Nascente 914

 Nascente 914

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Editorial

Direita nua e crua

A importância histórica e estratégica da Petrobrás, assim como os laços afetivos que a população tem com a maior empresa do País, costuma fazer com que muitos dos inimigos da empresa se escondam em respostas evasivas sobre o que realmente desejam que aconteça com a companhia. Políticos temem prejuízos eleitorais se contarem para a sociedade que querem entregar o petróleo brasileiro para multinacionais. Empresários brasileiros evitam levantar bandeira contra a empresa, seja por temerem desgaste nas imagens das suas empresas, seja por não desejarem virar porta vozes de causas que até mesmo muitos políticos conservadores não querem abraçar publicamente.
Por isso, louve-se, ao menos, a transparência do empresário sino-brasileiro Lawrence Pih, que, em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, no último domingo (disponível em http://bit.ly/1PGfxQ2), verbalizou para milhões aquilo que os entreguistas admitem apenas em pequenos círculos e que o presidente Bendine implementa, quando anuncia querer reduzir 40% da empresa em quatro anos. Em rede nacional, ele mostrou o quanto ainda é viva uma série de preconceitos, desinformações e críticas infundadas em relação à empresa, justamente por ter incorrido em todos estes desvios ao falar da companhia.
Sua visão estreita de mercado preconiza basicamente que a Petrobrás tem como missão dar lucro aos seus acionistas, e que o governo afasta a empresa desse objetivo por ele atríbuído ao utilizá-la, de acordo com a sua visão, como instrumento de controle inflacionário, de ajuste fiscal e de financiamento de campanhas eleitorais. Mais: a companhia também seria, segundo ele, uma corporação dominada pelos funcionários.
“Você sabia que quem trabalha na Petrobrás tem um cartão que permite comprar qualquer remédio por R$ 15?”, disse Pih aos jornalistas que o entrevistavam na bancada do programa, referindo-se ao Benefício Farmácia como se fosse um privilégio descabido dos empregados.
Por mais que revolte o estômago de qualquer petroleiro que conhece a empresa a fundo, este tipo de posição externada pelo empresário serve para mostrar o tamanho do desafio da categoria e dos movimentos sociais. A direita que não teme mais mostrar a sua cara quer acabar com a companhia e isso se torna a cada dia mais evidente. Há centenas e centenas de PIhs no Congresso Nacional e no meio empresarial ávidos por derrotarem o projeto nacionalista para o setor petróleo que foi retomado pelo governo Lula. Estejamos atentos e prontos para luta.

Espaço aberto

Vote 74 e 81 na Petros

Norton Almeida*

Estamos em processo eleitoral para os Conselhos Deliberativo (CD) e Fiscal (CF) da Petros. Junto a Paulo Cesar Martin, integro a Chapa 74 para o CD. Estamos juntos com os companheiros Daniel Samarate e Sérgio Lyra, pela Chapa 81, para o CF.
A FUP e os sindicatos filiados, entre eles o Sindipetro-NF, assumiram posição em defesa dos interesses dos trabalhadores e manifestaram publicamente os apoios às nossas candidaturas.
Veja abaixo as razões que levaram a FUP e os sindicatos a definirem o apoio às nossas candidaturas e participe você também deste processo.
Por que votar?
– Porque a FUP é representante da maioria dos sindicatos e,consequentemente, dos petroleiros.
– Porque a FUP sempre esteve presente nas lutas dos petroleiros.
– Porque a FUP é protagonista nas mobilizações da categoria, conquistando direitos e benefícios.
– Porque a FUP é transparente, democrática e presente junto às bases.
– Porque a FUP viabilizou a repactuação, o que proporcionou aportes bilionários na Petros.
– Porque a FUP patrocina ações judiciais que reivindica outros aportes, cobrando todo o passivo da Petrobrás.
– Porque a FUP participou da construção do PP2, maior plano de complementação dos recentemente implantados, com patrimônio de 10 bilhões, superavitario e saudável.
– Porque os candidatos da FUP são os mais preparados para entrentar o déficit técnico do plano ppsp.
– Porque os candidatos apoiados pela FUP são experientes, compromissados com a categoria e com a verdade.

* Diretor do Sindipetro-NF, candidato a suplente na chapa 74 nas eleições para o Conselho Deliberativo da Petros.

 

Capa

MPT: AUDIÊNCIA NO PRÓXIMO DIA 29

A FUP e os sindicatos filiados, entre eles o Sindipetro-NF, continuam a pressão para que a Petrobrás cumpra a Lei de Greve e pare de financiar equipes de contingência — os “pelegos” — para coibir o direito da categoria em realizar a paralisação. No próximo dia 29, o movimento sindical tem audiência marcada com representantes da empresa e do Ministério Público do Trabalho para cobrar mais uma vez uma postura correta da companhia nas negociações e no respeito ao direito de greve.
A audiência do próximo dia 29 foi definida em reunição da FUP com o MPT no último dia 15. A Federação denunciou as arbitrariedades cometidas pela empresa, inclusive com amparo judicial.
Impasse nas negociações
“No último dia 08, a Petrobrás se reuniu com a Procuradoria Regional do Trabalho e, não satisfeita em mentir para a categoria, também mentiu para o Ministério Público, alegando que sua proposta atende às reivindicações dos trabalhadores e que a FUP sequer submeteu às assembleias”, informou a FUP.
“A proposta de acordo rebaixado que foi apresentada pela Petrobrás já nasceu morta, pois retira direitos dos trabalhadores e contraria a Pauta pelo Brasil, onde os petroleiros afirmam que não aceitarão acordo com retirada de direitos”, completou a Federação.
Os petroleiros estão em Estado de Greve e Estado de Assembleia Permanente. A categoria aprovou, em assembleias, o indicativo de realização de greve por tempo indeterminado, a começar a qualquer momento, a partir de convocação da FUP.

