Nascente 963

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Nascente 963 

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Editorial

O que teus filhos dirão, pelego?

Quando, daqui a vinte ou trinta anos, perguntarem a um dos seus filhos o que o pai ou a mãe estava fazendo durante o golpe de 2016, o que poderá responder? Se você for um pelego ou uma pelega, certamente um constrangimento estará reservado para ele ou para ela. Enquanto trabalhadores e trabalhadoras enfrentavam os golpes na democracia, nos direitos sociais e no patrimônio brasileiro, onde você esteve? Terá valido a pena?
Sendo você petroleiro ou petroleira, aceitou convenientemente a versão de que a Petrobrás precisa ser reduzida para dar espaço a empresas privadas do setor petróleo? Furou a greve? Aproveitou para ganhar hora extra? Aceitou um cargo de chefia para substituir um supervisor grevista?
E a você mesmo, o que dirá? Se tiver preservado seu emprego, se tiver conseguido se aposentar, se tiver sobrado algum imóvel para você morar, vai olhar a realidade ao seu redor e acreditar que nada tem a ver com as vítimas dos sucessivos cortes nos programas sociais? Vai dizer que não terá nada a ver com o fato de a Petrobrás ter se tornado uma espécie de Rede Ferroviária Federal do século XXI (lembram dela?). Será você também um velho ferroviário que nem ao menos poderá dizer que lutou pela preservação da empresa?
A falta de solidariedade de classe, quando não se dá por falta de consciência política, é um desvio de caráter. Principalmente em tempos críticos como o que vivemos. Chega a assumir ares de cumplicidade com os agentes da destruição.
Nesta semana a categoria tem assembleias para avaliar indicativos de luta na Campanha Reivindicatória. Você vai participar? Se as mobilizações indicadas forem aprovadas, você vai fazer?
Se você for um pelego ou pelega, estará se cercando de motivos para convencer a consciência de que “não quer ser usado”, “não quer ser massa de manobra do sindicato”, “não vai defender a FUP petista” ou que “não vai estar ao lado dos que roubaram a Petrobrás”. No fundo, você sabe que nada disso é pertinente, mas ainda assim dirá para si mesmo para tentar, ao menos, olhar a sua cara no espelho todas as manhãs sem precisar ficar desviando os olhos. Talvez você consiga, mas é pouco provável. Assim como é pouco provável que seus filhos venham a ter uma resposta convincente para dar.

 

Espaço aberto

Não à cultura do estupro

Lucilene Binsfeld**

Precisamos falar de violência de gênero. É necessário lembrar que o machismo mata mulheres todos os dias e fortalece a cultura do estupro.
No último dia 15, na Argentina, o feminicídio fez mais uma vítima. Lucía Pérez, de 16 anos, foi violentamente estuprada e assassinada por dois homens. O crime hediondo choca também pela crueldade, a adolescente foi drogada e empalada pelos estupradores.
É dolorido e revoltante descrever as terríveis circunstâncias que envolvem o caso. Mas é preciso para que possamos refletir sobre os motivos pelos quais as mulheres sofrem esse tipo de violência, e para questionarmos por que as mulheres têm sido punidas ao longo da história com dor e martírio. Desde as épocas mais remotas passando pelas fogueiras da Inquisição até os dias atuais. A violência contra a mulher, seja física ou psicológica, cresce a cada ano. Dados do Mapa da Violência de 2015 indicam que entre 2003 e 2013, o número de vítimas de homicídio do sexo feminino no Brasil passou de 3.937 para 4.762. De acordo com a pesquisa, o país tem taxa de 4,8 homicídios por cada 100 mil mulheres. No Brasil, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Falar da cultura do estupro é se referir à “objetificação” das mulheres. Essa ideia é reforçada por uma série de fatores que a sociedade como um todo precisa reconhecer e enfrentar. As imagens associadas à mulher na mídia, a cultura do patriarcado – que insiste em afirmar que elogios abusivos nas ruas não são assédio – e a divisão sexual no mundo do trabalho, contribuem para reforçar a imagem da mulher como mero objeto.
Por isso, todas e todos temos que gritar não à cultura do estupro! Nossa tarefa é árdua, mas precisamos exigir que o Estado desenvolva políticas públicas, amplie e faça valer as leis de proteção à mulher.
Essa causa é nossa, e só vamos parar de falar disso no dia em que todas as mulheres sejam livres.

