Nascente 998

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Nascente 998 

 

 

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Editorial

Não vacile, faça greve

Cada trabalhador e cada trabalhadora do País precisa fazer uma profunda reflexão acerca da importância dos movimentos de contestação ao conjunto de golpes contra os direitos trabalhistas e sociais. As ações são coletivas, mas em larga medida resultam das opções individuais, do nível de informação, envolvimento e noção de empoderamento que cada um é capaz de ter.
Não é novo que o movimento sindical precise empreender muito esforço para fazer com que a consciência de classe, de luta pela hegemonia política, seja algo assimilado no cotidiano. Sempre foi uma batalha demonstrar que direitos básicos são resultantes de uma conjuntura muito mais ampla do que aquela circunscrita ao seu local de trabalho.
Sempre haverá motivos para não fazer greve. É arriscado, especialmente em tempos de desemprego elevado. Há um custo político a pagar por ter altivez. E para sucumbir a esses entraves compreensíveis, e a outros nem tanto, também é sempre possível formular uma desculpa íntima.
Para esta greve de amanhã, a despeito de todas as evidências de que o momento é urgente, extremamente crítico, e que este País já estaria em convulsão se a população tivesse um pouco mais de espírito contestador e de disposição para exercer protagonismo nas questões públicas, talvez ainda se encontre quem esteja pensando nestas tais razões para não aderir, em desculpas para não acreditar.
Mas, falando de modo direto e muito claro: faça a greve. Não titubeie, não vacile, não olhe para o lado. Apenas faça.
Não há outra forma de dar um recado contundente aos abutres que querem que você morra antes da hora, ou que viva uma vida cada vez mais subordinada a condições precárias de trabalho – tanto nos aspectos contratuais quanto nos aspectos físicos da precariedade – que não seja o exercício do direito de cruzar os braços.
Cada cláusula do ACT, cada artigo da CLT, cada ítem de Norma Regulamentadora, cada uma das garantias mínimas de dignidade nas relações de trabalho não é vale nada se não for defendida por você.

Espaço aberto

Até logo!

Marcos Breda*

Companheiros e Companheiras da valorosa categoria dos petroleiros do Norte Fluminense!
Quero me dirigir a todos vocês que estão a bordo, nos navios e plataformas, e em terra, nos prédios administrativos e instalações operacionais das empresas representadas pelo Sindipetro-NF, para falar do orgulho que sinto por integrar nossa categoria e ter trabalhado lado a lado com vocês nos trinta e sete anos que passei na Petrobrás. São muitas lembranças incríveis desde que entrei na Petrobras para um estágio de nível médio no Centro de Pesquisas, no Rio de Janeiro, em 1980, aos 18 anos de idade. Em 1982, prestei concurso, passei a ser empregado próprio e, logo em seguida embarquei na primeira plataforma de perfuração da empresa, a Petrobras I, no litoral de Aracaju de onde se via a Praia de Atalaia. Foram muitos anos de trabalho árduo e muitas amizades fraternas acumuladas ao longo do tempo.
Tenho enorme orgulho de ter representado os petroleiros do Norte Fluminense nos últimos 15 anos, busquei merecer a confiança depositada nas urnas através votos na nossa chapa 1.
No próximo domingo, 02 de julho, deixo de integrar a diretoria do Sindipetro-NF e tomo posse no Conselho Fiscal da entidade. Desde último dia 05 estou aposentado e este será um novo momento, para mim e para todos vocês, um momento histórico que simboliza a renovação de gerações na condução da categoria na nossa região.
Desejo muito sucesso para nova diretoria que assume. Teremos nessa nova diretoria, na medida certa, antigos companheiros de luta, jovens lideranças já consolidadas e novos valorosos companheiros que se somam a este grupo. Tenho certeza do empenho que terão para cumprir esse árduo papel de dirigentes e militantes sindicais diante da conjuntura difícil que estamos enfrentando.
Também desejo muito sucesso aos funcionários do sindicato, destacando a importante tarefa que desempenham para que as ações do sindicato tenham êxito.
De forma alguma estou me despedindo, pois será uma simples mudança de tarefas, muitas novas lutas virão.
Até logo!
* Coordenador geral do Sindipetro-NF.

