Nascente 950

Nascente 950 

  

 

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Editorial

Golpe está ficando mais claro

Por mais que, para petroleiros, pesquisadores e militantes sociais, o pré-sal seja um tema essencial, com toda a gravidade do ataque sobre ele estando nítida, o fato é que, infelizmente, trata-se de assunto distante da maioria dos brasileiros. O povo não tem a exata noção da riqueza envolvida, da nossa capacidade de explorá-la e da possibilidade de transformá-la em promoção de justiça social.
Do mesmo modo, gritar contra o golpe pode parecer coisa de petista ressentido e não envolve a grande massa cativada todas as noites pelos jornais e pelas novelas da TV comercial aberta. Os protestos contra cortes de direitos, devidamente escondidos ou estereotipados pela mídia, por vezes ainda soam como gritaria corporativa, sobretudo de funcionários públicos e empregados de estatais.
Mas, nos últimos dias, alguns dos anúncios do governo golpista estão revelando consequências mais próximas da população. Mexeram em algo que muita gente, até mesmo da elite, tende a querer preservar: a universidade pública para todos. Outro tema bomba é o da Previdência Social, além da expectativa de aumento de impostos e dos preços que disparam nos supermercados. Cresce, portanto, a possibilidade de insatisfação popular com Mishell Temer e a oportunidade de avançar na conscientização sobre a gravidade do momento em que vivemos.
Os movimentos populares, as forças progressistas, têm agora o desafio de conduzir para reações concretas o sentimento que deverá brotar como consequência do arrocho pretendido sobre o trabalhador. Não pode haver trégua, pois a luta é contra forças muito poderosas — dos três poderes da República, da mídia e do empresariado —, e só a resistência popular poderá impedir retrocessos que levariam as relações trabalhistas a condições semi-escravas.
Cada um tem a missão de manter a atividade de politização nos seus círculos reais e virtuais de amizade, parentesco e trabalho. E cada minuto é importante. Todos à luta.

Espaço aberto

Ignorância e Indiferença

Alexandre de Oliveira Vieira*

O grande mal do brasileiro é não saber os seus direitos previstos na constituição. Assim como não sabe ao que tem direito, abre mão dos direitos constitucionais conquistados a duras penas por aqueles que lutaram pela constituição de 1988.
Vejam o caso da previdência social, para o qual o texto da economista Denise Gentil, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), publicado no site Brasil de Fato é base deste.
Os interesses de setores econômicos auxiliados pelos governos subservientes propagam a ideia que a previdência está quebrada. Fazendo com que as pessoas se sintam inseguras em usar o serviço público e assim, vão correr para o banco e fechar um plano privado. Com esse discurso, o governo tem empurrado a população para o colo dos bancos.” Explica Denise, que alerta: “Você tem que se perguntar a quem serve essa reforma?”
Devido e esta estratégia do sistema, as parcelas da sociedade que possuem o conhecimento e poderiam ser os articuladores do contra ataque a retirada de direitos, pagam uma previdência privada para se “livrar” deste problema. Nos mesmos moldes do que já ocorre com o SUS, segurança e com a educação. Onde a classe média que possui um pouco mais de renda, se satisfaz em pagar mais por segurança, saúde e educação, abdicando do direito constitucional que possui.
Em geral a população não tem a noção do grande salto que foi a Constituição de 1988. Que foi compreender que, por ser um sistema voltado a garantir direitos, a seguridade deveria ser “financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta”.
Na contramão do bem estar social a grande mídia ampara os interesses econômicos que a patrocinam, e propaga a ideologia que a reforma precisa priorizar a redução das despesas e não o aumento de receita. Tornando-se fácil retirar direitos, onde um grupo paga para não viver o problema e o segundo não sabe que tem o direito de não vivenciar esta injustiça. Mas ambos se habituaram por ignorância ou indiferença a patrocinar o opressor.

*Petroleiro da Petrobrás, na Bacia de Campos.

