Nascente 919

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Nascente 919

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Editorial

A greve que nos muda para sempre

Na tarde da sexta, 20, após a categoria petroleira na região ter aprovado a suspensão da greve em assembleias pela manhã, a diretoria do Sindipetro-NF publicou texto “aos companheiros da Bacia de Campos”, que registra a visão da entidade acerca do movimento. Intitulado “A greve que nos muda para sempre”, o documento destaca o conjunto de vitórias da paralisação e aponta a necessidade de manter a mobilização para continuar a enfrentar as tentativas de desmonte da Petrobrás e a pauta conservadora do governo e do Congresso Nacional. Confira a íntegra:
“A categoria petroleira empreendeu ao longo destes 20 dias de greve uma das mais importantes lições políticas da sua história recente. Além de ser a maior greve das últimas duas décadas, o movimento que por ora se suspende teve a característica única de ser eminentemente ideológico, a favor de uma visão de mundo baseada na justiça social e no uso das riquezas naturais em benefício de todos. Uma greve que teve a coragem de ultrapassar pautas corporativas e debateu com a empresa, com o governo e com a sociedade uma Pauta pelo Brasil.
O Sindipetro-NF tem imenso orgulho de ser a entidade que representa estes trabalhadores que exerceram com altivez e firmeza o direito de interferir nos rumos políticos da maior empresa do Brasil, em favor do povo brasileiro, estabelecendo um marco definitivo na própria história da empresa. Nunca mais ousarão tentar entregar a empresa sem que esperem uma forte reação dos petroleiros.
O sindicato avalia que a formação do Grupo de Trabalho, com representantes da FUP e da Petrobrás, para discussão de alternativas ao Plano de Negócios e Gestão que vinha sendo implementado pela companhia, é uma conquista sem precedentes no campo da influência dos trabalhadores sobre a condução dos destinos da empresa. Nele, os petroleiros chegarão com a força política de uma greve histórica e com a racionalidade objetiva de propostas concretas.
Também deve ser celebrada como vitória deste movimento a manutenção de todos os direitos previstos em Acordo Coletivo de Trabalho. Para que se tenha a medida real desta conquista, basta que se relembre qual era o cenário da empresa no início deste ano, as perspectivas de negociação e as ameaças de cortes em benefícios. Ninguém, antes desta grande luta dos trabalhadores, poderia supor que os petroleiros passariam por este ano sem sofrerem abalos em direitos conquistados na última década. Todo o empenho da empresa vinha sendo edificado na perspectiva de arrocho sobre os trabalhadores.
Os petroleiros estão em um novo patamar. Nunca mais serão os mesmos após esta greve. Assim como a paralisação de 1995 e outros importantes movimentos, esta greve de 2015 tem reservado o seu papel de referência para futuras lutas, que não cessam, em defesa constante por um Brasil para os brasileiros. Pois todos sabemos que seguem à espreita pautas conservadoras no Congresso Nacional, ajustes também conservadores do governo, projetos de lei como o do senador José Serra (PSDB-SP) que querem entregar o pré-sal, entre outras ameaças contra as quais os trabalhadores estarão prontos para se insurgir a qualquer momento.
Também não faltará determinação de luta — uma vez que a categoria permanece em Estado de Greve — caso a empresa venha a ter a audácia de descumprir algum dos pontos acordados com a FUP e os sindicatos, ou que mantenha postura arbitrária em relação aos dias parados ou a eventuais sanções aos grevistas.
Nossa força foi demonstrada neste movimento vitorioso, que uniu de forma emocionante e produtiva a experiência de antigos petroleiros, que viveram outros momentos tensos da companhia, com a determinação de uma juventude formada por novos empregados que mostraram que estão prontos para seguir adiante com a organização dos trabalhadores. Algo que está presente na própria diretoria do sindicato, que equilibra antigos com novos petroleiros, foi constatado na militância durante este movimento, em uma integração ombro a ombro, respeitosa, democrática e guerreira. Todas as gerações saem mais experientes deste convívio em um ambiente de ensinamentos foram mútuos.
Muito embora exista uma velha máxima segundo a qual companheiros não agradecem uns aos outros, mas firmam compromissos de luta, o Sindipetro-NF não pode deixar de registrar, ao encerrar esta greve, alguns agradecimentos: em primeiro lugar, ao empenho de todos aqueles militantes de base que atenderam ao chamado para as mobilizações diárias nos aeroportos, bases administrativas e no Terminal de Cabiúnas; também aos funcionários do próprio sindicato, que foram incansáveis no suporte às nossas ações; aos familiares dos petroleiros, diretores do NF e militantes, que suportaram as tensões e ausências deste momento; aos sindicatos das demais categorias de trabalhadores, como bancários, metalúrgicos e professores, entre outros, que estiveram conosco em várias ações durante o movimento; e, finalmente, aos movimentos sociais, como o MST e movimento estudantil, que emprestaram mentes e braços nesta causa que é de todos.
Agora, é questão de seguirmos firmes, fortes e unidos. Todos na luta sempre.”

