reunindo petroleiros e petroleiras aposentados e da ativa em folga. A entidade também participa, nesta quarta, 06, de ato simbólico, no Rio, de assinatura do ACT — representada pelo diretor do sindicato e da FUP, Sérgio Borges, enquanto o coordenador geral do NF, Tezeu Bezerra, estará em Brasília, na Sest, nas negociações pelo fim da CGPAR 42, que entre outros pontos tem travado o retorno da proporção 70×30 na contribuição da AMS.

Até o fechamento desta edição do Nascente, no final da manhã da terça, 05, ainda sem o resultado final da assembleia da sede de Campos, os números parciais mostravam que 1.177 trabalhadores haviam participado das assembleias. Entre estes, 74,71%  votaram a favor da contraproposta de ACT do Sistema Petrobrás, e outros 79,23% votaram pela aprovação do Estado de Greve. Além de todas as bases de terra, realizaram assembleias 28 plataformas (PGP-1, PCH-1, PCH-2, PNA-1, PNA-2, PRA-1, P-09, P-18, P-19, P-20, P-25, P-26, P-31, P-33, P-35, P-37, P-38, P-40, P-43, P-47, P-48, P-51, P-52, P-53, P-54, P-55, P-56, P-62).

Todos os sindicatos da FUP aprovaram ou estão aprovando o indicativo de aceitação da contra-proposta. As últimas assembleias acontecem nesta quarta, 06, na Bahia e em Duque de Caxias.

Conquistas e mais lutas

Para o Sindipetro-NF, o Acordo Coletivo trouxe conquistas importantes, que foram expostas ao longo da Campanha Reivindicatória, desde os debates nos Grupos de Trabalho, e a sua assinatura garante um patamar sólido para seguir nas lutas pelos direitos nos quais os trabalhadores e trabalhadores ainda precisam avançar.

 


Hora de reeleger Rosangela para representar categoria 

Das Imprensas da FUP e do NF

A FUP e seus sindicatos, entre eles o Sindipetro-NF, orientam as trabalhadoras e os trabalhadores da Petrobrás a participarem ativamente da eleição para o Conselho de Administração da empresa, que começa na próxima semana, dia 09. A atual representante da categoria, Rosangela Buzanelli (1000), disputa a reeleição com o apoio das entidades sindicais e da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras).

Eleita pela primeira vez em 2020 e reeleita em 2022, Rosangela tem sido uma voz ativa no CA em defesa da reconstrução da Petrobrás como empresa integrada e focada na transição energética justa. No governo Bolsonaro, ela atuou fortemente contra as privatizações e a retirada da empresa de setores estratégicos, como o de fertilizantes.

Sua representação foi além da categoria petroleira, pois, ao se posicionar em defesa da soberania nacional e denunciar o desmonte sofrido pela Petrobrás, Rosangela falou por todos os brasileiros e brasileiras prejudicados pelos preços abusivos dos combustíveis, pelo desemprego em massa e pela desindustrialização do país.

Saiba mais

Acompanhe Rosangela Buzanelli nas redes sociais – @rosangelabuzanelli – e para saber mais sobre sua atuação no Conselho de Administração da Petrobrás, acesse o blog da candidata: rosangelabuzanelli.com.br.

 

ANP determina redução de POB e desautoriza UMS

O Sindipetro-NF recebeu da categoria petroleira no último final de semana a informação de que a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) determinou, na última sexta, 01, que a Petrobrás reduza para 80 o número de pessoas a bordo (POB) da P-62, na Bacia de Campos. A unidade conta com POB de 160 trabalhadores. A plataforma também teve desautorizada a operação de uma UMS (Unidade de Manutenção e Serviço).

A determinação ocorreu em razão da troca de duas baleeiras. A ANP analisou os documentos da empresa referentes à substituição e avalio que as medidas de contingência, como o uso de balsas, não garantiriam a segurança dos trabalhadores.

Após questionada pelo Sindipetro-NF, a Petrobrás confirmou a determinação da ANP e afirmou que iria acatar imediatamente e se reunir com a agência nos próximos dias para discutir o assunto.

“Ressaltamos que os empregados estão em segurança e que a utilização da salvatagem da UMS para manutenção do POB foi aprovada pela Marinha, Classe e Bandeira”, ponderou a empresa.

Falha de comunicação

Para o coordenador do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira, a Petrobrás falhou em não comunicar a ocorrência aos representantes dos maiores interessados: o Sindipetro-NF, em nome dos trabalhadores e das trabalhadoras.

A entidade deve acompanhar estes processos e também deveria ter sido convidada a atuar junto à ANP, como ocorre durantes as operações Ouro Negro. “O que ocorre é que a empresa fez uma mudança, mas comunicou somente à marinha”, explicou Vieira.

Informe ao sindicato

O sindicato continua a acompanhar o caso e solicita aos petroleiros e petroleiras que enviem mais informações para [email protected], sendo garantido o sigilo acerca da identidade do denunciante.

