Nascente 1373

Editorial
O desafio global de resistir ao retrocesso
Essa semana o mundo assistiu à posse do novo presidente dos EUA, Donald Trump, marca o início de uma era repleta de incertezas e  ouviu com atenção os recados de seu discurso.  O novo presidente dos Estados Unidos celebrou o início de uma “nova era”, anunciando o fim de políticas que promovem inclusão e diversidade, intensificando perseguições a imigrantes e retirando o país do Acordo Climático de Paris. Essa decisão, que ignora os efeitos catastróficos da crise climática, demonstra uma postura de desprezo pelas responsabilidades globais e pela sustentabilidade do planeta.
No mundo do petróleo, Trump não perdeu tempo em anunciar que declarará emergência energética nacional, com o objetivo de contribuir para a produção de petróleo e gás natural nos Estados Unidos. Essa medida visa reduzir os preços ao consumidor americano, mas também reflete diretamente nos mercados globais. O aumento da produção pode pressionar os preços internacionais, afetando países exportadores como o Brasil, que já enfrenta desafios na defesa de sua soberania energética e na valorização da Petrobrás como patrimônio nacional.
Outro ponto que exige nossa atenção é a proximidade de Trump com bilionários do mercado digital. Esse alinhamento revela, mais uma vez, que as grandes plataformas de comunicação têm lado a lado e que a neutralidade não existe. É um alerta à esquerda: precisamos estar preparados para enfrentar um governo que flerta abertamente com as tendências nazifascistas, atacando os direitos humanos e promovendo a exclusão como política de Estado.
Esse cenário mundial reforça a necessidade de vigilância e mobilização constante. A agenda de lutas não pode ser esquecida, diante das manifestações ultraconservadoras que ganham espaço em diversas partes do mundo. Mais do que nunca, é hora de fortalecer a consciência popular, educar para o anti-imperialismo e mostrar que há um outro caminho possível para o Brasil e para o mundo.
A luta por soberania, inclusão e justiça social é urgente. Não podemos permitir que os retrocessos globais se consolidem como norma. Ainda temos tempo para construir alternativas, mas isso exige organização, união e resistência.
A semana
Luto
A diretoria do Sindipetro-NF e funcionários homenageia Alexandre Teixeira, 63 anos, ex -diretor e um dos pilares do Sindipetro-NF.  Alexandre Teixeira  foi um homem que realizou e ajudou a realizar muitos feitos na entidade, desde a sua criação. Nascido em 1962, teve sua vida sempre ligada à estatal. Campista de nascimento, era um homem de luta. Sua trajetória de vida terminou neste domingo (19), quando foi sepultado no cemitério Campo da Paz, em Campos, cercado pela família e amigos. No entanto, o que construiu continua de pé nas memórias dos que estiveram ao seu lado. Toda solidariedade aos amigos e familiares.
Aposentados
Hoje, 23 de janeiro, será realizada uma reunião geral destinada aos aposentados, aposentadas e pensionistas. O encontro ocorre às 10 horas, na sede de Campos, com pauta única voltada à atualização de questões relacionadas à Petros.
Para garantir a participação dos moradores de Macaé, o Sindipetro-NF disponibilizou um ônibus que saiu da sede de Macaé às 7h30, com destino à sede de Campos. O retorno está previsto para as 15 horas do mesmo dia.
Se junte à luta!
GT Química
O Sindipetro-NF convoca os trabalhadores e trabalhadoras da empresa GT Química para assembleia geral sobre a nova contraproposta do Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2025 e a aprovação de Estado de Greve em caso de rejeição da contraproposta. A assembleia vai ser realizada de forma virtual, nesta quinta-feira (23), às 15h. A votação terá 24h e será feita na plataforma Confluir.
Burnout
Está em vigor no Brasil desde a primeira semana deste ano a mais recente Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma das principais novidades do documento é a inclusão do burnout na lista de doenças ocupacionais.
A adoção da classificação da OMS consolida o burnout como uma questão de saúde pública no país.
Feira Cícero Guedes
A Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. A lei é de autoria da deputada estadual Marina do MST (PT) e foi publicada no Diário Oficial do estado.
A iniciativa acontece desde 2010 na capital carioca, quando o MST decidiu organizar o primeiro espaço de comercialização a céu aberto na cidade.
Em 2013, após o assassinato do assentado e líder do movimento Cícero Guedes, executado com tiros na cabeça e nas costas numa estrada rural perto do Assentamento Oziel Alves, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, a feira foi rebatizada em sua homenagem.