* Publicado originalmente no portal da CUT, acesso em s.cut.org.br/2dFHQhL. ** Secretária Geral do Instituto Observatório Social.

Capa

HORA DE REJEITAR PROPOSTA E PARTIR PARA LUTA

Em assembleias até o próximo domingo, categoria petroleira na região avalia indicativos de rejeição de proposta da Petrobrás e de realização de duas semanas de mobilizações intensas. Primeiras assembleias estão aprovando encaminhamentos do sindicato. NF chama a todos à luta contra o arrocho no Acordo Coletivo, o desmonte da Petrobrás e a entrega do pré-sal

Os petroleiros do Norte Fluminense realizam assembleias desde ontem para avaliar indicativos da Campanha Reivindicatória. O Sindipetro-NF indica a rejeição da proposta do Termo Aditivo aos ACT 2015-2017, apresentada no último dia 19, e a realização, de 31 de outubro a 11 novembro, de duas semanas de intensas mobilizações.
Ontem, aconteceram assembleias na Delegacia Sindical de Campos, na Praia Campista e no Grupo C de Cabiúnas. Todas aprovaram os indicativos do sindicato. O calendário nas bases de terra continua até a sexta, 28, quando começam as assembleias nas plataformas — que seguem até o domingo.
Além de aumentar o rigor da aplicação dos procedimentos da Operação Para Pedro, e de estimular ainda mais as denúncias sobre as condições inseguras de trabalho e dos assédios e perseguições, a categoria, caso os indicativos sejam aprovados nas assembleias, vai realizar cirandas, vigílias, paralisações, bloqueio de embarques e atrasos.
Fique do lado certo
Em seu site, o Sindipetro-NF disponibiilizou um modelo de ata para as plataformas. Também foi disponibilizado modelo de termo onde os petroleiros assumem o compromisso de não aceitarem ofertas da empresa para não participar da mobilização atual e de uma iminente greve.

Confira abaixo o calendário de assembleias e participe

*Sede Campos quarta, 26 10h
*Praia Campista quarta, 26 13h
PT quinta, 27 13h
Edinc sexta, 28 13h

Cabiúnas:
*Grupo C quarta, 26 15h
Grupo E quinta, 27 7h
Grupo D quinta, 27 15h
Adm quinta, 27 17h
Grupo A quinta, 27 23h
Grupo B sexta, 28 23h

Plataformas: de sexta, 28, a domingo, 30, com retorno das atas até às 12h da segunda, 31.
* Realizadas.

Indicativos:
1- Rejeição da proposta do Termo Aditivo aos ACT 2015-2017, apresentada no último dia 19/10.
2 – De 31/10 a 11 de novembro, aprovar semanas de mobilizações (cirandas, vigílias, paralisações, bloqueio de embarques, intensificação da operação “Para, Pedro”, atrasos…).

 

Luta nacional

Centrais chamam greve para dia 11

Da Imprensa do NF, Rede Brasil Atual e Brasil de Fato

O plenário da Câmara aprovou na noite da terça, 25, em segundo turno, com 359 votos favoráveis, 116 contrários e duas abstenções, o substitutivo para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16. O texto do Executivo, relatado pelo deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), impõe limites para os gastos federais para os próximos 20 anos. A relação dos votos dos deputados está disponível em bit.ly/2eRzHbd.
Protestos em todo o País estão denunciando os efeitos nocivos da PEC, que seguirá para o Senado. Nesta semana, foram realizados dois grandes protestos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Também contra a PEC, aliada à luta contra as mudanças na área da educação, mais de 1,1 mil escolas estão ocupadas e 82 universidades estão ocupadas, em movimento que também protesta contra o projeto Escola sem Partido.
Em outra frente de luta, a CUT e outras sete demais centrais sindicais chamam para o dia 11 de novembro a realização de uma greve geral. A proposta é a de que as categorias façam paralisações totais ou parciais neste dia. A pauta também inclui a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista.
A greve geral fará parte da Jornada de Lutas Contra a Retirada de Direitos no país, um calendário nacional de mobilização e paralisações contra as reformas propostas por Mishell Temer, que prevê outro dia de protestos em 25 de novembro.

