Nascente 999

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Nascente 999

 

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Editorial

Parada para Reabastecer

São comuns as analogias com o futebol, mas talvez a posse da diretoria e do conselho fiscal do Sindipetro-NF para o mandato 2017/20, no último domingo, em meio a uma corrida acirrada contra o corte de direitos dos trabalhadores, permita uma analogia com a Fórmula 1: foi como uma parada rápida no box para reabastecer, mas é preciso voltar em poucos segundos para a pista. Tudo isso com trabalho ágil da equipe.
A vida sindical ganhou uma velocidade proporcional aos ataques que enfrenta. Há três ou quatro décadas, uma greve era marcada com meses de antecedência, fruto de um processo longo de negociações e em meio a uma campanha reivindicatória extensa. Atualmente nem mais se sabe se é possível demarcar o que é período de campanha, pois a campanha é permanente, e a necessidade de greves e mobilizações é imposta quase diariamente.
Boa parte da nova diretoria do NF é experimentada nessa dinâmica. Seja por, embora jovem, ter feito parte da diretoria anterior, ou seja por ter experiência em outras frentes dos movimentos sindical e social. Mas se não o fosse, teria que aprender rápido. Não há tempo a perder. No dia seguinte à posse foi realizada a primeira reunião da Diretoria Colegiada, com a necessidade de fazer frente a inúmeras demandas específicas da categoria petroleira e da conjuntura nacional. Tiveram que assumir o comando do carro com a corrida em curso.
Os próximos dias são de congressos, reuniões, embarques, grupos de trabalho, contatos diários com a categoria e interação com os demais movimentos sociais, no trabalho e enfrentamento aos golpes de Mishell e da grande banda pobre do Congresso Nacional. Há uma agenda intensa de resistência e luta, boa parte dela definida pelo conjunto de compromissos assumidos durante o 13º Congrenf (bit.ly/2tNXnsC).
São ações que envolvem o combate ao assédio moral, à redução de efetivo, à terceirização, à insegurança no trabalho, ao corte de direitos, e pelo cumprimento da Pauta pelo Brasil, defesa do acordo único no sistema Petrobrás e resistência junto a toda a classe trabalhadora aos golpes contra a democracia e os mais pobres.
Luta não falta, mas disposição também não.

 

Espaço aberto

Só a luta garante

Vagner Freitas**

O embate entre o capital e o trabalho é um processo de luta que exige organização, mobilização e capacidade de resistência como qualquer luta de classe. Só a luta garante.
E, como eu costumo dizer, lutar sempre surte efeito, às vezes, não tão rápido como todos nós gostaríamos. O resultado nem sempre vem de uma vez só, tem de ser construído no dia a dia, nas mobilizações, na resistência, na pressão, nas ruas e no Congresso Nacional.
É importante lembrar que com luta e resistência conseguimos impedir a conclusão do golpe. É isso mesmo. O projeto dos golpistas era destruir o legado e as conquistas dos /as trabalhadores/as, construídas e implantadas nos últimos 13 anos; e, também, acabar rapidamente com os direitos sociais, trabalhistas e previdenciários.
Nós resistimos, lutamos, impedimos que as reformas Trabalhista e Previdenciária fossem aprovadas no primeiro trimestre deste ano, como os golpistas queriam. Estamos acumulando forças para que qualquer decisão tomada no futuro contra os/as trabalhadores/as seja revertida e, juntos, possamos construir um país com justiça e inclusão social, emprego decente, ensino e saúde de qualidade, enfim, com oportunidades iguais para todos e todas.
Nosso papel é lutar, resistir.
E é isso que estamos fazendo cada vez mais desde o fim de 2014, quando parte da mídia e do Judiciário se uniu ao candidato derrotado nas eleições presidenciais e seus aliados conservadores para dar um Golpe de Estado. Sabíamos desde então que o golpe era para acabar com o projeto de distribuição de renda e inclusão social, contra o Brasil, contra a democracia e contra a classe trabalhadora. O projeto dos golpistas é acabar com a soberania nacional, entregar o petróleo e as nossas terras para as multinacionais.
Nenhum direito a menos!

*Editado em razão de espaço. Íntegra publicada originalmente no Portal da CUT em 2sqyKOm. **Presidente nacional da CUT.