Capa
Sindipetro-NF tem novo Coordenador Geral
Sérgio Borges é o novo Coordenador Geral do Sindipetro-NF. Ele assume o cargo no lugar de Tezeu Bezerra. A mudança foi aprovada na reunião da diretoria colegiada realizada na sede do sindicato, em Campos, nesta segunda-feira (20). 
O novo Coordenador Geral agradeceu a confiança depositada. “Eu fico lisonjeado que a diretoria do Sindipetro-NF confiou essa responsabilidade a mim. E a todos os petroleiros e petroleiras, em especial os petroleiros daqui do Norte Fluminense, eu reafirmo aqui o compromisso assumido lá na eleição de nossa chapa, de inteira dedicação ao movimento sindical em defesa dos interesses dos trabalhadores, em especial os trabalhadores que a gente representa, sejam eles empregados próprios ou do setor privado, da ativa ou aposentados e pensionistas”, reforçou o compromisso com a categoria o novo coordenador da diretoria que tem mandato até 2026.
O ex-coordenador Geral, Tezeu Bezerra, continua na diretoria do sindicato atuando a partir de agora como Coordenador do Departamento Financeiro. Ele acredita que Sérgio Borges seja o nome ideal para um tempo que apresenta grandes embates para a categoria petroleira. “Esse é um ano com muitos desafios. A gente tem muita tranquilidade de estar colocando o Serginho. Ele é um pessoa de extrema confiança, é extremamente comprometido com a categoria, com as pautas dos trabalhadores. Eu passo toda a minha credibilidade, a minha confiança para o Serginho”, afirmou.
O novo Coordenador Geral
Sergio Borges Cordeiro tem 44 anos. Ele nasceu em Campos dos Goytacazes e entrou para a Petrobrás, em 2002. Está no Sindipetro-NF desde 2014. Um ano após a entrada no sindicato passou a integrar a diretoria executiva e assumiu o cargo de Coordenador do Departamento de Saúde.
Mudanças na FUP
Com a transição, Tezeu assume o lugar de Sergio Borges como membro da executiva da FUP.
Administrativos
Assembleias começam dia 28 de janeiro
Após o sucesso dos atos em defesa do teletrabalho realizados no dia 14 janeiro, no EDISEN no Rio e no Norte Fluminense, em Cabiúnas, Praia Campista e Parque de Tubos, a FUP realizou um Conselho Deliberativo para definir os próximos passos da luta contra as medidas arbitrárias que a gestão de Magda Chambriard tenta impor sobre teletrabalho.
Seguindo a orientação do CD, o Sindipetro-NF convoca a categoria petroleira para as próximas Assembleias Administrativas cujo indicativo é  de aprovação do estado de greve e estado de assembleia permanente, assim como a realização de mobilizações pipocas em defesa do teletrabalho.
O movimento sindical petroleiro defende que as regras do teletrabalho sejam estabelecidas por meio de negociações coletivas com os sindicatos, garantindo que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e que haja um diálogo aberto sobre as condições de trabalho. Inclusive com a inclusão do tema como cláusula do ACT.  A empresa, no entanto, até hoje não avançou no atendimento desse pleito.
Calendário de assembleias
28/01 – Parque de Tubos – 13h
29/01 – Cabiúnas – 7h
30/01 – Parque de Tubos e Imbetiba – 13h
Saúde do trabalhador
Nova regulamentação sanitária nas plataformas
“As plataformas recebem trabalhadores de todo o país e do exterior, tornando-se potenciais pontos de disseminação de doenças. Por isso, é urgente regulamentar o manejo de doenças infectocontagiosas no setor. Vamos solicitar à CIVS que leve essa pauta ao Pleno”. A frase é do diretor de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira, após uma reunião que aconteceu no dia 16, entre o Sindipetro-NF, FUP, CNQ e a CIVS (Comissão Intersetorial de Vigilância em Saúde) na sede da entidade, em Campos.
O representante da CIVS destacou a importância do diálogo estabelecido com o Sindipetro-NF. Ele avaliou a conversa como positiva e produtiva, ressaltando que esse encontro certamente contribuirá para estreitar laços e promover maior transparência na abordagem da saúde pública do trabalhador.
Segundo Alexandre Vieira, foi identificada a necessidade de regulamentar questões relacionadas à saúde pública e doenças infectocontagiosas nas plataformas, considerando o histórico da COVID-19 e a falta de comprometimento de algumas empresas com a saúde dos trabalhadores nas unidades marítimas.
Participaram da reunião os diretores do Sindipetro-NF, Sérgio Borges e Alexandre Vieira, o diretor da FUP, Raimundo Telles, o diretor da CNQ, Antônio C. Bahia, e um representante da CIVS, Alex Mota.