Capa

ASSINATURA DO ACT E DEBATE DO PNG

Após suspensão do movimento, FUP e sindicatos assinam hoje o Acordo Coletivo e iniciam discussão do Plano de Negócios

A FUP e os sindicatos petroleiros, entre eles o Sindipetro-NF, assinam hoje, no Rio, o Acordo Coletivo de Trabalho 2015-2017 com a Petrobrás, Transpetro e demais subsidiárias. Depois de uma greve histórica que durou 20 dias na Bacia de Campos — e que chegou a 22 dias no Espírito Santo —, a categoria conservou todos os direitos do ACT e conquistou a formação de um Grupo de Trabalho paritário entre a empresa e sindicalistas para discutir uma alternativa ao PNG (Plano de Negócios e Gestão) da companhia.
O Grupo de Trabalho terá 60 dias para produzir um relatório que será encaminhado à gestão da empresa e ao governo federal. A atuação do GT será norteada pelas reivindicações apresentadas pela Pauta pelo Brasil, documento dos petroleiros que defende a retomada de um papel desenvolvimentista para a Petrobrás, como empresa indutora da economia nacional e promotora de geração de riquezas para promover a justiça social.
Estudos do Grupo de Economia da Energia da UFRJ e de Grupo Interministerial, que analisaram os principais impactos da retração do setor petróleo, desmonstram que para cada R$ 1 bilhão que a Petrobrás deixar de investir, o PIB brasileiro encolherá R$ 2,5 bilhões. Estima-se que, se for mantida a atual política do governo e do PNG da companhia, 20 milhões de empregos deixarão de ser gerados até 2019. É justamente esta perspectiva que os sindicalistas querem reverter.
Luta constante
O Sindipetro-NF avalia que será necessária a manutenão da disposição para a luta demonstrada na greve da categoria. Inicialmente, antes do movimento, a empresa sequer admitia a hipótese de discutir o Plano de Negócios, que considerava uma prerrogativa exclusiva da gestão da empresa. Depois, por força do movimento, teve que admitir a formação do grupo. Agora, também será por meio da mobilização que alterações serão implementadas.
O sindicato considera que um dos maiores legados da greve foi ter quebrado o tabu de que a única receita para a empresa seria cortar investimentos e vender ativos, seguindo o roteiro clássico neoliberal. Por meio de propostas objetivas e viáveis, a FUP e os sindicatos filiados demonstram que o melhor para a empresa e para o Brasil é manter os investimentos, tornando-se, ela mesma, beneficiária de um reaquecimento da economia, gerando um círculo virtuoso de desenvolvimento.

 

Denúncia sobre pelegos

Comissão envia telegramas

A Comissão de Ética do Sindipetro-NF começou nesta semana a enviar telegramas aos chamados “pelegos” denunciados pelos trabalhadores durante a greve suspensa no último dia 20. As denúncias se baseiam no fato de que eles, embora sejam filiados ao sindicato, descumpriram decisão coletiva da categoria. Todos terão completa ciência dos procedimentos e garantido o amplo direito de defesa.
O sindicato manterá a categoria informada sobre todos os passos dados neste processo de encaminhamento e tratamento das denúncias, mas conservará o sigilo acerca dos nomes envolvidos até que alguma decisão final sobre os casos seja tomada.