 

Capa

CATEGORIA INGRESSA COM DISSÍDIO POR EFETIVO

Após sucessivas tentativas de negociação, FUP e sindicatos entram com pedido de Dissídio Coletivo de Natureza Jurídica para que ACT seja cumprido e efetivo necessário seja fixado

Diante da recusa sistemática da gestão da Petrobrás em discutir com as organizações sindicais os efetivos de trabalhadores necessários para garantir a segurança nas unidades, a FUP e seus sindicatos ingressaram, no último dia 29, com Dissídio Coletivo de Natureza Jurídica, cobrando que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) intervenha e faça valer o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho pactuado com a empresa.
Os itens do ACT citados na Ação são a Cláusula 81, que trata de Excedente de Pessoal; a Cláusula 90, sobre Política de Admissão de Novos Empregados; a Cláusula 91, que garante o um Fórum para Discussão de Efetivos de Pessoal; a Cláusula 123, sobre Condições de Segurança e Saúde Ocupacional, e a Cláusula 132, que trata de Políticas de Saúde.
Desde a implantação da NR-20, em 2012, a FUP e seus sindicatos vêm cobrando a negociação de efetivos, em cumprimento à Norma e também às cláusulas do Acordo Coletivo. Mas a Petrobrás tem fugido de todos os debates. O Fórum de Efetivos que realizou serviu apenas para os gestores apresentarem o PIDV, um pacote que já chegou pronto para cortar custos e encolher em mais de 20% os quadros da companhia. Com a saída em massa de mais de 19 mil trabalhadores, os riscos de acidentes se multiplicaram.
A estratégia da Pedro Parente e sua turma é sucatear para privatizar, pouco se importando com a vida do trabalhador e a segurança das comunidades que estão no entorno das unidades da Petrobrás. Com um acidente após o outro, as refinarias estão à beira de uma tragédia anunciada de proporções catastróficas, como ocorreu nos anos 80 na Vila Socó, em Cubatão, e no início dos anos 2000, com os gigantescos acidentes ambientais e o afundamento da P-36.

Transição

Nova energia para a mesma luta no NF

O Sindipetro NF deu posse no último domingo, em atividade política e festiva em Macaé, aos integrantes da Diretoria e do Conselho Fiscal da entidade para o triênio 2017/2020. Cerca de 700 pessoas participaram da cerimônia, que contou a participação de convidados da categoria petroleira, centrais sindicais, movimentos sociais, estudantis, e de lideranças políticas em parlamentos, como o Senador Lindberg Farias (PT), o deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ) e o vereador do município de Macaé, Marcel Silvano (PT).
Além dos parlamentares, compuseram a mesa o presidente da Junta Eleitoral que conduziu as eleições sindicais, Marcelo Abrahão; o presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues; o representante da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Norton Almeida, também diretor do NF; o representante do MST, Antônio Carlos Barsotine, mais conhecido como Paulista; o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel; o coordenador geral do Sindipetro-NF no mandato 2014/17, Marcos Breda; o novo coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra; além de toda a nova diretoria e conselho fiscal eleitos.
Para o senador Lindberg Farias, um sindicato como o Sindipetro-NF tem uma importância estratégica na defesa da democracia e da soberania no país. Segundo ele, o setor petróleo é um dos elementos centrais para entender o golpe parlamentar de 2016, e os petroleiros, que conhecem os interesses envolvidos na geopolítica da disputa pela energia do planeta, conhecem bem as pressões envolvidas, especialmente das empresas petroleiras norte-americanas.
“A história ainda vai entender melhor o papel dos Estados Unidos nesse golpe”, disse Farias, destacando que “quem descobriu o pré-sal fomos nós, os trabalhadores, os técnicos da Petrobrás. E quando o presidente Lula fez o anúncio dessa descoberta, os Estados Unidos colocaram uma frota da Marinha no nosso Atlântico”.
Raciocínio semelhante fez o coordenador da FUP, José Maria Rangel, que em sua fala no evento afirmou que o petróleo está “no coração do golpe”, como um dos principais elementos motivadores da ofensiva da Direita no Congresso, na grande mídia e no Judiciário.

 

Resistência

Atos do NF marcam Dia da Greve

O Sindipetro-NF, demais sindicatos e movimentos sociais marcaram a sexta, 30, dia de Greve Geral Nacional, com protestos em Campos dos Goytacazes e em Macaé. Logo no início da manhã, dois atos públicos mobilizaram a militância. Em Campos, manifestantes fecharam a BR 356, próximo da entrada para o Assentamento Luiz Maranhão, nas terras da antiga Usina Cambaíba. Em Macaé, houve fechamento da Rodovia Amaral Peixoto e, em seguida, da Ponte da Barra.
Também em Macaé, após o fechamento da Ponte da Barra, os manifestantes participaram de uma ocupação na Prefeitura, em razão do descaso com que está sendo tratado o assentamento Osvaldo de Oliveira, do MST. E em Campos, na parte da tarde, houve ato público no Largo da Imprensa, ao lado da Catedral, reunindo cerca de 500 pessoas, entre petroleiros, estudantes, professores, bancários, servidores públicos e representantes de diversas categorias.
No heliporto do Farol de São Tomé ocorreram atrasos nos embarques dos petroleiros. Os diretores do Sindipetro-NF também fizeram atrasos nas bases de terra. Em Cabiúnas aconteceu reunião setorial, às 23h.
O protesto nacional foi convocado pela CUT e algumas das demais centrais sindicais para lutar contra as reformas trabalhista e previdenciárias, além de cobrar Diretas Já e a saída de Michel Temer da Presidência da República.