Capa
TUDO PARADO AMANHÃ

País volta a parar em indicativo nacional de Greve Geral. Trabalhadores e trabalhadoras não aceitam corte de direitos vindos de um governo e de um Congresso Nacional golpistas. Categoria petroleira é chamada a reforçar a luta, aumentando a adesão à paralisação. Plataformas podem enviar atas até às 12h de hoje

Reunida na tarde de ontem, a diretoria do Sindipetro-NF decidiu fazer um chamando contundente para que os petroleiros e petroleiras das plataformas da Bacia de Campos realizassem assembleias com envio de atas até às 12h de hoje, para manifestarem adesão à Greve Geral Nacional desta sexta, 30. A categoria está em Estado de Assembleia Permanente.
As primeiras assembleias da categoria já aprovaram a participação na Greve, mas o sindicato considerou baixo o envolvimento dos trabalhadores e das trabalhadoras, diante da gravidade do momento nacional e da realidade de desmonte da Petrobrás.
A diretoria voltará se reunir, na tarde de hoje, para avaliar o retorno a este novo chamado à participação da categoria. Diante do quadro de adesão será feito um indicativo sobre a forma de participação na Greve Geral.
“Estamos dizendo claramente que foi baixa a adesão da categoria até agora, com poucas assembleias realizadas nas plataformas, mas sabemos da responsabilidade que cada um tem e que podemos reverter isso. Não podemos ficar inertes vendo a Petrobrás e o País afundarem do modo que estão, e não podemos aceitar precarização e corte de direitos”, afirma o coordenador geral do NF, Marcos Breda.
A Greve Geral Nacional é contra as reformas trabalhistas e previdenciária, e pela realização de eleições Diretas Já. Na Petrobrás, o movimento também assume o caráter de combater a privatização e o desmonte da companhia.

 

Transição no NF

Diretoria 17/20 toma posse dia 2

Disponíveis nas sedes do NF convites para a posse da Diretoria e do Conselho Fiscal da entidade para o mandato 2017/20. O evento será realizado no próximo domingo, 2 de julho, às 11h, no Espaço Hangar (Rodovia Amaral Peixoto, número 7.905, em Macaé). Somente associados ao sindicato poderão retirar os convites. Saiba mais em bit.ly/2s2DUQn.

 

Gestores denunciados na DP

Ato durante Congrenf formaliza denúncia contra responsáveis por acidentes

Ato público na manhã de ontem, com passeata entre a sede do Sindipetro-NF, em Macaé, e a 123ª Delegacia da Polícia Civil, denunciou o desmonte da Petrobrás, que está provocando o aumento nos casos de acidentes do trabalho. Neste ano, quatro trabalhadores morreram e mais de 20 acidentes foram registrados pelo sindicato em áreas operacionais do Setor Petróleo na região. A direção da entidade protocolou, na delegacia, um pedido de abertura de inquérito para apurar a responsabilidade de gestores da Petrobrás nos acidentes e mortes.
No percurso da passeata, os manifestantes utilizaram jaleco laranja e carregaram um caixão branco, coberto por um uniforme petroleiro. Os militantes também exibiram cruzes e se revezaram ao microfone, denunciando à sociedade macaense a situação precária das condições de trabalho na Bacia de Campos. O ato teve como bandeiras a defesa da vida, a reposição de efetivo na Petrobrás e o combate à privatização da companhia.
A atividade fez parte da programação do 13º Congrenf, que começou na última segunda, 26, e terminou ontem. Foram três dias com mesas de debates, rodas de conversa, homenagens, lançamento do livro dos 20 anos do NF e atividades culturais, reunindo cerca de cem delegados, delegadas e integrantes da diretoria do sindicato. O evento foi marcado pela necessidade de continuar a resistência contra os golpes que tiram direitos dos trabalhadores e sequestram a democracia. Os debates tiveram transmissão ao vivo nas mídias do Sindipetro-NF. O conteúdo continua disponível no site do sindicato, da Rádio NF e no Facebook da entidade.
Na tarde de ontem foi realizada a discussão que envolve sugestões para a pauta de reivindicações e estratégias de luta, além de eleitos os delegados e delegadas que representarão a região no Confup (Congresso da Federação Única dos Petroleiros).
O coordenador geral do Sindipetro-NF, Marcos Breda, destacou a importância do Congrenf na organização da militância sindical e social. “Só venceremos pelo viés da luta. Temos muita responsabilidade esse ano, dentro e fora da Petrobrás, e só conseguiremos conquistar alguma coisa fazendo um bom combate”, afirmou.