 

Desmonte

Baixo efetivo eleva risco em PRA-1

Os trabalhadores de PRA-1 denunciaram ao Sindipetro-NF que, mesmo em meio à Operação Para Pedro, a gestão continua colocando na área apenas dois operadores sem nenhum supervisor em cada turno, além da sala de controle remoto. Numa atividade normal, deveriam atuar na área quatro operadores e mais um supervisor. Esse fato comprova, mais uma vez, a falta de pessoal na Companhia, que mesmo assim lançou um Programa de Desligamento Voluntário (PIDV) que vai reduzir ainda mais os trabalhadores a bordo.
Essa redução de efetivo não garante a segurança operacional da plataforma, que a gestão da UO-RIO tem preconizado como de extrema importância para a Companhia. O NF tem denunciado constantemente que baixo efetivo aumenta o risco de acidentes e amplia a chance de que novas tragédias aconteçam, como a da P-36 e a do FPSO Cidade São Matheus.
Denúncias sobre baixo efetivo e sobre outros riscos a que estão expostos os trabalhadores devem ser encaminhadas para [email protected].

Sintonia

Atenção total contra boatos

O trabalhador já sabe: antes de movimentos fortes, empresa usa contra-informação

Em contatos com os trabalhadores nas bases, diretores do Sindipetro-NF verificaram que é crescente o jogo de contra-informação da Petrobrás em relação a vários temas da categoria petroleira. A entidade reforça que é muito importante que todos se mantenham informados pelo sindicato e não deem ouvidos a boatos.
Esta prática da gestão da empresa é comum em momentos que antecedem a grandes mobilizações. Na iminência de uma greve, gerentes espalham terror para tentar desmobilizar os trabalhadores e jogá-los contra o próprio sindicato.
Entre as mentiras ditas pela gerência está a de que os trabalhadores que participaram da mobilização realizada pela categoria nos dias 31 de agosto e 01 de setembro, justamente contra abusos e perseguições, estavam sujeitos a punições pois o sindicato não teria comunicado a empresa sobre a realização do protesto.
Como esclareceu o Sindipetro-NF em seu site (bit.ly/2ebaaKd), como não se tratou de uma greve, a mobilização de 48 horas não precisava ser comunicada à empresa, pois não havia qualquer risco de desabastecimento. Mas, mesmo assim, diferentemente do que disse a gerência local, o sindicato informou à companhia que realizaria o protesto.
Não propague boatos
Qualquer dúvida sobre a Campanha Reivindicatória ou sobre qualquer outro tema deve ser esclarecida diretamente com um diretor sindical ou por meio dos conteúdos das mídias oficiais do Sindipetro-NF. E todo caso de ameaça, coação ou punição deve ser imediatamente informado para o NF, pelo e-mail [email protected].

 

Sindicato mais forte

Campanha de filiação ao NF

Sindicato itinerante vai percorrer bases com para realizar filiações e atualizações cadastrais

O Sindipetro-NF começa no próximo dia 31 uma campanha de filiações à entidade ou atualização dos cadastros dos já filiados. A Sprinter do sindicato vai percorrer as bases para atender aos trabalhadores. Os primeiros locais que terão a presença do sindicato itinerante serão Imboassica, Imbetiba e Edinc (veja calendário ao lado). Em seguida, serão percorridos os aeroportos e Cabiúnas. A previsão é a de que a campanha se estenda até fevereiro de 2017.
Os petroleiros e petroleiras que se filiarem ou atualizarem o cadastro, online ou no atendimento pessoal, vão receber um brinde dos 20 anos do Sindipetro-NF. O brinde poderá ser retirado na sede da entidade ou no sindicato itinerante, onde também poderá ser feita a emissão da carteirinha do NF e prestadas informações jurídicas ou sobre outras atividades sindicais.
Momento de somar forças
“Neste momento, onde a empresa pretende retirar direitos e diminuir salários, é fundamental que cada trabalhador e trabalhadora entenda a necessidade da luta coletiva e reforce o seu sindicato. Para isso é necessário atualizar os seus dados, de modo que seja possível o contato mais próximo da entidade com cada um dos filiados, seja através de email, whatsapp ou pessoalmente, e aqueles que ainda não sejam filiados se filiem pois o cenário de disputas tende a ser mais acirrado entre a empresa e os trabalhadores”, explica o coordenador do Departamento Administrativo do Sindipetro-NF, Rafael Crespo.
O sindicalista lembra que “apenas com o fortalecimento do sindicato conseguiremos atingir os objetivos que queremos, como a defesa dos empregos, dos direitos e dos nossos benefícios conquistados na luta”.

NF itinerante

Imboassica 31 de outubro
01, 07, 08 e 14 de novembro

Imbetiba 03, 04, 10, 11, 17 e 18 de novembro

Edinc 09 e 16 de novembro

Aeroportos e Cabiúnas: Será divulgado calendário a partir de 21 de novembro.