Desperdícios

Prejuízos que os gerentes causam

Mais uma semana de denúncias de desperdícios que têm como origem erros gerenciais. Depois que o sindicato divulgou um chamado à categoria com o pedido de que relatos sobre estes casos sejam enviados à entidade, o site do NF não para de registrar situações que comprovam a tese de que a economia que a empresa precisa fazer não é por meio de corte de direitos dos empregados. Somente nos últimos dias, chegaram informações sobre prejuízos na P-25, PCP-1, PVM-1/2/3, P-55, P-54, P-53, P-62, P-48 e P-26.
Na P-25, um forno industrial, que seria usado para aquecimento da água industrial, nunca foi utilizado e, recentemente, foi cortado e transformado em sucata. Na mesma unidade foi instalado um sistema (Plangás) que seria usado para tratar o gás vindo de um poço, mas o produto não foi levado à plataforma. O sistema vem sendo sucateado, com a retirada de spools e válvulas. Outro equipamento comprado e que não foi utilizado foi o infravermelho, para o sistema de combate a incêndio, que seria usado para monitorar as bombas de transferência.
Farra da Hora-extra
A categoria também denuncia que geplats, coembs, coprods e comans (cargos de chefia) fizeram horas extras durante a parada de produção da P-25 no ano de 2015 sem qualquer necessidade de embarque extraordinário. Foi proibido o embarque de operadores, mas não de pessoal de chefia e de alguns petroleiros ligados aos prepostos da empresa.
O Sindipetro-NF mantém o seu chamado para que os trabalhadores enviem relatos sobre desperdícios causados por decisões gerenciais (para [email protected]). Confira os casos registrados sobre as demais plataformas em www.sindipetronf.org.br.

P-65: Plataforma duplamente interditada

A má gestão da plataforma P-65 continua a gerar prejuízos para a Petrobrás. A unidade, que permaneceu por um período interditada pela Marinha, continuou a ser impedida de operar, desta vez por determinação da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Até o fechamento desta edição do Nascente, a plataforma continuava interditada e não há previsão de retorno das atividades.
A ANP detectou a falta de análises de risco atualizadas sobre a plataforma. Sem a documentação em dia, que deve ser providenciada pela gerência, a plataforma não pode operar. A P-65 processa o petróleo produzido pelas plataformas P-08, P-15 e Enchova.
Quem paga a conta?
Para o coordenador geral do Sindipetro-NF, Marcos Breda, este é mais um caso de desperdício causado por atos ou omissões de gerentes. “É uma falha da gestão. Não é o peão [trabalhador] que faz a análise de risco. É o gerente que tem que providenciar isso. O petroleiro não pode ser responsabilizado por este prejuízo”, afirma.

Insegurança

Embarcação se choca com P-48

Na P-33, incêndio próximo a tanque de diesel por pouco não se tornou um caso de maior proporção

Uma embarcação se chocou ontem com a plataforma P-48, na Bacia de Campos. Não houve feridos e os danos foram de ordem material. Até o fechamento desta edição do Nascente, o Sindipetro-NF aguardava da área de SMS da Petrobrás informações mais detalhadas sobre o caso. A Marinha estava a bordo da unidade.
A batida abriu uma fenda cerca de 30cm no casco, acima da lamina d’água. A plataforma não teve a estabilidade comprometida e se manteve em operação normal. A empresa iniciou providências administrativas para acionar a proprietária da embarcação e verificar com a classificadora a forma de reparo. O sindicato cobra participação na comissão de investigação do caso.
Incêndio em P-33
Na P-33, no último dia 11, um incêndio em uma bomba por pouco não teve consequências mais graves. Durante um simulado, uma das bombas de incêndio apresentou excesso de fumaça. O fogo se alastrou por uma tubulação de lubrificação, mas foi controlado por um operador. Dentro do mesmo compartimento há um tanque de diesel com pontos oxidados remendados com belzona.
Apesar de ter ocorrido há 20 dias, o sindicato não foi informado sobre o caso pela Petrobrás, tendo recebido apenas relatos dos trabalhadores nesta semana. A entidade condena a omissão da empresa e cobra participação na investigação.