 

SAIDEIRA

Lista de doenças do trabalho agora com Covid, Burnout e depressão

André Accarini / Da Imprensa da CUT

Após mais 24 anos de sua instituição, a Lista de Doenças relacionadas ao Trabalho (LDRT) foi atualizada no dia 29 de novembro pelo Ministério da Saúde. A atualização, já publicada no Diário Oficial da União (DOU), é resultado de luta permanente da CUT, instituições e movimentos que atuam em defesa da saúde do trabalhador.

Da nova lista, passam a fazer parte 165 novas patologias incluindo a Covid-19, alguns tipos de cânceres, distúrbios músculo-esqueléticos, como inflamações em tendões, ossos, articulações, etc., e doenças como o a Síndrome do Burnout, ansiedade, o abuso de drogas e tentativas de suicídio. No total, agora são 347 doenças. Antes eram 182.

A atualização parte do princípio de que tanto as patologias que se configuram como adoecimento mental quanto o uso de drogas podem ser consequência de jornadas exaustivas e assédio moral, da mesma forma como o abuso de álcool que já constava na lista.

A partir de agora, o poder público deverá planejar medidas de assistência e vigilância para evitar essas doenças em locais de trabalho, possibilitando ambientes laborais mais seguros e saudáveis.

Veja a lista completa

Acesse a portaria com lista de doenças relacionadas ao trabalho em is.gd/ldrt2023.

 

BEM-VINDES À PETROBRÁS – Bem-vindos à Petrobrás. E ao seu sindicato. A FUP e o Sindipetro-NF participaram na sexta, 01, de mais um evento de recepção dos novos trabalhadores e trabalhadoras que ingressaram na Petrobrás, após serem convocados no último concurso público. O evento foi realizado no Teatro Riachuelo, no centro do Rio, e contou com a presença do coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, do coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, da diretora também do NF, Bárbara Bezerra e dos diretores Johnny Souza, Matheus Nogueira e Alexandre Vieira.

 

NORMANDO

Holocausto Palestino

Normando Rodrigues*

Israel é uma teocracia na qual parcela significativa do poder político está nas mãos do Rabinato Maior, departamento do governo que concentra decisões como a que em 2010 proibiu a venda de casas a “não-judeus”.

Contudo, o judaísmo em Israel não é centralizado. Além de correntes ortodoxas não reconhecerem o poder político nem do rabinato, nem do próprio estado, existem diversas tendências dentro das quais cada rabino “cria” as próprias versões interpretativas das escrituras.

Essa aparente pluralidade se reflete no ordenamento jurídico. O país não tem uma constituição, prevista desde sua fundação em 1948 e nunca escrita.

Em lugar de uma norma que oriente princípios e valores daquela sociedade, existem as “14 leis básicas de Israel”, não sistematizadas (uma não necessariamente “conversa” com a outra) a respeito das quais os juízes não têm sequer consenso de que se sobreponham às demais leis comuns.

Uma dessas 14 leis básicas, aprovada por pequena maioria em 2018, define:

– Israel como “estado-nação do povo judeu”;
– as terras do país como do povo judeu;
– e explicita que assentar judeus na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e nas Colinas de Golã é um “valor nacional”.

Na prática, a lei israelense não reconhece o direito à autodeterminação de quaisquer outros seres humanos, sejam ateus, cristãos, budistas, hinduístas ou muçulmanos.

O fundamento último dessa segregação oficial, e do holocausto do povo palestino em última instância, é a ideia do “povo escolhido” por um amigo imaginário coletivo, concepção ancestral ao “destino manifesto”, o senso (in)comum invocado pelos EUA para legitimar seu “direito” à dominação mundial.

Acontece que o “povo escolhido” é também o tronco a partir do qual derivam o supremacismo sionista, o racismo e o fascismo israelenses.

E aqui a história dá uma volta completa.

Todos os anos, no 18 de abril, os israelenses guardam a Revolta do Gueto de Varsóvia em 1943. As sirenes soam e todo o país para por 2 minutos, em memória do holocausto. No entanto, pelas lentes do “povo escolhido”, a tragédia é vista e ensinada enquanto um crime contra os judeus e, por consequência, o fascismo (e sua versão alemã, o nazismo) é reduzido à ideologia que persegue os judeus.

O que o “povo escolhido” oculta é ser o fascismo a ideologia da escolha do “outro” para alvo de ódio, desumanização e extermínio. Por isso os genocidas israelenses se vêm não como fascistas, mas como detentores do direito de exterminar o diferente.

Afinal, o livro sagrado estabelece o dever de matar “homens e mulheres, crianças e recém-nascidos, bois e ovelhas, camelos e jumentos” dentre os que se oponham à escolha feita pelo amigo imaginário (Samuel, 15:3).

* Assessor jurídico do NF e da FUP. [email protected].

 

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