 

ENTREVISTA / Tezeu Bezerra

“UM GÁS A MAIS PARA SEGUIR NA LUTA”

Novo coordenador geral do Sindipetro-NF fala da participação da juventude petroleira e dos movimentos sociais

O novo coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, que assumiu no último domingo junto aos demais diretores, diretoras e integrantes do Conselho Fiscal da entidade, conversa com o Nascente sobre as perspectivas para este mandato de três anos, até 2020. Bezerra, que tem 29 anos, fala sobre a participação da juventude na nova diretoria, a relação com os movimentos sociais e a ampliação da presença petroleira nas lutas sindicais, em um ano de campanha reivindicatória com a pauta cheia, onde todas as cláusulas do Acordo Coletivo estão em discussão.

Nascente – No dia seguinte à posse, a direção colegiada se reuniu. Mesmo tendo você participado da atual diretoria, assim como outros diretores, é natural que queiram imprimir mudanças. A categoria pode esperar algo novo no sindica-to neste início de mandato?
Tezeu Bezerra – Teve a reunião da diretoria, foi importante. Só um diretor não pôde estar presente. Todos os outros estavam presentes. Isso por si só já é uma demonstração muito forte da participação dos novos diretores. Com certeza deu para perceber o empenho ao qual eles vão estar linkados. Vai ser uma diretoria muito comprometida com a questão da defesa do trabalhador, assim como a anterior. Então, com relação à combatividade pode ter certeza que não vai ter diferença mesmo. Já tínhamos uma diretoria muito combativa. Mas a nova diretoria está chegando com essa oxigenação, esse gás novo, essas novas ideias. A própria visão que a base tem que é muito mais aprofundada, com os diretores que ficam na liberação, como eu e como os demais que há três anos estamos liberados, apesar de estar em contato direto nos aeroportos e tudo mais. Com certeza essa oxigenação vai dar um gás a mais para a gente estar fazendo essas lutas, principalmente contra a privatização da nossa empresa e a defesa dos direitos dos trabalhadores.

Nascente – A nova direção assume em meio a um turbilhão. Como conciliar tantas tarefas da rotina sindical, e a necessidade de enfrentar um cenário crítico, com a formação de novos diretores e diretoras para que tomem pé desse combate?
Tezeu – A gente realmente tem que estar a todo momento fazendo essa luta diária, de priorização de agenda, de onde cada diretor vai estar, de estar presentes nas bases para estar conversando com todo mundo. Então, sem dúvida, esse novo momento exige uma postura nova também. Essa conciliação vai ser feita de acordo com a necessidade. Os novos diretores que estão chegando já têm acompanhado essas rotinas, ido para aeroportos, na própria campanha participaram de forma muito ativa, são cipistas, então toda essa renovação vai ajudar. Sem dúvida a priorização é um desafio. Nós somos filiados a uma federação e a uma central, são balizadoras nas lutas principais que devemos travar, mas também com certeza sem perder esse foco da defesa local, dos problemas individuais que vão aparecendo, dos trabalhadores, às vezes de um coletivo um pouco maior. Então a priorização com certeza é um desafio que vai ser seguido, mas fazer isso de forma bem tranquila.

Nascente – Esta nova direção tem um bom equilíbrio entre petroleiros e petroleiras da nova geração e aqueles que têm mais tempo de sindicato. Você está entre os mais jovens. Como avalia a participação da juventude petroleira nas ações do Sindipetro-NF?
Tezeu – Os jovens vêm com uma visão diferente. A construção para a minha geração foi muito mais fácil do que nós conseguimos ao longo dos anos, as conquistas… As oportunidades que a minha geração, eu tenho 29 anos, a minha geração teve muito mais oportunidades, de estar fazendo faculdades, cursos técnicos, concursos… Então, com certeza, essa chegada dessas novas gerações vão estar trazendo também uma questão de formação, e a formação vai ser repassada também para as bases. Muito positiva essa participação ativa da juventude. De forma muito tranquila, não vai atrapalhar em nada, só ajudar, porque também essa nova visão da juventude vem junto com a vontade de fazer mais, de fazer diferente, então é muito positiva essa chegada da juventude.