 

Mais sobre o Congrenf no site do NF

Nozaki denuncia que delator da lava jato recebe porcentagem do dinheiro que ajudar encontrar – bit.ly/2sSOH2p

Petroleiros pedem abertura de inquérito contra gestores da insegurança – bit.ly/2uiRGiu

Reformas farão valer a exploração da miséria – bit.ly/2sRDqiK

Mesa lança livro dos 20 anos do NF, uma história com milhares de protagonistas – bit.ly/2sn5cAg

Impactos nocivos dos golpes contra os trabalhadores são destacados por expositores em mesa sobre conjuntura – bit.ly/2sYx8fB

Participantes debatem saúde e segurança em suas bases –
bit.ly/2seHw64

Feira do MST traz produtos agroecológicos da Serra de Macaé – bit.ly/2ufz7vs

“Canto épico a la ternura” celebra trajetória de Che Guevara – bit.ly/2thWK9G

Memória, música e discursos de luta marcam abertura do Congresso – bit.ly/2tigTgd

 

COORDENAR EM TEMPO DE GUERRA

Coordenador geral até o próximo domingo conta como foi ter estado à frente do NF nestes dias de golpe

Coordenador geral do Sindipetro-NF até o próximo domingo, 2, quando acontece a posse da Diretoria e do Conselho Fiscal do Sindipetro-NF para o mandato 2017/20, o petroleiro Marcos Breda conversa nesta edição sobre a experiência de ter estado à frente de um dos maiores sindicatos petroleiros da América Latina. Ele, que recentemente foi atingido por uma bomba de efeito moral durante protesto em Brasília, destaca a conjuntura de guerra dos trabalhadores em defesa de direitos que foram conquistados à custa de muitas lutas durante décadas.

Nascente – Você já tinha uma trajetória sindical, mas a experiência de ser coordenador geral do Sindipetro-NF é única. O que você leva desse período?
Marcos Breda – Me sinto muito honrado por ter estado como coordenador geral do Sindipetro-NF por quase três anos. Apesar de estar no movimento sindical há 15 anos, e ter mantido outras formas de interação com a categoria por ter coordenado a comunicação do sindicato, a tarefa de coordenador geral se investe de uma missão de representação da categoria junto a outros públicos, a sociedade, e isso me deu oportunidade de aprender muitas coisas, e também de conviver com o contraditório tanto dentro da diretoria, existem pensamentos diferentes, afinal somos 30 diretores, quanto na categoria petroleira, que é muito participativa da vida sindical, a gente percebe isso claramente, as plataformas entram em contato com a diretoria de forma permanente, mostrando visões, denunciando situações. Para tudo isso o coordenador tem que dar respostas e encaminhamentos que a categoria anseia. Em certos momentos tem que ter uma certa inspiração, para perceber algo que unifique nessa diversidade toda, esse é sempre a tentativa do coordenador, propor soluções que possam unificar tanto dentro da diretoria quanto na categoria petroleira. E isso é um desafio, que busquei cumprir nesse período.