Em defesa da Petrobrás

Ato Público no Rio dia 8

Centrais sindicais, sindicatos petroleiros e movimentos sociais estão programando para o próximo dia 8, no Rio, a realização de um grande ato público em defesa da Petrobrás. Assim como a recente greve da categoria, as entidades criticam a política de desmonte da companhia e querem a revisão do Plano de Negócios e Gestão que prevê desinvestimentos e venda de ativos, com perda de renda para o País e desemprego.
O Sindipetro-NF vai disponibilizar ônibus em Campos e em Macaé para os interessados em participar do protesto.

 

Cabiúnas

NF apura morte de trabalhador

O Sindipetro-NF acompanha a apuração da morte do petroleiro Admilson Bueno Madureira, 34 anos, no Terminal de Cabiúnas, em Macaé, no último dia 19. O trabalhador era funcionário da empresa Hope, que presta serviço à Transpetro na área administrativa, e foi encontrado caído no banheiro do seu local de trabalho.
O sindicato quer saber se a morte foi causada pela falta de treinamento de socorristas, a terceirização deste serviço ou pelo não atendimento de denúncias da Cipa nesta área. A própria entidade alertou há alguns meses para a necessidade de manutenção de motoristas próprios para as ambulâncias, com treinamento a dequado.
Abusos gerenciais
O Sindipetro-NF recebeu denúncias de que gestores do setor de Utilidades do Tecab (Terminal de Cabiúnas) estão, depois da greve, deslocando trabalhadores do regime de turno para o horário administrativo. Também há relatos sobre a retirada de petroleiros da manutenção do sobreaviso. “Além de ser um ato antissindical é um ato ilegal, pois não se pode delegar serviço de sobreaviso para terceirizados, quando há empregados próprios para executar o trabalho”, explica o diretor do NF, Claudio Nunes, que é lotado no Terminal.
Incorporação
Em outra frente de ação envolvento o Tecab, o sindicato vai estabelecer com a gerência de Recursos Humanos da companhia, em razão de conquista do movimento de greve da categoria, negociações para incorporar à Petrobrás os trabalhadores da Transpetro na base. O sindicato cobrou acesso a relatório da empresa sobre a situação dos trabalhadores do Terminal.

 

NF vai denunciar Assistente Social

Profissional do Serviço Social da Petrobrás terá caso de perseguição a trabalhador levado ao Cress

Um caso de assédio gerencial compactuado pelo Serviço Social da Petrobrás vai levar o Sindipetro-NF a denunciar uma profissional da área ao Cress (Conselho Regional de Serviço Social). A situação envolve um trabalhador que está em licença médica e, mesmo assim, a gerência quer desimplantá-lo e transferí-lo para uma base no Rio. O petroleiro, que mora na região Nordeste do País, sofreria com a perseguição em razão de sua conhecida militância, com os prejuízos do desimplante e com os transtornos familiares provocados por uma mudança de cidade.
Para o sindicato, o papel do profissional de Serviço Social é justamente o contrário. O setor deve buscar defender os direitos e necessidades do empregado na relação com os projetos da empresa, e não servir de auxiliar em perseguições feitas por gerentes.
Afastado do trabalho há cerca de 30 dias, o petroleiro aguarda laudo médico, que tem previsão de ser emitido no início do mês de dezembro, que tende a atestar a sua condição física de continuar a embarcar. O Serviço Social da empresa, no entanto, passando por cima das necessidades do trabalhador e até mesmo se antecipando a um parecer médico, quer desimplantar o trabalhador.
O assunto também será levado à Ouvidoria da Petrobrás. A entidade estuda ainda medidas jurídicas sobre o caso. De acordo com o sindicato, esta não é a primeira vez que a categoria petroleira relata situações onde o Serviço Social da Petrobrás se comporta contra o trabalhador.