Capa

NÃO HAVERÁ TRÉGUA

Interdição de rodovia próximo a Cabiúnas e escracho ao prefeito entreguista Aluízio dos Santos Júnior mobilizam categoria petroleira e demais militantes sociais, nesta semana, em Macaé. Trabalhadores não darão folga aos golpistas que querem entregar riquezas nacionais e cortar direitos. Protestos serão intensificados

Dois grandes protestos marcaram a semana dos petroleiros e movimentos sociais de Macaé nesta semana. No mesmo dia, na terça, 26, militantes realizaram ato que interditou por mais de três horas a rodovia RJ 106, próximo à Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas, e escracho público do prefeito Aluízio dos Santos Júnior, em frente à Prefeitura de Macaé.
Os protestos reuniram Sindipetro-NF, MST (Movimento dos Sem Terra), Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e Movimento Estudantil. Todos com a pauta unificada contra a privatização da Petrobrás e a entrega do pré-sal às empresas estrangeiras.
“Estamos na luta em defesa de uma Petrobrás integrada, contra a venda dos ativos, dos campos maduros, da Transpetro e da BR distribuidora. Queremos uma empresa mais forte. A intenção do governo Temer é privatizar a Petrobrás e outras empresas públicas. Convocamos toda categoria e reagir em defesa das empresas brasileiras e de nosso país”, disse o coordenador do Sindipetro-NF, Marcos Breda.
As manifestações integraram o dia nacional de protestos da categoria petroleira em diversas bases da FUP. Na mesma data, o movimento sindical petroleiro esteve reunido com a Petrobrás para cobrar a resolução de pendências do Acordo Coletivo. “O momento é bastante complexo e precisamos estar em permanente mobilização para enfrentarmos as tentativas de desmantelar a Companhia, através da anunciada intenção de vender parte dos seus ativos”, disse o coordenador geral da FUP, José Maria Ferreira Rangel, também diretor do Sindipetro-NF.
Escracho na Prefeitura
O protesto realizado contra o prefeito de Macaé aconteceu em razão do posicionamento do político, aliado do senador José Serra, em defesa da entrega do pré-sal para as multinacionais — por meio da retirada da obrigação legal de operação mínima de 30%, pela Petrobrás, de cada poço do petróleo explorado na camada.
Em 23 de junho de 2015, o sindicato havia realizado protesto contra a presença de Serra no Centro de Convenções do município, em evento sobre a indústria do petróleo. Recentemente, no início do mês, os petroleiros aprovaram moção de repúdio a Aluízio durante a VI Plenafup (Plenária Nacional da FUP), realizada em Campos dos Goytacazes. A entidade também publicou, em março e em maio deste ano, notas em seu site condenando o posicionamento entreguista do prefeito.

 

Todos à Operação Padrão

P-18 é nova vítima do autoritarismo

Mesmo após mobilizações intensas realizadas há alguns anos na Bacia de Campos, o fantasma da punição por meio do GDP-SO volta a assombrar, fruto da mente perseguidora dos gerentes da Petrobrás. Em meio a uma Operação Padrão em curso na plataforma P-31, justamente em razão de punições decorrentes da apuração de um acidente, a gerência da P-18 resolveu incorrer no mesmo comportamento autoritário e ilegítimo: ameaçar com punição casos de erros no preenchimento de PTs (permissões de trabalho).
Em razão disso, o sindicato indica, para a P-18 e para plataformas que estejam passando por situação semelhante, a realização de assem-bleia para avaliar o indicativo de adesão à Operação Padrão iniciada na P-31.
Não é a primeira vez que este tipo de comportamento acontece na região e a resposta da categoria voltará a ser enfática: os trabalhadores não aceitam que, ao contrário de tomar ações educativas, a empresa opte pelo caminho fácil e arbitrário da punição.
Na P-18, os trabalhadores denunciaram que a gerência está jogando toda a responsabilidade da PT sobre o operador emitente, desconsi-derando outros profissionais envolvidos. O caso está ocorrendo também em outras plataformas.
“A Petrobrás, em suas plataformas marítimas, está colocando um excesso de atribuições para uma única categoria profissional e criando auditorias não procedimentadas com consequências punitivas para os mínimos erros que venham a ser cometidos, mesmos que os desvios tenham origem em outros membros da equipe como erros em Análise de Risco Nível 2 (APN2) e análises de simultaneidade dos trabalhos”, relatam os petroleiros (Veja a íntegra do Manifesto no site do NF).