Nascente – Você atuou como coordenador em um momento em que o sindicato faz uma transição, na direção, entre as primeiras gerações de militantes, muitos deles fundadores da entidade, e as novas gerações. Como você vê essa transição e qual expectativa você tem em relação à nova diretoria?
Breda – Esse é um momento histórico do Sindipetro-NF, para o qual trabalhamos já há algum tempo, quando a gente vem percebendo a presença que se consolida de novos petroleiros na categoria, e havia uma disparidade disso em relação à composição da diretoria. Era preciso renovação. Então a gente vem, ao longo das eleições, procurando fazer isso e, agora, isso de fato se consolida, tanto que estou passando a coordenação para o Tezeu [Bezerra], que é um jovem companheiro de 29 anos, uma diferença de idade de quase o dobro entre eu e ele. E não só o Tezeu, há uma série de novas lideranças que consolida essa transição. A gente está na medida certa, com antigos companheiros de luta, que permanece na diretoria, eu vou para o Conselho Fiscal, e também obviamente vou ajudar nesse processo, há um outro terço de companheiros que já estão na direção mas são diretores de primeiro mandato, e essa nova geração que está vindo, somando na luta. Acho que é medida certa da necessidade da categoria.

Nascente – A coordenação foi assumida por você em um momento de muita tensão no cenário nacional. O que destaca como mais difícil nessa experiência?
Breda – Me lembro que, logo quando entrei no movimento sindical, a gente falava que o movimento sindical travava uma guerra, porque era um momento de enfrentamento com a empresa e tudo isso era uma guerra. Só que agora, recentemente, na última vez que estive em Brasília, por exemplo, é daqueles que fazem pensar sobre como chegamos a esse ponto. Estávamos lá, fazendo o enfrentamento com a polícia legislativa, a guarda nacional, o Exército…

Nascente – Deixou de ser metáfora e passou a ser físico…
Breda – Isso. É físico. São bombas sendo jogadas, eu e Tezeu fazendo uma transmissão ao vivo abaixados por conta da nuvem de fumaça, uma verdadeira guerra literalmente. E essa transição em que o sindicato está passando é também um momento de grande ataque, jamais visto, na verdade. Eu, com a minha experiência, digo que o ataque de hoje é maior do que aquele que nós tivemos lá nos anos Fernando Henrique Cardoso.

Nascente – Por que maior?
Breda – É maior pelo seguinte: as intenções são as mesmas, mas a velocidade como esse governo golpista está atacando os direitos dos trabalhadores é nunca vista. Não era nessa velocidade. A coisa era num crescente, e nós tínhamos tempo de nos organizar para a luta. E hoje, não. Hoje, na verdade, a cada dia é um ataque novo e a gente tem que reagir imediatamente àquele ataque. Então, percebo que essa nova diretoria que está entrando já está enfrentando isso e vai enfrentar cada vez mais. Mas é importante que a gente mantenha a esperança de que vamos conseguir reverter esse jogo. Não é impossível e a gente vai conseguir.

Curtas

Petros
Terminou na segunda, 26, o processo eleitoral para escolha dos representantes dos trabalhadores nos Conselhos Deliberativo e Fiscal da Petros. Dos 140.898 participantes e assistidos da Petros, 19.109 (apenas 13,56% dos eleitores). A dupla Ronaldo Tedesco e Marcos André venceu a eleição para a vaga do Conselho Deliberativo. No Conselho Fiscal, a dupla vencedora foi Vânia Mattos e Cardoso, com 6.577 votos obtidos.

Vazamento
O Sindipetro-NF publicou denúncia nesta semana de vazamento de água oleosa em P-35. O produto sujou todo o convés principal, mas não chegou à praça de máquinas e casa de bombas. Por conta de um problema antigo na unidade a água quente está contaminada com óleo. Nenhum petroleiro se feriu.

UTGCAB
A Transpetro foi condenada pela 1ª Vara do Trabalho de Macaé ao pagamento de indenização aos trabalhadores do Grupo C que sofreram perseguições e punições devido a adesão à paralisação do dia 24 de julho de 2015. O NF solicita aos trabalhadores do Grupo C que sofreram punições em decorrência dessa paralisação que encaminhem até esta segunda, 3, nome, CPF e matrícula para o email: [email protected].

Erramos
A edição passada do Nascente errou ao grafar o período de mandato da nova direção e conselho fiscal do Sindipetro-NF, em matéria sobre a posse, que acontece no próximo domingo. Equivocadamente foi grafado 2017/19, quando o correto é 2017/20.