Normando

Tapetão na RMNR

O Tribunal Superior do Trabalho julgou, a 19 de outubro, em sua Sessão de Dissídios Coletivos, o processo com o qual a Petrobrás pretende se livrar das condenações que vem recebendo, quanto ao Complemento da RMNR.
Que ação é essa? Poderia mudar tudo? O Dissídio Coletivo de Natureza Jurídica é o meio pelo qual se provoca um TRT, ou o TST, nesse caso nacionalmente, para que se pronuncie quanto à interpretação de uma norma que esteja em disputa. Era o caso da Cláusula da RMNR?
Tecnicamente esse processo nem poderia existir. A Seção de Disídios Individuais do mesmo TST já firmara posição favorável aos petroleiros. Ou seja: dentro do TST o órgão devidodeclarou que a interpretação dos trabalhadores é a correta. Depois disso, é que a Petrobrás vem propor o Dissidio.
O prato da balança: quem come?
Com as preliminares opostas pela FUP , e por todos os sindicatos, foram rejeitadas, o julgamento adentrou no mérito da Cláusula e os trabalhadores contaram com apenas dois votos. A 7ª ministra presente não votou por ser Mãe do advogado contratado pela Petrobrás para essa ação.
O entendimento predominante foi o de que “a Petrobrás não pretendia isso ao redigir a cláusula”. Bem… Assusta a parcialidade desse raciocínio de quatro ministros do TST. Nenhum deles parou pra pensar que os sindicatos também não pretendiam anular a diferença entre as remunerações das areas operacionais e as administrativas?
Enfim, como foi instaurada uma contradição entre as decisões da SDC e da SDI, ambas do mesmo tribunal, o resultado não foi divulgado e o processo terá novo julgamento, desta vez no Pleno do TST, com a participação de todos os seus 27 ministros.
Efeitos
A Empresa quer que sua decisão retroaja a 2007, eliminando assim todas as diferenças a que já foi condenada. O processo, porém, não muda ações já transitadas. Eventual resultado negativo no Pleno terá, porém, o condão de mudar a interpretação de processos ainda pendentes.
E, não tenham dúvidas, a Petrobrás de posse de uma decisão do Pleno que lhe seja favorável, ajuizará ações rescisórias contra todas as condenações transitadas há menos de dois anos.
Todavia, se não há fundamentos jurídicos sequer para a existência da ação, porque a Petrobrás ganhou.
A Petrobrás fixou sua intervenção no ataque à imagem de seus empregados. E, sem contradição alguma com o interesses pessoais de diretores e gerentes, na destruição da imagem da própria empresa.
Reflitam a respeito. Quem quer destruir a empresa, e para que?

Curtas

Cabiúnas
Petroleiros do Terminal de Cabiúnas voltaram a sofrer com problemas nos ônibus do turno. Há relatos de problemas com os trajetos e com a qualidade dos veículos. Trabalhadores do Tecab também estão tendo prejuízos com o programa Mobiliza, implantado internamente pela Transpetro, sem negociação com o sindicato. Em setoriais e plantões, a entidade discute formas de mobilização e pressão com a categoria.

Cipa de P-40
Em razão de oscilação na pressão arterial, o diretor do Sindipetro-NF, Valdick Oliveira, não pôde embarcar para representar a entidade na reunião da Cipa da plataforma P-40, que seria realizada na sexta, 16. Nova reunião da comissão na unidade foi marcada para o dia 3 de novembro.O diretor Valdick já se encontra recuperado e no exercício das suas funções sindicais.

UO-Rio
Gerentes UO-Rio convocando petroleiros em retorno de férias a comparecerem à base em sábado e domingos, mesmo sem atividades a realizar — apenas para cumprir jornada, gerando custos de hotel, alimentação e transporte. Em caso de voo cancelado, também exigem a presença do petroleiro no aeroporto, mesmo com ciência da trasferencia — do contrário contabilizam o dia como folga, gerando os mesmos custos. O NF foi informado de casos assim na P-56, na P-50 e na P-43.

Assembleia
Petroleiros do NF têm assembleia marcada para a próxima quarta, 28, às 10h, na sede da entidade em Campos dos Goytacazes, para eleição de delegados para a VI Plenária Nacional da CNQ-CUT, que será realizada nos dias 10, 11 e 12 de novembro, em Cabreúva, interior de São Paulo, com o tema Organização e Fortalecimento do Ramo Químico da CUT.

ARTE NO NF
Continua aberta até o final de outubro a mostra “A Arte da Criança”, no Hall da sede do Sindipetro-NF em Macaé. Estão expostos quadros de três artistas mirins, em conjunto com a exposição Sorriso Negro. Os artistas são Felippo Bammaro Pinheiro, 14 anos; Giulianna Bammaro Pinheiro, 12 anos e Natália Maria de Souza Gomes, 13 anos.

NF EM ATO NA PAULISTA
Delegados do NF que participavam do 12º Concut, integraram na sexta, 16, um ato na Avenida Paulista, São Paulo, em defesa da Petrobrás e por uma mídia democrática. Além do NF, participaram petroleiros das bases da Bahia, Paraná/Santa Catarina, São Paulo e da Oposição do Rio de Janeiro. Segundo os organizadores, cerca de 5 mil pessoas participam da marcha, que também contou com os pequenos agricultores e outros integrantes de movimentos sociais.