 

Transpetro

II Seminário Nacional em Salvador

Trabalhadores e trabalhadoras da Transpetro se preparam para participar do seu II Seminário, que acontece em Salvador, nos dias 05, 06 e 07 de agosto. De caráter formativo, organizador e mobilizador, o Seminário, aprovado no VI Plenafup, será um palco onde vão ser debatidos assuntos de extrema importância para a categoria.
Os trabalhadores da empresa interessados em participar do evento devem se inscrever nos seus respectivos sindicatos. Confira a programação completa em bit.ly/2axZQeY.
A primeira edição do seminário nacional dos petroleiros da Transpetro foi realizado em maio de 2015 em Macaé, no Teatro do Sindipetro-NF, e se tornou um marco na organização dos trabalhadores da empresa.

 

Insegurança

Incêndio em P-62 após auditoria

O Sindipetro-NF foi informado, pela Petrobrás, da ocorrência ontem de incêndio na plataforma P-62, na Bacia de Campos. O fogo foi combatido pela equipe de trabalho que identificou o problema. A brigada não chegou a ser acionada por conta da atuação desses trabalhadores. Segundo informação do SMS-Rio, o incêndio ocorreu no teto do convés do meio da plataforma num bandejamento de cabos elétricos do modulo 7. Não houve feridos.
Está previsto para hoje o embarque da comissão de investigação do acidente. A entidade solicitou à categoria o envio de mais informações para [email protected]. O sindicato orienta ainda os trabalhadores a realizarem uma reunião extraordinária da Cipa, como prevê a NR-05.
A plataforma P-62 passou, na última semana, por auditoria do SGSO (Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional), em processo realizado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), com acompanhamento do sindicato, quando é verificado o atendimento a 17 boas práticas de segurança.

 

Comissão de Ética

Diretoria do NF avalia relatórios

A diretoria do NF começou a receber relatórios dos casos apurados pela Comissão de Ética da entidade, sobre as denúncias de assédio e práticas antissindicais na greve de 2015.
Este é um dos passos estatutários para que a diretoria acolha ou modifique as conclusões presentes nos documentos da comissão. As punições vão de advertência a expulsão dos quadros do sindicato — esta, com necessidade de assembléia. As decisões estão previstas para a próxima reunião da diretoria colegiada.

 

Torneio lembra momento de luta

Com o lema “luta e resistência”, NF realiza na segunda, 8, a 12ª edição doTorneio de Futsal (corrigida para o site)

Começa dia 8 e segue até 26 de agosto o 12º Torneio de Futsal do Sindipetro-NF, no ginásio do Juquinha, no Tênis Clube de Macaé. A tradicional atividade de integração do sindicato tem como tema neste ano a máxima “Luta e Resistência”. Para a entidade, além de promover o esporte, o torneio é uma ferramenta de conscientização e aproximação dos trabalhadores à vida sindical.
Cerca de 200 petroleiros participam da competição. Foram inscritos os times Cartoleiros, Baserv, FEA Futebol Clube, SMS Futebol Clube, Albacora, Submarino, ATMEQ, Guerreiros de Imbetiba, Velha Guarda, Baker Hughes Lagomar, CABP, Normatel, Expro Group, Amigos da Servimar, Sindipetro-NF e União da Produção.
O sorteio dos confrontos acontece no dia 8 de agosto. Os jogos serão realizados em primeira fase de 9 a 18 de agosto, segunda fase de 19 a 22, semifinal no dia 24 e disputa por terceiro lugar e final no dia 26.

 