 

Normando

A PEC 241 e você

Só um Golpe para proporcionar o que jamais sairia das urnas: uma limitação do gasto público por 20 anos. A Classe Dominante se reapropria da fatia do orçamento público a que estava acostumada. É o fim da “gastança” dos recursos da União com a “tigrada” que depende de políticas públicas para ter acesso à saúde, educação, habitação…
“Gastança” e “tigrada” sintomaticamente esgrimidos nesse debate por editoriais do “Estado de São Paulo”. Curiosamente “gastança” nunca definiu os juros com os quais o parasitário capital financeiro se apropria do orçamento da União. A maior fatia da pizza, sempre maior do que o total da Previdência, desde que o mundo é mundo.
Já “tigrada” são todos os que, diferentemente dos Mesquita, dos Frias, dos Marinho, não foram aquinhoados com milhões ao nascer, como o Príncipe Michelzinho, e oneram a todos por existir. Para os golpistas a “tigrada” é leniente, imoral, vagabunda. Não se garante, em meio ao sacrossanto Livre Mercado, por um misto de incompetência e preguiça.
Crise e casa
Os apologetas dessa violência institucional têm utilizado duas didáticas: justificam a medida com a maior recessão da economia brasileira desde que temos dados confiáveis, 1930; e apelam à gestão doméstica. Comparam o Brasil com sua casa.
Imagine uma pequena família assalariada em crise. Um dos pais está desempregado e a receita encolhe. É necessário reduzir custos, e o gasto com a educação das crianças é cortado no que possível.
E então os pais, durante a crise, contratam que aquele gasto reduzido com educação será mantido por 20 anos.
EUA
Nossa Classe Dominante é parva, colonizada e, esta sim, leniente, imoral, vagabunda, incompetente e preguiçosa. Não o fosse, estudaria o exemplo dos EUA, que idolatram.
A Crise de 1929, a partir do “crack” da Bolsa de NY, fez o desemprego saltar de 3,2% para 24,9% em pouco menos de 4 anos. Para a enfrentar Roosevelt apostou no gasto público, numa situação das contas do governo incomparavelmente pior do que a do Brasil de 2016.
Em lugar de restringir, redistribuiu riqueza com políticas públicas, contra a opinião e a militância cotidiana dos jornais e dos milionários. Combateu e venceu a recessão e o desemprego.
Se, em resposta à crise de 1929, os EUA tivessem aprovado uma PEC 241, teriam congelado até 1949 o quadro de desindustrialização de 20% que experimentaram quando a Bolsa quebrou.
Ah! Mas História é coisa de marxista. Melhor a tirar do currículo do Ensino Médio.

Curtas

Ubuntu
Reunido da última terça, 25, até hoje, em São Paulo, o Coletivo de Mulheres da Confederação Nacional do ramo Químico (CNQ), que discute temas como relações raciais, de gênero e juventude. As militantes também realizam um balanço do Projeto Ubuntu, de capacitação de dirigentes sindicais para assumirem espaços nas direções sindicais. Na tradição africana, ubuntu significa compreender e aceitar, trazendo a ideia de solidariedade.

WhatsApp do NF
O Sindipetro-NF abriu mais um canal de comunicação com a categoria. Após fazer um cadastramento no site da entidade, e adicionar nos contatos de celular o número (22) 98837 6935, o interessado poderá receber mensagens do sindicato pelo WhatsApp. “Nosso objetivo é ampliar a rede de comunicação, principalmente em momentos como greves e movimentos”, explica o coordenador do departamento, Marcelo Nunes.

SGSO
Realizado nesta semana na sede de Campos do Sindipetro-NF, nos dias 24 e 25, o curso de SGSO (Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional). As aulas contribuiram para capacitar trabalhadores na vigilância pelo cumprimento das normas de segurança nos locais de trabalho. A atividade fez parte deste momento em que a categoria realiza a Operação Para Pedro, quando é reforçada a atenção aos procedimentos de segurança.

Desespero
O sindicato foi informado de que a Petrobrás está treinando engenheiros de base para assumirem a operação de plataformas em caso de greve. Até o momento, a prática antissindical foi plagrada em pelo menos duas gerências (de P-54 e de P62). O NF está de olho nesta conduta dos gestores e poderá tomar medidas políticas e jurídicas contra estes pelegos.