Normando

Trégua na greve

A suspensão do movimento paredista dos empregados da Petrobrás é antes uma trégua do que uma celebração de paz. Claro, a relação Capital × Trabalho é conflituosa por definição, opondo irrevogavelmente o lucro a salários e condições de vida e de trabalho. Mas não a essa conflitualidade essencial que nos referimos.
A FUP logrou um êxito enorme com a greve, no que diz respeito à sua principal meta, abrir negociações sobre o desastroso Plano de Negócios e Gestão 2015-19. Um rumo antes sacralizado, sobre o qual governo e empresa “não admitiam discutir”, passou a ser visto por todos como o que é: instrumento de desmanche da Petrobrás em favor do Deus-Mercado.
A revisão crítica do PNG, e o estudo de seus impactos sobre o crescente desemprego, já teriam justificado a Greve de Novembro (outras virão). Porém o anúncio do aporte de capital, sem participação dos acionistas minoritários, é o maior e mais significativo resultante dessa recente rodada entre os petroleiros e o neoliberalismo no Governo Dilma.
O cancro permanece
Contudo, o reconhecimento desse importante avanço não pode cegar a crítica à gerência e estrutura organizacional corrompidas, da maior empresa do País. Permanece intocada uma diretoria que majoritariamente se alinha com o Projeto de Lei de Serra, para a entrega do Pré-Sal, e que trabalha com afinco para a destruição da Petrobrás via radicalização de desinvestimentos e terceirização da atividade fim.
Ainda pior: essa diretoria é apenas o expoente do pensamento gerencial dominante, incapaz de perceber a importância sócio-econômica da empresa, e hegemonizado por seus interesses imediatistas, individuais e mesquinhos. A lógica prevalecente, nesse meio gerencial, não passa pelos interesses do Brasil, ou da Petrobrás, mas sim por seus preciosos umbigos e, em não poucos casos, por escusas “comissões” e “vantagens”.
Daí a necessidade de perseguir e punir quem se oponha. Provocaram a greve meses a fio com um sem número de torpezas que jamais admitiriam contar para seus próprios filhos. Acreditavam que ganhariam com a greve. Perderam. Agora, com os mesmos meios torpes, buscam vingança. Todavia, os trabalhadores têm suas armas. E a melhor delas é a verdade, a luz do Sol.
Denúncias
Todas as denúncias de corrupção e gastos gerenciais injustificados, que nos chegaram, serão encaminhadas aos órgãos públicos. Elas devem ser enviadas para [email protected] e [email protected]. Muitas já estão sob responsabilidade da Procuradoria da República e da Polícia Federal.

Curtas

Confraternização

O NF promove no dia 10 de dezembro, às 19h, a tradicional confraternização dos petroleiros do setor petróleo privado. O evento será na sede campestre do Cepe (Clube dos Empregados da Petrobrás), no Bairro da Glória, em Macaé. Os convites para a confraternização serão distribuídos na sede do Sindipetro-NF, em Macaé, a partir da próxima segunda, 30. Somente filiados à entidade terão direito ao convite. Cada convidado poderá levar um acompanhante.

Mostra no NF
Para marcar a passagem do Dia da Consciência Negra, o Sindipetro-NF abriu no último dia 20, em seu corredor cultural, na sede de Macaé, mostra do artista plástico Luciano Pauferro. Os trabalhos ficarão expostos até o dia 11 de dezembro, com entrada gratuita para toda a comunidade.

Cipas de bordo

Diretores do Sindipetro-NF e de Sindipetros convidados embarcam na terça, 01, para participação nas reuniões das Cipas de plataformas. Do NF, estarão a bordo Wilson Reis (P-12), Tadeu Porto (P-18), Valter de Oliveira (P-25), Marcelo Nunes (PPG-1), Tezeu Freitas (P-63), Norton Cardoso (P-32) e Antônio Raimundo Teles (PCP-1/3). Os convidados serão Luiz Antônio Lourenzon, do Sindipetro PE-PB (PCH-2), Geraldo Cestarioli, do Sindipetro-SP (P-31) e Joacir Pedro, do Sindipetro Caxias (P-65).

Cambaíba 3 anos
O Acampamento Luiz Maranhão, do MST em Campos, completou três anos, no último dia 2, na antiga usina Cambaíba. Para marcar a passagem, militantes sociais promovem neste sábado, 28, um dia de atividades culturais no local. A história da formação do acampamento foi contada no documentário “Forró em Cambaíba”, do Sindipetro-NF, disponível em bit.ly/1SbNNSA.

DESRESPEITO
Em repúdio contra um comportamento desrespeitoso por parte da empresa Expro, durante reunião, representantes do Sindipetro-NF deixaram a mesa de negociações na manhã de ontem, no Rio. Após uma reunião setorial com os trabalhadores na terça, 24 (foto), o diretor sindical Leonardo Ferreira aceitou convite da empresa para uma reunião. Ao contrário de avanços, no entanto, o que houve foram ataques inaceitáveis à representação da categoria. Saiba mais sobre o caso em http://bit.ly/1QItHlb.