Normando

O pré-sal

O petróleo ainda é o mais estratégico dos recursos naturais. “Ah! Hoje é uma commodity como outra qualquer!”, diz o jovem milionário Michelzinho, de 7 anos de idade. Errado! A matriz energética mundial dependerá do petróleo por décadas, em que pese cada vez mais limpa com o aumento relativo das fontes renováveis, e maior eficiência energética.
“Por isso mesmo vamos abrir o Pré-Sal. A iniciativa privada vai produzir muito mais!” Não, Aluízio. Antes de destruir sua cidade, reflita um pouco sobre o mundo do petróleo. Você consegue. Pense na humanidade, como um todo, e examine os dados de uma década.
A economia mundial cresceu mais de 30% entre 2004 e 2014. Quem supriu a energia que sustentou esse crescimento? O “livre” Deus-mercado, ou a satanizada intervenção estatal?
Quem é que produz?
Nesses 10 anos a produção mundial de petróleo aumentou em 20%, graças às empresas públicas, ou estatais, da Rússia, China, Arábia Saudita, Catar, Irã, Kuwait, Abu Dabi e… Brasil. O mesmo ocorreu nas demais fontes (eólica, solar, etc).
“Mas as multinacionais vão nos salvar! Produzirão no Pré-Sal”, grita Serra, aquele que prometeu à Chevron abrir-lhes a atividade. Vejamos, então, o que aconteceu às gigantes do setor nesse mesmo período, 2004/2014.
A produção da Exxon-Mobil cresceu pouco mais de 2%, e as produções de Shell e BP despencaram. A Chevron saiu-se melhor, e cresceu perto de 6%. Contudo, no total, as gigantes privadas do petróleo produziram em média 100.000 barris diários a menos em 2014 do que em 2004.
Petrobrás
“Ah! Se as multis estão assim, a Petrobrás está pior!” Michelzinho, meu filho, mentiram pra você! A Petrobrás fez a produção do Brasil aumentar em 52%, no mesmo periodo de 2004/2014, muito acima da média mundial, e enquanto as privadas patinavam.
“Esses números são petralhas”, grita Aloísio depois que o assessor sopra ao pé do ouvido. São não, Dr. São do relatório anual de conjuntura da BP, e você os consegue ler, se tentar (em http://on.bp.com/1Lamrd6).
“Isso foi antes! Depois da crise do preço do barril, no 2° semestre de 2014, a Petrobrás está quebrada pela má gestão!”, rebate o Serra milionário do Mercado Livre. Errado de novo, José. Apesar do endividamento, a Petrobrás está melhor, perante a crise do setor, do que qualquer uma das gigantes privadas.
Por que, então, destruir a Perrobrás? Qual o verdadeiro alvo?

 

Curtas

SGSO em PPM-1
O diretor do NF Luiz Carlos Mendonça embarcou ontem em PPM-1 para acompanhar auditoria da ANP (Agencia Nacional de Petróleo) do SGSO (Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional). A auditoria verifica o cumprimento de 17 práticas de segurança adotadas pela agência. É importante que os trabalhadores mantenham o sindicato informado sobre as condições da unidade ([email protected]).

Curso de Benzeno
Disponíveis as últimas vagas para curso “Benzeno na indústria do petróleo”, que será realizado de 23 a 25 de agosto, na sede de Campos dos Goytacazes da entidade. As inscrições são feitas somente online, em área do site do Sindipetro-NF. As palestrantes serão as doutoras da Fundacentro-SP, Arline Sydnéia e Patrícia Moura Dias. O curso terá certificado com carga horária de 20 horas.

Retorno de Voo
O Sindipetro-NF foi informado na tarde de ontem, pelos trabalhadores, de que um helicóptero que realizava voo para a P-37 indicou alerta no sistema de monitoramento do motor e não pôde pousar na plataforma, retornando para o heliporto do Farol de São Thomé. A empresa confirmou a ocorrência. O voo, prefixo SEF, das 10h57, estava com nove passageiros.

Saúde
A diretoria colegiada do Sindipetro-NF aprovou em reunião nesta semana, em Macaé, mudanças em razão de novas demandas sindicais. O diretor Sérgio Borges passou a coordenar o Departamento de Saúde da entidade, antes coordenado pelo diretor Norton Cardoso, que amplia sua dedicação ao Conselho Deliberativo da Petros.

Romaria da Terra
O Sindipetro-NF participou no último domingo, 24, da 15ª Romaria Estadual da Terra e das Águas, em Campos dos Goytacazes, que percorreu sete quilômetros entre a Praça São Salvador e o Assentamento Zumbi dos Palmares. Organizada pela Comissão Pastoral da Terra, a atividade reúne líderes de várias religiões e movimentos sociais. A entidade foi representada pelos diretores Luiz Carlos Mendonça e Dimas Moraes.

 

 

manifestop18_nascente950.pdf