Nascente – Um traço importante da atuação do NF é a interação com os demais movimentos sociais, especialmente com o MST e o movimento estudantil. Há planos de ampliação dessa relação?
Tezeu – Nesse último mandado a gente conseguiu, na verdade, fazer uma relação muito próxima, principalmente com os estudantes. Com o MST a gente já tem uma relação muito consolidada. Estamos construindo também, de forma muito intensa, o debate com os demais sindicatos da região, o que é muito bom. A gente tem um diretor da CUT nacional que é da nossa base, que é conselheiro fiscal [Vitor Carvalho], a gente tem também um diretor da CUT estadual [Sérgio Borges]. Então, essa articulação é importante não só para esta luta imediata, mas para o fortalecimento da nossa central, consequentemente das nossas lutas, que têm que ser travadas neste cenário. A gente tem feito essas construção com os estudantes. É notória a diferença de organização já agora nessa construção, e esse mandato agora vai ser de ampliação. A própria conjuntura está fazendo isso, está nos impondo isso, então é muito bom a gente ter esse bom relacionamento e , com certeza, contar com essa galera aí, os estudantes, o MST, demais sindicatos, movimentos sociais da região, a Contag também, os trabalhadores rurais com um todo. Muito positivo e vai ser de fortalecimento e ampliação dessas parcerias com a classe trabalhadora e com os estudantes.

Nascente – Em muitos protestos organizados pelo sindicato, há mais integrantes de outros movimentos sociais e parte da categoria aposentada. No entanto, muitas vezes nota-se a falta dos petroleiros da ativa. Como estimular essa participação?
Tezeu – Na verdade, tem aumentado também a participação dos petroleiros da ativa. A gente sempre tem tido participação. O ato de rua que foi feito em Campos, encontrei alguns companheiros da base, inclusive da minha plataforma, P-56, sempre tem tido essa participação dos companheiros da base. É importante estar estimulando mais ainda, mas com certeza a conjuntura ruim que nós estamos enfrentando vai trazer também essa questão. Mas, sem dúvida, a nova diretoria também vai estar fazendo esse trabalho de incentivo, e certamente os petroleiros e as petroleiras vão estar muito mais engajados nessas lutas que estão por vir. Esse ano é um ano que vai ser discussão de acordo coletivo de pauta cheia e, sem dúvida, se a galera não participar, se o pessoal não participar, nós não vamos conseguir ter êxito. A gente tem percebido aumento na participação de rua. E nos movimentos nossos que a gente tem chamado, a categoria sempre tem atendido, sempre tem feito, e tem sido fundamental pra gente conseguir mostrar resistência nesse governo golpista.

Curtas

Embarque de Cipa
Diretores do Sindipetro-NF embarcaram na terça, 4, para participar das reuniões de Cipa por plataforma. Essas reuniões são fruto de conquista da categoria petroleira em Acordo Coletivo. Embarcaram Norton Cardoso (P-31), Valdick de Oliveira (P-07), Luiz Carlos Mendonça (P-09), Benes Oliveira (PCH-2), Alexandre Vieira (PCP-1/3) e Tadeu Porto (PNA-2).

Mulher Negra
O Sindipetro-NF recebe hoje, em sua sede de Campos, às 13h, a V Plenária Regional para Edição Estadual da III Marcha das Mulheres Negras. Durante a plenária acontecerão três mesas de debates. Também será definida a participação da região na III Marcha de Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro. As inscrições podem ser feitas no local.

13º Futsal do NF
A organização do 13º Toneiro de Futsal do Sindipetro-NF realizou na noite de ontem, na sede do sindicato, em Macaé, reunião com os representantes das equipes para fazer o sorteio dos jogos. Participam as equipes Barsemlona, Pré-Sal, Passa Dibre, Amigos do Peito, Cata Cata F.C., Albacora, CABP, Submarino (Atual Campeão), Comau do Brasil, Quem nunca? F.C., Baker Drilling, Estrela F. C, Bola Cheia, Independente, Primos F. C. e Família F.C. O evento será de 9 de agosto a 1º de setembro.

Vitória no Refino
Em assembleia na manhã de ontem os petroleiros da Bahia resolveram suspender a greve, que aconteceu em nível nacional na área de refino da empresa, e durou cinco dias na RLAM. A decisão foi tomada após seguidas vitórias do Sindipetro Bahia. A entidade conquistou liminar determinando que a Petrobrás cumpra o ACT da categoria, ficando suspensa assim a redução do efetivo mínimo de referência.