Saideira
Contratadas e Petrobrás descumprem nova política de contratação
O Sindipetro-NF tem recebido diversas denúncias de trabalhadores de empresas contratadas pela Petrobrás, relatando a manutenção das condições laborais do período anterior, mesmo após a implementação da nova política de contratação negociada com a Companhia. Essa prática, segundo o sindicato, reflete uma grave falta de respeito aos avanços conquistados.
O diretor sindical Alexandre Vieira destacou o sentimento de frustração que tem atingido os trabalhadores: “Os trabalhadores nos relataram que tinham esperança de um novo contrato, com salários mais dignos e melhores condições. No entanto, essa expectativa está se transformando em insatisfação e desânimo, porque os contratos estão sendo apenas aditivados, perpetuando uma situação que há muito lutamos para mudar, herdada do governo anterior.”
O coordenador do Sindipetro-NF, Sergio Borges, reafirmou o compromisso da entidade em pressionar a Petrobrás por uma solução rápida e efetiva: “Pedimos aos trabalhadores que continuem denunciando e, além disso, que compartilhem o vídeo publicado no Instagram do Sindipetro-NF. O sindicato e a FUP estão cobrando da Petrobrás mais agilidade para resolver essa questão dos aditivos e garantir dignidade aos trabalhadores do setor privado.”
Os casos semelhantes devem ser denunciados diretamente para o e-mail [email protected].
Foto legenda
FIOCRUZ O diretor da CNQ, Antônio Carlos Bahia, o Coordenador do Sindipetro-NF, Sérgio Borges e o diretor Tezeu Bezerra receberam das mãos do diretor da FUP, Raimundo Telles um bottom comemorativo da Fiocruz pelo trabalho que vem sendo realizado de forma conjunta em relação à COVID longa com a categoria petroleira.
Normando
Donald Trump e a tal “era de ouro”
Carlos Eduardo Pimenta*
O discurso de Trump durante sua posse, repleto de promessas de mudanças radicais, não só trouxe de volta suas posturas polarizadoras, como também acentuou as tensões políticas internas e externas que marcaram seu primeiro mandato. Sua volta à presidência levanta questionamentos sobre os impactos para os Estados Unidos e para o resto do mundo.
Apresentando-se novamente como defensor do “povo”, Trump adota posturas contrárias às políticas sociais que beneficiariam as camadas mais vulneráveis. Novamente, seu foco está em manter o apoio dos eleitores conservadores e populistas, ignorando questões como desigualdade social, mudanças climáticas e os direitos civis das minorias. Assim, seu retorno à Casa Branca representa a continuidade de um governo que se baseia em um discurso divisivo, deixando de lado as realidades complexas da sociedade americana.
Na política externa, Trump segue uma postura isolacionista, preferindo acordos bilaterais em vez de alianças com organismos internacionais como a OTAN e a ONU. Sua visão de “America First” reflete uma política que desconsidera as responsabilidades globais dos Estados Unidos, priorizando interesses próprios e uma visão de poder que nega a cooperação internacional.
Outro aspecto relevante é a forma como Trump lida com a narrativa de suas vitórias. Agora, com o apoio das principais redes sociais, existe um canal aberto para afirmar sua supremacia política, distorcendo fatos e alimentando uma base que vê qualquer oposição como uma ameaça à “grandeza” americana. Em seu discurso de posse, ele fez referências às alegadas “injustiças” que teria sofrido, como as acusações de fraude eleitoral em 2020, alimentando a desinformação e contribuindo para a fragmentação social.
Apesar de seu discurso refletir a insatisfação de uma parte significativa da população americana com o status quo, Trump oferece respostas rápidas e polarizadoras, em vez de buscar soluções inclusivas baseadas no diálogo. Sua postura anti-establishment pode ser vista como uma reação ao sistema político tradicional, mas sua governança baseada em confrontos e divisões não contribui para a construção de um futuro mais unido.
O retorno de Trump à presidência em 2025 representa um imenso alerta para as democracias no mundo. Sua abordagem política, marcada pelo “nós contra eles”, promove um ambiente de tensão e incerteza. Embora continue popular entre seus apoiadores, seu governo tende a aprofundar as divisões e dificultar a construção de uma democracia plural e inclusiva nos Estados Unidos. Em vez de liderar um país unido, Trump reforça um caminho de polarização, onde o diálogo parece ser uma utopia distante, nada diferente do que observamos aqui, principalmente a partir de 2018.
*Assessor Jurídico do Sindipetro-NF